" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 17 de julho de 2011

O desgaste de Mano

O Brasil não empolgou como na estreia de Mano Menezes, em agosto passado, contra os Estados Unidos, mas jogou bem. Jogou pra frente, como todo time brasileiro que se preze, criou boas chances, dominou as quartas de finais diante de um acuado Paraguai...e nada. Esbanjando uma infeliz capacidade de perder gols, não passou de Justo Villar. Se não bastasse o zero no tempo normal, desperdiçou todas as cobranças de pênalti de forma vergonhosa. O resultado final é o pior possível: eliminação precoce na Copa América, num momento chave para o trabalho de Mano.

Como diz seu concorrente ao posto mais cobiçado pelos treinadores brasileiros, futebol é resultado. E Mano precisava de um resultado de expressão nessa Copa América. Mais do que um bom futebol, precisava de uma bela campanha no maior torneio de seleções das Américas. O oitavo lugar conquistado pela Seleção não é só o pior e mais vergonhoso da história do país, como também bastante desgastante para o treinador.

Apesar de "bancado" pelo chefão da entidade que "comanda" o futebol nacional, Mano encara a sua primeira grande crise à frente da seleção brasileira. Num cenário escasso de craques experientes, apostou nas duas grandes promessas do futebol nacional. E se deu mal. Neymar e Ganso não foram bem no torneio, e estiveram longe de decidir. Mano não os crucificou, mas acabou crucificado pela aposta.

Suas apostas, aliás, são responsáveis por grande parte de seus desgaste. Os seus prováveis problemas pessoais com Marcelo, do Real Madrid, e Hernanes, da Lazio, não justificam, jamais, as suas não-convocações. Andre Santos não vive grande fase sequer no seu clube, que por sinal é o mais poderoso da Turquia. Lucas Leiva e Ramires, os volantes de Mano, não conseguem ser participativos como foi Hernanes em todos os seus clubes. Pra piorar, os reservas são ainda mais questionáveis, como o meia Jádson, do Shakhtar, da Ucrânia, pouquíssimo acompanhado pelos brasileiros.

Essa incoerência, sobretudo nas convocações, mas que também atinge as substituições, causa imensas insatisfações na torcida e na crítica. Somadas aos resultados negativos, que minam ainda mais o seu projeto, desgastam o seu nome na Seleção. A sua competência tem tudo, no entanto, para prova o contrário. Juntamente com a sua seriedade e sua dignidade. O Brasil todo torce a favor.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Melhor em campo, Maicon desafogou o time pela direita




Maicon não vem de boas temporadas com a camisa da Inter de Milão, não fez uma Copa do Mundo exuberante, mas, sem sombra de dúvidas, foi o melhor, individualmente, da Seleção até aqui na Copa América. Esbanjando velocidade nas jogadas de linha de fundo, deitou e rolou sobre o lento Ayoví, e acabou sendo a principal válvula de escape do time de Mano Menezes durante toda a vitória sobre o Equador, ainda que somente um dos 4 gols tenha surgido de jogada sua.

Não tão decisivo como Neymar - que soube se mexer mais pelo campo, achando espaços, mas ainda assim longe do melhor que pode render - e Pato, autores de 2 gols cada, Maicon conseguiu fazer em 90 minutos o que Daniel Alves não fez em dois jogos. Logo nos primeiros minutos, já havia criado duas boas oportunidades pela direita. No fim, foram muitas as chances criadas por Maicon, o grande responsável por desencaixar a forte marcação equatoriana.

Para ter um corredor livre para explorar e passar por cima de Ayoví, Maicon precisou da inteligência dos meias, principalmente Robinho, quase sempre aberto na ponta-direita. Como em nenhum outro jogo na competição, ele, Ganso e Neymar voltaram a se entender como nos tempos de Santos. Se movimentando, trocando de posições e o principal: abrindo espaços. Abrino o corredor. E se André Santos tinha preocupações mais defensivas, Maicon só pensava em atacar e criar um ponto de interrogação na prancheta de Mano. Conseguiu.

Com Maicon voando na direita, um dos volantes do 4-4-2 equatoriano era obrigado a se desdobrar na cobertura de Ayoví, deixando Ganso com mais liberdade para pensar e criar. Ponto para Mano. Passe para Neymar. Gol do Brasil. Até para Ganso a presença de Maicon foi fundamental. Melhor em campo, melhor atuação individual da Copa América 2011. Que Daniel Alves se cuide. Há um titular vestindo a camisa 13.

sábado, 9 de julho de 2011

Mano não pode ser culpado por todos os erros da Seleção

É comum a culpa do time cair na conta do técnico, especialmente quando o assunto é seleção brasileira. A cobrança é forte e a responsabilidade é grande, mas tem de haver coerência nas críticas. Afinal, como diz um ditado antigo do futebol, o treinador não entra em campo, não calça chuteiras, não joga. Ele monta o time, organiza o modo como esse time vai jogar, orientando seus jogadores. Mano Menezes não faz diferente. Faz do seu jeito, com as suas convicções, mas não pode ser culpado por falhas individuais dos jogadores.

No empate contra o Paraguai, por exemplo, Mano não pode ser tachado de "burro" pelos gols sofridos. Pois não teve a menor parcela de culpa se Thiago Silva, André Santos e Daniel Alves falharam nos gols. Ou se o meio-campo perdeu a bola por um erro de passe. É nisso que o torcedor brasileiro precisa pensar mais antes de criticar um trabalho ainda embrionário, que começa a ganhar corpo de projeto sério e competente.

Mano é culpado, sim, pelo fato do time ainda não funcionar. Pela falta de movimentação dos meias. Pela promessa de marcação por pressão que ainda não foi cumprida. E por questões de ordem tática e psicológica. Mas não por erros individuais. Não por um passe errado que resultou em gol adversário, ou por uma falha de marcação, um pênalti perdido...Apesar de ser ele quem escala os jogadores, ele não joga, não erra dentro de campo.

As críticas pesadas que o treinador da Seleção já recebe são, portanto, em grande parte, injustas. Como foram as que desdenhavam das convocações de Jádson e Fred, de longe os mais contestados da lista para a Copa América.

Por ironia do destino, foram eles que salvaram o Brasil neste sábado. Alternativa ao brilho individual de Ganso e Neymar, Jádson joga pelo coletivo. E arrisca mais que todo o time brasileiro. Num de seus chutes de longa distância abriu o placar. Fred foi ainda mais herói. No fim do jogo. Com um gol bem a sua cara. De artilheiro.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Peru de Vargas e Guerrero já merece a atenção dos grandes

Foto:Guerrero comemorando seu segundo gol na Copa América: ele fez todos os gols peruanos na competição(EFE)


O Peru que surpreendeu o Uruguai na estreia e bateu o México nesta sexta-feira é muito forte nas bolas cruzadas para a área. Pelo alto e pelo chão, como hoje. E tem uma dupla que se entende muito bem nesse tipo de jogada, se revezando nas funções de garçom e artilheiro. Dupla que leva à frente um time extremamente consistente defensivamente e muito eficiente no ataque. Time que tem o artilheiro da Copa América 2011 e já é vice-líder do grupo C, com o mesmo número de pontos, mas com o saldo de gols inferior ao do Chile, que tem 1 gol a mais que os peruanos.

Definitivamente, o Peru já merece a atenção dos gigantes sul-americanos Brasil e Argentina. Num possível cruzamento de quartas de final, poderia ser adversário de um dos dois países. E, tendo em vista as recentes atuações da dupla contra times retrancados, que gostam de jogar nos contra-golpes, se trata de um tremendo adversário.

Armado num 4-1-4-1 que varia constantemente para o 4-2-3-1, o Peru que não pôde ter Farfán e Pizarro, desconvocados por lesões, por pouco não perdeu Vargas. O meia que gosta de cair pela esquerda, lado em que atua na Fiorentina(ITA), se recuperou a tempo e já é o principal criador de jogadas da equipe. É quase sempre de seu pé esquerdo que saem as bolas para Guerrero. Quase sempre. Volta e meia, Guevara, Cruzado, Yotún e Advíncula dão uma ajudinha. Contra os mexicanos, foi Guevara. Muda o preparador das jogadas, mas não o definidor.

A zebra que dá as caras na Argentina é, sem dúvidas, peruana. A Bolívia que desmanchou a noite de estreia argentina sucumbiu diante de uma frágil Costa Rica. O Equador não passou do inconstante Paraguai. E a Colômbia, de zebra, nada tem. A não ser que a Venezuela faça uma boa partida e vença o Equador, o Peru é, sim, a grande surpresa da Copa América. Merecidamente, diga-se de passagem. E para a alegria de todo o país, que não via um time peruano fazendo uma boa Copa América há algumas décadas.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A melhora de Ronaldinho, o dedo de Luxa e as pazes com a torcida

Ronaldinho se livra de marcação na vitória sobre o São Paulo: craque voltou a ter boas atuações(foto:Globoesporte.com)


As vaias não cabem mais. Pelo terceiro jogo consecutivo, o Flamengo venceu. E o mais importante: convenceu. No melhor momento da equipe na atual temporada, a vice-liderança no Brasileiro resume o clima de muita alegria entre jogadores e comissão técnica. Ronaldinho Gaúcho segue o exemplo do coletivo na esfera individual. Nesta quarta, depois da vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, em que teve grande atuação, saiu ovacionado de campo. Fruto da ascendência pela qual passa a principal contratação do futebol brasileiro, juntamente com o próprio clube.

Incrível, também, é a capacidade de recuperação da equipe de um tempo para o outro. Todos os últimos 9 pontos foram conquistados no segundo tempo. Nesses três primeiros tempos, em nenhum deles o Flamengo conseguiu sair vitorioso. Graças à mudança de postura do time no intervalo e as mexidas de Luxemburgo, os triunfos vieram. Em todas as oportunidades, recorrentes de um bom futebol apresentado.

A química de jogar bem e vencer não poderia causar impacto melhor nas arquibancadas. Depois do perigo de uma crise que quase estourou nos bastidores, o time voltou a correr. Pelo técnico ou não. Mas pela torcida. As vaias, então, deram lugar aos aplausos e cantos de incentivo. Até Deivid, um dos mais criticados pela massa desde o início do ano, recebe elogios. É, aliás, o vice-artilheiro do time no Brasileiro. Com 5 gols, Ronaldinho não é só o do clube, mas o da competição também.

De fato, o momento é mágico. Quando a situação complica, Luxemburgo recorre a seus reservas de luxo. Bottinelli, Diego Maurício e Negueba também vivem grande fase. O argentino principalmente. Nos últimos dois jogos, participou ativamente dos dois gols decisivos contra o América Mineiro e do gol da vitória sobre o São Paulo. Já tem gente pedindo seu lugar no time titular. Mas aonde? No meio-campo no qual Willians, Renato, Thiago Neves, Ronaldinho, e agora Airton, dão as cartas não há lugar para mais ninguém.

A defesa parece ter se acertado. A última pendência são as bolas aéreas. Nesta quarta, em poucos levantamentos, Welinton e Angelim levaram a melhor em todos. Pelo chão, Junior César é cada vez mais absoluto na defesa e incisivo no ataque. Justamente na lateral-esquerda, problema crônico do time desde o início da temporada. Na direita, Léo Moura, aos poucos, vai recuperando a forma e voltando ao auge. E o Flamengo ganha corpo.

À espera de, ao menos, mais um nome de peso para completar o time, Luxemburgo é só sorrisos. Ainda que não tenha o grupo por completo nas mãos, tem boa parte dele. Os jogadores já não se opõe tanto a algumas decisões da comissão técnica. E a fase é tão boa que tudo costuma dar certo. Forte no G-4, o Flamengo começa a assustar. Gigante como sempre foi, já é uma ameaça real a todos os candidatos ao título. A paz, enfim, se instalou no Ninho do Urubu.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Com Caio Júnior e um elenco recheado de boas opções, Botafogo volta a brigar pelo topo

Caio Júnior : técnico voltou ao país após anos no Oriente Médio (Foto de Satiro Sodré/ Agif)

Há muito tempo não se via um Botafogo tão forte como o atual no cenário nacional. Talvez desde 2007, ano em que Cuca montou o "Carrossel Alvinegro", o time não causava tamanha expectativa em sua torcida. A vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, no Morumbi, aumentou as esperanças em um futuro próspero para os alvinegros. De fato, elas existem. E são muitas. Afinal, com um técnico competente, o time encaixado e em grande fase e um elenco cada vez mais recheado de boas opções, não há por que não colocar o Botafogo como um dos postulantes ao título brasileiro deste ano.

Os botafoguenses mais cautelosos e supersticiosos preferem não apostar tão alto. Preferem acreditar que podem beliscar uma vaga na Libertadores do ano que vem, competição que o clube não disputa há 15 anos. Mas são os números e os fatos que provam o contrário. São eles que permitem o sonho alvinegro em reviver os anos dourados de 1995.

Em quarto lugar, com 14 pontos, o Botafogo só perdeu um jogo no Brasileirão 2011. Justamente o da estréia, por 1 a 0, para o Palmeiras. Ainda no início do trabalho de Caio Júnior, que sequer conhecia o grupo direito e ainda buscava o seu time ideal. Sete rodadas se passaram e muita coisa mudou. O Botafogo saiu de candidato ao rebaixamento para membro do G-4. E Caio achou seu time, montado no 4-2-3-1, com Herrera de referência, e Maicosuel, Elkeson e Éverton na ligação do meio ao ataque.

As boas atuações nas últimas partidas trouxeram elogios à nova postura da equipe. Mais ofensivo, jogando um futebol mais envolvente, o Botafogo já consegue encantar aos olhos de quem o vê em ação. Méritos para Caio Júnior, que vai conseguindo mudar a maneira história do time em jogar no contra-ataque, com uma defesa consistente garantindo a retomada da bola. Não que o Botafogo-2011 não tenha uma defesa segura. Pelo contrário. Além de bastante seguros, Antônio Carlos e Fábio Ferreira também aparecem para ajudar na frente. São muito fortes no jogo aéreo.

E ainda há os reforços recentes. A chegada de Renato, ídolo do Sevilla(ESP), só reforça a tese. Além dele, nomes menos badalados como o do zagueiro Gustavo, o do meia Felipe Menezes e o do atacante Alexandre Oliveira também ajudam na montagem de um time competitivo. Principalmente por terem sido pedidos do treinador, que os conhece. Com alguns, ele já inclusive já trabalhou. Isso sem falar no retorno de Loco Abreu e Jefferson, que deve acontecer em agosto já que ambos estão a serviço de seus países na Copa América.

Material humano não faltará a Caio Júnior, que, depois de 3 anos fora do país, trabalhando no Oriente Médio, terá a chance de recolocar o seu nome num grupo seletos de técnicos de ponta do futebol brasileiro. Mais experiente do que em 2006, quando levou o Paraná, que tinha Maicosuel e Gustavo, à Libertadores, Caio pensa grande em General Severiano. E sabe que pode sonhar alto.

Sem gastar muito e revelando jogadores fundamentais para o time de cima, caso do volante Lucas Zen, ótimo jogador pinçado por Caio Júnior, o Botafogo vai comendo pelas beiradas e, mais do que jogando bem, vai convencendo. Aos poucos, de vitória em vitória, vai se aproximando do topo. Justo para quem tem o treinador que tem e o elenco que tem. Definitivamente, um candidato ao título deste ano.

sábado, 2 de julho de 2011

Colômbia decepciona na estreia, mas não pode ser desprezada




Ao contrário da Argentina, a Colômbia tem, sim, meio de campo. E um baita volante. Que, por vezes, mais parece um meia do que um volante. Freddy Guarín lembra, guardadas as devidas proporções, a dupla de volantes barcelonistas, Xavi e Iniesta. Tanto marca, como arma. E como joga. Neste sábado, foi o homem do jogo. Uma das poucas ressalvas positivas da fraca atuação colombiana na vitória mínima sobre a Costa Rica, comandada por Ricardo Volpe e prejudicada desde os 27 da primeira etapa, por uma expulsão.

A imaturidade de uma seleção formada majoritariamente por garotos com menos de 22 anos complicou ainda mais a vida do confuso time costarriquenho. Brenes, o camisa 10, e principal articulador da "bangunça tática" que era o time caribenho perdeu a cabeça ainda na primeira etapa. Com um carrinho desleal e totalmente violento em cima de Zuñiga, acabou expulso. Se com 11, o jogo já era difícil, com 10, a tendência era de goleada.

O cenário perfeito para uma vitória larga e convicente não encheu os olhos dos colombianos, que, em ritmo de treino, seguiam tocando a bola e abrindo mão da ousadia. Hernán Gomez até tentou lançar o time à frente. Tirou um dos volantes do 4-1-4-1 que havia armado e colocou o atacante Rodallega, levando a equipe para o 4-2-3-1. Pouco adiantou. O time seguia atacando pouco e usando pouco as laterais, onde os velozes e incisivos Zuñiga e Armero jogavam.

Sorte dos sul-americanos que Guarín joga pelo meio. E não gosta de ver seu time atrás, tocando a bola sem objetividade. Esbanjando visão de jogo, aproveitou a ótima movimentação de Ramos - que invadiu a área numa bela incursão em diagonal -, deixando-o na cara do gol. Com rapidez, o atacante driblou o goleiro Moreira e, de perna esquerda, completou para o gol. Uma jogada digna de Barcelona, guardadas suas devidas e grandes proporções.

O gol que poderia servir para abrir caminho, agora sim, para uma goleada, só tranquilizou os colombianos, que chegaram, até mesmo, a ser atacados pelos costarriquenhos. Com exceção de alguns lampejos de Guarín, a Colômbia seguia "treinando". E torcendo para a hora passar e o jogo terminar. Nem mesmo o goleador Falcao García, artilheiro e ídolo do Porto, foi capaz de mudar esse panorama. O camisa 9 foi substituído já no fim da segunda etapa, para a entrada do volante Soto, que fechou o meio-campo e condenou a defesa total nos minutos finais.

Mesmo tendo jogado mal, sido pouco ousada e decepcionado, a Colômbia merece o foco total dos grandes favoritos à conquista da Copa América. O time que, na teoria, é muito forte, na prática não desencantou. E, mesmo assim, lidera o grupo A, o mesmo da anfitriã Argentina. E tem, até o momento, o melhor meia da competição: Freddy Guarín.

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