" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 27 de maio de 2013

Conheça o 'novo Cristiano Ronaldo', o jovem reforço do United que destruiu na segundona inglesa



Ele é muito rápido, ótimo driblador, gosta de jogar com esparadrapos no meião e nos pulsos e fez o Manchester United gastar milhões de libras. O roteiro é familiar, não? Pois é, mas não estamos falando de Cristiano Ronaldo, e sim de um meia-extremo marfinense que vem fazendo os ingleses babarem com seu futebol. Aos 20 anos, Wilfried Zaha fez uma temporada brilhante na segundona inglesa, carregando o Crystal Palace de volta à elite.

As semelhanças com o astro português já vinham chamando a atenção de diversos clubes grandes da Inglaterra. Mas nenhum deles se impressionou tanto com Zaha quanto o United. O garoto fez o que quis com os defensores de Alex Ferguson em uma partida no ano passado. Em janeiro, depois de perder Ashley Young com uma contusão no joelho, o antigo treinador dos Red Devils ordenou que contratassem o marfinense o mais rápido possível. Foi então que a diretoria abriu os cofres: 15 milhões de libras pelo jogador.

Ao contrário do que queria Ferguson, porém, o Crystal Palace só aceitou liberar sua joia com a condição de tê-lo emprestado até o fim da temporada. E valeu muito a pena. Zaha foi, de longe, o melhor jogador da segunda divisão inglesa. Na partida decisiva, nesta segunda-feira, foi o melhor em campo e ainda sofreu o pênalti que recolocou o time na elite nacional.

As atuações de gala e o jeito marrento de jogar bola, sempre com dribles abusados e elegantes na ponta-esquerda encantaram o treinador inglês Roy Hodgson, que o convocou para o amistoso contra a Suécia.  E quase que ele não aceitou. Dias antes, Didier Drogba havia ligado para ele, a fim de convencê-lo a jogar pelo seu país natal. Zaha preferiu o English Team, e pelo twitter resumiu a atual fase de sua vida:  "Uau, está acontecendo tudo tão rápido".

Depois de perder o maior treinador da história do clube e um de seus maiores ídolos, ambos aposentados, a torcida do Manchester United renova suas esperanças para a temporada que vem. Justamente com aquele que já é considerado precocemente - mas com uma certa dose de razão - o "novo Cristiano Ronaldo". Que o Teatro dos Sonhos não intimide o novo mágico marfinense.

Minhas apostas para o BR-13

O ideal seria fazer as apostas antes do início do Brasileirão, mas não consegui. Com uma rodada de atraso, seguem meus palpites para o Brasileiro deste ano:

Campeão: Corinthians

Com a base mantida e sem ter de se preocupar com outras competições, o conjunto de Tite é o grande favorito. 

Libertadores:  Botafogo, São Paulo e Cruzeiro.

O time de Oswaldo de Oliveira vive um primeiro semestre em grande fase e , com uma ou outra contratação, pode até brigar pelo título. Pelo elenco e pelo treinador que tem, o São Paulo tem tudo para chegar entre os 4 primeiros. Para fechar a lista, o Cruzeiro de Marcelo Oliveira, que tem em mãos um time ofensivo e bastante competitivo, com ótimos nomes em todos os setores do campo.

Surpresas positivas: Atlético-PR e Goiás

Apesar da goleada sofrida logo na estreia, aposto muito no Goiás. Tem um bom treinador e uma base bem consistente. Do meio pra frente, tem time para surpreender os favoritos. Assim como o Furacão, que dedicou quase todo o primeiro semestre na preparação para o Brasileiro. Chega forte para a disputa.

Rebaixamento: Náutico, Criciúma, Bahia e Portuguesa.

Desse grupo, o Criciúma é quem mais parece ter forças para se safar. O resto é fortíssimo candidato a jogar a Série B em 2014.

Artilheiro: Borges

Revelações: Gabriel, Flamengo; Geraldo, Coritiba; Éverton Ribeiro, Cruzeiro.

Craque: Seedorf

Melhor técnico: Tite

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dono do Brasil aos 21, chegou a hora de Neymar conquistar a Europa


Quando eu tinha, sei lá, uns 8 anos de idade, imaginava que, aos 21, já teria muita coisa conquistada na vida. Todo mundo espera ter alguma coisa com duas décadas de vida: um carro, uma namorada, um emprego bom, experiência, grandes amizades, boas histórias. Todo mundo espera já ter vivido uma parte da vida. E, se possível, aproveitado. Neymar também esperava. Craque que sempre foi, devia esperar se tornar jogador profissional, jogar em um clube grande, construir a carreira que o pai não conseguiu. Devia esperar feitos legais para a sua vida. Como qualquer garoto.

Mas Neymar foi um pouco além. Só um pouco. Aos 21 anos, é o melhor jogador brasileiro em atividade, ganha o maior salário do futebol nacional, é o esportista mais conhecido do continente e consegue ser disputado por gigantes europeus. Neymar é um monstro: craque reconhecido por todos, ídolo de todos, unânimidade. Aos 21 anos!!!!
anos...

Neymar tem carrão, uma namorada que muito marmanjo por aí gostaria de ter e vai jogar no melhor time do mundo. Ele é o jogador mais bem pago do país e, com certeza, possui a imagem mais valorizada da história do esporte nacional. Tudo isso aos 21 anos de idade.

É verdade que muitos, aos 20 anos de idade, já conquistaram muito. Pelé, aos de 17, foi campeão do mundo. Aos 21, bi. Com menos de 25, já era considerado um rei. E sempre teve gente no seu pé, criticando, desmerecendo. Inoportunos de plantão.

Brasileiro gosta de ser do contra. É algo cultural, que vem das raízes do nosso povo. Talvez a generalização seja um pouco pesada, mas no fundo, é verdadeira. E como...

É claro que com Neymar não seria diferente. Tem gente que acha que " ele não é tudo isso", que é supervalorizado, cai-cai, marketeiro, marrento, metido demais, craque de menos. Tem muita gente do contra. Ou louca. Cega. Ignorante. Neymar é tudo isso e muito mais. Vai ser o melhor do mundo. Vai arrebentar no Barça, na Seleção e aonde quer que jogue.

Obrigado por ter feito do futebol brasileiro mais brasileiro enquanto esteve por aqui, Neymar. Agora chegou a hora de alçar voôs maiores. Você vai ser muita coisa, moleque.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Palmeiras perdeu para si mesmo

O time do Palmeiras não é bom. Mas também não chega a ser ruim. Pode não ter qualidade para dominar e vencer jogando bola um jogo contra o Atlético Mineiro. Mas não é menos time que o Tijuana. E por isso não pode deixar de controlar uma partida decisiva contra a equipe mexicana. 

Não podia ter deixado o nervosismo falar mais alto que a tranquilidade para fazer o time jogar. Não podia ter deixado o jogo se perder na violência e nos erros do péssimo Juan Soto.

A falha de Bruno não pode acontecer em momentos decisivos. P casa treina todo dia, ganha pra fazer isso. Mas acontece. E Bruno não vai deixar de ser um bom e promissor goleiro por causa desta noite. Porém, pior do que a falha do camisa 1, pior do que a falta de técnica do time, pior do que todos os problemas táticos, é perder para um time inferior por não ter conseguido ter tranquilidade para jogar futebol.

Desde o início, faltou calma e confiança ao Palmeiras, crer que o time tinha tudo para passar de fase. A torcida mostrou o caminho, apoiou, fez uma festa incrível quando o time entrou em campo. Mas o time não acreditou em si mesmo. E começou a tentar ganhar na marra, na violência. E a se perder no jogo.

Kleina tentava ganhar o meio-campo liberando Charles para transformar o 4-2-3-1 no mesmo 4-1-4-1 do Tijuana. De nada adiantava. Seus jogadores seguiam nervosos, acelerando o jogo quando era pra cadenciar, entrando forte, marcando de forma desorganizada.

Veio a trágica falha de Bruno e o desespero do time tomou conta de vez do ambiente após o segundo gol. Souza diminuiu e renovou as esperanças. Mas faltava tudo a essa hora. Faltava, inclusive, tranquilidade para tentar fazer o que o nervosismo impediu durante todos os 90 minutos: uma jogada trabalhada.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Galo joga o melhor futebol do continente. No Brasil, só o Corinthians é tão moderno




Mal começa o jogo e lá está o Atlético Mineiro pressionando. Já na saída de bola, jogada ensaiada que em toda partida leva perigo: lançamento de Réver para escorada de Jô. Hoje, quase resultou em gol. O lance, nos primeiros segundos de jogo, serve como exemplo para a principal virtude do time no ano: a intensidade.
Durante os 90 minutos, são raros e rápidos os momentos em que o time do Atlético Mineiro não joga no limite. É o tempo inteiro correndo, marcando, acelerando. Se matando. Tudo aliado a uma tremenda organização tática. Padrão Cuca de qualidade.
Contra o São Paulo, hoje, no Independência, a impressão era que o Galo jogava a mil por hora e o São Paulo a dez por hora. Um verdadeiro atropelamento. Pela direita, pelo meio, pela esquerda, com lançamento vindo de trás, com tabelas rápidas. O Galo voava em campo. E não deixava o jogo esfriar.
Mas tudo de forma pensada, planejada e bem executada. Com a bola, o quarteto ofensivo se movimentava sem parar. Uma desatenção e lá estava Bernardo pelo meio e Ronaldinho livre na ponta-esquerda. Outra e lá estava Jô recuando para Tardelli fazer a infiltração em diagonal. Tudo isso com uma velocidade incrível. Isso sem contar com as chegadas dos volantes, dos laterais e os lançamentos de Réver.
O Atlético ataca em bloco, voando aos 2 do primeiro tempo da mesma forma que pressiona com o jogo resolvido aos 43 do segundo. É a característica do time. É a vontade de Cuca.
Sem a bola, nada de esperar o adversário no campo de defesa. Mesmo com a marcação de encaixe individual, característica dos times de Cuca, a pressão é quase obrigatória. O 4-2-3-1 se transforma em um 4-1-4-1, que deixa Pierre entre as linhas de 4 para marcar o armador adversário. Todos marcam. Bernard chega até a linha de fundo do seu próprio campo de defesa acompanhando o lateral-direito rival. Tardelli idem pelo lado oposto. Futebol moderno.
E tome-lhe roubada de bola no campo de ataque. E contra-ataque. E velocidade. E gol. Prazer, Atlético Mineiro!
A vantagem no placar não faz Ronaldinho tirar o pé do acelerador. Ele quer mais. E marca, desarma e arma. Bernard segue o ritmo. Tardelli também. Jô, em fase inspirada, participa das tabelas como se fosse um meia-atacante e ainda aparece para finalizá-las como o grande centroavante que é. Mais um gol. Agora dá pra ficar tranquilo?
Nada. Leandro Donizete só para de morder e roubar bolas quando Cuca o tira de campo. Sem os holofotes, é um carregador de piano do time. Taticamente importante, marca e joga. Deu outra dinâmica ao meio-campo, que agora ataca da forma mais vertical possível e se fecha de maneira compacta, sem deixar nenhum jogador adversário sobrando.
Atacando, nenhum time no continente é tão intenso, tão bom como o Atlético. No Brasil, só o Corinthians é tão moderno taticamente. Pode ser que dê tudo errado, mas pelo futebol que vem jogando, o Galo de Cuca merece muito.

Giro pelo mundo

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