" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O 3 a 0 que engana, o brilho do Cruzeiro e a valentia do melhor Botafogo pós-1995

                      Foto: Cristiane Mattos(Agência Estado)



Impossível desmerecer a vitória do Cruzeiro sobre o Botafogo, na noite de ontem, no Mineirão. Mas completamente possível desmaracar a goleada por 3 a 0. O placar final, de fato, não reflete o que foi o jogo. E acaba por desvalorizar uma atuação valente da equipe de Oswaldo de Oliveira, que não se apequenou em nenhum momento do jogo. Talvez uma vitória simples fosse mais justa para o futebol.

Ainda assim, vendo por outro lado, o 3 a 0 valoriza o time que é o Cruzeiro. Valoriza o futebol que joga esse time, o técnico que tem, o elenco que tem. Como pode Júlio Baptista ser reserva? Ah, se pode. Veja, acompanhe, entenda o campeonato que faz Ricardo Goulart. O quanto ele corre, o quanto se dedica, como se movimenta, como cria jogadas! Não pode sair do time...

Willian também não pode sentar no banco. Marelo Oliveira o achou na Ucrânia e ele caiu como uma luva no 4-2-3-1 do time. Em poucos jogos, já se entende perfeitamente com os outros dois meias. É mais uma alternativa de jogo para esse timaço, mais um cara para acelerar o jogo e tornar a equipe ainda mais agressiva com a bola. Vem jogando muito.

Vai tirar o melhor jogador do Campeonato, então? Não dá. O que está jogando Éverton Ribeiro, é brincadeira. Dita o ritmo do time, volta para receber a bola atrás dos volantes, cai pela ponta-esquerda, cai pela ponta-direita, dribla, arma, toca, passa, finaliza, cruza. E ainda tem perna para voltar para marcar e desarmar o adversário. Monstruoso.

Ontem, os três meias do Cruzeiro foram muito bem de novo. Os volantes também: Lucas Silva anulou Seedorf em boa parte do jogo. Ceará atacou com uma força que há muito tempo não se via. Nílton marcou demais e foi premiado com um golaço. Bruno Rodrigo foi quase perfeito - teria sido, se não tivesse feito um pênalti. Dedé voltou a jogar bem. E o time fez um partidaço, sobretudo no primeiro tempo: adiantando marcação, pressionando a saída de bola, acelerando o jogo pelos lados. No segundo tempo, tirou um pouco mais o pé e, mesmo assim, teve em Júlio Baptista a experiência e a tranquilidade para decidir o que já estava praticamente decididio depois do pênalti perdido por Seedorf.

Mas é preciso saber enaltecer a atuação do Botafogo ontem. Mais do que isso, é dever reconhecer o quão forte é este Botafogo de Oswaldo de Oliveira. Enfim, o clube parece ter se librado do estigma de amarelar em jogos grandes, em retas finais de campeonato, em decisões. Ontem, o time foi valente, guerreiro. Gigante. Não se abateu em nenhum momento do jogo. Acabou levando dois gols no segundo tempo, mas, no geral, fez um bom jogo. Com a bola no chão, passes rápidos, imposição tática, características do segundo melhor futebol jogado no país atualmente.

O melhor Botafogo pós-1995 tem grandes chances de conquistar o Brasileiro de 2013. O problema é que há um Cruzeiro fantástico no caminho. E com mais chances. Se um dos dois times jogasse qualquer outro campeonato nos últimos anos, talvez tivesse mais chances de ser campeão com mais facilidade. Melhor para o futebol, que verá, até dezembro, uma disputa de título sensacional.

sábado, 14 de setembro de 2013

Everton se reinventa com Roberto Martínez



Planejamento é preciso para ser vencedor na disputada Premier League. Com o mercado de transferências em efervescência, é fundamental ter boas opções de reposição para as eventuais perdas. O Everton que o diga. Depois de ver um dos treinadores mais marcantes da história do clube e o destaque do time nas últimas temporadas saírem para o Manchester United, foi preciso achar alternativas para manter o clube competitivo.

Sem David Moyes e Fellaini, a diretoria do clube não poderia perder mais ninguém. Por isso fez de tudo para segurar o lateral-esquerdo da seleção ingles Leighton Baines. Junto com a permanência do camisa 3, ídolo da torcida e referência para os mais jovens, vieram contratações pontuais, como a do experiente volante Gareth Barry, além da promessa das categorias de base do Barcelona Gerard Deulofeu e dos atacantes Arouna Koné e Lukaku.

Mas, por enquanto, o melhor reforço do time é destaque no banco de reservas. Roberto Martínez chegou depois de trabalhos surpreendentes e elogiáveis no  Wigan. Em quatro jogos, fez o time esquecer o estilo de jogo impregnado na filosofia de David Moyes e na dependência em Fellaini. Fez o time colocar a bola no chão e aprender a jogar com paciência. Primeiro vieram 3 empates. Faltava a vitória. E ela veio justamente no jogo mais complicado.

Contra o Chelsea, em casa, o Everton não foi aquele time de temporadas anteriores, que marcava sob pressão em casa e abusava das bolas longas. Com Barry comandando e regendo a saída de bola e Barkley disposto a ser o novo maestro do 4-2-3-1 azul, o time de Martínez não apela para os chutões. Sempre sai tocando. Principalmente pelos lados. E com paciência, calma, sobriedade. Não à toa é o time que mais teve a bola na Premier League até agora, ostentando uma posse de bola à la Barcelona.

Dificilmente você vai ver os zagueiros do Everton dando chutões para sair jogando. Quase impossível. Esse novo Everton gosta de jogar com a bola no chão. Por isso, não força passes complicados, lançamentos difíceis. Trabalha a jogada até a criar uma oportunidade clara de gol.

No gol que deu a vitória sobre o Chelsea, neste sábado, no Goodison Park, a jogada começa na esquerda. Sem pressa, Baines volta o jogo no meio. Barry aciona Naismith, que joga com Barkley. O camisa 20 segura a bola, espera Osman se projeta para acionar o volante, que cruza na medida para Jelavic ajeitar para Naismith, já dentro da área.

Talvez o Everton versão 2013-14 não seja tão ofensivo e vertical como o time de Moyes. Mas, sem dúvidas, é uma equipe mais consciente e inteligente. Com Barry organizando o começo da jogada, Barkley ditando o ritmo do setor ofensivo junto com a intensidade de Naismith e Mirallas, é um time legal de se ver jogar. E que muito podemos esperar. Só falta Jelavic desencantar para o mundo inteiro acreditar no Everton.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O Flamengo de Elias precisa de novas alternativas

Com menos de um minuto de jogo, João Paulo já estava tentando bater o lateral diretamente para a área adversária. O Flamengo começava o jogo pressionando, mas sem organização. Bolas rifadas da zaga pra Marcelo Moreno se virar contra Dedé. Cruzamentos de todos os lugares na esperança de alguém botar a bola pra dentro das redes.

O Flamengo que não bota a bola no chão para pensar e organizar o jogo faz tudo com pressa. Acelera a transição, força o jogo pelos lados e sofre nos contra-ataques e na marcação.

A sorte é que no Flamengo joga Elias, dono do time. Com a faixa de capitão, carrega a esperança da maior torcida do Brasil com a mesma intensidade com a qual rompe defesas e ganha divididas. O volante que marca, arma, passa e decide carrega o time de Mano Menezes nas costas.

De vez em quando conta com a ajuda de alguns. Como ontem, noite em que Wallace e Chicão foram bem nas disputas individuais e Luiz Antônio comeu a bola na cabeça de área. Até Paulinho, que não vinha entrando bem, arrebentou - como lateral-direito(!).

Mas é Elias o cara. O cara que rouba a bola que gera o contra-ataque perigoso. O cara que se mexe bem em qualquer lugar do campo, como se soubesse jogar em todas as posições. E sabe. Aos 42 minutos da partida de ontem, ele virou centroavante. Fingiu entrar para receber o cruzamento, recuou e teve total liberdade para acertar um chute preciso, sem chances para Fábio.

O cara do Flamengo decidiu mais uma vez. Mas Mano Menezes precisa arranjar alternativas para o time. Não pode ter em campo um bando correndo pra todos os lados e jogando bolas na área de qualquer forma. É preciso imprimir um ritmo, arranjar um padrão de jogo e formar uma equipe. Só assim o Flamengo vai longe na Copa do Brasil.

domingo, 30 de junho de 2013

Crônica da final dos nossos sonhos



Adjetivos, eu que tanto gosto deles, onde estão? Onde estão os adjetivos para definir o jogo de hoje? A final dos nossos sonhos, a atuação mágica, irretocável, perfeita. Sim, ela existe! No dia em que a torcida fez as pazes de vez com a Seleção, o time campeão voltou com estilo. Veja, reveja, analise a partida de hoje. O que foi isso? O que foi o primeiro tempo da Seleção? E o segundo? A Espanha foi atropelada. A. Espanha. Foi. Atropelada.
Pois bem, não há outra definição para a vitória brasileira na final das Confederações. Quando um time acerta tudo e não erra praticamente nada, é difícil para o oponente não perder. Quando esse time joga em casa, apoiado por mais de 70 mil pessoas e ganha todas as divididas, fica impossível vencê-lo. Esse time hoje foi o Brasil. Felipão mandou a campo onze jogadores com uma certeza na cabeça: ser campeão.
O Xavi podia fazer aqueles lançamentos que só ele faz pro Pedro, que o Marcelo chegaria na frente. O Iniesta poderia proteger a bola com a maior concentração da sua vida - e como ele faz isso bem! - que em alguma hora, em algum momento, o Luiz Gustavo iria roubá-la. Queridos leitores, permitam-me dizer que só um palavrão para resumir a atuação desse volante hoje: pqp, o que jogou o camisa 17? Um absurdo. Um bote mais certo que o outro, tranquilidade no primeiro passe, inteligência para aprofundar como terceiro zagueiro. Que jogo do volante do Bayern, que mostrou jamais esquecer como ganhar de espanhois.
E o Thiago Silva? Pode esse cara ser do nosso mundo? Como ele consegue antecipar uma bola que o Fernando Torres já tinha praticamente dominado? E ainda sai jogando como se tivesse caminhando no calçadão. Ameaça fazer um lançamento e...toma um drible, Mata! Passe certo. O Paulinho podia até não ser o Paulinho dos últimos anos, e errar um passe que o capitão brasileiro chegaria com um desarme certeiro. E sairia jogando bem de novo. Porque ele é um monstro e não erra.
Para melhorar, quem joga do lado dele é um jovem zagueiro que já tem tudo para ser um outro monstro. Precisa ser menos ansioso. Menos inconsequente. Se for, vai formar com Thiago Silva uma das melhores duplas de zaga da história. Porque o que joga de bola o David Luiz não é brincadeira. Que tempo de bola! Não erra um domínio. Cai na esquerda, e ele pega de primeira para armar um contra-ataque. Muita qualidade. Se não bastasse, ainda tem a velocidade que falta a muitos zagueiros técnicos como ele. Foi dele o quase-gol mais comemorado do torneio, ao salvar um quase-gol de Pedro. Quanta ironia. Logo ele, que queria tanto marcar um gol decisivo e quase jogou no ralo sua ótima participação na Copa das Confederações contra o Uruguai. Hoje, se redimiu com maestria. Jogou demais!
Quem também jogou demais foi Neymar. Como contra o Japão, o México, a Itália e o Uruguai. Não à toa foi eleito o melhor da competição. A capacidade desse menino em destruir defesas é fenomenal. Deitou e rolou sobre a melhor defesa do mundo para quase todo o mundo. Expulsou Piqué, substituiu Arbeloa e provou que a sua canhota é tão boa quanto a sua excelente perna direita. 
E que passe do Oscar! O 10 que joga com a 11 e, discreto, faz a diferença abrindo espaços, ditando o ritmo com toques rápidos ou lentos dependendo de como esteja o jogo. De repente, uma assistência. De repente, uma enfiada de bola magistral. De repente ,Oscar ganhou o jogo com dois toques na bola. Oscar come quieto, pelas beiradas. Mas devora defesas.
Fred também devora. Na maioria das vezes, com um toque só na bola. Não importa o jeito, a força, a maneira como ele toca na bola. O importante é aonde ela morre. Sempre no fundo das redes. Contra a Espanha, fez dois: um deitado, arrastando a perna e chutando por cima de um Casillas já caído, outro com estilo, tirando de um Casillas bem colocado. Fred é versátil, técnico e, principalmente, matador. Hoje provou que pode e vai ser o 9 do Brasil na Copa.
Estava quase me esquecendo Hulk. Mentira. Deixei um dos jogadores mais injustiçados com a camisa amarelinha por último de propósito. O Hulk, que muita gente por aí diz que não joga nada, que deveria estr longe da seleção brasileira, joga bola. Joga muita bola. E marca. E ajuda Daniel Alves. E fecha os espaços. Ainda tem perna para puxar contra-ataque. Hoje ele fez tudo isso e ainda criou a jogada do primeiro gol, participou do segundo e saiu aplaudido pela primeira vez. Mereceu. E merece muito ser titular. Ainda bem que Felipão entende bastante de futebol.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Conheça o 'novo Cristiano Ronaldo', o jovem reforço do United que destruiu na segundona inglesa



Ele é muito rápido, ótimo driblador, gosta de jogar com esparadrapos no meião e nos pulsos e fez o Manchester United gastar milhões de libras. O roteiro é familiar, não? Pois é, mas não estamos falando de Cristiano Ronaldo, e sim de um meia-extremo marfinense que vem fazendo os ingleses babarem com seu futebol. Aos 20 anos, Wilfried Zaha fez uma temporada brilhante na segundona inglesa, carregando o Crystal Palace de volta à elite.

As semelhanças com o astro português já vinham chamando a atenção de diversos clubes grandes da Inglaterra. Mas nenhum deles se impressionou tanto com Zaha quanto o United. O garoto fez o que quis com os defensores de Alex Ferguson em uma partida no ano passado. Em janeiro, depois de perder Ashley Young com uma contusão no joelho, o antigo treinador dos Red Devils ordenou que contratassem o marfinense o mais rápido possível. Foi então que a diretoria abriu os cofres: 15 milhões de libras pelo jogador.

Ao contrário do que queria Ferguson, porém, o Crystal Palace só aceitou liberar sua joia com a condição de tê-lo emprestado até o fim da temporada. E valeu muito a pena. Zaha foi, de longe, o melhor jogador da segunda divisão inglesa. Na partida decisiva, nesta segunda-feira, foi o melhor em campo e ainda sofreu o pênalti que recolocou o time na elite nacional.

As atuações de gala e o jeito marrento de jogar bola, sempre com dribles abusados e elegantes na ponta-esquerda encantaram o treinador inglês Roy Hodgson, que o convocou para o amistoso contra a Suécia.  E quase que ele não aceitou. Dias antes, Didier Drogba havia ligado para ele, a fim de convencê-lo a jogar pelo seu país natal. Zaha preferiu o English Team, e pelo twitter resumiu a atual fase de sua vida:  "Uau, está acontecendo tudo tão rápido".

Depois de perder o maior treinador da história do clube e um de seus maiores ídolos, ambos aposentados, a torcida do Manchester United renova suas esperanças para a temporada que vem. Justamente com aquele que já é considerado precocemente - mas com uma certa dose de razão - o "novo Cristiano Ronaldo". Que o Teatro dos Sonhos não intimide o novo mágico marfinense.

Minhas apostas para o BR-13

O ideal seria fazer as apostas antes do início do Brasileirão, mas não consegui. Com uma rodada de atraso, seguem meus palpites para o Brasileiro deste ano:

Campeão: Corinthians

Com a base mantida e sem ter de se preocupar com outras competições, o conjunto de Tite é o grande favorito. 

Libertadores:  Botafogo, São Paulo e Cruzeiro.

O time de Oswaldo de Oliveira vive um primeiro semestre em grande fase e , com uma ou outra contratação, pode até brigar pelo título. Pelo elenco e pelo treinador que tem, o São Paulo tem tudo para chegar entre os 4 primeiros. Para fechar a lista, o Cruzeiro de Marcelo Oliveira, que tem em mãos um time ofensivo e bastante competitivo, com ótimos nomes em todos os setores do campo.

Surpresas positivas: Atlético-PR e Goiás

Apesar da goleada sofrida logo na estreia, aposto muito no Goiás. Tem um bom treinador e uma base bem consistente. Do meio pra frente, tem time para surpreender os favoritos. Assim como o Furacão, que dedicou quase todo o primeiro semestre na preparação para o Brasileiro. Chega forte para a disputa.

Rebaixamento: Náutico, Criciúma, Bahia e Portuguesa.

Desse grupo, o Criciúma é quem mais parece ter forças para se safar. O resto é fortíssimo candidato a jogar a Série B em 2014.

Artilheiro: Borges

Revelações: Gabriel, Flamengo; Geraldo, Coritiba; Éverton Ribeiro, Cruzeiro.

Craque: Seedorf

Melhor técnico: Tite

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dono do Brasil aos 21, chegou a hora de Neymar conquistar a Europa


Quando eu tinha, sei lá, uns 8 anos de idade, imaginava que, aos 21, já teria muita coisa conquistada na vida. Todo mundo espera ter alguma coisa com duas décadas de vida: um carro, uma namorada, um emprego bom, experiência, grandes amizades, boas histórias. Todo mundo espera já ter vivido uma parte da vida. E, se possível, aproveitado. Neymar também esperava. Craque que sempre foi, devia esperar se tornar jogador profissional, jogar em um clube grande, construir a carreira que o pai não conseguiu. Devia esperar feitos legais para a sua vida. Como qualquer garoto.

Mas Neymar foi um pouco além. Só um pouco. Aos 21 anos, é o melhor jogador brasileiro em atividade, ganha o maior salário do futebol nacional, é o esportista mais conhecido do continente e consegue ser disputado por gigantes europeus. Neymar é um monstro: craque reconhecido por todos, ídolo de todos, unânimidade. Aos 21 anos!!!!
anos...

Neymar tem carrão, uma namorada que muito marmanjo por aí gostaria de ter e vai jogar no melhor time do mundo. Ele é o jogador mais bem pago do país e, com certeza, possui a imagem mais valorizada da história do esporte nacional. Tudo isso aos 21 anos de idade.

É verdade que muitos, aos 20 anos de idade, já conquistaram muito. Pelé, aos de 17, foi campeão do mundo. Aos 21, bi. Com menos de 25, já era considerado um rei. E sempre teve gente no seu pé, criticando, desmerecendo. Inoportunos de plantão.

Brasileiro gosta de ser do contra. É algo cultural, que vem das raízes do nosso povo. Talvez a generalização seja um pouco pesada, mas no fundo, é verdadeira. E como...

É claro que com Neymar não seria diferente. Tem gente que acha que " ele não é tudo isso", que é supervalorizado, cai-cai, marketeiro, marrento, metido demais, craque de menos. Tem muita gente do contra. Ou louca. Cega. Ignorante. Neymar é tudo isso e muito mais. Vai ser o melhor do mundo. Vai arrebentar no Barça, na Seleção e aonde quer que jogue.

Obrigado por ter feito do futebol brasileiro mais brasileiro enquanto esteve por aqui, Neymar. Agora chegou a hora de alçar voôs maiores. Você vai ser muita coisa, moleque.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Palmeiras perdeu para si mesmo

O time do Palmeiras não é bom. Mas também não chega a ser ruim. Pode não ter qualidade para dominar e vencer jogando bola um jogo contra o Atlético Mineiro. Mas não é menos time que o Tijuana. E por isso não pode deixar de controlar uma partida decisiva contra a equipe mexicana. 

Não podia ter deixado o nervosismo falar mais alto que a tranquilidade para fazer o time jogar. Não podia ter deixado o jogo se perder na violência e nos erros do péssimo Juan Soto.

A falha de Bruno não pode acontecer em momentos decisivos. P casa treina todo dia, ganha pra fazer isso. Mas acontece. E Bruno não vai deixar de ser um bom e promissor goleiro por causa desta noite. Porém, pior do que a falha do camisa 1, pior do que a falta de técnica do time, pior do que todos os problemas táticos, é perder para um time inferior por não ter conseguido ter tranquilidade para jogar futebol.

Desde o início, faltou calma e confiança ao Palmeiras, crer que o time tinha tudo para passar de fase. A torcida mostrou o caminho, apoiou, fez uma festa incrível quando o time entrou em campo. Mas o time não acreditou em si mesmo. E começou a tentar ganhar na marra, na violência. E a se perder no jogo.

Kleina tentava ganhar o meio-campo liberando Charles para transformar o 4-2-3-1 no mesmo 4-1-4-1 do Tijuana. De nada adiantava. Seus jogadores seguiam nervosos, acelerando o jogo quando era pra cadenciar, entrando forte, marcando de forma desorganizada.

Veio a trágica falha de Bruno e o desespero do time tomou conta de vez do ambiente após o segundo gol. Souza diminuiu e renovou as esperanças. Mas faltava tudo a essa hora. Faltava, inclusive, tranquilidade para tentar fazer o que o nervosismo impediu durante todos os 90 minutos: uma jogada trabalhada.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Galo joga o melhor futebol do continente. No Brasil, só o Corinthians é tão moderno




Mal começa o jogo e lá está o Atlético Mineiro pressionando. Já na saída de bola, jogada ensaiada que em toda partida leva perigo: lançamento de Réver para escorada de Jô. Hoje, quase resultou em gol. O lance, nos primeiros segundos de jogo, serve como exemplo para a principal virtude do time no ano: a intensidade.
Durante os 90 minutos, são raros e rápidos os momentos em que o time do Atlético Mineiro não joga no limite. É o tempo inteiro correndo, marcando, acelerando. Se matando. Tudo aliado a uma tremenda organização tática. Padrão Cuca de qualidade.
Contra o São Paulo, hoje, no Independência, a impressão era que o Galo jogava a mil por hora e o São Paulo a dez por hora. Um verdadeiro atropelamento. Pela direita, pelo meio, pela esquerda, com lançamento vindo de trás, com tabelas rápidas. O Galo voava em campo. E não deixava o jogo esfriar.
Mas tudo de forma pensada, planejada e bem executada. Com a bola, o quarteto ofensivo se movimentava sem parar. Uma desatenção e lá estava Bernardo pelo meio e Ronaldinho livre na ponta-esquerda. Outra e lá estava Jô recuando para Tardelli fazer a infiltração em diagonal. Tudo isso com uma velocidade incrível. Isso sem contar com as chegadas dos volantes, dos laterais e os lançamentos de Réver.
O Atlético ataca em bloco, voando aos 2 do primeiro tempo da mesma forma que pressiona com o jogo resolvido aos 43 do segundo. É a característica do time. É a vontade de Cuca.
Sem a bola, nada de esperar o adversário no campo de defesa. Mesmo com a marcação de encaixe individual, característica dos times de Cuca, a pressão é quase obrigatória. O 4-2-3-1 se transforma em um 4-1-4-1, que deixa Pierre entre as linhas de 4 para marcar o armador adversário. Todos marcam. Bernard chega até a linha de fundo do seu próprio campo de defesa acompanhando o lateral-direito rival. Tardelli idem pelo lado oposto. Futebol moderno.
E tome-lhe roubada de bola no campo de ataque. E contra-ataque. E velocidade. E gol. Prazer, Atlético Mineiro!
A vantagem no placar não faz Ronaldinho tirar o pé do acelerador. Ele quer mais. E marca, desarma e arma. Bernard segue o ritmo. Tardelli também. Jô, em fase inspirada, participa das tabelas como se fosse um meia-atacante e ainda aparece para finalizá-las como o grande centroavante que é. Mais um gol. Agora dá pra ficar tranquilo?
Nada. Leandro Donizete só para de morder e roubar bolas quando Cuca o tira de campo. Sem os holofotes, é um carregador de piano do time. Taticamente importante, marca e joga. Deu outra dinâmica ao meio-campo, que agora ataca da forma mais vertical possível e se fecha de maneira compacta, sem deixar nenhum jogador adversário sobrando.
Atacando, nenhum time no continente é tão intenso, tão bom como o Atlético. No Brasil, só o Corinthians é tão moderno taticamente. Pode ser que dê tudo errado, mas pelo futebol que vem jogando, o Galo de Cuca merece muito.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sucesso do Borussia vai além do futebol vistoso e eficaz

                                           O treinador Jürgen Klopp, um responsável direto pelas glórias do clube

Do time que deitou e rolou sobre o Real Madrid hoje, sete jogadores são titulares há três anos no clube. A defesa é a mesma das últimas três temporadas. E o estilo de jogo da equipe continua o mesmo desde que Jürgen Klopp assumiu como técnico: futebol vertical, marcação pressão variada com combate compacto no meio e muita intensidade com a bola nos pés. Planejamento, talvez, seja a melhor forma de explicar o sucesso do Borussia Dortmund.

Desde o lado financeiro do clube, resolvido pelo presidente aos poucos na última década, até a formação de um time vencedor, foram necessárias algumas temporadas. Era preciso tirar o clube da lama, da falência e montar uma base vencedora. Com a ajuda da diretoria, Klopp conseguiu. E, com planejamento, foi capaz de passar por cima de obstáculos complicados, como a perda de jogadores importantes a cada temporada para os chamados gigantes europeus.

Pegue o time campeão alemão em 2011, o primeiro a encantar o país e chamar a atenção do continente: Weidenfeller, Piszcezk, Subotic, Hummels e Schmelzer; Bender, Sahin; Kuba, Kagawa e Götze; Barrios. Esse time jogava a mesma bola que o time de hoje. O mesmo estilo, as mesmas jogadas, a mesma formação tática. Tinha ima diferença ou outra pelas características dos jogadores. E mesmo após perder nomes importantes daquela temporada, como Sahin, Kagawa e Barrios, Klopp conseguiu manter o time voando. O segredo? Reposição à altura.

Sahin foi vendido para o Real  Madrid e Klopp foi até Nürnberg buscar Gündogan. Hoje, o antigo titular está emprestado pelo clube merengue ao Borussia e é reserva de Gündogan. Kagawa foi para o Manchester United e rapidamente Götze assumiu com personalidade a função de cérebro do time. Logo em seguida, Rëus chegou do Borussia M'dGladbach por pouco mais de 7 milhões de euros. Hoje, vale mais de 30 milhões. Na frente, Barrios foi vendido para o futebol asiático. A solução foi dar uma chance ao jovem e criticado Lewandowski. Hoje, o polonês é unanimidade no time e ídolo da torcida.

Com planejamento e inteligência, o Borussia se organiza fora de campo para fazer o time voar dentro dele. Repleto de jovens craques e um baita treinador no banco, tem o favoritismo para fazer a final da Champions com o Bayern. Logo o Bayern, que vai tirar o título nacional, o camisa 10 e talvez o matador de Dortmund. Não tem problema. Já já Jürgen Klopp acha um novo craque para fazer o time andar e as taças brotarem. Viva o Borussia, o time que joga demais dentro e fora das quatro linhas.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Baile do Bayern começou com os volantes e a melhor forma de anular Messi

Perguntado sobre qual seria o segredo do Barcelona, Guardiola respondeu de forma simples e direta: "Messi". Como marcar Messi? Esta é a pergunta que martela na cabeça de todos os treinadores que enfrentam o Barcelona. Hoje, Jupp Heynckes não descobriu a fórmula secreta, mas foi capaz de selecionar ingredientes importantes que fizeram seu time atropelar o esquadrão catalão. O principal deles: anular quem faz a bola chegar até Messi.

No 4-2-3-1 que encanta a Alemanha e a Europa, o time alemão começou o jogo pressionando. Sufocando o Barcelona no campo de ataque. Sem a bola, esbanjava preparo físico na recomposição. Assistia ao time espanhol tentar impôr seu jogo horizontal de toques e mais toques e infiltrações com Messi. Mas a bola não chegava em Messi. Não, porque Javi Martínez e Schweinsteiger protagonizaram uma atuação perfeita na cabeça de área bávara. Jogando e marcando, anularam Xavi e Iniesta.

Mas e Daniel Alves? Jordi Alba? E Busquets, com seus passes verticais e rápidos? Eles não podiam servir o argentino? Até podiam. Mas não conseguiam. Faltava espaço, tempo, oportunidade. O Bayern não deixava. Pelos lados, os meias-extremos Ribéry e Robben acompanhavam os laterais culés e contra-atacavam nas suas costas. Pelo meio, Müller engolia Busquets com e sem a bola. Junto com Schweinsteiger, o garoto alemão foi um dos melhores em campo na tarde desta terça-feira, em Munique.

E assim Messi não jogava. E o Barça travava. Visivelmente fora das condições ideais, o argentino chegou a receber uma ou duas bolas em condições de fazer uma boa jogada. Mas parou na marcação adversária, quase sempre roubando bolas antes do Barça conseguir entrar na sua área. Menção honrosa para Dante, mais uma vez jogando por ele e por Van Buyten, em mais um dia inspirado, ajudando até nas jogadas ofensivas. Pelas laterais, Lahm bloqueava Sanchez e Alaba deitava e rolava sobre Pedro. O jovem lateral-esquerdo deu mais uma prova de sua recente evolução como titular do Bayern e fez um baita jogo, com direito a assistencia para o último gol.

Sem criatividade e sem Messi, a principal solução de improviso do time, o Barça sucumbiu aos erros defensivos. Tito Vilanova passou o ano inteiro improvisando jogadores na zaga, ao lado de Piqué. No jogo do ano, escalou um garoto. Bartra está quase pronto para jogar o campeonato espanhol. E muito verde para entrar em uma semifinal de Champions. A explicação dada pelo treinador era de que Bartra é o único zagueiro de boa estatura, e isso seria fundamental para marcar o jogo aéreo do Bayern e Mario Gómez. De nada adiantou. O Bayern venceu o jogo com dois gols resultantes de bolas alçadas à área, explorando a falta de comunicação da zaga catalã, que falhou em todas as bolas pelo alto.

Com a vatangem numérica desde o primeiro tempo, o Bayern parou de correr riscos e se fechou. O Barcelona partiu pra cima, de toque em toque, tentando achar Messi ou uma infiltração decente de Pedro ou Sánchez. Achou um contra-ataque sensacional puxado por Ribéry, que marcar o lateral até o fim e não desiste. De Ribéry para Schweinsteiger. Do melhor volante do futebol alemão e um dos melhores do mundo, para Robben. Ah, o Robben. Que corre sem parar e só corta para perna esquerda. Robben levou para a direita, ajeitou o corpo e fez um golaço. Logo em seguida, Müller completou o baile. Show alemão.

Esqueça os erros de arbitragem e a condição física de Messi, que entrou no sacrifício para um dos jogos mais importantes da temporada. Por mais que tenham sido decisivos, não são capazes de ofuscar o brilho da vitória alemã. Hoje, não tinha ninguém capaz de parar o Bayern e seus craques. Com 4 gols de vantagem e uma capacidade de contra-atacar excepcional, é quase impossível acreditar que o Barcelona conseguirá chegar a mais uma final de Champions League.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A torcida que canta e vibra tem, enfim, um time que corre e grita




Você, torcedor palmeirense, não vai ver o seu time tocando a bola como o Barcelona. Nem atacando em bloco com o mesmo brilhantismo do Bayern de Munique. Mas hoje foi à prova de que o time pode conseguir muito mais do que vexames. Se jogar, se lutar. Se faltar o talento que falta ao Palmeiras em muitas vezes, tem de sobrar disposição. Como hoje, na vitória sobre o Tigre, por 2 a 0.

Seria melhor se a equipe tivesse os dois fatores aliados. Se tivesse um Messi, um Xavi, um Iniesta, um Robben, um Ribery para desequilibrar. Ou um conjunto brilhante. Não tem. Mas tem o suficiente para crescer na Libertadores. Tem Vinicius crescendo como um jogador diferente, capaz de destruir defesas com dribles e passes. E tem garra de sobra. Sobretudo depois da vexaminosa derrota por 6 a 2 para o Mirassol.

E com garra, o Palmeiras começa a construir um time vencedor. Goleiro mais confiante, zagueiros mais sérios, volantes com mais pegada, meias mais criativos e atacantes mais decisivos. E um time mais vibrante, que marca na frente, nao deixa espaços atrás. A bola que estaria perdida para qualquer jogador dias atras, hoje está mais viva do que nunca. Para Charles Guerreiro, Marcio Araujo guerreiro, Souza guerreiro, Ayrton guerreiro, Vinicius guerreiro e todos os outros guerreiros.

A torcida que canta e vibra enfim ainda não tem um supertime para fazer mais de 100 gols em seis meses, talvez nem mesmo um grupo para chegar longe na Libertadores. Mas hoje, percebeu que tem um time bem leal a ela mesmo. Um time que corre e grita. E se mata por ela e pelo Palmeiras.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Ney Franco e os 3 zagueiros...



Quando era coordenador de base da CBF, Ney Franco se preocupava muito com a formação dos jogadores dos grandes clubes brasileiros. Antenado nas inovações dos europeus, elaborava relatórios, marcava reuniões e fazia de tudo para orientar os responsáveis pelas divisões de base brasileiras. Acima de tudo, Ney sabia - e sabe até hoje - da importância que é ter uma base com filosofia de jogo, bem estruturada, com um planejamento forte. É o que fez e faz a Espanha, o Barcelona...
Entre as recomendações, um olhar mais profundo para os aspectos táticos era quase uma ordem do então coordenador. No livro de objetivos, o primeiro a ser riscado era o retrógrado esquema com três zagueiros. "Temos que acabar com isso no Brasil", dizia Ney Franco. Com razão. Não que o sistema com um trio de zaga seja ruim. Pode dar certo. Mas hoje, em um futebol cada vez mais dinâmico, de volantes modernos, laterais com consciência tática, meias com funções defensivas e times que jogam até sem a bola, apelar para um 3-5-2 da vida é regredir.
Ney Franco sabe disso. E naturalmente sabia o quanto seria criticado quando mandou a campo ontem, pela Libertadores, o São Paulo escalado no 3-5-2. Logo ele, que tanto defendeu a abolição dos três zagueiros na base, acabou servindo como um péssimo exemplo para os garotos que estão começando.
Se não bastasse a mudança impactante do sistema de jogo, Ney escalou um trio que só havia treinado junto uma vez. E mesmo que Rafael Tolói já tivesse jogado assim no Goiás, que Lúcio já tivesse sido campeão do mundo nesse esquema e que Edson Silva tenha aparecido para o futebol como terceiro-zagueiro, era muito arriscado. O preço acabou sendo caro. Sem se entender, a zaga ficou perdida o jogo inteiro e falhou nos dois gols do Arsenal de Sarandí, ambos após rebatidas mal feitas.
Já no fim do jogo, o São Paulo teve uma, duas, três, quatro boas chances para virar a partida. A trave, o azar e a feliz noite do goleiro Campestrini não deixaram o placar sair do 1 a 1. Diga-se de passagem que faltou, também, competência ao time tricolor. Ou melhor, ao ataque tricolor. Porque à defesa, faltou tudo.
É impossível dizer que, no 4-2-3-1 o time teria jogado melhor, a zaga teria rendido mais e o resultado teria sido outro. Mas, sem sombras de dúvidas, seria a escalação mais segura para um jogo importante fora de casa. Talvez, a dupla de zaga não ficasse tão perdida e os laterais saberiam como se posicionar e o que fazer em campo. Seria, no mínimo, mais fácil.
É bom deixar claro que, apesar de considerar o esquema com três zagueiros um retrocesso para clubes brasileiros, eu consigo ver times rendendo bem como tal. Basta aderir ao contexto do futebol moderno e preparar o time para jogar de tal forma. O Atlético Mineiro do Cuca é o grande exemplo disso. Cansou de jogar com três zagueiros de forma dinâmica, envolvente, vitoriosa. Para isso, preparou os jogadores, programou treinos, montou uma estrutura tática. Tudo que o São Paulo não fez nem teve ontem.


quarta-feira, 6 de março de 2013

Sem Ibra e com meio-campo omisso, PSG se classifica jogando mal



Faltou muita coisa pro Paris Saint-Germain justificar a confiança que muitos vêm depositando no time nesta Uefa Champions League. No empate em 1 a 1 diante do Valência, em Paris, o novo milionário europeu jogou mal. Foi dominado pelos espanhóis, suou para conseguir o empate e quase levou o segundo no fim da segunda etapa. Mas se classificou. E, depois de 18 anos sem jogar as quartas de finais, isso já vale muito.


Faltou, sobretudo, meio-campo. No 4-3-3 favorito de Ancelotti, sem Verratti, o time ficou lento e pouco criativo com a bola nos pés. Os volantes responsáveis por fazer a bola chegar ao trio de ataque só se preocuparam em marcar. E o fizeram bem, compactando o time sem a bola num 4-4-2 de difícil penetração. Mas com ela nos pés, foram mal. A exceção ficou por parte de Matuidi, um leão na marcação e o único a arriscar algo, a aparecer no ataque.

Na frente, Pastore abria pela esquerda e acompanhava as subidas de Barratán. Na direita, Lucas tinha total liberdade e nenhuma obrigação defensiva. E, por incrível que pareça, fez partida apagada, como a maior parte do time. 

A postura um tanto quanto defensiva do time, apesar do esquema atirado, ajudou a travar a equipe. Sem a bola, não marcava pressão, não roubava bolas no ataque, deixava o Valência ter calma para pensar e criar com a bola. Jogando em casa, ainda mais num torneio mata-mata é fundamental que o time se imponha, controle o jogo. Aliás, é o que costuma acontecer com os times do italiano Carlo Ancelotti. Hoje não aconteceu.

Ao menos, a defesa teve atuação correta. Voltando de lesão, Thiago Silva foi bem. Nas laterais, algumas dificuldades, mas tudo se acertou com o tempo. Na cabeça de área, Matuidi comeu a bola. Anulou Parejo e ajudou Thiago Motta a tirar Tino Costa da partida.

Isso tudo sem Ibrahimovic. O sueco fez falta. apesar do gol decisivo, Lavezzi nem de longe conseguiu ser a referência que Ibra costuma ser. Com o artilheiro e destaque da equipe na temporada, o PSG tende a se fortalecer muito mais. Os erros de hoje podem servir como lições.

terça-feira, 5 de março de 2013

O erro da arbitragem não pode apagar a crescente merengue

O Manchester United ganhava um jogo truncado e muito difícil, em casa. Sofria para marcar o ótimo time do Real Madrid, tinha dificuldades para conter a posse de bola e acalmar a partida. Por isso, seguia apostando em acelerá-la em contra-golpes, quase sempre com Welbeck e Nani. Eis então que o árbitro turco resolve exagerar após uma dividida entre Nani e Arbeloa. Expulsou o português e ajudou a decidir o jogo.

Isso porque logo após a expulsão equivocada de Nani, o Real virou o jogo, com um golaço de Modric e outro de Cristiano Ronaldo. Até os gola merengues, o Manchester vencia e começava a convencer.

Ainda assim, é dever reconhecer as virtudes de um time que chega às quartas de finais com muita moral. Afinal, depois de eliminar o United em pleno Old Trafford, a confiança da equipe comandada por José Mourinho se multiplica. Também pela crescente que atravessam muitos de seus jogadores.

No gol, por exemplo, Diego López começa a calar as críticas com defesas salvadoras e uma dose maior de segurança. Varane, apesar da falha de hoje no gol adversário, cresce a cada jogo com seus desarmes precisos e sua colocação em campo. Na esquerda, o entrosamento com Cristiano Ronaldo faz de Coentrão um lateral mais agressivo e perigoso, e da esquerda o melhor lado do time.

No meio-campo, os volantes seguem sendo muito importantes. E quando bem-marcados, como hoje - por Welbeck - dificultam a rapidez da transição do time. Di María é outra peça-chave. Acelera o jogo, troca de lado com Ronaldo, confunde a marcação. Hoje, contundido no fim da primeira etapa, deu lugar a Kakã, que não foi bem.

Na frente, Higuaín fez grande jogo. Saiu bem da área para abrir espaços ao trio de meias, ganhou a maioria dos duelos com Ferdinand na velocidade e pelo alto e ainda deu a assistência para o segundo gol espanhol. Um dos melhores em campo vai provando que pode ser muito mais decisivo do que Benzema.

Giro pelo mundo

Contato

lucas.imbroinise@terra.com.br

Twitter: @limbroinise

Co-blog: http://boleiragemtatica.wordpress.com