" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Falhas da zaga minam Fla de Luxa



O Flamengo mais uma vez teve posse de bola superior à do seu rival, mesmo fora de casa. Ainda que um pouco sonolento, chegou a controlar o jogo na segunda etapa, quando o placar apontava para 1 a 1. Mas novamente se viu refém de falhas da zaga. E acabou derrotado por 3 a 2, em Florianópolis.

Fato é que o time não jogou bem. Sem muita gana, deixou o Avaí controlar boa parte da partida à base da ocupação de espaços. Com Lincoln inspirado, o time catarinense poderia ter aberto uma boa vantagem na primeira etapa. E, graças aos erros da zaga carioca, ela veio no segundo tempo.

Dessa vez as bobeiras foram coletivas. E previsíveis. Gustavo está longe de ser um bom reserva para um time que briga pelo título brasileiro. E Ronaldo Angelim, aos 34 anos de idade, já pode rever as suas atuais funções no time. Ambos falharam nos três gols do Avaí. Pra piorar, Airton, o grande protetor dos zagueiros rubro-negros, lesionou o joelho e está fora há duas semanas.

Há 5 jogos sem vencer, o time de Luxemburgo sofre queda vertiginosa na tabela. Já é o quarto, atrás dos rivais Botafogo e Vasco, terceiro e segundo colocados, respectivamente. Contra o Bahia, no próximo domingo, no Engenhão, um resultado negativo pode servir como divisor de águas para o clube. Até porque os adversários diretos continuam vencendo. E em boa fase.

Menos mal que Ronaldinho Gaúcho, o grande destaque do time na temporada, continua tirando coelhos da cartola. Foram deles os dois gols da equipe nesta quarta – um deles lindíssimo, olímpico. Com toques refinados, vem fazendo a diferença em lances isolados. Como todo craque.

Thiago Neves, porém, ainda não retornou à boa fase. Acima da média no primeiro semestre, ainda está devendo no Brasileiro. Voltando de lesão, a tendência é que ainda demore a reecontrar a realidade da Copa do Brasil e do Caricoa.

Mesmo sem Thiago em alta, o Flamengo tem ótimas alternativas ofensivas. Com muita força na posse de bola, uma das marcas dos times de Luxemburgo, o Fla-2011 sabe ser paciente com a bola nos pés: joga pelo chão, sabe se movimentar, abrir e criar espaços, esperando o melhor momento para ser fatal.

Todavia, é um time sem defesa segura. E, em um campeonato equilibrado como o Brasileiro, isso é mais do que fundamental para quem briga pela parte de cima da tabela. De nada adianta ser incisivo na frente se a defesa falha todo jogo atrás.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Internazionale, a última chance para Forlán provar que pode brilhar também em time grande




Diego Forlán sempre foi bom jogador. Mas, assim como outros tantos, sofre há algum tempo com a injustiça de jamais ter brilhado por um time gigante. Jogador de time pequeno é do que o chamam. Craque da Copa da África, candidato a melhor jogador da história do Atlético de Madri e, por que não, da seleção uruguaia é o que ele realmente é. Nesta segunda, a Internazionale(ITA) abriu seus cofres para contar com o uruguaio mais badalado dos últimos tempos. E a tendência é de que o investimento valha a pena.

Aos 32 anos, Forlán é um talento que resiste ao desgaste do tempo. Sem nenhuma limitação física evidente, é, atualmente, um dos melhores atacantes do mundo. E dos mais versáteis também. Na seleção, costuma jogar como meia-atacante, função que lhe rendeu o prêmio de melhor jogador da Copa do Mundo de 2010.

Ídolo em Madrid, onde fez história com a camisa do Atlético de Madrid por três temporada, Diego é daqueles jogadores que duram por muito tempo. E, injustamente, nem sempre são reconhecidos. Na Inter, Forlán terá o privilégio de jogar como quer e na posição que preferir, ao lado de jogadores de níveis conceituadíssimos no meio. Portanto, é inegável que se trata de uma oportunidade de ouro para o atacante uruguaio pôr, enfim, um ponto final na falta de reconhecimento de sua brilhante carreira.

É, antes disso, a chance dele provar que pode, sim, brilhar com a camisa de um gigante mundial, como a Inter é. Como é, também, o Manchester United, por onde Forlán passou, mas não foi tão feliz como no Villareal e no Atlético, que estão longe de ser times pequenos, porém, por motivos óbvios, devem ser considerados menores do que Manchester e Inter de Milão.

Seja no meio-campo, fazendo a ligação para o ataque, seja na ponta-esquerda, substituindo o ex-jogador do time Samuel Eto'o, seja no ataque, Forlán tem lugar certo no time titular nerazzuri. Na terra onde Álvaro Recoba já foi rei, ele pode fazer muito mais.

Depois de ajudar no resgaste da Celeste Olímpica, Forlán tem a chance de fechar uma carreira brilhante num time de ponta. Ele merece. Não só pelos números, não só pelas premiações individuais, não só pelo talento. Mas pela história que escreveu.

domingo, 28 de agosto de 2011

Contraste de filosofias no Old Trafford

O Manchester é o primeiro time a ser incluído na lista dos favoritos da Premier League há, pelo menos, 15 anos. Sempre montando times absurdamente competitivos, que nem sempre jogam um futebol agradável aos olhos da torcida e da crítica, o maior campeão nacional da Inglaterra pode não ter nenhuma estrela dentro de campo diversas vezes. Porque vai ser sempre bancado pelo astro que se senta no banco de reservas há 21 anos. Alex Ferguson é o responsável por muita coisa em Manchester. Muitas glórias. Muita história. Muito título.

Quase o mesmo tempo tem Arsène Wenger de Arsenal. São 15 anos à frente do time gunner. São 3 títulos ingleses, 4 Copas da Inglaterra, inúmeras vezes escolhido o treinador do ano. Definitivamente, um vencedor. Mas com uma filosofia de trabalho esgotada. Há seis anos sem títulos, Wenger começa a provar o gosto do insucesso, das críticas, da pressão.

Tudo piorou muito para Arsène neste domingo. Contra o imbatível Manchester United, no Old Trafford, foi massacrado por Alex Ferguson. Um 8 a 2 no placar que deixa a situação do técnico francês praticamente insustentável. E prova, de uma vez por todas, que a fórmula de Wenger já está ultrapassada e, acima de tudo, ineficaz. Contraste absoluto com a de Alex Ferguson, a cada dia mais vencedor, mais elogiado, mais mito.

Investir em jovens prevendo o futuro pode ser bem mais inteligente do que gastar mais tentando montar um time compacto, forte, maduro. O problema é quando esse futuro nunca chega. E as promessas não rendem. Ou, quando rendem, são vendidas. Wenger vive dilema do tipo. Sem conseguir montar um time, lança garotos talentosos há anos, faz o time jogar pra frente, de forma envolvente, mas, na hora da decisão, falta experiência. E os títulos vão por água abaixo. Ou para o Old Trafford.

Não é que Alex Ferguson não lance jovens talentosos. Pelo contrário. No time atual, o goleiro De Gea é uma das maiores promessas do Atlético de Madrid nos últimos tempos. O meio de campo, por exemplo, pode ter Fletcher, Jones ou Cleverly, todos jovens oriundos das categorias de base do United. Na frente, Welbeck é garoto e joia formada e lapidada em Manchester.

A diferença é simples: Ferguson lança os garotos em meio a um time formado por adultos. Um verdadeiro time, no conceito abrangente da palavra. Um time que tem união, entrosamento, formação. E experiência. Um time que tem Ryan Giggs, Rio Ferdinand, Wayne Rooney, Evra, e até há pouco tempo Scholes. Um time que pode acolher e ajudar as jovens promessas. E não depender exclusivamente delas, como faz do Arsenal Arsène Wenger.

Isso certamente explica o passado recente vitorioso do United. E põe em cheque a fórmula da juventude de Arsène. Neste domingo, o atropelamento histórico no Old Trafford pode servir, no futuro, como um marco de mudanças para as duas filosofias.

domingo, 21 de agosto de 2011

Com Tévez no banco, City joga o melhor futebol da Inglaterra

Foto: Tévez assiste, do banco de reservas, à vitória do time neste domingo/(Agência Getty Images)


Ainda não se pôde ver os argentinos Agüero e Tévez juntos em ação com a camisa do Manchester City. Por opção de Roberto Mancini, o segundo foi parar no banco de reservas após muita polêmica envolvendo sua situação no clube e algumas propostas de outros clubes. Enquanto isso, o primeiro vai sendo um dos destaques do time que joga, no momento, o melhor futebol da Inglaterra e, salvo por um acidente imenso e percurso, brigará pelo título da Premier League 2011-12.

Neste domingo, pela segunda rodada da competição, os Citizens pisaram o gramado do Reebok Stadium, em Bolton, como se estivessem pisando no City of Manchester. Assim como na primeira rodada, diante do Swansea, Millner, Silva, Aguero, Dzeko e Cia dominaram os rivais do Bolton, foram melhores durante a maior parte dos 90 minutos e venceram de forma merecida. Sem deixar de jogar um futebol vistoso. 3 a 2: gols de Dzeko(2) e Barry.

Como há mais de 40 anos não acontecia, o City volta a ser candidato ao título da liga inglesa. E está de volta a Uefa Champions League. Depois de anos tendo o nome ofuscado pelo rival quase-xará Manchester United, o lado azul da cidade voltou a sorrir.

Contando talvez com o melhor elenco do país, o time vem voando baixo no 4-2-3-1. Não há quem não esteja bem. No gol, Hart é seguro o suficiente. Na zaga, Kompany é um monstro nos desarmes. Os volantes marcam com muita eficácia e saem pro jogo como meias. O meio de campo...Ah, o meio de campo...Um verdadeiro meio de campo. Puro talento. Silva e Millner. E, na frente, um ataque de dar inveja a qualquer time do mundo: Agüero e Dzeko. Isso tudo com Carlitos Tévez no banco.

Na teoria, um timaço. E na prática também. Roberto Mancini enfim vai conseguindo fazer o time funcionar dentro de campo. E, por enquanto, não há papel de protagonista para Carlitos Tévez, artilheiro e destaque da última Premier League. Talvez até pelas ótimas atuações que Agüero vem tendo. Ora como segundo atacante, ora como terceiro meia-atacante, o argentino tem jogado solto, se movimentando bem, trocando de posições e abrindo espaços nas zagas rivais. Falta, no entanto, arriscar mais.

Arriscar é uma palavra que explica bem a forma do time jogar. Barry, por exemplo, não tem medo de ser feliz. Entre tentativas de lançamentos e chutes de fora da área, uma hora a jogada sai. Neste domingo, saiu um golaço. Silva é outro que gosta de arriscar dribles e passes. E não se cansa de jogar bem. Assim como Millner, um meio-campo que pode ser volante, armador, meia-atacante ou até mesmo winger. Sim, o Manchester City também tem suas versatilidades. Caso, também, do volante Touré, que até temporada passada era o armador do time por dentro.

Com mobilidade e organização tática, o talento se úne a virtudes menos endeusadas pelos amantes do futebol fazendo do City um time completo. Um time que joga com coragem e determinação, sempre de olho na vitória. E que só vem recebendo elogios. Um time que, definitivamente, assusta a todos os outros candidatos ao título da Premier League e, até mesmo, da Uefa Champions League.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Com David inspirado, Vila Nova passa pela líder e mira novos objetivos

Foto: Terra Esportes


David não jogava há 3 meses. Recuperado de uma lesão na clavícula, bancou sua própria escalação contra a sensação da Série B, a líder Portuguesa. Teve muita personalidade e confiança. E provou que podia ter. Com uma ótima atuação, levou o seu Vila Nova à frente, criando e preparando ótimas jogadas para Roni e Cia.

Vale ressaltar, também, a atuação da defesa alvirrubra, impecável em todos os 90 minutos. E principalmente nos minutos finais, quando o time de Jorginho partiu para o tudo ou nada, com quase todos os jogadores no campo de ataque. Mas se não fosse David...

Sobrando no duelo com os volantes lusitanos Ferdinando e Gustavo, o camisa 10 do Vila criou quase todas as tramas pelo faixa central do campo. Ágil, bom driblador, encontrou espaços para arriscar chutes com muito perigo. Num deles, após boa tabela com Roni, acertou o canto esquerdo, sem chances para Weverton. Belo gol que deu a vitória ao time goiano.

Vitória essa que alavanca o Vila na Série B, criando uma série de novas expectativas para o torcedor. Não havia cenário melhor para marcar a estreia, o início do trabalho de Arthur Neto, finalista da Sul-Americana de 2010 com o Goiás. Com a vitória, o time pula da 15ª para a 7 posição – ainda esperando alguns resultados que fecharam a rodada na Série B.

Ainda que os resultados não ajudem, é quase certo que o Vila ganhará uma boa distância da temível zona do rebaixamento. Com um time que prima pelo toque de bola e o ataque, é difícil imaginar outro panorama para a equipe senão na briga por uma das quatro vagas mais ambicionadas do torneio. Ainda mais com David de volta e em forma.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Pastore ressuscita o PSG



Há tempos, a torcida não se via tão eufórica. Desde que o acerto verbal com Javier Pastore foi noticiado, o torcedor parisiense é só alegria. De segunda a sexta, formam-se filas na bilheteria do estádio Parc des Princes e no caixa da loja oficial do clube. Todos querem comprar ingressos e camisas para a próxima temporada. O motivo: há anos o PSG não monta um time tão competitivo e promissor, tanto em âmbito nacional como continental. E grande parte dessa animação se deve à contratação do jovem apoiador argentino, apresentado nesta segunda-feira.

Em meio à multidão que se aglomerava por todo o estádio, a noite parisiense não tinha como começar melhor para os tricolores. Maior contratação da história do futebol francês, Pastore mostrou personalidade de gente grande. Com apenas 22 anos, garantiu não temer a pressão, se mostrando ansioso por estrear. Ao lado de Leonardo, uma espécie de manager do clube, levou os torcedores à loucura. Nem mesmo a fraca chuva que caía no local foi capaz de cessar o ânimo dos fanáticos.

Pastore ainda não provou valer todos os 42 milhões de euros nele gastos, mas tem muito a acrescentar ao Paris Saint-Germain. Dentro de campo, é o meia que faltava para o time de Koumbaouré. Rápido, bom driblador, é um ótima meia-atacante. Juntamente com Ménez e Nenê, tem tudo para formar um ótimo trio entre o meio e o ataque.

Se dentro de campo, o argentino pode ser importantíssimo para o PSG, que não conquista um campeonato francês desde 1994 e uma vaga à Champions League desde 2004, fora dele, também ajudará. E muito. Sem craques midiáticos, o clube viu, junto com o futebol, o seu marketing entrar em decadência nos últimos anos. Com "grife", Pastore vai mudar esse quadro. Afinal, além de ser uma das grandes revelações do futebol argentino dos últimos anos, o jovem já é a contratação mais cara do futebol francês.

Era disso que o PSG precisava. Ponto para a diretoria, que apostou em Leonardo e abriu os cofres para recolocar o clube nas primeiras páginas esportivas do continente. O retorno é imediato. Não há quem não aposte no time para o título desta temporada. Para quem vivia do passado nos últimos anos, o presente, agora, representa poder.

Giro pelo mundo

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