" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 26 de dezembro de 2010

Zico para sempre

foto: Globoesporte.com


Que me perdoem aqueles que gostariam de ler sobre a unificação dos títulos brasileiros - sobre a qual sou contra. Ou sobre as perspectivas que envolvem uma das mais promissoras seleções de base da história.Peço desculpas, também, aos que queriam ler sobre as contratações dos times brasileiros, os campeonatos europeus e os boatos que cercam o fim de ano. Hoje, não.

Neste domingo só há tempo, espaço e inspiração para Arthur Antunes Coimbra. Não que seja necessário um dia especial para falar sobre um dos maiores ídolos do esporte nacional. Pelo contrário, pois, na verdade, todo dia deveríamos falar de Zico. De Pelé. De Garrincha. De deuses que não levam a primeira letra em maiúsculo por motivos religiosos. E só. De gênios que marcaram seus nomes na história, e gravaram seus lances épicos na memória de qualquer torcedor. De qualquer um que tenha os visto, ouvido.

Num domingo sem muito futebol, Zico fez questão de entreter milhões de brasileiros. Não só os presentes no Engenhão, mas todos que assistiram pela televisão, ou ouviram no rádio, na internet, mais uma versão do Jogo das Estrelas, anual no Rio de Janeiro no mês de dezembro. Desde 2004, Zico realiza esse amistoso festivo que reune diversos craques, artistas e torcedores de todos os times. Ao final de todo ano, o Galinho de Quintino convida amigos e ex-companheiros para celebrar da forma que mais condiz com sua pessoa: jogando futebol.

No entanto, o de 2011 foi especial. Diferente. Não era para Zico jogar. Recém-operado, a recomendação do médico era de repouso.O brilho da festa ficou comprometido. O dono do espetáculo era dúvida para mais uma partida em sua brilhante carreira. Não havia, contudo, como resistir. Não era uma simples partida. Era a tradicional pelada de fim de ano. Rever os amigos, os fãs, olhar para os filhos uniformizados, para os ex-companheiros. E para ela. A bola, sua fiel escudeira, eterna companheira na arte de jogar futebol. A tentação venceu a razão, obviamente. E Zico calçou as chuteiras e subiu as escadarias do Engenhão com o mesmo sorriso que tinha no rosto há anos atrás.

Como se estivesse adentrando e pisando o gramado do Maracanã para mais um clássico dos anos 80, naquele Flamengo inesquecível, ao lado de craques e amigos do porte de Júnior, Adílio, Leandro, Andrade. E estava. Não no Maior do Mundo, mas com seus amigos. E eternos craques. Sorrindo como um galinho. Ansioso para pegar a bola e arrancar pela intermediária, driblando defensores, antes de concluir de forma magistral. E ser ovacionado por um mar de gente como sempre foi. Como neste domingo, apesar de apenas 23 mil pessoas presentes. "Ei, ei, ei o Zico é nosso rei." Quem já foi rei, nunca perde a majestade. A máxima é detalhista, e resume bem a história de Zico.

Com mais de meio século de vida e glórias, Zico não pôde fazer arrancadas como as que o agigantavam em qualquer canto do mundo no seu auge. Com o ombro imobilizado, não pôde, por exemplo, disputar bolas de forma mais ríspida, com com a raça que condiz com o clube que o endeusa e o eterniza. Com mais de 30 anos de experiência, ele sabe a hora certa de dar um pique, de reter a bola em seus pés, como se estivesse colada a eles. Como sempre esteve. Magicamente. Aos 57 anos, o maior jogador da história do Flamengo sabe que seu corpo não responde mais da mesma forma quando tinha 20, 30 anos. É normal. Seria assim com qualquer ser humano.

Todos os seus fãs, presentes ou não no Engenhão vazio deste domingo pós-Natal, sabiam disso. Esperavam isso. Só não esperavam que ele fosse entrar com uma tipóia em campo, com os braços presos dentro da camisa, imobilizados. Arriscado. Surpreendente. Heroico. Zico demais. Se não bastasse tamanha prova de valentia e comprometimento com o evento e com seus seguidores incondicionais, ele ainda deu seu habitual show, com passes cerebais, toques sutis, lances geniais. Tudo isso limitado por uma imobilizaçõ improvisada. Sempre tentando fazer mais que o seu preparo físico atual permite. Sempre tentando fazer mais que todos da sua idade conseguem. Afinal, ele sempre conseguiu ser melhor que seus adversários. Em todos os aspectos.

Até enfiada de bola para Romário, uma de suas inimizades recentes - já resolvida, com as pazes no fim de 2009 -, Zico se encarregou de fazer. Com a mesma maestria que deixava Nunes e Cia na cara do gol nos anos 80 com a camisa rubro-negra. Ou Éder e Serginho na Copa de 82. Faltou, talvez, bater um escanteio como o que alcançou a cabeça de Rondinelli a uma altura onde os vivos não chegam, só os deuses. Da raça ou de qualquer outra denominação. Faltou, injustamente, um gol. E daí? Depois de tantos gols, um não vai fazer falta.

Por mais que os anos passe, as pessoas envelheçam, há coisas no mundo que não mudam. E jamais mudarão. Pelo simples fato de terem surgido para serem eternas. Por que Deus quis assim. E escolheu a dedo. Com merecimento, razão e justificativas de sobra. A genialidade de Zico é uma dessas coisas. Ainda bem. O futebol agradece, o esporte agradece. O mundo agradece por ter visto a cores um gênio com a bolas nos pés como se estivesse usando as mãos e todas as partes do corpo. Como se estivesse fazendo mágica. O pior é que estava, do seu jeito.

Num domingo como este, o sol não poderia aparecer com tanto fervor na cidade que melhor o acolhe. Afinal, o brilho estava concentrado com extrema intensidade num só local, no mesmo terreno de sempre. Contrastando com o verde do gramado que, por motivos políticos, desta vez foi o do Engenhão, a luminosidade que sai dos pés de Zico substitui qualquer astro, incluindo o sol. Pois o astro maior é humano. E, como de costume, não estava no céu olhando por todos. Ao contrário disto, faz todos olharem por ele. Vestindo a 10 que o veste e merece de forma perfeita, Zico fez questão de emocionar, ao menos, uma pessoa neste domingo: este que vos escreve. Mais uma para sua imensa e inesgotável coleção. Que dure para sempre essa magia.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Grêmio comemora. E a Fifa também...

A maior zebra da história dos Mundiais encheu os olhos e os copos dos gremistas. O Internacional está eliminado do Mundial sem ter chegado à final. Não há festa maior para os tricolores. A derrota colorada também fez Joseph Blatter &CIa. comemorar. Muito. Afinal, quando a FIFA determinou que os campeões africano, asiático e da Oceania deveriam participar, também, do torneio antes conhecido como Interclubes, o Mundial ganhou um novo esteriótipo. Mais encorpado, passou a durar mais, e a fazer parte do grande plano de Blatter: a expansão do futebol pelo mundo afora, sobretudo para países nos quais o mesmo tem pouca influência.

Com a vitória histórica do TP Mazembe sobre o favoritíssimo Internacional, a FIFA sorriu. Viu que, enfim, calara seus críticos da nova forma de disputa do torneio mais cobiçado do planeta. Viu, enfim, um africano fazer história. E confirmar a tese de que times do continente mais pobre do mundo não são meros coadjuvantes atualmente. Pois é, o dia em que um time do Congo ganha de um brasileiro chegou.

E, se continuar do jeito que está a expansão do futebol pelo mundo, tem tudo para se repetir. A FIFA tanto tentou que conseguiu. Hoje, o futebol africano está na final do mais importante torneio. Se o Mazembe montasse um time competitivo e inesquecível como este há 10 anos atrás não teria chance de escrever a mesma história que escreve neste sábado. Graças à FIFA.

E mesmo com muitos críticos coerentes e aceitáveis, a FIFA merece elogios. Depois de tantos erros, de tantos equívocos, pensou. Planejou. Pôs em prática. Depois de anos, pode colher os resultados. E se dizer orgulhosa de ter feito parte de uma das melhores mudanças do futebol mundial

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os novos campeões

Como não reconhecer Pelé como um campeão brasileiro? Até a última segunda-feira, isso acontecia de forma natural. O homem que ganhou tudo no futebol, ao mesmo tempo, não ganhou o principal torneio de seu país. Porque, simplesmente, não teve a oportunidade de disputa-lo. Criado em 1971, o Brasileirão não teve a honra de ser jogado por craques como Pelé, Ademir da Guia, Nílton Santos...

Mas a CBF, enfim, apareceu. Decidiu. Agiu. E determinou que os títulos da Taça Brasil e do Robertão serão considerados como títulos nacionais, ou seja, como brasileiros. Finalmente, Pelé é campeão brasileiro. O Santos, agora, é octacampeão, assim como o Palmeiras. O Botafogo virou bi. O Fluminense, tri. E o Bahia entra na seleta lista de bicampeões, como o primeiro nordestino da história.

Tida pelos rivais como injusta, a medida proclamada pela maior entidade do esporte bretão no país é, no mínimo, coesa. Por envolver craques. Mitos. Gênios da bola. A justiça entra na questão da equivalência entre os campeonatos. Taça Brasil e Robertão sempre equivaleram a um brasileiro. Agora, é oficial. E com justiça. Parabéns, novos campeões.

domingo, 5 de dezembro de 2010

A bola pune. E enaltece quem merece

A bola pune os incorretos, os injustos, os incoerentes, os burladores. Os derrotados. E enaltece os vencedores, os justos, os coerentes, os corretos, os trabalhadores. Os campeões.

A bola pune aqueles que mexem mal, e os que escalam mal. Pune, também, os que contratam mal, os que apostam mal, os que inventam sem ter por que. E enaltece os que são coesos e inteligentes. Acima de tudo competentes.

A bola pune os que não levam o trabalho a sério, os que faltam a treinos, os que se perdem na noite, os que não se importam com as palavras seriedade e comprometimento. E enaltece o trabalho daqueles que primam pelo suor, pela dedicação, pela seriedade.

A bola pune os que optam por escolhas erradas e imaturas. A bola pune por decisões antecipadas e ansiosas demais. E enaltece os que pensam seus futuros tranquilamente, honestamente, inteligentemente.

A bola pune os que não cumprem com suas obrigações.

A bola pune por um erro simples, pequeno, mas decisvo. A bola pune de forma incorrigível. Às vezes de forma irreparável. Mas enaltece qualquer tipo de acerto. Pode parecer injusto, mas é futebol, meu.

A bola puniu todos os técnicos deste Campeonato Brasileiro. Por algum motivo, algum erro, alguma precipitação, alguma ausência. E enalteceu um comandante que merece todo e qualquer tipo de elogio. Porque ele, sim, acertou, em quase tudo que pensou, planejou e arriscou. Porque, acima de tudo, ele merece ser muito mais que enaltecido

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um verdadeiro presente de Natal

Foto: Gustavo Rotstein/Globoesporte.com


Era difícil imaginar que algum treinador conseguisse, àquela altura, recuperar a auto-estima dos jogadores, o plano de jogo e a gana de um grupo que se via, ainda que no início de temporada, já sem pretensões. Era essa a situação do Botafogo no fim de janeiro, após perder de forma humilhante para o Vasco, no Engenhão, por 6 a 0. Acima de tudo, para todos os dirigentes parecia impossível pensar numa solução eficaz.


De imediato, a primeira e mais esperada medida foi tomada: o técnico Estevam Soares acabou demitido. E depois? Seria necessário fazer uma reformulação de um grupo que acabara de ser montado? O que era melhor naquele momento para o clube? As respostas sumiam. E a cabeça de André Silva, vice de futebol do Alvinegro, quebrava-se em meio a idéias distantes da realidade da equipe.


A crise chegava às mãos de Maurício Assumpção pela primeira vez. A torcida protestava, pedia a saída de jogadores, criticava outros. General Severiano estava em chamas como a camisa queimada pelo torcedor no Engenhão, em imagem chocante mostrada a todo o Brasil.
Em casos extremos como esse, o bombeiro tem de reunir características extraordinárias. Incomuns. E, normalmente no Rio de Janeiro, ele é sempre o mesmo, tem dois nomes, e atende pelo apelido de “papai”. Joel Santana bem que pode ser considerado um “papai Noel”. Além de ter nascido no dia 25 de dezembro, não cansa de ser o salvador de Flamengo, Fluminense, Vasco... E Botafogo. Afinal, demoraram pouco mais de 3 meses para ele apagar as chamas. E instaurar a paz. Em maio, o mesmo Botafogo, com os mesmos jogadores, e com uma motivação além da conta, sagrava-se campeão carioca.


E por antecipação. Sim, o mesmo Botafogo que perdeu de 6, ganhou do Vasco na final da Taça Guanabara, e do Flamengo na final da Taça Rio. Foi campeão carioca de forma absoluta. E justa. Ainda que sem jogar um futebol esplendoroso, envolvente. Ainda que dependendo dos contra-ataques e das bolas alçadas à área. Mas sempre com superstição. Sempre com personalidade. E até com ‘cavadinha’ na decisão do segundo turno. Ao melhor estilo sofrimento. Ao melhor estilo loucura. Ao melhor estilo Botafogo.


Com a humildade de sempre, e o bom-humor vital de todos os dias, a coletiva da segunda-feira foi cheia de risos e brincadeiras. Ele estava de volta. Com a taça na mão, e o sucesso de sempre. Joel Santana provara, mais uma vez, que com destino e competência não se brinca. Ele realmente é um salvador.


Quantos outros treinadores no Brasil agiriam de forma diferente? Quantos outros treinadores no Brasil dispensariam boa parte do elenco, trariam novos reforços e remodelariam o grupo? Em ambas as perguntas, a reposta é a mesma, unanimidade: muitos. E quantos outros treinadores no Brasil fariam o mesmo que Joel? Alguns. Fato é que raríssimos venceriam como o Natalino venceu. E nenhum da forma como ele venceu. Por isso Joel Santana é único, inigualável e incomparável.


Antes em baixa, sem ter o nome muito “falado” pela imprensa, Joel curtia as férias. Após passagem pela seleção sul-africana, voltou ao Brasil, desempregado. No Botafogo, encontrou sua retomada. Voltou a ser capa dos jornais. E não demorou para despertar interesses alheios. Em maio, o Flamengo já tinha uma proposta pronta. O coração bateu mais forte. Joel se identifica muito com a torcida rubro-negra. E vice-versa. Mas com a tricolor também. E com a vascaína. E, então, com a botafoguense. Não é à toa que é chamado de “Rei do Rio”. Com razão.


A permanência de Joel Santana foi só mais um dos fatores que impuseram ao Botafogo a grandeza que o merece para brigar por um título que não vem desde 1995. Depois de uma virada heróica no Estadual, Joel não conseguiu o título brasileiro. Mas pode dar ao Alvinegro a Libertadores do ano que vem. Um presente imenso a todos os torcedores.


Porém não o presente mais esperado, aguardo e querido. Não o verdadeiro presente de Natal. Este, ainda encontra percalços, barreiras. E interesses alheios. Se tiverem que fazer de tudo para consegui-lo, os botafoguenses irão lançar mão de suas forças. Pois se trata de um presente inigualável. Desejado por muitos. Ele pode vir na quinta-feira, conforme anunciado pelo próprio ‘Papai Noel’. Ou não. Supersticiosos como sempre, os alvinegros rezam pelo melhor. Rezam por Joel. Não haverá mais Natal no dia em que um clube carioca não quiser Joel Santana como técnico.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Villa, o complemento do perfeito Barcelona

Ter um atacante que consiga definir as jogadas é algo essencial para qualquer equipe que sonhe com títulos e glórias. Não adianta se ter uma zaga segura, um meio-campo dinâmico, que faça a bola chegar à frente, se não houver um jogador capaz de decidir, definir. Fazer gols. Com Eto'o na sua fase áurea, o Barcelona não tinha do que reclamar. Mas, após a saída do camaronês, o clube catalão começou a achar dificuldades para suprir sua falta. Tentou Ibra, sem sucesso. Faltava alguém capaz de definir.

Não que Messi não tenha esse poder de definição. Pelo contrário. No entanto, é preciso um outro definidor de jogadas, já que o argentino é muito eficaz, também, quando sai da área para ajudar na armação das jogadas. E é aí que entra o papel de um outro finalizador fora de série. Alguém que dificilmente erre. Afinal, Messi é o melhor 'falso nove' do planeta. E, com alguém capaz de aproveitar os espaços conferidos pela Pulga, o Barça se torna irresistível.Infalível. Quase invencível.

David Villa foi esse homem no clássico contra o Real. Não à toa que marcou 3 dos 5 gols da goleada. Como ponta-direita, infiltrando na diagonal, soube, como poucos saberiam, aproveitar a magia de Messi, Xavi e cia. O Barcelona que já era sensacional tem, agora, um complemento, um atacante excelente. Um verdadeiro matador.

sábado, 27 de novembro de 2010

A injustiça que mina Andrade




Jorge Luís Andrade da Silva nasceu para vencer. Convencer. E superar todas as dificuldades de sua intensa e movida trajetória de vida. Negro, pobre, carioca. Realidade próxima de grande parte da população fluminense tão injustiçada historicamente. A volta por cima se deu pelo caminho mais fácil - e difícil, ao mesmo tempo. Pelo esporte, pelo futebol, pela grandeza de um profissional sério, competente, dedicado, e extremamente vencedor. Foi aí que Andrade cresceu e venceu. Como jogador e técnico. E como pessoa. O caráter que sempre teve pôde ser demonstrado frente às câmeras para o mundo inteiro, nos mais diversos anos de sua famosa vida futebolística.

Da cabeça de área do maior time da história do Flamengo para o banco de reservas do pior time da história do Brasiliense. Em 29 anos, Andrade se viu num choque de oposições. Dezembro de 1981.Ele dava a volta olímpica pelo gramado do Estádio Nacional de Tóquio, onde acabara de conquistar o mundo ao lado de Zico e cia., sorrindo sem parar. Emocionado. Orgulhoso de si. Dezembro de 2010. Andrade põe as mãos na cabeça e não acredita no que vê. Depois de um ano épico à frente do Flamengo, acabou rebaixado para a Série C com o Brasiliense. Os olhos se enchem de lágrimas. E Andrade chora. De tristeza. De desânimo. De frustração.

A injustiça anda de mãos dadas com o futebol. O esporte bretão é capaz de levar um sujeito humilde ao encontro do presidente da República pelos seus feitos dentro de campo. E de levar um técnico campeão brasileiro a um humilhante rebaixamento à terceira divisão num curto espaço de tempo. Em um ano, Andrade se mudou do céu para o inferno. Sem abandonar a tranquilidade, a serenidade, o caráter que o caracterizaram nas vitórias e não o abandonaram nas derrotas. Acima de tudo, Andrade não deixou de ser Andrade depois de hexacampeão brasileiro. Errou, sim, em algumas oportunidades, porém com ele cometeu-se muita injustiça.
Depois do que fez no Flamengo, merecia uma estátua na Gávea. Que técnico faria o que ele fez em alguns meses apenas? Que técnico teria tamanha tranquilidade para conduzir um time cheio de problemas a um título inédito, depois de 17 anos no jejum?Que técnico conseguiria, àquela altura, recuperar um Zé Roberto fora de forma e desinteressado? Que técnico conseguiria fazer Adriano se concentrar em jogar bola, e quase nada mais? Que técnico conseguiria unir um grupo polêmico e cheio de medalhões 'briguentos'? Que técnico conseguiu tamanha unânimidade com tamanha torcida? Andrade é único. Não para algumas pessoas. Alguns dirigentes. Alguns desafetos. Alguns preconceituosos. Alguns fúteis. Alguns imbecis.
E Andrade acabou sem nada. Sem Libertadores. Sem Estadual. Sem nada. Sem clube. Sem proposta. Sem realidade. Sem prazer. Até que surgiu a proposta do Brasiliense. Era um desafio e tanto, que ele resolveu aceitar. O tempo era fugaz. E não deu certo. Já era agora.

Uma queda à terceirona do Brasileiro mancha a carreira e o currículo de qualquer treinador, jogador. Injustiça um trabalho que pode ter sido sério, competente, mas curto. Sem tempo para escapar. Injustiça, no caso de Andrade, um homem que só deveria - e merece - vencer. Não que os jogadores do Brasiliense merecessem a degola. Alguns até sim, pelo que (não) fizeram durante o ano. Mas outros não. Andrade não merecia de jeito nenhum. Pelo caráter, pela competência, pela simplicidade. Merecia ser campeão da Libertadores pelo clube com o qual tanto se identifica. Mas o futebol é injusto em muitos casos.

Andrade provavelmente será demitido do Brasiliense. E perderá ainda mais mercado. Pelo preconceito que cerca alguns dirigentes. Pela falta de atenção de outros tantos. Por azar. Por injustiça. Só nos resta torcer para que ele não perca suas principais e tão admiráveis justiças. Porque, um dia, ainda que demore, o futebol vai ser justo com ele, como foi no final de 2009. As vitórias o merecem. E vice-versa.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Goiás pode ser o primeiro campeão da Sul-Americana rebaixado em seu país

O lema da torcida é "Façam história". E, de fato, se reverterem o difícil resultado contra o Palmeiras, nesta quarta-feira, pelo segundo jogo das semifinais da Copa Sul-Americana, o Goiás, com toda a certeza, fará história. Não só por estar levando, pela primeira vez, o nome de um time oriundo da Região Centro-Oeste à final de um torneio internacional, mas também por poder ser, caso conquiste o torneio intercontinental, o primeiro campeão a ser rebaixado no ano do título em seu país.

Não que esta última seja uma marca agradável à torcida esmeraldina. Na verdade, é um pouco, sim, devido ao título que seria conquistado, porém manchado pela queda à segunda brasileira. Apesar das dificuldades extremas a serem encontradas logo mais, o Goiás e Arthur Neto podem fazer história.

sábado, 20 de novembro de 2010

Birmingham, a pedra no sapato dos grandes

Foto> Torcida no St.Andrews Stadium, a casa e o grande trunfo dos Blues, onde dificilmente são derrotados


Surpresa e sensação há menos de um ano atrás, o Birmingham voltou a incomodar os grandes. Líder desacreditado pelas recentes (más) atuações, o Chelsea chegou ao St.Andrews Stadium precisando e querendo a vitória. Com Ramires na vaga de Lampard, os londrinos pressionaram a maior parte do tempo, mas pararam na muralha azul formada pelos zagueiros Dann e Johnson e o ótimo goleiro Foster, ex-Manchester United.

Eficiente como na maior parte de suas boas apresentações, o time comandado por ALex Mc Leish se fechou após abrir o placar e se segurou, literalmente, frente à pressão da equipe de Carlo Ancelotti.

O meio-campo de força, que tem em Larsson e Ferguson sua base, ganhou o reforço do experiente e talentoso meia bielorruso Alexsander Hleb. E é na base da compostura e da instransponibilidade na defesa que os Blues jogam no seu caldeirão. Mais do que isso, é assim que eles se tornam uma verdadeira pedra no sapato dos grandes.

Na temporada passada, o Manchester United já havia sofrido no St.Andrews, sem conseguir vencer na casa do Birmingham, o que quase complicou o título dos diabos vermelhos. Agora é a vez do Chelsea penar. E ver os adversários diretos pelo caneco encostarem. Fato é que o Birmingham incomoda muita gente. E grande.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Parabéns, Flamengo - 115 anos de protagonismo

É difícil numa cultura tão miscigenada e num país tão diversificado em todas as vertentes, aproximar duas pessoas de localidades distantes em prol de um mesmo objetivo. O Flamengo consegue isso todas as vezes que entra em campo, ou em quadra, ou em qualquer outro evento. Parece simples ver um acreano na fronteira com a Bolívia sorrindo pelo mesmo motivo de um carioca na Vieira Souto. E, para os rubro-negros, de fato, é. Há 115 anos.

Talvez por serem numerosos - não há torcida maior que a rubro-negra. Talvez por serem otimistas - não há torcedor mais otimista que o flamenguista. Talvez por serem, simplismente, Flamengo. E nada mais. Não importa se perderão o emprego, se viverão na miséria, se seguirão a via menos recomendada ou se burlarão regras. Vale tudo para sentir, ver e amar o Flamengo. É esse sentimento que une rubro-negros de norte a sul, do Atlântico ao Pacífico, da Terra a Marte. Sim, não duvide, nunca, da existência de um flamenguista. Ele existe. "Todos nascem Flamengo", esta máxima precisa ser levada a sério.

Mas por que continuar sendo Flamengo? Pelos ídolos do passado? Pela influência dos familiares? Só quem é sabe dizer por que. Fato é que essa tendência cresceu em progressão geométrica após a Era Zico e os Anos Dourados da década de 80. Ali, a torcida que já era gigante, ficou extracomunal. Extraordinária. Fantástica. Não só no número, mas no grau. Ela, sim, ganha jogo. Não é à toa que é chamada de "nação". "Eles jogam com 12 jogadores, deveria ser proibido jogar com 12", já dizia o tricolor e fascinante cronista Nelson Rodrigues.

No aninversário de 115 anos, nesta segunda-feira, o bolo deveria ser dividido em 34 milhões de parte. Maior patrimônio do clube, a torcida é um bem insubstituível no Flamengo. Procure em todo o dicionário, não há palavra que a defina. No máximo, uma combinação de adjetivos. O Flamengo colhe os frutos dessa magia que é sua torcida. Não é à toa que é, sem sombra de dúvidas, o maior clube do país na grande parte dos aspectos, senão em todos. Por isso que é protagonista no cenário nacional há 115 anos, no continental há 31 e no mundial há 30.

Mais do que as conquistas históricas, as vitórias épicas e as derrotas sofridas, as lágrimas e a camisa são comuns ao mendingo que mora embaixo da ponte e ao empresário que ostenta um luxuoso apartamento de frente para praia. São iguais para esses dois exemplos de cidadãos monoteístas que acreditam numa religião na qual a fé é essencial, e cujo deus atende por um simples apelido de quatro letras. E cujo gigantismo não pode ser medido em números.

Se a torcida do Corinthians é fiel, a do Boca é fanática, a do Flamengo é Flamengo. Simples assim. É a pura interação amor-amado. É Flamengo. Em todos os contextos, em todas as adversidades, em todos os cantos. Nos Andes, nos Alpes ou na Muralha da China, sempre vai haver um. É como praga, pega. Por isso é tão odiada a maior torcida do mundo. Com razão. É muito difícil ficar do outro lado das arquibancadas. Mais difícil ainda é abrir o jornal do dia seguinte e ver a mesma coisa na capa todos os dias.

Há 115 anos atrás nascia o clube que faria história como nenhum outro no Brasil. Não só pelas glórias e grandeza, mas pelo décimo segundo jogador, que tem lugar cativo no plantel rubro-negro independente da diretoria e do técnico. Até porque é maior que ambos. É maior que tudo. Só não é maior do que seu amor. A situação pode estar caótica, que eles vão estar lá. Pode ser no Maracanã, no Engenhão, em Juiz de Fora, no Ceará, ou em Tóquio. Sempre vai ter alguém segurando aquela faixa, tremulando aquela bandeira, vestindo aquele manto sagrado. As cores todos já sabem de cór.

Parabéns Flamengo, por 115 anos de vitórias, conquistas e muito protagonismo. O bolo e a festa são da torcida, a causa disso tudo. Parabéns Flamengo, por enriquecer o futebol e a cultura nacional. Parabéns e obrigado por existir, Flamengo!


PS: Hoje também é aninversário da República Federativa do Brasil.

sábado, 13 de novembro de 2010

A ressurreição de um gigante


Sete anos é muito tempo. Ainda mais quando se trata de um período de exílio, no qual a saudade de casa e a angústia falam mais alto do que qualquer outro sentimento. Pior, se durante todos esses anos, a situação que já era ruim ficar péssima. Só muita fé para resolver tamanha encrenca. Só muito apoio. Só muita grandeza.


O maior sofrimento da história de um dos maiores clubes do Brasil acabou. O Bahia voltou. Depois de cair para a Série B, para uma vergonhosa Série C. Depois de ver seu estádio cair e sua tão apaixonada torcida chorar. Depois de dar a volta por cima e se reafirmar entre os gigantes do futebol brasileiro. Sob um estádio lotado, numa cidade parada, o carnaval se instalou neste sábado na Bahia de todos os santos. E não tem data para terminar. O Bahia merece muito mais.


Merece fazer uma grande Série A, chegar a uma Libertadores, sagrar-se campeão como o brilhante e memorável ano de 1988. Como todo e qualquer gigante do futebol nacional. Merece, também, revelar jogadores como Bobô, Charles, Beijoca. Merece todas as glórias de um vencedor, de quem soube dar a volta por cima sem se valer de mecanismo ilegais ou injustos. Merece por causa da torcida incrível que tem.


Chegou a hora da diretoria planejar com seriedade e com a mesma competência que teve nos últimos dois anos. E de ter a ousadia de brigar por conquistas maiores, do tamanho do Bahia. A permanência na elite é obrigação para 2011. Manter a base que conseguiu o acesso é a primeira coisa a ser feita. Tentar segurar Ávine, o símbolo da ressurreição, Morais, um talento escasso no mercado, o volante Marcone, o atacante Adriano, que pertence ao Fluminense. E contratar mantendo o nível.


O resto é consequência do tempo. Em breve, com o apoio da massa, com o peso da camisa, o Tricolor voltará a ser o que nunca poderia ter deixado de ser, um gigante. Honre as suas próprias glórias, Bahia. Que o futebol agradece.






sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Super Borussia

Foto: Sven Simon


Com um jogo e sete pontos de vantagem para o Mainz 05, surpresa e vice-líder da Bundesliga, o Borussia Dortmund encanta. Com uma equipe jovem, rápida, dinâmica e um tanto quanto ofensiva. Méritos de Juergen Klopp, jovem técnico oriundo da cidade de Mainz, que montou o melhor time da atualidade na Alemanha. A décima vítima amarela e preta em doze rodadas foi o Hamburgo, que não resistiu à velocidade da equipe da casa, e sucumbiu no Vale do Ruhr, perdendo por um 2 a 0 justíssimo.


Se dentro de campo, a garotada vem fazendo a diferença - claro, apoiada por alguns experientes como Weindefeller e Dede -, fora dele a massa amarela e preta dá o toque final a um time que tem tudo para ser campeão. Na tribuna do sul do Signal Iduna Park, a muralha amarela dá um show à parte durante todos os 90 minutos de todos os jogos do campeonato. Não é à toa que a média de público, normalmente, equivale à capacidade do estádio. Frutos de um trabalho sério e competente num país onde o futebol é levado a sério por pessoas sérias.


Com trunfos como esses, não é difícil presumir que um clube como esse brigue pelas primeiras posições do torneio nacional. E o Borussia ainda tem mais. Tem um atacante fora de série chamado Luccas Barrios. Tem um zagueiro jovem, técnico e extremamente seguro que atende por Hummels. Um goleiro que é o capitão da equipe. E tem, também, um japonês correndo mais que todos os outros atacantes no país. Foi dele o primeiro gol contra o Hamburgo. Kagawa já é ídolo da massa de Dortmund.


Isso sem falar no talentosíssimo meio-campo borussiano, que conta com o excelente Sahin, destaque da seleção turca, com o habilidoso Gotze e com a agilidade de um meia cujo nome não tem pronúncia simples. Mas o futebol é feijão com arroz. Eficácia pura.


Foi baseado nessas armas infalíveis que o Borussia despachou mais um nesta sexta-feira. A festa que reitera os laços de fidelidade entre torcida e time após a partida enche os borussianos de esperança e fazem toda a Alemanha abrir o olho para Dortmund. Desde 2002 que o clube não montava um time tão promissor, tão forte, tão candidato ao prato de prata. O Borussia, hoje, é um show.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poderes de Greyskull


Seis jogos, seis gols. Na partida de ida, já tinha evitado a derrota esmeraldina com dois gols. Na de volta, fez o único gol do jogo, o que garantiu o Goiás na semifinal da Copa Sul-Americana, contra o Palmeiras. Rafael Moura vive uma fase impressionante na competição. Se no Brasileiro já marcava seus gols, mas não encantava, no torneio continental despontou. O He-man tem a força e faz do Esmeraldino um forte obstáculo para as pretensões de Felipão.


Depois de sofrer no Uruguai para eliminar o Peñarol, o novo drama goiano, desta vez, foi nacional. Na Ressacada, o Avaí atacou durante boa parte dos 90 minutos. Com Pará pela esquerda, Robinho por dentro e Patric pela direita, o Leão assustava o time comandado por Arthur Neto.


Até que os poderes de Greyskull apareceram para vencer as forças de Vágner Benazzi. Acuado, depois de achar escanteio numa das raríssimas investidas ao ataque durante o primeiro tempo, Rafael Moura aproveitou a bobeira da zaga avaiana e, após chute cruzado de Felipe, bem posicionado, só teve o trabalho de empurrar para as redes.


Com a vantagem no placar e a classificação nas mãos, o Goiás se fechou. Com o meio-campo repleto de volantes e um trio de zaga intransponível, o Esmeraldinho sofreu, como no Olímpico e em Montevidéu. Mas não desistiu. Aos poucos, aproveitando-se do desespero catarinense, foi armando cotnra-golpes quase fulminantes. He-man, por pouco, não matou de vez o jogo. Ele achou melhor esperar o apito final.


O Goiás sonha em repetir a saga do Fluminense de 2009, chegar à final da Sul-Americana e evitar um rebaixamento que, hoje, parece certo. Se o Tricolor tinha Fred que pegava os adversários, o Alviverde tem Rafael Moura e os poderes de Greyskull.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como o SP-08, Flu pode ser campeão na base da força



Organização, marcação eficiente, muita pegada no meio-campo e uma aplicação tática impressionante. As características fundamentais para o tricampeonato brasileiro do São Paulo, conquistado em 2008, podem ser essenciais, também, para a conquista do bi pelo Fluminense, neste ano. Comandante em ambos os casos, Muricy Ramalho é o prepulsor de tais virtudes, das quais, inclusive, não abre mão.

Se o São Paulo daquele ano tinha na bola aérea mais um grande trunfo, com o qual o Tricolor não vem contando muito nas últimas rodadas, o Fluminense pode se orgulhar de ter um verdadeiro maestro no meio de campo. Capaz de decidir qualquer jogo, ou até mesmo um campeonato inteiro, Conca confere técnica a um time basicamente de força. Muita força.

Força no sentido de fazer uma transição defesa-ataque com rapidez, com toque de bola rápido, sem muito preciosismo, sem muito drible. No sentido, principalmente, de refazer uma marcação de maneira incrível após uma perda de bola.

Força evidenciada na vitória importantíssima sobre o Vasco, um dos jogos mais complicados da reta final tricolor. Na qual pôde ser visto um time compacto defensivamente, com os volantes muito bem plantados à frente da zaga e dois meias voltando para a recomposição da defesa. E muita disposição e, sobretudo, aplicação. Não há erros de posicionamento. Muricy não admite. E o time cumpre, obedece. Vence sem convencer, mas lidera com merecimento.

A tabela não é das mais complicadas, porém, muito menos das mais fáceis. Os dois jogos em casa são contra equipes que brigam, desesperadamente, contra o rebaixamento. Será preciso muita frieza por parte dos tricolores. E os dois jogos fora, contra gigantes do futebol nacional, desmotivados, sim, mas cheio de trunfos em casa. Será necessário um futebol de força, sem muio enfeite, sem beleza. Feio, mas vencedor, a cara de Muricy Ramalho. A cara de um título inédito para um tricolor gigante. Força também é virtude para um time de futebol.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Tabela faz do Bota grande favorito na reta final

Avaí e Ceará fora de casa, Internacional e Prudente no Engenhão, e Grêmio, para fechar o campeonato, no dia 5 de dezembro, no Olímpico. Esta é a tabela alvinegra para a reta final do BR-10. A melhor entre os favoritos ao título, que limitam-se, agora, a Fluminense, Cruzeiro, Corinthians e o próprio Botafogo. Pela ligeira facilidade dos jogos fora de casa - com exceção do último, o mais difícil da sequência, sem dúvidas -, e a despretensão dos adversários que irá enfrentar dentro de casa, o Bota passa a ser um grande postulante ao título, contrariando a aposta deste blogueiro, de semanas atrás.

Apesar de não jogar um futebol de campeão, o Botafogo voltou a ganhar em casa, e somar pontos fora dela, o que é importantíssimo. Contra o Avaí, espera-se um jogo tenso, nervoso pelo fato do adversário estar brigando contra a degola. No entanto, equipe por equipe, nitidamente a comandada por Joel Santana leva vantagem ampla, o que torna a possibilidade de vitória ainda mais viva.

O Ceará não briga mais por nada na competição. É mero figurante. Por isso, se realmente estiver de olho no caneco Joel não pode pensar em outro resultado em Fortaleza, senão a vitória. Ademais, os dois jogos que o clube faz dentro de seus domínios são contra times que mais nada buscam no campeonato, também. Os seis pontos são de extrema importância.

O grande duelo, com certeza, será contra os gremistas, na rodada derradeira. Todavia, vale ressaltar que, dificuldade, mesmo, o Botafogo só irá passar na última rodada, diferentemente de seus adversários diretos na briga pelo troféu. O Cruzeiro, por exemplo, perdeu para o São Paulo em casa, e já é terceiro lugar.

Quem diria? A tabela põe o Botafogo como grande favorito ao título. E se for campeão, seria enorme injustiça desmerecer um título de uma equipe bastantemente qualificada, que conta com um terceiro zagueiro sóbrio e sensacionalmente seguro, o jogador mais versátil e eficaz entre as 20 equipes(Somália) e um ataque recheado de ótimas opções.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

50 anos de exagero




Exagero é a melhor palavra que define Maradona, como bem escreveu Mauro Beting, em seu livro "As Melhores Seleções Estrangeiras de Todos os Tempos". Desde o futebol até a vida fora das quatro linhas, tudo em Maradona ganha um tom exagerado.


Neste sábado, o homem mais exagerado do Mundo fará cinquenta anos. A Argentina irá parar para reverenciar o seu deus. A religião maradoniana é monoteísta e atrai um país inteiro e uma legião de fãs espalhados pelo mundo, com grandes concentrações em Barcelona e em Nápoles.


Dia 30 de outubro é Natal. Que exagero, porém não soa totalmente incoerente afirmar que, pelo menos para os argentinos, há 50 anos nascia o salvador da pátria. O homem capaz de levar o futebol argentino ao topo do topo. O homem mais vencedor e argentino dos argentinos. Diego Armando Maradona é a personificação de um povo inteiro.


Sábado deveria ser o dia Mundial do exagero. Todos nós deveríamos fazer algo exageradamente em homenagem ao Pibe. Evitando a ilegalidade, mas fugindo um pouco o politicamente correto. Maradona era um pouco assim. E não é exagero dizer que era mais ilegal. Fazia muita coisa errada. E mesmo assim era amado. Idolatrado. Rei. Dios.


Era pra ser obrigação de todas as redes televisivas da Argentina e - por que não? - do mundo inteiro recuperar as imagens do gol mais bonito da história das Copas. O de Maradona, contra a Inglaterra. Um exagero de beleza, estilo, velocidade, dribles, agilidade, maestria e finalização. Um exagero de gol. Aquilo nem deveria ser chamado de gol. Talvez de arte.


Exageros à parte, Maradona foi o melhor deste planeta. Pelé era de outro mundo. Mas fato é que o que o Rei do Futebol fazia com as duas pernas, Diego fazia com uma. E que perna. A esquerda de um gigante de 1,66m.


Maradona talvez tenha se igualado a Pelé. Exagero?Claro. Hoje pode.


Parabéns, Maradona!


Lado pessoal pesa nas listas de Mano

As partidas que Marcelo faz pelo Real Madrid nas últimas semanas são de empolgar qualquer treinador de seleção brasileira. Não a Mano Menezes. Inexplicavelmente, após uma partidaça do lateral-esquerdo merengue pela Uefa Champions League - na vitória por 2 a 0 diante do Milan -, as vagas para a posição para o amistoso contra a Argentina, no próximo dia 17 de novembro, em Doha, no Catar. A opção do treinador foi pelo pouco badalado Adriano, recém-contratado pelo Barcelona, que sequer vem sendo titular absoluto.

Mais uma vez, o lado pessoal pesou na escolha de Mano Menezes, que não abre mão, de forma alguma, dos seus ex-comandados. O novo 'queridinho' é Douglas, que fez boas partidas pelo Grêmio, no segundo turno do BR-10. No entanto, o meia gremista não está numa fase melhor que a de Hernanes, que vem jogando na mesma posição, brilhantemente, na Serie A italiana. Douglas foi atleta de Mano por mais de um ano.

A questão pessoal é importantíssima no trabalho de Mano. ão que o treinador canarinho esteja errado. Pelo contrário, os resultados e as atuações da equipe provam o contrário. Trata-se, a penas, de uma constatação. Não é algo absurdo e incoerente.

Mas que o lado pessoal pesa, disto não há mais dúvidas. Ronaldinho Gaúcho, pelo que vem jogando, ao menos nos últimos dois meses, não merece uma vaga na Seleção. Mas por sua história e pelo seu talento, sim. Mano é fã declarado do futebol do gaúcho. Questão pessoal, que interfere numa convocação como a desta sexta, que contou com a volta do garoto-craque-problema Neymar, cuja fase também não é a das melhores.

Se as recentes atuações contassem mais do que o ponto de vista pessoal, outros nomes teriam vaga certa na lista. Como o de Hulk, atacante do Porto, cuja fase é excelente. E Bruno César, que voltou muito bem ao time corintiano após a contusão.

domingo, 24 de outubro de 2010

As previsões do profeta da Lazio


Na liderança do Campeonato Italiano, com 19 pontos - 4 a mais que o segundo lugar, a Internazionale -, a Lazio tem motivos de sobra para fazer seu torcedor sorrir. Afinal, quase uma década depois de encher os olhos do país da bota com um título nacional, a equipe volta a postular no topo da tabela. E a jogar bem, convencendo a própria torcida e os críticos.

Grande parte desse sucesso se deve à contratação de Hernanes. O meia ex-Sao Paulo se encaixou perfeitamente no 4-4-1-1 do time italiano e passou a ser extremamente decisivo, com passes, assistências, dribles e gols. Não demorou para ganhar a alcunha de "O profeta", já com a tradução para o português. Hoje, Hernanes é o principal motor do líder da Serie A. É quem pensa o jogo e cria as jogadas para as definiçõe de Floccari e Zarate.

Mas não é só de Hernanes que vive a Lazio. Com uma defesa bem-estruturada e um meio-campo bastante dinâmico, o time não sabe diferenciar o local onde joga. Tanto em casa como fora dela, a equipe se porta da mesma forma. Marcando forte e saindo rápido para contra-golpes. Com a bola, por vezes, o 4-4-1-1 do papel vira 4-2-3-1 com as subidas dos meias pelos lados ao ataque, juntando-se a Hernanes e Floccari.

Sem competições europeias para disputar, a equipe albiceleste pode, enfim, reviver as glórias de 2001. A torcida acredita e os jogadores também. Quem sabe Hernanes não assume o papel de Nedved. O apoiador tcheco era o destaque daquele belo time da Lazio, papel que hoje cabe ao brasileiro. Fato é que o caneco pode, sim, vir. E, segundo as previsões de um certo profeta, as vitórias e boas atuações devem continuar. Os torcedores nunca quiseram tanto um cigano no time...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Goiás heroico e os deméritos de mais um time fraco na história do Peñarol


O Goiás foi heróico. Injustiçado com um homem a menos - Everton Santos fora expulso injustamente -, teve muitos méritos para se classificar às quartas de finais da Sul-Americana. Com um 3-4-1-2 um tanto quanto defensivo, lutou até o fim. Com Rafael Moura inspirado e uma zaga consistente, levou a melhor sobre um time muito limitado. A classificação foi, de fato, conseqüência do grande demérito de mais um fraco time do Peñarol, o que já vem tornando-se normal na história recente do clube mais tradicional do Uruguai.


Apesar de atual campeão do torneio Clausura, o time uruguaio não pode ser considerado um bom time. Sequer conseguiu pressionar, dentro de casa e com o apoio de uma torcida apaixonada e motivada, o vice-lanterna do Brasileirão. Só foi conseguir controlar o jogo quando tinha um homem a mais em campo, faltando pouco mais de 10 minutos de jogo. E nem com a ajuda de Carlos Amarilla, conseguiu a vitória. Lamentável. Vergonhoso.


Sensacional é, sim, sua torcida, ao melhor estilo “torcida argentina”, do tipo que canta, pula, até o fim da partida. E depois dela. Mesmo com o fraco, mas acreditado time, eliminado da única competição sul-americana que disputa no ano. Impressionante o que a paixão dos uruguaios por futebol faz.


Pra onde foi a tradição do Peñarol? A força, a mística da camisa, a técnica de jogadores, o peso de atuar num clube tri-campeão mundial...Tudo sumiu. A equipe não tem um craque. Tem destaques inócuos, como o cativante, mas fraco tecnicamente, Diego Alonso, ou o truculento, porém selecionável, Arévalo, que esteve, inclusive, na Copa do Mundo.
Friamente analisado, não passa de um time de segundo na no Brasil. Reflete, acima de tudo, o atual momento do futebol uruguaio, cujas raras estrelas concentram-se, em massa, na Europa. A Celeste Olímpica, bi-campeã mundial não consegue formar, mais, bons times.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Do técnico ao atacante, a recuperação da surpresa do BR-10




Depois de ser eliminado da Copa do Brasil, em dois duelos emocionantes com o fantástico time santista do primeiro semestre, o Grêmio viu boa parte de seu planejamento na temporada ir por água abaixo. A manutenção dos resultados ruins não demorou para derrubar Silas. A onda de derrotas era, mesmo, intensa. Quando se deu conta da situação, o Tricolor já estava na zona de rebaixamento. E eliminado, também, da Copa Sul-Americana, pelo ainda mais desacreditado Goiás.


Haveria salvação? Que técnico contratar? A luz do fim do túnel é a mesa que acende a memória e o coração do torcedor gremista ao relembrar os grandes títulos da história do clube. Não havia nome melhor ou ultimato mais arriscado do que convidar Renato Gaúcho para o cargo. Maior ídolo da história do clube, heroi do Mundial em 83, unânimidade nos bastidores e entre os próprios torcedores. Renato teria, sem dúvidas, as melhores condições para trabalhar.


Seria preciso um processo de reformulação, talvez idêntico a "reciclagem" posta em prática por Luxemburgo no Flamengo. O processo de renovação começaria pelo próprio treinador, numa tentativa de voltar à elite do futebol nacional.


Renato é do tipo que gosta de apostar na garotada. Com ele, Saimon ganhou vaga de titular na cabeça de área; Paulão na zaga; e Roberson no ataque. Quando há desfalques, as soluções, em sua grande maioria, também são caseiras. Contra o Cruzeiro, Júnior Viçosa, destaque da Copa São Paulo no início do ano, foi quem empatou o jogo.


As mudanças de Renato atingem a todo o grupo. E passam, quase sempre, pela palavra recuperação. Recuperar Fábio Santos parecia impossível. Hoje ele é uma das armas ofensivas do time na lateral-esquerda. E Lúcio, então, como fazê-lo voltar à boa fase de anos atrás? Só o pondo para jogar com mais liberdade, no meio-campo, aproveitando suas melhores virtudes.


O passo final da recuperação gremista seria recuperar Jonas. Considerado, ano passado, o "pior atacante do mundo" por uma revista europeia, atualmente é um dos destaques do Brasileirão e artilheiro da competição, com 20 gols. O dedo de Renato foi, desta vez, no ponto de vista psicológico, emocional. Precisava recuperar o emocional do atacante. E conseguiu.


É assim que o Grêmio se reiventa no Brasileiro, surpreendendo a todos. Com Renato Gaúcho voltando a ser um dos "top de linha". O tempo é o limite.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A última esperança do Fluminense

Muitos condicionam a queda de produção evidente do Fluminense aos desfalques acumulados desde o fim do primeiro turno. Além do volante Diguinho, o meia Deco, o também volante Diogo e os atacantes Emerson e Fred não conseguem sair do estaleiro. O time que vencia sem parar no primeiro turno começou a acumular tropeços e mais tropeços, perdendo, inclusive, a liderança para o Cruzeiro.

Mais do que a primeira colocação, todavia, o time de Muricy Ramalho se desencontrou do bom futebol. E, de fato, o grande motivo para isso foram as perdas que o Tricolor sofreu desde o final da primeira metade da competição. Há também o fator Maracanã. Era no estádio que hoje está interditado que o Fluminense protagonizava suas melhores atuações.

No entanto, sem Diguinho na saída de bola e no combate, a zaga ficou mais exposta e o meio-campo carente de uma iniciação de jogadas com qualidade. A situação ficou ainda mais crítica quando um dos principais destaques da equipe entrou no departamento médico e até então não saiu. Com sua movimentação e velocidade impressionantes, o Sheik começava a criar laços de idolatria com a torcida. Marcava gols, dava assistências...Até se machucar contra o Guarani, na última rodada do primeiro turno. Desde então, não retornou ao time.

Isso sem falar na convocação de Mariano para a seleção, que acelerou o processo de queda tricolor. O lateral direito é considerado o melhor do Campeonato e faz muita falta a um time que depende demais das jogadas pelos lados.

Contra o Botafogo, no clássico do próximo domingo, o atacante deve voltar. Bem como Diguinho. Fred, porém, dificilmente retornará neste ano. O atacante, apesar da qualidade inegavelmente superior a Washington e do estrelismo que o cerca, não joga há muito tempo e, por isso, sua ausência nem é mais tão comentada pela torcida.

Faltam dez jogos parao fim do campeonato. Foi exatamente nessa parte do torneio, que Muricy viu o título de 2009 ir embora com o Palmeiras. No clube paulista, as crises nos bastidores foram as grandes causas para o fracasso. Mas as lesões de Cleiton Xavier, Figueroa e etc também ajudaram. O técnico nem pensa em repetir a grande derrota de sua carreira. Pelo contrário, quer esquecê-la. E para isso só lhe restam vitórias. A última esperança do Fluminense responde pelo nome de reforços. Reforços que vêm do próprio elenco, do departamente médico.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

300 vezes Leonardo Moura


Leandro foi o maior lateral-direito da história grandiosa e vencedora do Flamengo. Leonardo Moura, sem a menor sombra de dúvidas, é o segundo dessa lista que para por aí. Por motivo de critério. Nessa eleição, só devem entrar jogadores brilhantes tecnicamente, amadurecidos taticamente, vencedores e, acima de tudo, flamenguistas. Atletas que deram seu sangue por cada bola que parecia perdida. Por cada final. Por cada pressão. Por cada situação contrária. Eles são muito Flamengo. Assim como Zico, Andrade, Adílio, Júlio César, Júnior.


Neste domingo, o Rubro-negro encara o Avaí tentando se afastar ainda mais da zona de rebaixamento que tanto pertuba sua imensa torcida. Mais do que os três pontos e uma boa atuação, a Nação Rubro-negra anseia para ver Léo Moura em campo. Com sua mítica e inseparável camisa 2. Pela trecentésima vez. Assim como em 2005, o time briga contra o rebaixamento. E só um jogador no atual grupo do clube tem motivos para querer sair, novamente, dessa situação ruim a ponto de dar a vida dentro de campo.


Pois nenhum outro ama tanto as cores que defende quanto Leonardo Moura dentro da Gávea. Talvez só Juan e Angelim tenham vencido tanto pelo clube nesses últimos anos. Só Willians deva receber tanto carinho das arquibancadas mesmo numa fase ruim. E nenhum dos mais de trinta jogadores inclusos no plantel rubro-negro merece tanto ter o nome vinculado com o Flamengo e suas glórias como o camisa 2, que venceu como o lateral-esquerdo e o zagueiro, é elogiado como Willians pela torcida, tem a raça de Renato, a técnica de Kleberson e o amor de trinta e quatro milhões de pessoas.


Independente do resultado, da decisão, do final, ele vai lutar até o fim. Até quando puder. E, quando não conseguir reunir forças para tentar, sua vida não terá mais sentido profissionalmente. Ele vai honrar a camisa que veste até o último segundo em campo. Uma vez Flamengo, sempre Flamengo. Como ouviu isso na sua vida. E respeitou. E entendeu. E amou. Apaixonou-se perdidamente por uma grandeza inigualável. Paixão que o transforma em outro ser, capaz, inclusive, de ofender seu próprio e gigantesco amor, como em 2009, no empate diante do Náutico no Maracanã. Difícil de se entender. Fácil de deixar pra lá, e fingir que se arrependeu. Essas não são atitudes dignas de Léo Moura. Ele fez questão de reatar o que nunca terminou. Foi tudo por amor. Não há ódio na sua relação com o clube. Não há nada. É só amor.


E muito amor. Evidenciado no bicampeonato carioca de 2008, quando, só, ajoelhado no gramado, de frente para sua nação, chorou de emoção copiosamente após o gol que daria mais um título ao Flamengo. A ele mesmo. Traduzido nas comemorações e nos piques que dá até sentir cãimbras. No esforço que faz para compensar um erro. Na vontade que tem em vencer. Na lateral, na ala, no meio, ele joga até no gol. Não importa. É Flamengo e só. O resto é o resto. Propostas da Europa seduzem seu empresário e o seu lado profissional. É quando o pessoal fala mais alto. E, mesmo tendo treinado naquele dia, só de pensar em deixar o Flamengo, bate uma saudade da Gávea, da torcida...


No futebol globalizado e modificado, criticado por todos os ortodoxos moderados, que sentem saudade da época em que jogador bom é aquele que ficava anos e mais anos num só clube, Léo Moura tem no coração sua caneta para assinar contratos. Isso, ele aprendeu com a experiência que ganhou na Europa, para onde foi no início de carreira. No Palmeiras, tentou se identificar com a torcida na marra, à base da forçação de barra. Perda de tempo. O sangue que corre em seu corpo não tem somente uma cor. É rubro-negro.


Achar o caminho de casa pode ter sido complicado. Os obstáculos tentaram impedí-lo de bater à porta que o leva para seu quintal. A persistência e o desejo de reencontrar seu grande amor ofuscaram qualquer tentativa frustrada de barrá-lo nessa trajetória. Foram precisos alguns anos de namoro para passar por problemas quase insuperáveis, como o rebaixamento de 2005, evitado de forma milagrosa. A confiança que cerca um casamento era fundamental. E ela veio com o tempo. Hoje, a separação é praticamente impossível, os laços parecem, cada vez, inabaláveis. É amor de verdade.


A sintonia com que Leonardo Moura pisa qualquer gramado do Brasil ostentando o 'Manto Sagrado' arrepia até os rivais. É muita identidade. Lealdade. Impressionante, mesmo, é como um lateral consegue ficar cinco anos no clube de forma quase perfeita. Raras foram as vaias, mínimas as confusões. Máximos e incontáveis os momentos de euforia. Idem a Palmeiras de Marcos, São Paulo de Rogério Ceni, o Flamengo pode se gabar de possuir, no seu time titular, um ídolo eterno. Um camisa 2 inesquecível, que completa 300 jogos pelo seu clube de coração da maneira mais verdadeira possível.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Kaká não tem mais lugar no time de Mourinho



O show merengue na goleada por 6 a 1 sobre o Deportivo La Coruña, no último domingo, levantou dúvidas sobre a permanência de Kaká no clube madrilenho no futuro. Sem o astro brasileiro, o time fez a melhor apresentação da temporada, com um 4-2-3-1 ofensivo e dinâmico. Com Özil no lugar de Kaká, Mourinho parece ter achado o seu "onze ideal". Mas a pergunta permanece: Kaká é ou não essencial ao Real Madrid?


Hoje, a resposta é não. Simplismente pelo fato do meia brasileiro não ter espaço no time do português José Mourinho. Principalmente pelas condições físicas do brasileiro campeão do mundo em 2002. Com sua lesão pubiana crônica, o meia não consegue ter uma sequência boa de jogos. Fora de forma, Kaká não é Kaká. É apenas um jogador mediano, sem suas principais características que o levaram ao topo mundial: arrancada, vigor físico e técnica aliada à perfeição tática.


Contudo, pode parece absurdo imaginar um time podendo se dar luxo de se desfazer naturalmente da terceira contratação mais cara do futebol mundial. Só parece. Não é, porque Kaká, hoje em dia, não é o mesmo de dois, três anos atrás, no auge de sua brilhante carreira. No entanto, se Mourinho quiser, mesmo, Kaká no seu elenco, terá de arrumar um lugar para ele no time principal. Na reserva, Kaká não fica de jeito algum.


A questão é: como encaixá-lo num time entrosado e, cada vez mais, vencedor? O grande problema é que Kaká e Özil têm a mesma função, o mesmo estilo e a mesma posição. Ambos não são de tocar muito a bola, cadenciar o jogo. Gostam mais de acelerá-lo, correndo bastante com a pelota. Donos de uma técnica irrefutável, costumam fazer a diferença quando estão em campo. Sozinhos. Juntos, dificilmente darão certo.


Aí mora o problema. Como tirar Özil do time, se o meia alemão vem tendo atuações de gala? Uns sugerem improvisá-lo na ponta direita. Mas é justamente por lá que Di María vem dando seu show particular, com velocidade e técnica de altíssimo nível. A única forma seria abrir mão de um volante: Lass ou Khedira - que, por sinal, vem jogando muita bola. E deixar o time absurdamente desprotegido atrás e ofensivo na frente. Uma loucura. Vale lembrar que Mourinho não é Marcelo Bielsa. Resumindo: não há, atualmente, lugar para Kaká no time titular.


É por isso que, praticamente pensando, a melhor alternativa para o futuro do brasileiro e do clube merengue é emprestar o craque. Por seis meses, no mínimo, um ano no máximo. O suficiente para fazê-lo recuperar boa parte da forma física - quem sabe não completamente? - e total da técnica, sem deixá-lo "estourar" novamente por um rival de porte. Segundo jornais italianos, Mourinho teria aceitado fazer o acordo com a Internazionale. Mas lá também tem Sneijder. O Milan seria o ideal. O melhor para Kaká e para o Real.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Atlético-PR não pode reclamar de falta de ética

Paulo César Carpegiani é o novo técnico do São Paulo por sua própria escolha em trabalhar num clube com uma melhor estrutura, um melhor elenco, um melhor salário e uma maior expectativa. O Atlético Paranaense reclama da forma como o time paulista agiu, sem "avisar" com antecedência à diretoria paranaense sobre o desejo em contratar o técnico, até então com contrato em vigor com o clube rubro-negro. Reclama de forma injusta e incoerente.

Tudo porque o Atlético não tem e não teve em anos anteriores ética. Em 2009, contratou Waldemar Lemos do Náutico sem avisar a diretoria do Timbu. Na base da grana, da marra e da superioridade sobre o time pernambucano. E o outro motivo que impede, por causas morais, o Furacão de reclamar de uma possível "falta de ética" aconteceu nesta segunda-feira, um dia depois do clube perder Carpegiani para o São Paulo.

Nesta manhã, sem contatar a diretoria andreense, o Atlético Paranense contratou Sergio Soares, que tinha contrato decorrente com o Santo André, clube no qual fez óitmo Paulistão neste ano, chegando, inclusive, à final, que perdeu para o Santos que encantou o país no primeiro semestre. E a ética? Depois de tanto reclamar do São Paulo, o Atlético agiu igual. Isso é ainda mais falta de ética. E de coerência. Lamentável.

domingo, 3 de outubro de 2010

O que Silas conseguiu piorar

O Flamengo de Rogério Lourenço, eliminado na Libertadores pelo Universidad de Chile, sofria com bolas aéreas e tinha um ataque poderosíssimo, com Adriano e Vágner Love - para muitos, inclusive, o melhor do país.

No início do Brasileirão, ainda com Rogério, mas sem um ataque eficiente, o time se apoiava no talento de Petkovic, que sequer aguentava um jogo inteiro. Porém, a defesa forte ajudava a crescer de produção toda a equipe. O Flamengo raramente tomava gols num jogo.

Contudo, o ataque continuava ineficaz e chamava os holofotes pela falta de poderio. Rogério não suportou a pressão e caiu. Silas foi chamado para arrumar a casa. E falhou. Além de poder contar com Diogo e Deivid, tinha Renato em forma e Maldonado de volta. Mesmo assim, não fez o time render.

Silas conseguiu piorar o Flamengo. A defesa que era forte e consistente transformou-se em frágil e criticada. O ataque até melhorou, mas não o suficiente para fazer a diferença. E Silas vai sofrendo uma pressão gigantesca. Nos bastidores, comenta-se que Luxemburgo já acertou. Se confirmar o boato, nada mais justo que a demissão de quem só piorou o que já era ruim.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Zico tentou. E esbarrou em problemas antigos

Já era, acabou a grande chance do Flamengo voltar a ser o Flamengo das glórias, da moralidade e da tradição. Zico não aguentou a pressão e a vergonha política que existe no clube já há alguns anos. E jogou a toalha. Não por desistência, mas por falta de vontade. O Galinho - como bem disse Lúcio de Castro, em seu blog, no site da ESPN - cansou. Cansou da falta de respeito e da irresponsabilidade e, sobretudo, das ordens de quem não manda e jamais poderão mandar.

Isso é Flamengo. Já há alguns anos. A política do clube é algo impossível de se compreender, assim como os poderes dados a certas pessoas. Zico tentou mudar isso, afastar a influência dos empresários nas contratações, trazer de volta a ética ao clube. Se esforçou para tal. Mas acabou esamagado por pressões externas, acusações- quase todas falsas - e intimidações. E pediu pra sair. Não há ser humano que aguente tanta falta de respeito com um amor.

Com a saída de Zico, a situação de Silas fica insustentável. Até mesmo se golear o Botafogo, no próximo sábado, deverá ser demitido. Em seu lugar, Luxemburgo está bem perto de assumir. Quanto ao cargo de diretor-executivo, Eduardo Moraes, o "Vassoura", deve ser anunciado ainda nesta sexta-feira. O Flamengo arde em chamas. E falta um bombeiro capaz de apagar esse fogo todo.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O fim de uma era marca o início de outra na carreira de Luxemburgo




Vanderlei Luxemburgo é um técnico de vitórias. De títulos. Do tipo que deve e quer ser marcado por onde passa. Por onde, normalmente, vence. Como foi em quase toda sua carreira, desde a ascensão meteórica no Bragantino no início da década de 1990, o maior time da história da equipe de Bragança Paulista. É raro, difícil, não o ver vencer. No Atlético Mineiro, recebeu apoio de todos os tipos da quase sempre competente diretoria alvinegro. Tentou, apostou, mexeu, inovou. E perdeu. Acabou demitido num humilhante 5 a 1 para o Fluminense, no Rio.


A passagem pelo Galo, "coroada" com um título mineiro desimportante e desinteressante para o super-técnico que é, foi a pior da carreira. Criticado por boa parte da torcida e grande parte da imprensa, Luxa era mantido pelo nome no cargo. Se arrastava, literalmente. E perdia como nunca. Não conseguia dar padrão de jogo ao bom time que tinha em mãos. Não conseguia acertar substituições. Não conseguia fazer seu trabalho. Não conseguia vencer. Nem sair da zona de rebaixamento.


Por quê?


São muitos os motivos. A começar pelo gol. Fábio Costa está desgastado, envelhecido e, acima de tudo, não tão seguro como em 2002, ou 2005, quando foi campeão brasileiro. Falhou diversas vezes. Mas quem dera para Vanderlei que a culpa fosse só do camisa 12. A defesa alvinegra é bem fraca. Luxemburgo não conseguiu a transformar numa zaga eficiente e segura. Os erros eram constantes e intermináveis. A insistência do comandante em escalar jogadores fora de forma também foi uma das causas. Não ter a competência de recuperar Diego Souza, como fez diversas vezes com diversos jogadores(Pedrinho, no Santos em 2006, um exemplo), outra delas. Mas a principal, talvez, tenha sido a falta de padrão no comando do time. Técnico, tático, físico, mental. O Atlético não possuía uma ideologia, uma "cara", uma forma de jogar.


Cada vez mais insustentável, Luxemburgo não sabia mais para o que recorrer. Não tinha mais para onde fugir. Apelou. Tentou na base do nome, da carreira, da história inegável e imutável que ostenta. Chegou a proferir ser um vencedor e ter nascido somente para vencer. Afirmou que jamais iria pedir demissão, pois não desiste nunca. Não pediu. Ela foi pedida. A diretoria só precisou simbolizá-la e oficializá-la, pois ela já estava evidente, nítida nos olhos de qualquer atleticano ou profissinal de imprensa após a última e insustentável derrota.


É hora de Vanderlei recomeçar. Do zero. Ele precisa esquecer-se de todas as conqusitas, da sua história. Necessita fingir estar em início de carreira, como no Campo Grande nos anos 80. As vitorias, assim, não demorarão a voltar. Abalado por não ter ido à Copa de 2002 pela seleção e pelos recentes trabalhos considerados "regulares ou ruins", chegou a desmotivar-se por alguns anos. Já passou da hora de voltar a ser quem sempre foi, o vencedor Vanderlei Luxemburgo. Com "W" ou "V", não importa. Com ou sem gravata lilás. Com ou sem terno. O futebol anseia pelo retorno de um dos maiores técnicos da história.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Em Brasileiros, Fla não vence Grêmio no Olímpico há 16 anos

*direto do Fanáticos por Futebol - Por Lucas Imbroinise

Depois de jogar no limite e conseguir segurar o empate heróico diante do Fluminense no último domingo, o Flamengo tem uma importante e difícil missão fora de casa. Na próxima quarta-feira, às 22h(de Brasília), a equipe enfrenta o Grêmio, em Porto Alegre, no Olímpico, local onde não vence o Tricolor Gaúcho há 16 anos, na contagem válida para Campeonatos Brasileiros.

A única vitória rubro-negra durante todos esses anos ocorreu em 2004, em jogo válido pela Copa do Brasil, quando Zinho, ídolo da torcida gremista, marcou o único gol do apertado triunfo rubro-negro em terras gaúchas.

Ex-técnico da equipe gaúcha, o atual comandante rubro-negro, Silas, sabe bem como é jogar no estádio Olímpico. Ciente do atual momento de recuperação do time - o qual fez questão de comparar com o da sua equipe -, o técnico espera pôr fim a esse incômodo jejum.

"O Grêmio vem em uma situação parecida com a nossa. Um time muito forte em sua casa e o Olímpico é um lugar complicado de se jogar. É um clássico do futebol brasileiro. Vamos jogar a nossa vida e com a esperança de trazer uma vitória lá de Porto Alegre", declarou Silas, ao site oficial do clube.

Para tentar pôr fim ao tabu de 16 anos sem vencer o Grêmio, em Brasileiros, no Olímpico, o Flamengo terá de superar algumas ausências. Juan, ainda sentindo contusão no tornozelo, dificilmente joga. E Willians, suspenso, já é ausência garantida.

Em 1994, quando venceu o Grêmio em pleno Olímpico, com um gol de Nélio, o time titular rubro-negro escalado por Carlinhos, o Violino, era: Adriano, Isael, Gelson, Marçal, Marcos Adriano, Fabinho, Fabiano, Hugo, Nélio, Paulo Nunes e Magno.

Há algo de errado no Palmeiras...

Paulo Vinícius Coelho é um dos melhores jornalistas esportivos brasileiros de todos os tempos. Preciso, detalhista, apurador, raramente erra. No programa Bate-Bola 2ª edição, nesta segunda-feira, na 'Espn Brasil', levantou uma importante e curiosa tese sobre o passado recente do Palmeiras. Ela merece ser refletida: 'Nos últimos dois anos, os três técnicos mais renomados do país passaram pelo Palmeiras e "fracassaram", ainda que Felipão tenha chances de recuperar o então "fracasso" - PVC não considera, ainda, o trabalho de Felipão no Palmeiras um fracasso -, se for mantido pela nova diretoria (ou velha, dependendo das eleições de fim de ano no clube) para o ano que vem".

De fato, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho não fizeram um bom trabalho no clube. Apesar de ser camepão paulista e se classificar para a Libertadores, Luxa não fez um trabalho a seu nível, que pede títulos de expressão. Bem como Muricy, que sequer conseguiu classificar o time para a competição mais importante do continente. Felipão chegou já há dois meses e não consegue fazer o time vencer e convencer.

Trata-se de uma tese, no mínimo, curiosa e que merece mais atenção. Ela nos permite, sem estudos maiores e investigações mais apuradas, afirmar que há alguma coisa errada dentro do clube, provavelmente nos bastidores, na diretoria...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Goiás 4 x 1 Botafogo

Jorginho teve peito para assumir o comando do desfigurado e desacreditado Goiás. Aos poucos vai montando seu time e dando seu padrão de jogo, sob forte organização. Contra o desfalcado Botafogo, foi dominado durante boa parte do jogo, mas, com extrema eficiência e simplicidade, conseguiu fazer seu time aproveitar as falhas rivais e golear um dos “candidatos ao título”. Se é que o Botafogo pode ser classificado como tal.

Afinal, equipes rotuladas como tal devem vencer dentro e fora de casa, sobretudo se o adversário for o lanterna do campeonato. Além do mais, não podem, jamais, terem dificuldades para furar a retranca de uma equipe considerada inferior. O Botafogo não teve cacife de postulante ao título nacional e acabou tomando uma goleada no Serra Dourada.

Tudo bem que os cinco desfalques alvinegros(M.Mattos, Marcelo Cordeiro, Somália, Jóbson e Herrera não jogaram) atrapalharam bastante os planos de Joel Santana, obrigado a improvisar Edno na ala-esquerda e Maicosuel na frente ao lado de Loco Abreu. O camisa 11 até fez boa partida, sendo a principal arma ofensiva alvinegra durante quase todo o jogo. Isso porque Renato Cajá pouco se movimentava e Lúcio Flávio, posto como segundo volante, mal tocava na bola, totalmente inoperante.

O Bota dominava a partida, tocando bem a bola e atacando o cauteloso Goiás, que montava uma retranca quase intransponível. Esperava-se, a qualquer momento, um gol dos visitantes. Mas não seria surpresa se Fahel, o volante mais contestado do Rio de Janeiro - quiçá do Brasil -, falhasse e o Goiás marcasse. Para a surpresa geral, Fahel fez boa partida, tirando o ‘costumeiro’ amarelo que levou. E quem falhou foi Leandro Guerreiro. Wellington Monteiro aproveitou e abriu o placar.

Desatento na marcação, o Botafogo cedia espaços demais para o alviverde, que começava a crescer no jogo. Com Marcão absoluto na marcação a Maicosuel, a defesa esmeraldina neutralizava facilmente o meio-campo alvinegro. Até que, em outra falhá do sistema defensivo visitante, desta vez coletiva, Wellington Monteiro chutou forte na trave. No rebote, Rafael Moura ampliou.

Não demorou, todavia, para que Edno, deitando e rolando nas costas de Wendell, fizesse “chover“. O meia improvisado como ala fez bela jogada pelo lado esquerdo e cruzou rasteiro, como pedia Joel. Loco Abreu fez questão de provar que a fase pessoal é realmente boa, empatando o jogo. O Botafogo voltava ao jogo. E dominava, se movimentava, tocava, criava. Mas não finalizava. O Goiás não deixava.

Joel precisava mudar. Mexer. Como vem sendo, jogou o time pra frente, cedendo espaços para contra-golpes. Num deles, muito mal puxado por Rafael Moura, Felipe consertou tudo, pôs o He-Man na frente do gol. O camisa 9 sofreu pênalti de Alessandro, muito mal na partida. Batido e convertido por ele mesmo. Desespero geral dos alvinegros, que partiram para o tudo ou nada. Nada. Em outro contra-ataque, Rafael Moura fechou o caixão botafoguense.

Num Serra Dourada com um bom público, Jorginho soube organizar seu time num 3-5-2 muito bem desenhado. Ademais, teve a competência de neutralizar a criação do Alvinegro. Parece que o novo técnico começa a dar jeito num time que parecia, antes,

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Por que duvidar do Botafogo

Joel Santana é um excelente técnico para campeonatos de pontos corridos. Motivador, se reinventou com o tempo, sem deixar de lado, é claro, o estilo "paizão" de ser com os jogadores. Sabe, como poucos no Brasil e no mundo, ter um grupo em mãos. E se o Botafogo está em terceiro lugar, rotulado por muitos como candidato ao título nacional, grande parte disso devido a seu treinador.

Pois foi Joel que pôs Leandro Guerreiro no seu paraíso particular, a sobra. Atrás da dupla de zaga, o volante alvinegro faz sua estrela brilhar como um terceiro zagueiro, quem às vezes é mais líbero que zagueiro. Encaixar Marcelo Mattos no time, recuperar Edno e Jóbson, fazer Caio jogar em mais de uma posição, entre outros, também são méritos exclusivos de Joel Santana.

Contra o São Paulo, o comandante alvinegro foi corajoso e audacioso o suficiente para tirar - ainda que obrigado - um volante e um lateral e colocar um meia e um atacante. Com apenas quarenta minutos de jogo. Uns dizem se tratar de sorte, outros de experiência, mas a palavra que melhor resume isso é competência. Joel é competente demais no que faz. Trabalha duro. E colhe os frutos.

Mas, então, por que duvidar deste Botafogo?

Por mais difícil que seja de acreditar, os motivos são muitos. A começar pelo fator casa. Tido como o estádio mais moderno do Brasil, o Engenhão se encontra, atualmente, com um gramado em estado sofrível, coberto de areia e buracos. Isso prejudica qualquer time que necessite vencer e jogar bem. Como Botafogo o de Joel. Além do mais, a torcida não tem feito seu papel já há algum tempo.

No último domingo, numa perfeita oportunidade(muito bem aproveitada pela equipe) de se aproximar dos líderes, era mais que plausível um estádio lotado, abarrotado de alvinegros. Apenas 25 mil pagaram ingresso, frustrando boa parte dos jogadores, que, mesmo assim, venceram merecidamente o São Paulo.

A escassez de um destaque diferenciado merece também ser destacada. Tê-lo é quase uma pré-condição para conquistar o título brasileiro, sobretudo na era dos pontos corridos. Foi assim desde 2003, com Alex destroçando o campeonato com a camisa do Cruzeiro. Duas exceções fogem à regra, porém: o Santos de 2002, que jogava um futebol bastantemente coletivo, e o Flamengo de 2009, que possuía dois grandes destaques(Pet e Adriano).

O Botafogo não tem um destaque assim dentro de campo. Joel faz esse tipo, mas no banco de reservas. Maicosuel está longe de ser o tal. Assim como Jóbson. Talvez quem esteja mais perto de sê-lo seja Jefferson, o paredão alvinegro, selecionável por Mano Menezes. E ainda assim, precisa de mais ótimas atuações para se consolidar como destaque absoluto da equipe, a ponto de fazer a diferença num campeonato equilibrado como o Brasileirão.

E, para terminar, problema de ordem técnica que põe em dúvida a "candidatura" do Glorioso de forma concreta e preocupante. Os laterais alvinegros são muito fracos. Tanto na marcação como no apoio. Muitas vezes, Joel chega a improvisar Somália ou Caio. Se tivesse, ao menos, um bom lateral ou ala, o Botafogo poderia gozar melhor da briga pelo caneco.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sem interferências externas, Muricy passa por qualquer crise

Como é difícil liderar o Brasileirão! Como é complicado manter uma boa fase! O Fluminense que os digam. Mesmo absoluto no topo da tabela, com um elenco invejável, contratações exemplares e uma balança econômica favorável para as pretensões do clube, há sempre uma crise. No Brasil é assim. Todos os times vivem momentos de oscilações no Nacional, mas o líder tem sempre mais intensidades. Há sempre uma grande crise.

Foi assim, por exemplo, no Palmeiras de Muricy, em 2009, quando o time liderava sozinho o campeonato e se perdeu na reta final, graças a uma crise interna, envolvendo jogadores e dirigentes. E deu no que deu. Acabou que o Verdão ficou sem o título, Libertadores e tudo mais, tendo que se contentar com uma mísera Copa Sul-Americana.

O Fluminense sabe disso. Lembra. Sobretudo seu técnico. Muricy não admite passar pelos mesmos erros do passado. Não aceita crises extra-campo. Faz questão de acabar com qualquer tipo delas. Só não consegue fazê-lo quando há alguém superior metido. Como tinha Belluzo, presidente alviverde, no ano passado. No São Paulo, nos últimos três títulos conquistados, reinou absoluto, e ganhou como nunca. Tri-campeão consecutivamente. Impressionantemente vencedor. Sem crises. Era o segredo.

Rotulado como grande favorito ao título deste ano com seu Fluminense, esperava a primeira oscilação. Ela veio. Empates e derrota fora de casa para o Guarani, a primeira depois da Copa. Soube superá-la, destroçando o modesto Ceará no Engenhão. Todavia, pelo grande problema ele não esperava. Fred fez declarações contra o chefe do departamento médico tricolor, Michel Simoni, que renunciou ao cargo. Crise que ainda seria acentuada pela "discussão" entre Fernando Henrique e Rafael no vestiário do Engenhão, que vazou para a imprensa. Crise generalizada. Preocupante. Sensacionalizada, como de costume, por parte da imprensa esportiva.

Por mais que os tricolores reclamem e não a julguem como tal, trata-se, sim, de uma crise.

E precisa ser resolvida. O time precisa responder dentro de campo. O melhor que se tem a fazer é falar menos e jogar mais. Muricy é especialista nessa estratégia. Sabe, como poucos, administrar uma situação-problema desse naipe. E contorná-la, sempre trabalhando e vencendo dentro de campo.

O Fluminense, mais do que nunca, vai precisar de seu técnico e de seus dirigentes, superiores ao comandante tricolor. A patrocinadora, que possui voz ativíssima no clube, há de se manter neutra, sem atrapalhar, pois lucrará bem mais com um título nacional. A diretoria precisa ser coesa e dar autoridade para Muricy agir. Ele sabe o que faz. E dá resultado. Não precisa mais provar nada a ninguém. Já provou ser absurdamente campeão. Precisa, sim, pôr em prática sua ideologia de trabalho, sem ser interferido. Com certeza, o Fluminense estará em ótimas mãos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Cruzeiro de Cuca e da eficiência já é 3º lugar


O Cruzeiro de Cuca, Montillo, Roger e Thiago Ribeiro já é terceiro colocado do Brasileirão. Ainda que a colocação se mostre provisória, pois Botafogo e Santos, que têm 31 pontos - 3 a menos que o time mineiro, que venceu o Inter nesta quarta-feira por 1 a 0, em Uberlândia(MG) -, se enfrentam somente nesta quinta-feira, na Vila Belmiro, o belo trabalho do treinador que fez milagre com o Fluminense em 2009 precisa ser elogiado.


Tudo bem que Cuca, ou Alex Stival, seu nome de batismo, pegou uma base já (muito bem) estruturada por Adilson Batista. A manutenção da filosofia de jogo, sobretudo com a trinca de volantes no meio-campo, quase sempre formada por Marquinhos Paraná, Henrique e Fabrício, é um dos segredos do sucesso do novo comandante, que dificilmente perde em casa. Cuca soube aproveitar o que Batista teve de melhor na sua passagem pelo Cruzeiro.


Remontou, com novas peças, o time vice-campeão da Libertadores em 2009. E achou em Montillo um cérebro para a equipe. Muito mais eficaz do que era Wagner. Bem mais parecido com Alex, em 2003. Teve o mérito de saber fazer o novo camisa 10 azul funcionar, com os atacantes e meias ou volantes se desdobrando e se matando para marcar e dar ao argentino a liberdade precisa para ele funcionar. Fica mais fácil ainda quando se tem um Roger no banco de reservas, super-útil quando necessário.


Contra o Inter, o Cruzeiro foi eficiente como vem sendo nos últimos jogos. Aproveitou sua chance clara de gol e reforçou a marcação, bloqueando qualquer tipo de criatividade do adversário e saindo em contra-ataques rápidos, raros nesta quarta. Sem Montillo e Wellington Paulista, Cuca pôs Roger e abriu Éverton como volante pela esquerda, deixando Thiago Ribeiro aberto pela direita na frente ao lado do novo artilheiro Farías, ainda fora de sua forma ideal.


Não se pode deixar pra lá os acertos de Cuca. Com Éverton flutuando às costas de Giuliano e confundindo a marcação dos volantes colorados, a posse de bola dava volume de jogo à Raposa, que tinha na dobradinha Jonathan-Thiago Ribeiro, sempre em cima de Kléber, pela direita do ataque mineiro, a sua grande força. Roger organizava e ditava o ritmo pra cima de Guiñazu, que apelava para as faltas. E quanto o Inter começava a dar sinais de que iria reagir, veio o ato final cruzeirense. Jonathan cruzou e Éverton, num lindo sem-pulo, fez o gol da vitória. O Cruzeiro de Cuca é assim: frio, calmo, calculista e decisivo. É eficiente. E não deixa de ser brilhante.


O golaço de Éverton marca a quarta vitória cruzeirense em quatro jogos. Mais do que números, prova a consistência e ilustra a ascendência da Raposa no campeonato, sobretudo após a chegada de Cuca. E põe o time, quase que de forma imutável, na lista dos grandes favoritos ao título deste ano. Com elenco e regularidade, o Cruzeiro tem o básico e o diferencial para repetir a dose de 2003. Nesta quarta, deu mais uma prova disso, com extrema eficiência.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A reformulação da seleção francesa



Na estreia das Eliminatórias para a Euro-2012, a França, mesmo jogando em casa, na capital Paris, perdeu de novo. Desta vez para a Bielorrúsia. O jogo marcou a estréia de Laurent Blanc, campeão em 1998 em cima do Brasil, no comando francês em partidas oficiais.


Esta derrota, no entanto, não pode ser compreendida como apenas “mais uma” da extensa lista recente de fiascos franceses. Afinal, trata-se do início de um trabalho de renovação no futebol francês. Prova disso foi a escalação da última derrota, quando apenas 5 jogadores que estiveram no último Mundial, na África do Sul, jogaram.


Trabalho esse parecido com o de Dunga, lá atrás, em 2006, após a saída de Parreira, que culminou numa reformulação quase que total da Seleção Brasileira. O resultado final, diga-se de passagem, não foi bom. Talvez o trabalho não tenha sido executado com tanta competência e coerência assim.


Mas Blanc pode se basear um pouco em Dunga. Precisa ser humilde e resistir às críticas, mesmo quando elas forem intensas. É aí que o profissional precisa crescer. Como Dunga cresceu em julho de 2007, conquistando a Copa América. Ou no final de 2008, quando praticamente demitido, deu a volta por cima, goleou Portugal por 6 a 2, e garantiu o emprego. Blanc precisa seguir esses exemplos.


A reformulação da seleção francesa enfrentará, todavia, obstáculos bem mais difíceis do que a brasileira. Afinal, uma Euro é bem mais complicada de se jogar do que uma Copa América. Assim como as eliminatórias europeis são bem mais árduas do que as sul-americanas. Títulos, portanto, serão quase impossíveis de serem conquistados rapidamente. O trabalho precisa ser longo e planejado. Como o de Dunga foi. Porém ciente das dificuldades que irá enfrentar.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fiel há 100 anos



Nunca um centenário foi tão comemorado como este. É o Centenário. Do time que mais mexe com seus torcedores no Brasil. Do clube que mais é amado, fielmente, pelos seus apaixonados. Da instituição que mais controla seus “servidores’. Do amor que encanta milhões de brasileiros. Do Corinthians. O centenário da segunda maior torcida do Brasil. Da mais fiel, fanática, desesperada, emocionante. Da mais corintiana. A torcida que merece ser exaltada no centenário de um dos clubes mais vencedores do país. Afinal, a sintonia entre ela e o clube é inabalável e inimaginável. Se, hoje, comemora-se 100 anos de Corinthians, é graças aos torcedores.
Os cem anos comemorados neste quarta-feira foram comemorados em tantos outros dias por essa legião de apaixonados que se intitulam “corintianos”. Que nada, são bem mais do que simplesmente isso. Suas alcunhas extrapolam o mundo das palavras e da coerência. Não há coerência alguma em ser corintiano. Onde já se viu sofrer, chorar, perder, lamentar e gostar disso? O corintiano gosta. Porque é, simplesmente, Corinthians. Eles vivem pelo Corinthians. E morrem também. Eles dependem do Corinthians e vice-versa. Eles são, acima de tudo, corintianos.
Foram eles que roeram todas as unhas e tiveram diversos ataques cardíacos, e depois suspiraram aliviados na decisão de 1977, que pôs fim ao “eterno” jejum. Eles também vibraram com o Bi da Democracia em 1983. Imitaram um porco juntos com Viola certa vez, contra o maior rival. E choraram com Neto, no título inédito nacional de 1990. Foram eles que invadiram o Maracanã em 1977, num dos feitos mais impressionantes de torcedores na história do futebol mundial. Eles, sempre eles. Parecem até onipresentes. E são. São corintianos.
Eles não desistem nunca quando o assunto é Corinthians. Foram os únicos que não haviam decretado o rebaixamento em 2007, antes do jogo contra o Grêmio, na última rodada. Eram eles que acreditavam. Eles foram ao Olímpico como apaixonados. E voltaram mais ainda. Fizeram estourar, com o clube na Série B, a campanha do “Eu nunca vou te abandonar”. Tudo por prazer. Por amor. Pelo Corinthians. Parece simples assim. E é. Trata-se de um sentimento cuja chama jamais se apagará. O Corinthians, para eles, é eterno.
Em cem anos, viram muita coisa. Viram Dino Sani, Basílio, Zenon, Sócrates, Neto, Casagrande, Viola, Edílson, Luizão, Dinei, Ronaldo. Viram Alberto Dualib, Vicente Matheus e a corrupção de 2005. Viram o humilhante rebaixamento de 2007. Participaram de uma das cenas mais tristes do clube, na eliminação da Libertadores para o River Plate, em 2006, numa pancadaria contra a Polícia Militar. Como sofreram! Como amaram! Depois disso tudo, só ganharam mais forças para bater no peito com orgulho e proferirem: “Sou Corinthians”. Silêncio. O resto, para eles, não importa. Não tem o mínimo significado. Deve ser por ser coerente. Não. É óbvio que não. E, sim, porque o resto vem depois de Corinthians. Nada pode vir depois. É Corinthians e ponto final. Religião é religião. Há cem anos é assim, provavelmente, nunca mudará.
Parabéns Fiel, pelos 100 anos de Corinthians!

domingo, 29 de agosto de 2010

Silas no Flamengo: impossível de se prever algo

Silas é o novo técnico do Flamengo. O ex-jogador do São Paulo e Vasco da Gama assinou contrato de um ano e será apresentado na próxima terça-feira. Depois de ser campeão catarinense pelo Avaí e levar o time catarinense à metade de cima da tabela no Brasileiro passado - quando as expectativas da diretoria eram somente em torno da fuga do rebaixamento -, o treinador ainda se sagrou campeão gaúcho pelo Grêmio neste ano, mas, após ser eliminado na semfinal da Copa do Brasil, acabou demitido.

Silas é um técnico promissor no mercado nacional. Não faz o estilo linha-dura, nem tanto o motivador. É um técnico moderno, estudioso, inovador. É muito mais um Caio Júnior, um Rogério Lourenço do que um Joel Santana. Silas costuma ter facilidade para montar elencos e fazer planejamentos, contudo, no Grêmio, teve tempo para tal e não conseguiu fazê-lo. No Flamengo não terá nem metade do tempo que possuiu no clube gaúcho e terá de fazer muito mais se quiser ter sucesso no Rubro-negro.

O Flamengo vive um momento péssimo. Não ganha há dois jogos, o ataque está, literalmente, 'na seca' e a torcida não vem acreditando no time. Não se trata de um ambiente bom par técnico quaqluer traçar metas e fazer planos. Silas precisará se adequar ao ambiente que encontrará. Precisará, antes de mais nada, entender que, no Flamengo, diferentemente da grande parte dos clubes brasileiros, a torcida derruba técnico facilmente e, por isso, uma relação amistosa com a massa será fundamental.

Só é estranho pensar por que Silas foi chamado por Zico. O técnico ex-Grêmio é inexperiente, assim como Rogério Lourenço, ainda não teve sucesso em um clube grande e não ganhou nenhum título de alta importância. Se a torcida derrubou Lourenço, por quais motivos não o faria também com Silas?

É nessa pergunta que está o segredo do sucesso para o novo treinador. Silas precisará acreditar no seu potencial para dar uma guinada na sua trajetória profissional. O Flamengo pode representar uma nova fase de sua vida, na qual poderá deslanchar, de uma vez por todas, e se tornar um dos grandes nomes do mercado nacional. Títulos e um bom trabalho, de preferência a longo prazo, são peças essenciais para se alcançar tal objetivo.

O futuro irá julgar todas as teses e provar que as escolhas não podem ser feitas friamente, sem maiores conceitos ou estudos. Silas é uma aposta quase que totalmente segura. Pode dar certo e errado, como qualquer outro. Mas se tratando da curta trajetória do comandante e das dimensões inimagináveis que o clube da Gávea tem, se torna impossível prever o futuro. Tudo pode acontecer.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Liga dos Campeões - Pitacos do Sorteio dos Grupos

Grupo A - Internazionale, Werder Bremen, Tottenham e Fc Twente
A favorita e atual campeã Internazionale dificilmente terá dificuldades para se classificar. Brigará pelo primeiro lugar provavelmente com o Werder Bremen, que perdeu Diego e Ozil, mas tem um elenco capaz de substituí-los. O Tottenham pode surpreender e aparecer como segundo colocado. Twente não tem time.

Grupo B - O.Lyon, Benfica, Schalke 04 e Hapoel Tel-Aviv
Um grupo equilibrado, com exceção do fraco time israelense. O Lyon, reforçadíssimo como sempre, desponta como grande candidato à liderança. Schalke e Benfica disputarão a segunda colocação pelo visto. Leve vantagem para o time alemão, que dificilmente perde em casa, no seu caldeirão.

Grupo C - Man.Utd, Valencia, Rangers e Bursaspor
Sem dúvidas, um dos grupos mais fáceis de se definir e apostar. Manchester e Valência são favoritos abusrdos para passarem de fase.

Grupo D - Barcelona, Panathinaikos, Copenhague e Rubin Kazan
Moleza para o time catalão, que já enfrentou, na mesma fase em 2009, o Rubin Kazan, e chegou até a perder no Camp Nou, porém, o time russo perdeu peças importantes e não se reforçou à altura. Bom para o Panathinaikos, que surge como principal candidato ao segundo lugar. Copenhague como figurante.

Grupo E - Bayern de Munique, Roma, Basel e Cluj
Basel e Cluj não têm tanta força e dificilmente farão frente à Roma e ao Bayern.

Grupo F - Chelsea, O.Marseille, Spartak Moscou e Zilina
Chelsea é o melhor no papel. No entanto, precisará tomar cuidado com o Olympique e com a legião de brasileiros no Spartak, o melhor time russo desta temporada. O eslovaco Zilina é a grande surpresa da competição.

Grupo G - Milan, Real Madrid, Ajax e Auxerre
O grupo da morte. Com Milan e Real Madrid na frente pelos elencos que possuem. Ajax, de volta à fase de grupos depois de 4 temporadas, fará de tudo pra chegar às oitavas. Grupo promissor, que deve ter no Auxerre o saco de pancadas.

Grupo H - Arsenal, Braga, Shaktar Donetsk e Partizan Belgrado
Arsenal tem tudo pra se classificar em primeiro. Após mandar pra casa o Sevilla, o promissor Sporting Braga disputará o segundo lugar com o Shakhtar. O sérvio Partizan é muito forte em casa. Mas só em casa...

Giro pelo mundo

Contato

lucas.imbroinise@terra.com.br

Twitter: @limbroinise

Co-blog: http://boleiragemtatica.wordpress.com