" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fiel há 100 anos



Nunca um centenário foi tão comemorado como este. É o Centenário. Do time que mais mexe com seus torcedores no Brasil. Do clube que mais é amado, fielmente, pelos seus apaixonados. Da instituição que mais controla seus “servidores’. Do amor que encanta milhões de brasileiros. Do Corinthians. O centenário da segunda maior torcida do Brasil. Da mais fiel, fanática, desesperada, emocionante. Da mais corintiana. A torcida que merece ser exaltada no centenário de um dos clubes mais vencedores do país. Afinal, a sintonia entre ela e o clube é inabalável e inimaginável. Se, hoje, comemora-se 100 anos de Corinthians, é graças aos torcedores.
Os cem anos comemorados neste quarta-feira foram comemorados em tantos outros dias por essa legião de apaixonados que se intitulam “corintianos”. Que nada, são bem mais do que simplesmente isso. Suas alcunhas extrapolam o mundo das palavras e da coerência. Não há coerência alguma em ser corintiano. Onde já se viu sofrer, chorar, perder, lamentar e gostar disso? O corintiano gosta. Porque é, simplesmente, Corinthians. Eles vivem pelo Corinthians. E morrem também. Eles dependem do Corinthians e vice-versa. Eles são, acima de tudo, corintianos.
Foram eles que roeram todas as unhas e tiveram diversos ataques cardíacos, e depois suspiraram aliviados na decisão de 1977, que pôs fim ao “eterno” jejum. Eles também vibraram com o Bi da Democracia em 1983. Imitaram um porco juntos com Viola certa vez, contra o maior rival. E choraram com Neto, no título inédito nacional de 1990. Foram eles que invadiram o Maracanã em 1977, num dos feitos mais impressionantes de torcedores na história do futebol mundial. Eles, sempre eles. Parecem até onipresentes. E são. São corintianos.
Eles não desistem nunca quando o assunto é Corinthians. Foram os únicos que não haviam decretado o rebaixamento em 2007, antes do jogo contra o Grêmio, na última rodada. Eram eles que acreditavam. Eles foram ao Olímpico como apaixonados. E voltaram mais ainda. Fizeram estourar, com o clube na Série B, a campanha do “Eu nunca vou te abandonar”. Tudo por prazer. Por amor. Pelo Corinthians. Parece simples assim. E é. Trata-se de um sentimento cuja chama jamais se apagará. O Corinthians, para eles, é eterno.
Em cem anos, viram muita coisa. Viram Dino Sani, Basílio, Zenon, Sócrates, Neto, Casagrande, Viola, Edílson, Luizão, Dinei, Ronaldo. Viram Alberto Dualib, Vicente Matheus e a corrupção de 2005. Viram o humilhante rebaixamento de 2007. Participaram de uma das cenas mais tristes do clube, na eliminação da Libertadores para o River Plate, em 2006, numa pancadaria contra a Polícia Militar. Como sofreram! Como amaram! Depois disso tudo, só ganharam mais forças para bater no peito com orgulho e proferirem: “Sou Corinthians”. Silêncio. O resto, para eles, não importa. Não tem o mínimo significado. Deve ser por ser coerente. Não. É óbvio que não. E, sim, porque o resto vem depois de Corinthians. Nada pode vir depois. É Corinthians e ponto final. Religião é religião. Há cem anos é assim, provavelmente, nunca mudará.
Parabéns Fiel, pelos 100 anos de Corinthians!

domingo, 29 de agosto de 2010

Silas no Flamengo: impossível de se prever algo

Silas é o novo técnico do Flamengo. O ex-jogador do São Paulo e Vasco da Gama assinou contrato de um ano e será apresentado na próxima terça-feira. Depois de ser campeão catarinense pelo Avaí e levar o time catarinense à metade de cima da tabela no Brasileiro passado - quando as expectativas da diretoria eram somente em torno da fuga do rebaixamento -, o treinador ainda se sagrou campeão gaúcho pelo Grêmio neste ano, mas, após ser eliminado na semfinal da Copa do Brasil, acabou demitido.

Silas é um técnico promissor no mercado nacional. Não faz o estilo linha-dura, nem tanto o motivador. É um técnico moderno, estudioso, inovador. É muito mais um Caio Júnior, um Rogério Lourenço do que um Joel Santana. Silas costuma ter facilidade para montar elencos e fazer planejamentos, contudo, no Grêmio, teve tempo para tal e não conseguiu fazê-lo. No Flamengo não terá nem metade do tempo que possuiu no clube gaúcho e terá de fazer muito mais se quiser ter sucesso no Rubro-negro.

O Flamengo vive um momento péssimo. Não ganha há dois jogos, o ataque está, literalmente, 'na seca' e a torcida não vem acreditando no time. Não se trata de um ambiente bom par técnico quaqluer traçar metas e fazer planos. Silas precisará se adequar ao ambiente que encontrará. Precisará, antes de mais nada, entender que, no Flamengo, diferentemente da grande parte dos clubes brasileiros, a torcida derruba técnico facilmente e, por isso, uma relação amistosa com a massa será fundamental.

Só é estranho pensar por que Silas foi chamado por Zico. O técnico ex-Grêmio é inexperiente, assim como Rogério Lourenço, ainda não teve sucesso em um clube grande e não ganhou nenhum título de alta importância. Se a torcida derrubou Lourenço, por quais motivos não o faria também com Silas?

É nessa pergunta que está o segredo do sucesso para o novo treinador. Silas precisará acreditar no seu potencial para dar uma guinada na sua trajetória profissional. O Flamengo pode representar uma nova fase de sua vida, na qual poderá deslanchar, de uma vez por todas, e se tornar um dos grandes nomes do mercado nacional. Títulos e um bom trabalho, de preferência a longo prazo, são peças essenciais para se alcançar tal objetivo.

O futuro irá julgar todas as teses e provar que as escolhas não podem ser feitas friamente, sem maiores conceitos ou estudos. Silas é uma aposta quase que totalmente segura. Pode dar certo e errado, como qualquer outro. Mas se tratando da curta trajetória do comandante e das dimensões inimagináveis que o clube da Gávea tem, se torna impossível prever o futuro. Tudo pode acontecer.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Liga dos Campeões - Pitacos do Sorteio dos Grupos

Grupo A - Internazionale, Werder Bremen, Tottenham e Fc Twente
A favorita e atual campeã Internazionale dificilmente terá dificuldades para se classificar. Brigará pelo primeiro lugar provavelmente com o Werder Bremen, que perdeu Diego e Ozil, mas tem um elenco capaz de substituí-los. O Tottenham pode surpreender e aparecer como segundo colocado. Twente não tem time.

Grupo B - O.Lyon, Benfica, Schalke 04 e Hapoel Tel-Aviv
Um grupo equilibrado, com exceção do fraco time israelense. O Lyon, reforçadíssimo como sempre, desponta como grande candidato à liderança. Schalke e Benfica disputarão a segunda colocação pelo visto. Leve vantagem para o time alemão, que dificilmente perde em casa, no seu caldeirão.

Grupo C - Man.Utd, Valencia, Rangers e Bursaspor
Sem dúvidas, um dos grupos mais fáceis de se definir e apostar. Manchester e Valência são favoritos abusrdos para passarem de fase.

Grupo D - Barcelona, Panathinaikos, Copenhague e Rubin Kazan
Moleza para o time catalão, que já enfrentou, na mesma fase em 2009, o Rubin Kazan, e chegou até a perder no Camp Nou, porém, o time russo perdeu peças importantes e não se reforçou à altura. Bom para o Panathinaikos, que surge como principal candidato ao segundo lugar. Copenhague como figurante.

Grupo E - Bayern de Munique, Roma, Basel e Cluj
Basel e Cluj não têm tanta força e dificilmente farão frente à Roma e ao Bayern.

Grupo F - Chelsea, O.Marseille, Spartak Moscou e Zilina
Chelsea é o melhor no papel. No entanto, precisará tomar cuidado com o Olympique e com a legião de brasileiros no Spartak, o melhor time russo desta temporada. O eslovaco Zilina é a grande surpresa da competição.

Grupo G - Milan, Real Madrid, Ajax e Auxerre
O grupo da morte. Com Milan e Real Madrid na frente pelos elencos que possuem. Ajax, de volta à fase de grupos depois de 4 temporadas, fará de tudo pra chegar às oitavas. Grupo promissor, que deve ter no Auxerre o saco de pancadas.

Grupo H - Arsenal, Braga, Shaktar Donetsk e Partizan Belgrado
Arsenal tem tudo pra se classificar em primeiro. Após mandar pra casa o Sevilla, o promissor Sporting Braga disputará o segundo lugar com o Shakhtar. O sérvio Partizan é muito forte em casa. Mas só em casa...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Que não mude jamais

Desde 1950, quando foi construído para a Copa do Mundo no Brasil, o Maracanã só havia passado por duas grandes reformas, sendo a última para o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro. Agora, visando a Copa-2014, o estádio volta a entrar em obras, a começar pelo seu fechamento parcial, já nesta quinta-feira, quando a capacidade cairá para apenas 37 mil pessoas.

O Maracanã é o quintal de todo carioca que goste de futebol. É o momento de felicidade das noites de quarta-feira e as tardes de domingo, ou de quinta-feira, ou de sábado. Maracanã é bom de qualquer forma, indepentende de qual for o jogo ou horário do mesmo. Só de respirar aquela atmosfera nas redondezas do estádio, passar pelas roletas e avistar aquele mundo colorido, repleto de cores e emoções...Não há palavras que definam esse momento.

É sentimento. Precisa ser sentido na pele. No coração.

Que os leitores perdoem, mas este blogueiro não pode ser imparcial neste momento. Não quando o assunto é Estádio Mario Filho. Aí não tem jeito. Ele faz parte de toda e qualquer defensoria do palco sagrado que representa o monumento entre as ruas Professor Eurico Rabello e Avenida Maracanã. Acima de tudo e antes de mais nada, ele é apaixonado por aquelas arquibancadas, aquelas cadeiras, aquelas cabines de rádio e televisão, aqueles camarotes, aquele poço...Por aquilo tudo. Ele cresceu ali. E não se vê sem aquilo tudo.

Ele, como todos os outros brasileiros, não tem a noção de como estará o Maracanã após a reforma e a Copa. Não faz a mínima ideia se dará certo. E, para deixá-lo ainda mais preocupado, se irá mudar. Mudar de jeito, forma, aparência, ambiente.

Ele não se conformará se isso acontecer.

Não há carioca frequentador do Maior do Mundo que se conforme com uma mudança drástica do estádio. Seja na arquitetura, na capacidade, na beleza. O Maracanã é história pura. Tradição. Palco de comemorações e lágrimas inesquecíveis. Ou de tragédias. Como todo lugar histórico. Mais que isso, o Maracanã é conhecido mundialmente, e entendido por todos que já estiveram lá dentro.

Pois só quem viveu aquela atmosfera sabe como explicá-la. Ou melhor, tenta. Não há como explicar com palavras o Maracanã. É como um amor inesquecível, que dura pra sempre, mas que ninguém sabe de onde vem tanto sentimento. Talvez emoção seja a palavra mais adequada para um estádio.

Para o Maracanã, não. Ele não é estádio. É um templo.

Inexplicavelmente amado. Inexplicavelmente incrível. Inexplicavelmente inexplicável. Eis que descobri a palavra: inexplicável. O Maraca é inexplicável. Perfeito. E é por isso que não pode mudar, como todas as coisas boas da vida.

O Maracanã não pode mudar jamais.

domingo, 22 de agosto de 2010

Problemas rubro-negros na Arena da Baixada

O jogo prometia ser bom pelas circunstâncias que o anteceram. E foi. Com o Flamengo saindo para o ataque pelos lados e marcando bem no seu campo de defesa, enquanto o Atlético Paranaense, apoiado pela torcida, buscava a qualquer custo a vitória. Mas o que ficou visível na Arena da Baixada foram os defeitos de ambas as equipes.

A começar pelo mandante. Como vem sendo a tônica do time nos últimos anos, a briga pelo rebaixamento já se tornou uma realidade no CT do Caju. Neste ano, a situação não é diferente. A vitória deste domingo serve para o grupo dar uma respirada. Contudo, a postura precisa mudar. O Atlético tem que mandar no jogo em casa, como sempre fez. Não pode deixar o adversário crescer na partida em seus domínios como o Flamengo fez neste domingo.

Para sorte de Carpeggiani, o time de Rogério Lourenço tem problemas crônicos. O principal deles é o ataque, que não marca há um mês, quando o garoto Diego Maurício marcou o primeiro dele com a camisa rubro-negra contra o Avaí. Val Baiano não parece estar com votade de provar seu valor. Se é que tem. Leandro Amaral se esforça, se mexe, mas sozinho na frente nada pode fazer.

Asssim como Petkovic no meio. Mais uma vez, o gringo foi o destaque do time enquanto esteve em campo. Enquanto aguentou o ritmo no auge de seus 37 anos. A "pet-dependência", aliás, é outro grande defeito do Flamengo, que possui no banco de reservas um treinador promissor, mas que mexe muito mal. Rogério Lourenço sacou Leandro Amaral e Val Baiano para colocar Borja e Vinícius Pacheco. O time só piorou. E Paulo Baier cobrou escanteio fechado, na cabeça de Manoel. O tabu continjua. O Flamengo nunca venceu na Arena da Baixada.

sábado, 21 de agosto de 2010

Campeã de tudo


Campeonato Italiano, Copa da Itália, Uefa Champions League e, agora, Supercopa da Itália. A Internazionale é campeã de tudo na temporada. Parece até mal de nome. Mas falta um título, o do Mundial Interclubes, que será decidido justamente num torneio em que seu homônimo brasileiro, e também campeão de tudo, o Internacional se encontra.
É assim que a Inter de Milão vem se consolidando como grande potencia mundial desta temporada, e candidata aos principais títulos que disputará. Mesmo não tendo o brilho do Barcelona, a força do Real Madrid ou o entrosamento do Chelsea, a Inter é, sim, o melhor time da Europa hoje em dia.

Neste sábado, foi a vez dela conquistar seu primeiro título da nova temporada. Um triunfo que, porém, faz os torcedores relembrarem da temporada passada, já que a Supercopa italiana é disputada entre o campeão nacional e o vencedor da Copa da Itália. O curioso é que, nesta temporada, a Inter ganhou os dois, e teve que disputar o título da supercopa com o segundo colocado do campeonato italiano. Era a Roma.


A final foi no Giuseppe Meazza, o time era titular, a torcida estava em grande número e era a estreia em jogos oficiais do novo técnico Rafa Benítez, ex-Liverpool. Não poderia ser melhor. Sem jogar um futebol vistoso, mas excepcionalmente eficiente, a Inter não deu chance para a Roma, aproveitou os erros adversários e, com um show de poder ofensivo, aniquilou o time da capital: 3 a 1.


A Roma não consegiu sequer dominar o jogo. Claudio Ranieri chegou a colocar até o 'pesado' Adriano, muito vaiado pelos neroazzuri. Nada dava certo diante de uma adversário compacto e eficiente, sobretudo nos contra-ataques. E só podia dar em título interista. Mais um de uma sequência impressionante.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Alerta colorado: mexicanos jogam melhor fora de casa em decisões

A missão para o Chivas Guadalajara não é nem um pouco simples. Pelo contrário. Vencer o Internacional, em pleno Beira-Rio, jamais vai ser uma tarefa fácil, independente da situação do Colorado. Se for uma final de Libertadores, então, a coisa piora ainda mais. Porém, caso o improvável aconteça, e o time mexicano se sagre campeão da Libertadores, não haverá surpresa alguma para aqueles que acompanharam as últimas competições sul-americanas.

Afinal, ficou nítido nos últimos a capacidade que os mexicanos têm de vencer em jogos decisivos fora de seus domínios. Não que não joguem bem em casa. É difícil de explicar. Eles fazem um excelente campeonato, jogando bem em casa, vencendo as partidas em seus estádios e, seguros, dificilmente poem tudo a perder longe deles. Mas na final, ou fase decisiva, tudo muda. A equipe continua jogando bem dentro de casa, mas não consegue, por um motivo qualquer, fazer um bom resultado "caseiramente". E, como num passe de mágica, fora de casa, vence o jogo, como se fosse fácil.

Foi assim em 2001, quando o Cruz Azul, na final da Libertadotes, após perder para o favoritíssimo Boca Juniors no Estádio Azteca, na primeira partida da decisão, por 1 a 0, viajou a Buenos Aires como se já fosse o perdedor. Na visão da imprensa e dos argentinos. Para os jogadores mexicanos, nada estava perdido. E não estava mesmo. Dentro de campo, eles fizeram questão de mostrar que não. Com garra, disciplina e alguma técnica, venceram os Xeneizes pelo mesmo placar, obrigando a decisão a ir aos pênaltis. Por azar, perderam nas cobranças de pênaltis. Mas sem muita justiça.

Outro exemplo, este mais recente, em maio de 2008, é a emblemática partida envolvendo América do México e Flamengo. Quando o rubro-negro fez um jogo brilhante no México, vencendo o adversário mexicano por 4 a 2 fora de casa, levando um resultado tranquilo e seguro para o Maracanã. Era a despedida de Joel. A festa estava pronta. Tudo estava certo. Ou era pra estar. Não deu nada certo, na verdade. Culpa de Cabañas e outros dez jogadores. Culpa do América do México, que lutou até o fim, arrancando da cartola um exímio e super-surpreendente 3 a 0, calando o Maracanã e o mundo.

O Chivas não tem um time sólido defensivamente como o Cruz Azul de 2001. Nem a velocidade do próprio. Também não tem uma estrela como Salvador Cabañas foi em 2008, pelo América. Mas tem elenco, força e seriedade. Tem competitividade de time mexicano. Garra de sul-americano. E, se resolver se inspirar e espelhar em mexicanos como os dois citados acima, tem tudo para impôr sua força em Porto Alegre, e, quem sabe, revivendo o passado, possa surpreender o Inter e o Brasil. Não custa alertar. Celso Roth deve saber disso...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A rodada carioca

Desde o início da era dos pontos corridos, os clubes paulistas asseguraram uma soberania impressionante no campeonato. Em todos os anos, houve um clube paulista disputando o caneco. Só em 2 deles, o campeão não veio do estado de São Paulo. Um desses exatamente o do ano passado, quando o Flamengo de Petkovic e Adriano impôs a força na reta final, com um hexacampeonato surpreendente e inesquecível.

O ano de 2010 parece ser semelhante. Tem tudo para terminar assim. A décima quarta rodada provou isso. Com um Fluminense corretíssimo, envolvente, rápido, e líder como nunca, sob apoio de uma torcida empolgadíssia. Com um Botafogo certeiro fora de casa, entrando no G-4. Com um Vasco reformulado, mais sério e vitorioso, sob o comando do invicto Paulo César Gusmão. A exceção era pra ser o Flamengo, limitadísismo pelo elenco que hoje possui. Mas a vitória por apenas um gol sobre o Ceará, sob sufoco e um futebol ruim, pôs o Rubro-negro a somente um ponto dos quatro primeiros.

Por isso, a rodada foi perfeita para os cariocas. Os quatro venceram, o que é uma raridade no Brasileiro. Os quatro estão bem no torneio, e prometem com seus elencos e contratações - até mesmo o Flamengo, que estreou Leandro Amaral e promoveu a volta de Renato Abreu. Os quatro parecem estar de saco cheio do domínio soberbo dos paulistas. Isso é maravilhoso para o até então decadente futebol carioca. Tem tudo para o início da transformação, da retomada.

Deste ano não pode fugir. Não que este que lhes escreve torça contra o Corinthians, São Paulo ou Palmeiras. Quer, apenas, rever um Vasco competitivo, um Botafogo glorioso, um Fluminense brilhante, um Flamengo histórico. E, quem sabe, sonhando num plano mais alto, o América. Sim, o Mequinha. Quem não quer rever o América na Série A. Por mais difícil que pareça, a rodada de ontem do Campeonato Brasileiro serviu como motivação e esperança a sonhos antigos como esses.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Cedo demais


A proposta do Chelsea é muito tentadora para Neymar. Afinal, o garoto jogará no maior centro do futebol mundial, receberá um salário milhonário e ainda lucrará bastante com um valor excepcional na transferência. Mas e os ganhos profissionais, diga-se futebolísticos. Neymar ainda tem muito a amadurecer e aprender. Tem que encorpar mais. E melhorar.


O jovem santista precisa de, pelo menos, mais um ano no futebol brasileiro. Precisa se consagrar mais aqui, pegar experiência, jogar uma Libertadores. Tudo isso será fundamental para o futuro do já astro nacional. Uma transferência para o futebol inglês, no atual momento, representaria uma queima de etapas, um desequilíbrio na carreira tão planejada pelo Santos e por seu pai, seu Neymar.


O mesmo se aplica a Ganso, que parece mais conformado com a ideia de ficar. Neymar, não, parece querer ir logo, ganhar fama, dinheiro, carros, mulheres. Sabe como é a vida de um astro do futebol na Europa. É seu sonho. Contudo, não deve ir agora. Com toda certeza, salvo uma grande catástrofe, ele terá outra oportunidade, provavelmente, até mesmo, mais vantajosa economicamente.


Ele precisa lembrar de Robinho, que, depois do título de 2002, continuou no Santos, foi novamente campeão em 2004, jogou uma final de Libertadores em 2003, ganhou corpo, cabeça e experiência para, enfim, vestir as cores do Real Madrid em 2005. E ainda tem gente que diz ter ido cedo. Com 21 anos. E o Neymar quer ir com 18!


Na próxima segunda-feira, haverá uma reunião entre Neymar, seu pai, seu empresário e a diretoria do Peixe, que ambiciona convencer o jovem a permanecer na Vila, pelo menos, até o fim da Libertadores, para qual o time já está classificado. Para o bem do craque, e do brilho do futebol no Brasil, espera-se que a competente diretoria santista consiga o que ela e o Brasil todo querem.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O grande candidato ao título

Foto: Cahe Mota/Globoesporte.com


O Corinthians tem um grande time, que conta com excelentes jogadores e um ótimo técnico no banco de reservas. Torcida, não falta. E a fase é muito boa. Mas o time não é líder do Campeonato Brasileiro, apesar de ser um dos candidatos ao título. Um dos. Culpa do Fluminense, líder absoluto do torneio, dono de virtudes iguais a do Timão e outras tantos mais impressionantes e benéficas.


No último domingo, houve uma pequena demonstração disso. Com o esquema preferido do campeoníssimo Muricy Ramalho, o time soube marcar com extrema eficácia e atacar na hora certa, com precisão cirúrgica. O resultado não poderia ser melhor: vitória, no Olímpico, sobre o Grêmio, o que não acontecia há 5 anos, causando, inclusive, demissão de Silas e de um diretor do time gaúcho.


Contudo, o segredo tricolor não se restringe aos méritos dentro de campo. Bancado por uma seguradora poderosa financeiramente há anos, o Fluminense sabe contratar. E bem. Gasta bastante, mas o resultado pode ser colhido, enfim, neste ano, com, quem sabe, um título brasileiro. Nesta segunda-feira, por exemplo, Deco foi apresentado. Será o segundo jogador mais bem pago do país, atrás somente de Ronaldo.


Será, também, mais uma peça fundamental para o Tricol0r das Laranjeiras. Chegou para fechar o grupo. É a prova final de como o elenco tricolor é qualificado. As contusões confirmam a tese. Logo que Fred se machucou, Washington foi rapidamente contratado, e, logo na estreia, marcou dois, assegurando mais uma vitória tricolor. A reposição do Fluminense, hoje, é praticamente perfeita. Além das jovens promessas que não param de surgir da super fábrica de talentos em Xerém, as contratações certeiras da diretoria também ajudam bastante, fazendo a diferença.


Se não bastasse todos esses motivos para o Fluminense ser considerado o grande candidato ao título brasileiro deste ano, há ainda mais um fator de peso. A torcida tricolor, trunfo do time na incrível fuga do rebaixamento de 2009, está de volta no apoio maciço ao time tricolor. Vem enchendo o Maracanã e os jogadores de moral. E confiança. Palavras essenciais para um grupo que sonha com o título nacional.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O erro são-paulino e o mérito colorado

Não foi a primeira vez, e não será a última. De novo um clube brasileiro voltou a pecar numa competição mata-mata por não levar a sério que o confronto dura 180 minutos, e que gols marcados fora de casa são essenciais. Desta vez foi o São Paulo. Contra o compatriota Internacional, que, mesmo jogando menos que o Tricolor no Morumbi, perdendo, grantiu vaga na final da Libertadores e no Mundial de Clubes de 2010.

A conjuntura errônea são-paulina começou no jogo de ida. Covarde e excessivamente defensivo fora de casa, o São Paulo resolveu não entrar em campo no Beira-Rio. Jogou para perder. De pouco, mas para perder. E perdeu. Por um mísero gol, porém que fez diferença no final, classificando o Colorado.

Classificação essa que só veio graças a um gol fora de casa. E em falha da zaga paulista. Saiu Muricy, entrou Ricardo Gomes e o São Paulo ainda não aprendeu a jogar mata-mata. Não sabe, até agora, que gol fora de casa é importantíssimo, e decisivo demais. Pecou novamente pelo seu velho erro. E acabou eliminado.

Mérito, também, do Internacional, que soube não se acovardar, jogar bola e ser racional, tanto dentro quanto fora de casa. Mereceu muito a vaga na final. Tem mais time que o Chivas, mais elenco e mais torcida. É o grande candidato ao título.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vitória tem em quem se inspirar quarta-feira

Durval levantando a taça da Copa do Brasil, após um 2 a 0 inesquecível sobre o Corinthians


A situação é complicada, a vantagem adversária é boa e a missão é duríssima. Contudo o Vitória tem em quem se inspirar para fazer dois ou mais gols no Santos, nesta quarta, em casa, e sair com o título inédito da Copa do Brasil. E a inspiração baiana é conterrânea no que diz respeito á região. Nordestino, rubro-negro e com um leão como mascote, o Sport Recife é o espelho perfeito para o time de Paulo Silva.


Há dois anos, na mesma Copa do Brasil, com uma bela campanha, o Sport chegou à final contra o favorito Corinthians. No primeiro jogo, vitória paulista por dois gols de diferença, mas com um gol salvador marcado por Enílton. Na volta, todos apostavam que o então time comandado por Mano Menezes iria segurar o Rubro-negro pernambucano e conqusitar o título.


Que nada. Correndo muito, lutando muito e sendo muito apoiado pela torcida que encheu a Ilha do Retiro, o Sport de Nelsinho Baptista desbancou a lógica e as apostas, e, com um 2 a 0 magnífico, mandou o time de Mano para os vestiários e foi comemorar o time com sua torcida.


Esse é o sonho do vitória. A missão é a mesma. O enredo, parecidíssimo. Resta saber se os jogadores do vitória conseguirão repetir o heorísmo dos do Sport, há dois anos. Time, o Leão tem. Torcida, também. Falta luta, correria e, por que não, uma certa dose de sorte.

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