" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




terça-feira, 30 de novembro de 2010

Villa, o complemento do perfeito Barcelona

Ter um atacante que consiga definir as jogadas é algo essencial para qualquer equipe que sonhe com títulos e glórias. Não adianta se ter uma zaga segura, um meio-campo dinâmico, que faça a bola chegar à frente, se não houver um jogador capaz de decidir, definir. Fazer gols. Com Eto'o na sua fase áurea, o Barcelona não tinha do que reclamar. Mas, após a saída do camaronês, o clube catalão começou a achar dificuldades para suprir sua falta. Tentou Ibra, sem sucesso. Faltava alguém capaz de definir.

Não que Messi não tenha esse poder de definição. Pelo contrário. No entanto, é preciso um outro definidor de jogadas, já que o argentino é muito eficaz, também, quando sai da área para ajudar na armação das jogadas. E é aí que entra o papel de um outro finalizador fora de série. Alguém que dificilmente erre. Afinal, Messi é o melhor 'falso nove' do planeta. E, com alguém capaz de aproveitar os espaços conferidos pela Pulga, o Barça se torna irresistível.Infalível. Quase invencível.

David Villa foi esse homem no clássico contra o Real. Não à toa que marcou 3 dos 5 gols da goleada. Como ponta-direita, infiltrando na diagonal, soube, como poucos saberiam, aproveitar a magia de Messi, Xavi e cia. O Barcelona que já era sensacional tem, agora, um complemento, um atacante excelente. Um verdadeiro matador.

sábado, 27 de novembro de 2010

A injustiça que mina Andrade




Jorge Luís Andrade da Silva nasceu para vencer. Convencer. E superar todas as dificuldades de sua intensa e movida trajetória de vida. Negro, pobre, carioca. Realidade próxima de grande parte da população fluminense tão injustiçada historicamente. A volta por cima se deu pelo caminho mais fácil - e difícil, ao mesmo tempo. Pelo esporte, pelo futebol, pela grandeza de um profissional sério, competente, dedicado, e extremamente vencedor. Foi aí que Andrade cresceu e venceu. Como jogador e técnico. E como pessoa. O caráter que sempre teve pôde ser demonstrado frente às câmeras para o mundo inteiro, nos mais diversos anos de sua famosa vida futebolística.

Da cabeça de área do maior time da história do Flamengo para o banco de reservas do pior time da história do Brasiliense. Em 29 anos, Andrade se viu num choque de oposições. Dezembro de 1981.Ele dava a volta olímpica pelo gramado do Estádio Nacional de Tóquio, onde acabara de conquistar o mundo ao lado de Zico e cia., sorrindo sem parar. Emocionado. Orgulhoso de si. Dezembro de 2010. Andrade põe as mãos na cabeça e não acredita no que vê. Depois de um ano épico à frente do Flamengo, acabou rebaixado para a Série C com o Brasiliense. Os olhos se enchem de lágrimas. E Andrade chora. De tristeza. De desânimo. De frustração.

A injustiça anda de mãos dadas com o futebol. O esporte bretão é capaz de levar um sujeito humilde ao encontro do presidente da República pelos seus feitos dentro de campo. E de levar um técnico campeão brasileiro a um humilhante rebaixamento à terceira divisão num curto espaço de tempo. Em um ano, Andrade se mudou do céu para o inferno. Sem abandonar a tranquilidade, a serenidade, o caráter que o caracterizaram nas vitórias e não o abandonaram nas derrotas. Acima de tudo, Andrade não deixou de ser Andrade depois de hexacampeão brasileiro. Errou, sim, em algumas oportunidades, porém com ele cometeu-se muita injustiça.
Depois do que fez no Flamengo, merecia uma estátua na Gávea. Que técnico faria o que ele fez em alguns meses apenas? Que técnico teria tamanha tranquilidade para conduzir um time cheio de problemas a um título inédito, depois de 17 anos no jejum?Que técnico conseguiria, àquela altura, recuperar um Zé Roberto fora de forma e desinteressado? Que técnico conseguiria fazer Adriano se concentrar em jogar bola, e quase nada mais? Que técnico conseguiria unir um grupo polêmico e cheio de medalhões 'briguentos'? Que técnico conseguiu tamanha unânimidade com tamanha torcida? Andrade é único. Não para algumas pessoas. Alguns dirigentes. Alguns desafetos. Alguns preconceituosos. Alguns fúteis. Alguns imbecis.
E Andrade acabou sem nada. Sem Libertadores. Sem Estadual. Sem nada. Sem clube. Sem proposta. Sem realidade. Sem prazer. Até que surgiu a proposta do Brasiliense. Era um desafio e tanto, que ele resolveu aceitar. O tempo era fugaz. E não deu certo. Já era agora.

Uma queda à terceirona do Brasileiro mancha a carreira e o currículo de qualquer treinador, jogador. Injustiça um trabalho que pode ter sido sério, competente, mas curto. Sem tempo para escapar. Injustiça, no caso de Andrade, um homem que só deveria - e merece - vencer. Não que os jogadores do Brasiliense merecessem a degola. Alguns até sim, pelo que (não) fizeram durante o ano. Mas outros não. Andrade não merecia de jeito nenhum. Pelo caráter, pela competência, pela simplicidade. Merecia ser campeão da Libertadores pelo clube com o qual tanto se identifica. Mas o futebol é injusto em muitos casos.

Andrade provavelmente será demitido do Brasiliense. E perderá ainda mais mercado. Pelo preconceito que cerca alguns dirigentes. Pela falta de atenção de outros tantos. Por azar. Por injustiça. Só nos resta torcer para que ele não perca suas principais e tão admiráveis justiças. Porque, um dia, ainda que demore, o futebol vai ser justo com ele, como foi no final de 2009. As vitórias o merecem. E vice-versa.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Goiás pode ser o primeiro campeão da Sul-Americana rebaixado em seu país

O lema da torcida é "Façam história". E, de fato, se reverterem o difícil resultado contra o Palmeiras, nesta quarta-feira, pelo segundo jogo das semifinais da Copa Sul-Americana, o Goiás, com toda a certeza, fará história. Não só por estar levando, pela primeira vez, o nome de um time oriundo da Região Centro-Oeste à final de um torneio internacional, mas também por poder ser, caso conquiste o torneio intercontinental, o primeiro campeão a ser rebaixado no ano do título em seu país.

Não que esta última seja uma marca agradável à torcida esmeraldina. Na verdade, é um pouco, sim, devido ao título que seria conquistado, porém manchado pela queda à segunda brasileira. Apesar das dificuldades extremas a serem encontradas logo mais, o Goiás e Arthur Neto podem fazer história.

sábado, 20 de novembro de 2010

Birmingham, a pedra no sapato dos grandes

Foto> Torcida no St.Andrews Stadium, a casa e o grande trunfo dos Blues, onde dificilmente são derrotados


Surpresa e sensação há menos de um ano atrás, o Birmingham voltou a incomodar os grandes. Líder desacreditado pelas recentes (más) atuações, o Chelsea chegou ao St.Andrews Stadium precisando e querendo a vitória. Com Ramires na vaga de Lampard, os londrinos pressionaram a maior parte do tempo, mas pararam na muralha azul formada pelos zagueiros Dann e Johnson e o ótimo goleiro Foster, ex-Manchester United.

Eficiente como na maior parte de suas boas apresentações, o time comandado por ALex Mc Leish se fechou após abrir o placar e se segurou, literalmente, frente à pressão da equipe de Carlo Ancelotti.

O meio-campo de força, que tem em Larsson e Ferguson sua base, ganhou o reforço do experiente e talentoso meia bielorruso Alexsander Hleb. E é na base da compostura e da instransponibilidade na defesa que os Blues jogam no seu caldeirão. Mais do que isso, é assim que eles se tornam uma verdadeira pedra no sapato dos grandes.

Na temporada passada, o Manchester United já havia sofrido no St.Andrews, sem conseguir vencer na casa do Birmingham, o que quase complicou o título dos diabos vermelhos. Agora é a vez do Chelsea penar. E ver os adversários diretos pelo caneco encostarem. Fato é que o Birmingham incomoda muita gente. E grande.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Parabéns, Flamengo - 115 anos de protagonismo

É difícil numa cultura tão miscigenada e num país tão diversificado em todas as vertentes, aproximar duas pessoas de localidades distantes em prol de um mesmo objetivo. O Flamengo consegue isso todas as vezes que entra em campo, ou em quadra, ou em qualquer outro evento. Parece simples ver um acreano na fronteira com a Bolívia sorrindo pelo mesmo motivo de um carioca na Vieira Souto. E, para os rubro-negros, de fato, é. Há 115 anos.

Talvez por serem numerosos - não há torcida maior que a rubro-negra. Talvez por serem otimistas - não há torcedor mais otimista que o flamenguista. Talvez por serem, simplismente, Flamengo. E nada mais. Não importa se perderão o emprego, se viverão na miséria, se seguirão a via menos recomendada ou se burlarão regras. Vale tudo para sentir, ver e amar o Flamengo. É esse sentimento que une rubro-negros de norte a sul, do Atlântico ao Pacífico, da Terra a Marte. Sim, não duvide, nunca, da existência de um flamenguista. Ele existe. "Todos nascem Flamengo", esta máxima precisa ser levada a sério.

Mas por que continuar sendo Flamengo? Pelos ídolos do passado? Pela influência dos familiares? Só quem é sabe dizer por que. Fato é que essa tendência cresceu em progressão geométrica após a Era Zico e os Anos Dourados da década de 80. Ali, a torcida que já era gigante, ficou extracomunal. Extraordinária. Fantástica. Não só no número, mas no grau. Ela, sim, ganha jogo. Não é à toa que é chamada de "nação". "Eles jogam com 12 jogadores, deveria ser proibido jogar com 12", já dizia o tricolor e fascinante cronista Nelson Rodrigues.

No aninversário de 115 anos, nesta segunda-feira, o bolo deveria ser dividido em 34 milhões de parte. Maior patrimônio do clube, a torcida é um bem insubstituível no Flamengo. Procure em todo o dicionário, não há palavra que a defina. No máximo, uma combinação de adjetivos. O Flamengo colhe os frutos dessa magia que é sua torcida. Não é à toa que é, sem sombra de dúvidas, o maior clube do país na grande parte dos aspectos, senão em todos. Por isso que é protagonista no cenário nacional há 115 anos, no continental há 31 e no mundial há 30.

Mais do que as conquistas históricas, as vitórias épicas e as derrotas sofridas, as lágrimas e a camisa são comuns ao mendingo que mora embaixo da ponte e ao empresário que ostenta um luxuoso apartamento de frente para praia. São iguais para esses dois exemplos de cidadãos monoteístas que acreditam numa religião na qual a fé é essencial, e cujo deus atende por um simples apelido de quatro letras. E cujo gigantismo não pode ser medido em números.

Se a torcida do Corinthians é fiel, a do Boca é fanática, a do Flamengo é Flamengo. Simples assim. É a pura interação amor-amado. É Flamengo. Em todos os contextos, em todas as adversidades, em todos os cantos. Nos Andes, nos Alpes ou na Muralha da China, sempre vai haver um. É como praga, pega. Por isso é tão odiada a maior torcida do mundo. Com razão. É muito difícil ficar do outro lado das arquibancadas. Mais difícil ainda é abrir o jornal do dia seguinte e ver a mesma coisa na capa todos os dias.

Há 115 anos atrás nascia o clube que faria história como nenhum outro no Brasil. Não só pelas glórias e grandeza, mas pelo décimo segundo jogador, que tem lugar cativo no plantel rubro-negro independente da diretoria e do técnico. Até porque é maior que ambos. É maior que tudo. Só não é maior do que seu amor. A situação pode estar caótica, que eles vão estar lá. Pode ser no Maracanã, no Engenhão, em Juiz de Fora, no Ceará, ou em Tóquio. Sempre vai ter alguém segurando aquela faixa, tremulando aquela bandeira, vestindo aquele manto sagrado. As cores todos já sabem de cór.

Parabéns Flamengo, por 115 anos de vitórias, conquistas e muito protagonismo. O bolo e a festa são da torcida, a causa disso tudo. Parabéns Flamengo, por enriquecer o futebol e a cultura nacional. Parabéns e obrigado por existir, Flamengo!


PS: Hoje também é aninversário da República Federativa do Brasil.

sábado, 13 de novembro de 2010

A ressurreição de um gigante


Sete anos é muito tempo. Ainda mais quando se trata de um período de exílio, no qual a saudade de casa e a angústia falam mais alto do que qualquer outro sentimento. Pior, se durante todos esses anos, a situação que já era ruim ficar péssima. Só muita fé para resolver tamanha encrenca. Só muito apoio. Só muita grandeza.


O maior sofrimento da história de um dos maiores clubes do Brasil acabou. O Bahia voltou. Depois de cair para a Série B, para uma vergonhosa Série C. Depois de ver seu estádio cair e sua tão apaixonada torcida chorar. Depois de dar a volta por cima e se reafirmar entre os gigantes do futebol brasileiro. Sob um estádio lotado, numa cidade parada, o carnaval se instalou neste sábado na Bahia de todos os santos. E não tem data para terminar. O Bahia merece muito mais.


Merece fazer uma grande Série A, chegar a uma Libertadores, sagrar-se campeão como o brilhante e memorável ano de 1988. Como todo e qualquer gigante do futebol nacional. Merece, também, revelar jogadores como Bobô, Charles, Beijoca. Merece todas as glórias de um vencedor, de quem soube dar a volta por cima sem se valer de mecanismo ilegais ou injustos. Merece por causa da torcida incrível que tem.


Chegou a hora da diretoria planejar com seriedade e com a mesma competência que teve nos últimos dois anos. E de ter a ousadia de brigar por conquistas maiores, do tamanho do Bahia. A permanência na elite é obrigação para 2011. Manter a base que conseguiu o acesso é a primeira coisa a ser feita. Tentar segurar Ávine, o símbolo da ressurreição, Morais, um talento escasso no mercado, o volante Marcone, o atacante Adriano, que pertence ao Fluminense. E contratar mantendo o nível.


O resto é consequência do tempo. Em breve, com o apoio da massa, com o peso da camisa, o Tricolor voltará a ser o que nunca poderia ter deixado de ser, um gigante. Honre as suas próprias glórias, Bahia. Que o futebol agradece.






sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Super Borussia

Foto: Sven Simon


Com um jogo e sete pontos de vantagem para o Mainz 05, surpresa e vice-líder da Bundesliga, o Borussia Dortmund encanta. Com uma equipe jovem, rápida, dinâmica e um tanto quanto ofensiva. Méritos de Juergen Klopp, jovem técnico oriundo da cidade de Mainz, que montou o melhor time da atualidade na Alemanha. A décima vítima amarela e preta em doze rodadas foi o Hamburgo, que não resistiu à velocidade da equipe da casa, e sucumbiu no Vale do Ruhr, perdendo por um 2 a 0 justíssimo.


Se dentro de campo, a garotada vem fazendo a diferença - claro, apoiada por alguns experientes como Weindefeller e Dede -, fora dele a massa amarela e preta dá o toque final a um time que tem tudo para ser campeão. Na tribuna do sul do Signal Iduna Park, a muralha amarela dá um show à parte durante todos os 90 minutos de todos os jogos do campeonato. Não é à toa que a média de público, normalmente, equivale à capacidade do estádio. Frutos de um trabalho sério e competente num país onde o futebol é levado a sério por pessoas sérias.


Com trunfos como esses, não é difícil presumir que um clube como esse brigue pelas primeiras posições do torneio nacional. E o Borussia ainda tem mais. Tem um atacante fora de série chamado Luccas Barrios. Tem um zagueiro jovem, técnico e extremamente seguro que atende por Hummels. Um goleiro que é o capitão da equipe. E tem, também, um japonês correndo mais que todos os outros atacantes no país. Foi dele o primeiro gol contra o Hamburgo. Kagawa já é ídolo da massa de Dortmund.


Isso sem falar no talentosíssimo meio-campo borussiano, que conta com o excelente Sahin, destaque da seleção turca, com o habilidoso Gotze e com a agilidade de um meia cujo nome não tem pronúncia simples. Mas o futebol é feijão com arroz. Eficácia pura.


Foi baseado nessas armas infalíveis que o Borussia despachou mais um nesta sexta-feira. A festa que reitera os laços de fidelidade entre torcida e time após a partida enche os borussianos de esperança e fazem toda a Alemanha abrir o olho para Dortmund. Desde 2002 que o clube não montava um time tão promissor, tão forte, tão candidato ao prato de prata. O Borussia, hoje, é um show.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poderes de Greyskull


Seis jogos, seis gols. Na partida de ida, já tinha evitado a derrota esmeraldina com dois gols. Na de volta, fez o único gol do jogo, o que garantiu o Goiás na semifinal da Copa Sul-Americana, contra o Palmeiras. Rafael Moura vive uma fase impressionante na competição. Se no Brasileiro já marcava seus gols, mas não encantava, no torneio continental despontou. O He-man tem a força e faz do Esmeraldino um forte obstáculo para as pretensões de Felipão.


Depois de sofrer no Uruguai para eliminar o Peñarol, o novo drama goiano, desta vez, foi nacional. Na Ressacada, o Avaí atacou durante boa parte dos 90 minutos. Com Pará pela esquerda, Robinho por dentro e Patric pela direita, o Leão assustava o time comandado por Arthur Neto.


Até que os poderes de Greyskull apareceram para vencer as forças de Vágner Benazzi. Acuado, depois de achar escanteio numa das raríssimas investidas ao ataque durante o primeiro tempo, Rafael Moura aproveitou a bobeira da zaga avaiana e, após chute cruzado de Felipe, bem posicionado, só teve o trabalho de empurrar para as redes.


Com a vantagem no placar e a classificação nas mãos, o Goiás se fechou. Com o meio-campo repleto de volantes e um trio de zaga intransponível, o Esmeraldinho sofreu, como no Olímpico e em Montevidéu. Mas não desistiu. Aos poucos, aproveitando-se do desespero catarinense, foi armando cotnra-golpes quase fulminantes. He-man, por pouco, não matou de vez o jogo. Ele achou melhor esperar o apito final.


O Goiás sonha em repetir a saga do Fluminense de 2009, chegar à final da Sul-Americana e evitar um rebaixamento que, hoje, parece certo. Se o Tricolor tinha Fred que pegava os adversários, o Alviverde tem Rafael Moura e os poderes de Greyskull.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como o SP-08, Flu pode ser campeão na base da força



Organização, marcação eficiente, muita pegada no meio-campo e uma aplicação tática impressionante. As características fundamentais para o tricampeonato brasileiro do São Paulo, conquistado em 2008, podem ser essenciais, também, para a conquista do bi pelo Fluminense, neste ano. Comandante em ambos os casos, Muricy Ramalho é o prepulsor de tais virtudes, das quais, inclusive, não abre mão.

Se o São Paulo daquele ano tinha na bola aérea mais um grande trunfo, com o qual o Tricolor não vem contando muito nas últimas rodadas, o Fluminense pode se orgulhar de ter um verdadeiro maestro no meio de campo. Capaz de decidir qualquer jogo, ou até mesmo um campeonato inteiro, Conca confere técnica a um time basicamente de força. Muita força.

Força no sentido de fazer uma transição defesa-ataque com rapidez, com toque de bola rápido, sem muito preciosismo, sem muito drible. No sentido, principalmente, de refazer uma marcação de maneira incrível após uma perda de bola.

Força evidenciada na vitória importantíssima sobre o Vasco, um dos jogos mais complicados da reta final tricolor. Na qual pôde ser visto um time compacto defensivamente, com os volantes muito bem plantados à frente da zaga e dois meias voltando para a recomposição da defesa. E muita disposição e, sobretudo, aplicação. Não há erros de posicionamento. Muricy não admite. E o time cumpre, obedece. Vence sem convencer, mas lidera com merecimento.

A tabela não é das mais complicadas, porém, muito menos das mais fáceis. Os dois jogos em casa são contra equipes que brigam, desesperadamente, contra o rebaixamento. Será preciso muita frieza por parte dos tricolores. E os dois jogos fora, contra gigantes do futebol nacional, desmotivados, sim, mas cheio de trunfos em casa. Será necessário um futebol de força, sem muio enfeite, sem beleza. Feio, mas vencedor, a cara de Muricy Ramalho. A cara de um título inédito para um tricolor gigante. Força também é virtude para um time de futebol.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Tabela faz do Bota grande favorito na reta final

Avaí e Ceará fora de casa, Internacional e Prudente no Engenhão, e Grêmio, para fechar o campeonato, no dia 5 de dezembro, no Olímpico. Esta é a tabela alvinegra para a reta final do BR-10. A melhor entre os favoritos ao título, que limitam-se, agora, a Fluminense, Cruzeiro, Corinthians e o próprio Botafogo. Pela ligeira facilidade dos jogos fora de casa - com exceção do último, o mais difícil da sequência, sem dúvidas -, e a despretensão dos adversários que irá enfrentar dentro de casa, o Bota passa a ser um grande postulante ao título, contrariando a aposta deste blogueiro, de semanas atrás.

Apesar de não jogar um futebol de campeão, o Botafogo voltou a ganhar em casa, e somar pontos fora dela, o que é importantíssimo. Contra o Avaí, espera-se um jogo tenso, nervoso pelo fato do adversário estar brigando contra a degola. No entanto, equipe por equipe, nitidamente a comandada por Joel Santana leva vantagem ampla, o que torna a possibilidade de vitória ainda mais viva.

O Ceará não briga mais por nada na competição. É mero figurante. Por isso, se realmente estiver de olho no caneco Joel não pode pensar em outro resultado em Fortaleza, senão a vitória. Ademais, os dois jogos que o clube faz dentro de seus domínios são contra times que mais nada buscam no campeonato, também. Os seis pontos são de extrema importância.

O grande duelo, com certeza, será contra os gremistas, na rodada derradeira. Todavia, vale ressaltar que, dificuldade, mesmo, o Botafogo só irá passar na última rodada, diferentemente de seus adversários diretos na briga pelo troféu. O Cruzeiro, por exemplo, perdeu para o São Paulo em casa, e já é terceiro lugar.

Quem diria? A tabela põe o Botafogo como grande favorito ao título. E se for campeão, seria enorme injustiça desmerecer um título de uma equipe bastantemente qualificada, que conta com um terceiro zagueiro sóbrio e sensacionalmente seguro, o jogador mais versátil e eficaz entre as 20 equipes(Somália) e um ataque recheado de ótimas opções.

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