" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sucesso do Borussia vai além do futebol vistoso e eficaz

                                           O treinador Jürgen Klopp, um responsável direto pelas glórias do clube

Do time que deitou e rolou sobre o Real Madrid hoje, sete jogadores são titulares há três anos no clube. A defesa é a mesma das últimas três temporadas. E o estilo de jogo da equipe continua o mesmo desde que Jürgen Klopp assumiu como técnico: futebol vertical, marcação pressão variada com combate compacto no meio e muita intensidade com a bola nos pés. Planejamento, talvez, seja a melhor forma de explicar o sucesso do Borussia Dortmund.

Desde o lado financeiro do clube, resolvido pelo presidente aos poucos na última década, até a formação de um time vencedor, foram necessárias algumas temporadas. Era preciso tirar o clube da lama, da falência e montar uma base vencedora. Com a ajuda da diretoria, Klopp conseguiu. E, com planejamento, foi capaz de passar por cima de obstáculos complicados, como a perda de jogadores importantes a cada temporada para os chamados gigantes europeus.

Pegue o time campeão alemão em 2011, o primeiro a encantar o país e chamar a atenção do continente: Weidenfeller, Piszcezk, Subotic, Hummels e Schmelzer; Bender, Sahin; Kuba, Kagawa e Götze; Barrios. Esse time jogava a mesma bola que o time de hoje. O mesmo estilo, as mesmas jogadas, a mesma formação tática. Tinha ima diferença ou outra pelas características dos jogadores. E mesmo após perder nomes importantes daquela temporada, como Sahin, Kagawa e Barrios, Klopp conseguiu manter o time voando. O segredo? Reposição à altura.

Sahin foi vendido para o Real  Madrid e Klopp foi até Nürnberg buscar Gündogan. Hoje, o antigo titular está emprestado pelo clube merengue ao Borussia e é reserva de Gündogan. Kagawa foi para o Manchester United e rapidamente Götze assumiu com personalidade a função de cérebro do time. Logo em seguida, Rëus chegou do Borussia M'dGladbach por pouco mais de 7 milhões de euros. Hoje, vale mais de 30 milhões. Na frente, Barrios foi vendido para o futebol asiático. A solução foi dar uma chance ao jovem e criticado Lewandowski. Hoje, o polonês é unanimidade no time e ídolo da torcida.

Com planejamento e inteligência, o Borussia se organiza fora de campo para fazer o time voar dentro dele. Repleto de jovens craques e um baita treinador no banco, tem o favoritismo para fazer a final da Champions com o Bayern. Logo o Bayern, que vai tirar o título nacional, o camisa 10 e talvez o matador de Dortmund. Não tem problema. Já já Jürgen Klopp acha um novo craque para fazer o time andar e as taças brotarem. Viva o Borussia, o time que joga demais dentro e fora das quatro linhas.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Baile do Bayern começou com os volantes e a melhor forma de anular Messi

Perguntado sobre qual seria o segredo do Barcelona, Guardiola respondeu de forma simples e direta: "Messi". Como marcar Messi? Esta é a pergunta que martela na cabeça de todos os treinadores que enfrentam o Barcelona. Hoje, Jupp Heynckes não descobriu a fórmula secreta, mas foi capaz de selecionar ingredientes importantes que fizeram seu time atropelar o esquadrão catalão. O principal deles: anular quem faz a bola chegar até Messi.

No 4-2-3-1 que encanta a Alemanha e a Europa, o time alemão começou o jogo pressionando. Sufocando o Barcelona no campo de ataque. Sem a bola, esbanjava preparo físico na recomposição. Assistia ao time espanhol tentar impôr seu jogo horizontal de toques e mais toques e infiltrações com Messi. Mas a bola não chegava em Messi. Não, porque Javi Martínez e Schweinsteiger protagonizaram uma atuação perfeita na cabeça de área bávara. Jogando e marcando, anularam Xavi e Iniesta.

Mas e Daniel Alves? Jordi Alba? E Busquets, com seus passes verticais e rápidos? Eles não podiam servir o argentino? Até podiam. Mas não conseguiam. Faltava espaço, tempo, oportunidade. O Bayern não deixava. Pelos lados, os meias-extremos Ribéry e Robben acompanhavam os laterais culés e contra-atacavam nas suas costas. Pelo meio, Müller engolia Busquets com e sem a bola. Junto com Schweinsteiger, o garoto alemão foi um dos melhores em campo na tarde desta terça-feira, em Munique.

E assim Messi não jogava. E o Barça travava. Visivelmente fora das condições ideais, o argentino chegou a receber uma ou duas bolas em condições de fazer uma boa jogada. Mas parou na marcação adversária, quase sempre roubando bolas antes do Barça conseguir entrar na sua área. Menção honrosa para Dante, mais uma vez jogando por ele e por Van Buyten, em mais um dia inspirado, ajudando até nas jogadas ofensivas. Pelas laterais, Lahm bloqueava Sanchez e Alaba deitava e rolava sobre Pedro. O jovem lateral-esquerdo deu mais uma prova de sua recente evolução como titular do Bayern e fez um baita jogo, com direito a assistencia para o último gol.

Sem criatividade e sem Messi, a principal solução de improviso do time, o Barça sucumbiu aos erros defensivos. Tito Vilanova passou o ano inteiro improvisando jogadores na zaga, ao lado de Piqué. No jogo do ano, escalou um garoto. Bartra está quase pronto para jogar o campeonato espanhol. E muito verde para entrar em uma semifinal de Champions. A explicação dada pelo treinador era de que Bartra é o único zagueiro de boa estatura, e isso seria fundamental para marcar o jogo aéreo do Bayern e Mario Gómez. De nada adiantou. O Bayern venceu o jogo com dois gols resultantes de bolas alçadas à área, explorando a falta de comunicação da zaga catalã, que falhou em todas as bolas pelo alto.

Com a vatangem numérica desde o primeiro tempo, o Bayern parou de correr riscos e se fechou. O Barcelona partiu pra cima, de toque em toque, tentando achar Messi ou uma infiltração decente de Pedro ou Sánchez. Achou um contra-ataque sensacional puxado por Ribéry, que marcar o lateral até o fim e não desiste. De Ribéry para Schweinsteiger. Do melhor volante do futebol alemão e um dos melhores do mundo, para Robben. Ah, o Robben. Que corre sem parar e só corta para perna esquerda. Robben levou para a direita, ajeitou o corpo e fez um golaço. Logo em seguida, Müller completou o baile. Show alemão.

Esqueça os erros de arbitragem e a condição física de Messi, que entrou no sacrifício para um dos jogos mais importantes da temporada. Por mais que tenham sido decisivos, não são capazes de ofuscar o brilho da vitória alemã. Hoje, não tinha ninguém capaz de parar o Bayern e seus craques. Com 4 gols de vantagem e uma capacidade de contra-atacar excepcional, é quase impossível acreditar que o Barcelona conseguirá chegar a mais uma final de Champions League.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A torcida que canta e vibra tem, enfim, um time que corre e grita




Você, torcedor palmeirense, não vai ver o seu time tocando a bola como o Barcelona. Nem atacando em bloco com o mesmo brilhantismo do Bayern de Munique. Mas hoje foi à prova de que o time pode conseguir muito mais do que vexames. Se jogar, se lutar. Se faltar o talento que falta ao Palmeiras em muitas vezes, tem de sobrar disposição. Como hoje, na vitória sobre o Tigre, por 2 a 0.

Seria melhor se a equipe tivesse os dois fatores aliados. Se tivesse um Messi, um Xavi, um Iniesta, um Robben, um Ribery para desequilibrar. Ou um conjunto brilhante. Não tem. Mas tem o suficiente para crescer na Libertadores. Tem Vinicius crescendo como um jogador diferente, capaz de destruir defesas com dribles e passes. E tem garra de sobra. Sobretudo depois da vexaminosa derrota por 6 a 2 para o Mirassol.

E com garra, o Palmeiras começa a construir um time vencedor. Goleiro mais confiante, zagueiros mais sérios, volantes com mais pegada, meias mais criativos e atacantes mais decisivos. E um time mais vibrante, que marca na frente, nao deixa espaços atrás. A bola que estaria perdida para qualquer jogador dias atras, hoje está mais viva do que nunca. Para Charles Guerreiro, Marcio Araujo guerreiro, Souza guerreiro, Ayrton guerreiro, Vinicius guerreiro e todos os outros guerreiros.

A torcida que canta e vibra enfim ainda não tem um supertime para fazer mais de 100 gols em seis meses, talvez nem mesmo um grupo para chegar longe na Libertadores. Mas hoje, percebeu que tem um time bem leal a ela mesmo. Um time que corre e grita. E se mata por ela e pelo Palmeiras.

Giro pelo mundo

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