" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Palmeiras da união e da superação


O jogo contra o Atlético Goianiense, pelo jogo de ida das quartas de finais da Copa do Brasil, no Palestra Itália, vencido por 1 a 0, com um gol de pênalti de Cleiton Xavier no último lance da partida, não foi nem um pouco fácil para o Palmeiras. Diante de um time muito organizado taticamente, com jogadores experientes e talentos individuais, o Verdão teve que se superar para sair como vencedor.

Na primeira etapa, a zaga parecia estar dormindo, sobretudo Edinho, que errava muitos passes bobo. O meio, com exceção de Cleiton Xavier, estava também meio desligado e pouco criava. A sorte era que Lincoln estava inspirado, fazendo boas jogadas e chamando a responsabilidade para si. No segundo tempo, no entanto, foi o contrário. Com o camisa 99 apagado, foi preciso a raça de todos os outros jogadores para que o Alviverde saísse com vitória.

Porém, apesar da partida ter sido um bom jogo, equilibrado, o que mais chamou a atenção foi a união dos jogadores alviverdes. A cada lance, a cada erro de um jogador, já havia outros tantos para consolar o errante, apoiando-o.No Palmeiras deste ano, a união é o ponto forte. Não tem panelinha, grupinho, muito menos boicote.

Prova disso foi a reunião, organizada por Lincoln, após o fim do primeiro tempo, entre os onze titulares no centro do gramado. Segundo o meia, era para todos irem juntos para o vestiário. O fato é que isso deixa o time mais confiante, mais unido, melhor. E acabou dando certo. A vontade e a garra do segundo tempo eram dignas de um time com ambição de vencer, de lutar pelo o que deseja.

Bem que Diego Souza e parte da torcida tentaram estragar o clima bom que cerca o elenco palmeirense, trocando gestos obscenos e agressões verbais, mas Cleiton Xavier tratou de fazer tudo voltar ao normal, com um boa atuação premiada com o gol da vitória, no fim do jogo, e com uma dedicação especial ao camisa 7 alviverde, que vive dias de conflito com a torcida. O 10 do Palmeiras provou, contudo, que racha é só entre Diego e a torcida. Entre os jogadores, já é perceptível a amizade, o respeito e a união, características de um time campeão. O Palmeiras de hoje é o Palmeiras da união, da superação.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Feia, defensiva, pragmática, mas finalista

Foto: Reuters/Chivu dá carrinho na bola e acaba derrubando Messi: prova da garra da Inter


Tamanha era a vontade de José Mourinho e da sua Internazionale em chegar à final da Champions que eles abriram mão, até mesmo, de jogar futebol para chegar a tal. Durante os 90 minutos da derrota desta quarta-feira, para o Barcelona, por 1 a 0, que os classificou para a final do torneio mais importante da Europa, os neroazzuri ficaram totalmente presos à defesa, saindo, raras vezes para o ataque, nos nem sempre temíveis contra-ataques, quase sempre puxados por Maicon ou Eto'o. Mas valeu a pena. Diante de um Barcelona que preferia tocar a bola a arriscar chutes de media distância, a vaga na grande final do dia 22 de maio foi garantida.


Esse comportamento dos visitantes italianos no Camp Nou já era esperado e especulado pela imprensa espanhola. Guardiola pôs Ibrahimovic de cetroavante, e colocou Daniel Alves e Pedro abertos pelas pontas a fim destes cruzarem bolas aéreas para o sueco. Mas não adiantou. No alto, Lúcio ganhava todas. Sem exceções. O plano B era Messi, o astro do momento. Porém, vigiado como um prisioneiro pelos 'guardas' e compatriotas Zanetti e Cambiasso, o baixinho pouco fez durante todo o jogo, principalmente na primeira etapa.


O chute de longe era, claramente, a melhor opção. Contudo a equipe de Guardiola segui insistindo no toque de bola, nas jogadas pelos flancos...Num dos poucos lances em que o Barça arriscou de fora da área, com Messi a bola quase entrou. Quase mesmo. Afinal, no chute de fora da área, não tem Cambiasso, Zanetti ou Lúcio que segure. Tudo bem. Só não pode se esquecer do melhor goleiro do mundo atualmente, Júlio César. Por ele, a bola não passou, e Messi só lamentou. Não tinha mais o que fazer.


As equipes mudaram de lado, o tempo passava e o jogo não mudava. A expulsão de Thiago Motta, ainda na primeira etapa, teve imensa contribuição nisso.Eram 10 do time catalão no ataque e 10 dos nerazzuri na defesa. Parecia treino tático. Só parecia, porque a vontade era de final de campeonato. As provocações também. Eto'o e Milito viraram volantes pelos lados, e marcaram o tempo todo como verdadeiros volantes. Brilhantes. Saíram, ambos, aplaudidos. Com justiça. Mourinho, de tempo em tempo, gritava com o time, botava novos defensores em campo, ganhava o jogo. Assim como na partida de ida.


Guardiola resolveu, já no fim, tirar Ibrahimovic, inoperante em campo. Botou Bojan. Em seguida, o jovem Jeffren entrou no lugar de Pedro, e pouco fez no lado esquerdo a não ser tocar a bola para o lado. Bojan deu mais rapidez à equipe. Mas Xavi e Messi mal conseguiam chegar à meia lua diante da solidez da defesa visitante. Era preciso inovar ou esperar a falha dos rivais. Numa delas, num pequeno espaço concedido a Messi, o craque botou a bola na cabeça de Bojan, que cabeceou rente à trave , com muito perigo. Que susto. Minutos depois veio o gol de Piqué, em posição legal. Um golaço, na verdade.


Todavia, já era tarde. Os acréscimos chegavam. E o tempo passava, a Inter marcava e o Barça tocava a bola, agora com mais preocupação e desespero, mas sem perder a qualidade. E esperava. Pensava que, em algum momento, Lúcio, Cambiasso, Zanetti, Muntari ou qualquer outro italiano pudesse abir uma brecha para Messi, ou Bojan, ou quem sabe Xavi. Era pensar muito grande para quatro míseros minutos dados pela arbitragem como acréscimo.


O fim chegou para o Barcelona. Não há motivos para crise. É só uma eliminação. À Inter, há, sim, muitos motivos para festejar. A começar pela superação do time, que soube ser valente e corajoso, abrindo mão, inclusive, de jogar futebol. A classificação é mais importante. A final é mais importante. José Mourinho sabe disso - sempre soube.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Parabéns, heróis!

O dia 26 de abril é um dia a ser extremamente comemorado por uma espécie de esportista que, por pouco, não deixou de existir, dadas seus tantos obstáculos, todos eles, porém, superados com muito trabalho e, acima de tudo, coragem. Quanta coragem. São raros aqueles que aceitam o desafio de ser o primeiro na escalação de um time de futebol, o grande responsável por desafiar a lógica do futebol, com verdadeiros milagres, não deixando, até mesmo, a grama crescer. Hoje é dia de heróis, seres capazes de impedir o mais provável numa partida tão corriqueira como a de futebol: o gol. Hoje é dia do 1, das muralhas, dos goleiros.

Pouquíssimos são os arqueiros que entram, de maneira positiva, para a história do futebol. Estes, antes de todos os outros, precisam ser exaltados. Claro que, algum dia, por melhor e mais técnico que for, um goleiro irá falhar, pois está, diferentemente da maioria dos jogadores do seu time, sujeitíssimo a isso. Mas esse seleto grupo de goleiros merece mais respeito. Pois eles fizeram história, seja ela regional, nacional ou mundial. Respeito é o que merecem. E elogios, obviamente.

Muitos são os que entram negativamente para a história do futebol injustamente, caso de Andrada, excelente goleiro argentino do Vasco nas décadas de 60 e 70, que acabou eternamente 'marcado' por levar o milésimo gol de Pelé, num pênalti quase defendifo por ele. O mesmo aconteceu com o quase sempre regular Magrão, do Sport, ao levar o milésimo de outro deus do futebol, Romário.

Pior ainda são aqueles que, mesmo consagrados num excelente time, viram alvos intensos de críticas da torcida e da imprensa. Caso, por exemplo, de Félix, bom goleiro da seleção brasileira na Copa de 70, que acabou xingado e criticado duramente por boa parte dos brasileiros. Bom que se diga: de forma injusta. Félix não fez um grande mundial, mas foi eficiente. Levou poucos gols e fez boas defesas. Acabou campeão, mas sem reconhecimento, o que talvez seja pior.

Mesmo aqueles que não conseguiram jamais sucesso, pelo contrário, só colecionam más e más atuações, merecem respeito. Não é nem um pouco fácil ser goleiro. Pelo contrário, é quase impossível. Para tal, é preciso nascer com o dom. Não basta treinar, se esforçar, pedir conselhos, inspirar-se. Há de ter sorte também. Ser goleiro é pra poucos, e bons.. Todo goleiro é bom, só por ser simplismente goleiro. O número da camisa já mostra sua representatividade para o time. É muito respeito. Haja superação e coragem, e parabéns, herois! Vocês merecem!

domingo, 25 de abril de 2010

Santos vira e dá passo importante rumo ao título

Foto: Gustavo Tilio/Globoesporte.com


Dorival Júnior e sua molecada deram um importante passo ao título paulista, ao vencerem por 3 a 2 o Santo André no primeiro jogo da final. O Santo André tem um excelente time, comandados por um bom técnico, e com alguns talentos individuais, como o volante Gil, o lateral Rômulo, o meia Bruno César e os atacante Nunes e Rodriguinho. Porém a molecada da Vila é imcomparável, dificílima de ser parada. Bastaram quarenta e cinco minutos para os garoto fazerem jus à fama que vem recebendo, a de melhor time do país. Merecida, por sinal.


O Santo André, adversário santista na final do Paulistão, bem que tentou complicar a garotada da Vila Belmiro, com seu ótimo time. Tocando bem a bola, se postando muito bem em campo e com coragem, o time comandado por Sérgio Soares quase conseguiu o que queria. Bruno César, de falta, abriu o placar, André empatou, Wesley virou e ampliou. No fim, Rodriguinho diminuiu para a equipe andreeense.


Não há exagero algum em afirmar que o primeiro tempo foi todo da equipe do ABC paulista. O Santos, sem centroavante, e com Robinho e Neymar - os pontas - sendo "caçados" em campo, não conseguia criar boas chances. Com exceção de Arouca, marcando como um leão e não errando na saída de bola, e salvo alguns lances dos meias, todo o time de Dorival estava mal na partida. Exatamente o contrário do Santo André, que dominava o jogo.


No intervalo, Dorival sacou Neymar, com problema no olho direito, para a entrada de André. E o time cresceu muito de produção. O centrovante santista soube fazer muito bem o papel de pivô, prendendo bem os zagueiros, abrindo espaços para os dois laterais, que passaram a atuar muito bem, entrando no jogo. Claro que o ótimo retorno de Ganso do vestiário ajudou a fazer a diferença. O 10 da Vila estava absurdamente inspirado na segunda etapa.


Logo no início da etapa complementar, Ganso fez bela jogada dentro da área e cruzou, com precisão cirúrgica, na cabeça de André, que, no segundo pau, só teve o trabalho de empurrar para as redes: o empate santista chegava. Após o gol, o Santo André recuou, e acabou sofrendo. E muito. Cinco minutos depois do empate, Robinho, em contra-ataque, fez sensacional lançamento para Wesley, que aproveitou o espaço aberto na direita e invadiu a área, chutando cruzado, como um bom atacante: 2 a 1 Santos.


O Santo André, excessivamente recuado, penava diante da garotada santista. Não demorou muito para o terceiro sair. Pará fez belo lançamento, de novo para o camisa 9 Wesley, que como num replay do gol anterior, ampliou a vantagem santista. Em seguida, o zagueiro Toninho só conseguiu parar André com uma gravata, sendo justamente expulso. O panorama era de goleada da molecada. Até que Rodriguinho conseguiu, de forma heroica, um gol esperançoso, guardadas devidas proporções. O grande problema é que, no segundo jogo, mesmo sem Wesley, é bem capaz de Neymar querer aprontar e jogar os 90 minutos. Se somar-se isso às belas atuações dos santistas na segunda etapa deste domingo, o negócio começa a ficar feio para Sergio Soares e seu time...

sábado, 24 de abril de 2010

Finalmente, ordem no Flamengo

Enfim o pulso firme chegou à Gávea. Depois de uma série de acontecimentos desagradáveis, que tiveram por fim demonstrar a verdadeira falta de comando da diretoria e comissão técnica e a de união entre boa parte dos jogadores do clube, a presidente Patrícia Amorim resolveu agir, demitindo o vice de futebol Marcos Braz, o diretor-executivo, Eduardo manhães, e o técnico Andrade, segundo fontes ligadas à Patrícia, o grande responsável por tudo isso, devido à sua falta de pulso firme.

A partir de agora, com Rogério Lourenço, ex-técnico auxiliar do Tromba, interinamente no comando, a tendência é de que haja um verdadeiro choque de ordem no clube rubro-negro. Um treinador disciplinador, do estilo de Muricy ou até mesmo Luxemburgo, deve ser anunciado nos próximos dias, provavelmente antes do primeiro jogo contra o Corinthians. Porém, como no Flamengo nem tudo é certeza, as chances de Rogério se firmar como treinador do time ainda existem.

A presidente do clube e seu vice, Hélio Ferraz, reclamam, a amigos próximos, de certos jogadores do clube. Álvaro, Bruno, Petkovic, Adriano e Vágner Love são os mais criticados. Logo após o Mundial da África é tida como certa a saída deles, principalmente a do goleiro e da dupla de ataque. Álvaro, se não mudar seu comportamento e as noitadas, deverá, mesmo, ser dispensado. Já o futuro do sérvio Dejan Petkovic...Isto sim é uma incerteza profunda.

O que mais preocupa Patrícia - e também é um dos motivos para haver um 'choque de ordem' - é a desunião e a formação de "grupinhos" dentro do elenco rubro-negro. Há aqueles jogadores que não se inserem em nenhum dos grupos, mas sempre acabam se pondo a favor de uma das "panelinhas". Petkovic, por exemplo, não se dá com quase ninguém, salvo raríssimas exceções. Mas é Flamengo, raça, superação. E união, nas arquibancadas somente. E quem disse que isso não faz diferença? A ordem chegou à Gávea, resta a torcida aderir.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Vitória à la José Mourinho


A inteligência de José Mourinho foi mais do que suficiente para que a Internazionale derrotasse o Barcelona nesta terça-feira, em Milão, no jogo de ida das semifinais da Uefa Champions League. Sabendo a hora certa de sair para o ataque e os momentos corretos para se postar atrás, marcando ora por zona, ora homem-a-homem, o técnico português conseguiu o que poucos outros conseguiram nos últimos tempos: derrotar a máquina de Guardiola. E por dois gols de diferença.


O jogo começou muito equilibrado, com boas chances de gol para os dois lados. A Inter marcava mais no seu campo, tentando, sempre, sair nos contra-ataques. O Barça, por sua vez, abusava da posse de bola, mas nao conseguia furar a bela retranca nerazzuri. Até que, numa falha de marcação do lado direito da defesa da casa, o brasileiro Maxwell invadiu a área e cruzou para trás. A bola ficou livre para Pedro abrir o placar:1 a 0.


Audaz, Mourinho não pensou duas vezes e mandou o time pra frente. Tocando bem a bola e com uma ótima movimentação de seus meias, a Inter achou o empate poucos minutos depois, num chute de Sneijder, dentro da área. O único problema do time mandante era a insistência nos lançamentos longos, que levavam Mourinho à loucura. Os erros eram constante. A salvação veio no gol de Maicon, já na segunda etapa, virando o jogo.


Lendo de forma perfeita o panorama da partida, Mourinho puxou Eto'o para fazer uma espécie de ponta-direita, principalmente para ajudar nos contra-ataques. E deu certo. Logo em seguida, o camaronês fez ótimo cruzamento da direita, Pandeve escorou e Milito, quase dentro do gol, só teve o trabalho de empurrar: vitória praticamente consolidada. Para mostrar mais uma vez ao mundo a capacidade e o dom de ganhar partidas que tem, Mourinho ainda fez com que o time não deixasse o Barça jogar nos minutos finais, assim como em todo o segundo tempo.


Vale lembrar que Messi jogou, sim. Pelo menos entro em campo. Verdade que deu alguns dribles. Contudo, na grande parte do tempo, acabou completamente anulado por Cambiasso, um leão na marcação, dono de uma suavidade impressionante no desarme. Graças a quem? José Mourinho. Ele é o cara. E sabe disso. Por vezes, aliás, é esse o problema.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Trabalho para o sucessor


Ao assumir o Fluminense virtualmente rebaixado em setembro passado, Cuca aceitou um grande desafio, que poderia inclusive, em caso de fracasso, manchar de forma contundente sua carreira. Foi homem, batalhador, corajoso. E venceu, como um verdadeiro brasileiro, sem desistir jamais, mesmo quando até a própria torcida desacreditava. Não foi fácil, mas deu. Graças, sobretudo a Cuca, que soube explorar bem seu elenco, tornando um time fraco, limitado, numa verdadeira equipe de guerreiros, como bem definiu sua torcida.


De forma heroica, Cuca salvou o time do rebaixamento, e logo em seguida renovou seu contrato. Não perdeu, de forma alguma, a simplicidade e a superstição que carrega desde os tempos de jogador. Soube, de fato, unir o grupo - coisa que nao havia conseguido no Flamengo. Achou em Fred um líder, um amigo e um coselheiro. Soube, também, explorar isso. Muito bem. Mas veio 2010, com um campeonato mal organizado, sem charme algum, em que o Fluminense acabou esbarrando nas suas próprias limitações.


Culpado por boa parte da diretoria como o responsável pelo fracasso tricolor, Cuca acabou pagando pela lígua solta que teve antes das semifinais da Taça Rio, quando disse, sob pressão, que o Tricolor seria campeão de qualquer maneira. Não foi. A diretoria, então, já babando pelo nome de Muricy há algum tempo, não resistiu à vontade de demití-lo e o fez. Errou, de forma amadora. Terá, agora, que transformar tudo. E haja trabalho para Muricy, que deve ser anunciado nas próximas horas como o novo técnico do Fluminense.


Além de ser fechado e pouco unido aos jogadores, Muricy trata a imprensa de forma, em boa parte das vezes, desrespeitosa, criando um clima nada amigável com os jornalistas e com parte dos jogadores. Além de conquistar o grupo, como Cuca fez, Muricy terá que achar uma maneira de jogar, já que o time se mostra muito dependente do atacante Fred. Não que seja como era no São paulo, à base da força das bolas aéreas e da marcação forte e precisa. Basta ser eficiente, como nao consegiu no Palmeiras.


Motivo de sua demissão no clube alviverde, Muricy terá também que agir fora dos campos. É bom que ele já comece a fazer uma boa amizade com Celso Barros, presidente da patrocinadora do clube carioca e um dos grandes poderosos do Fluminense. A palavra de Celso, juntamente com a de Branco, tem gigantesca importância nas decisões tomadas por Horcades, o presidente. Em alguns casos, inclusive, Barros chega a decidir fatos só, sem consultar sequer a Horcades. Ele pode. Ele banca. Ele manda também. Abra o olho Muricy, senão a bola pune, meu.

domingo, 18 de abril de 2010

Eficiência campeã

No melhor estilo Joel Santana versão 2010, o Botafogo derrotou o Flamengo. Abusando, mais uma vez, das bolas aéreas, o Alvinegro não fez uma bela partida. Pra variar, foi eficiente, e acabou premiado com dois gols de pênaltis, que lhe garantiram o título do Carioca, três anos após bater na trave, sempre contra o Flamengo. O Rubro-Negro jogou muito mal, sobretudo Adriano e os zagueiros.

Ronaldo Angelim e Maldonado foram os infratores nas duas penalidades alvinegras. Com uma infantilidade tremenda, ambos ignoraram as advertências do árbitro Gutenberg de Paula, antes das cobranças de faltas alvinegras.Logo Angelim e Maldonado, que tanto se julgam experientes pela idade e pelo vasto currículo...

O fato é que, por mais uma vez no ano, Joel Santana soubre fazer uso de suas armas e explorar os tantos erros da defesa rubro-negra. Andrade, por sua vez, optou por uma cautela excessiva ao escalar três volantes e, logo aos 20 da primeira etapa, perdendo por um a zero, foi obrigado a se desfazer um deles, Toró, dando lugar a Pacheco. O Fla conseguiu, na base da raça e da vontade, empatar no último lance da primeira etapa. Mas de nada adiantou.

Joel precisou ousar. E o fez, como um bom técnico. Colocou Edno e Caio. Em mais uma bola aérea, conseguiu o segundo gol, novamente de pênalti. Diferenetemente da primeira cobrança simples de Herrerra no meio do gol, desta vez quem bateu foi Loco Abreu, que fez jus ao apelido de louco e deu uma 'cavadinha', no meio do gol, ao melhor estilo Zinedine Zidane.

Restou, então, ao Botafogo usar um de seus maiores artifícios: a compactação da zaga e a marcação forte na zaga, saindo nos contra-ataques. O Fla, perdido como Andrade nas substituições, pressionava sem vertentes. Inútil. Na base das bolas aéreas, e dos recursos limitados do seu time, Joel Santana conquistou seu oitavo título Carioca. Num campeonato inchado, sem graça e bastante criticado, os times que tentaram jogar bonito não tiveram vez. A eficiência de um time de pura disposição foi mais do que suficiente.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Adriano não é pipoqueiro!

Adriano desfalcará o Flamengo nesta quarta-feira, diante do Universidad Católica, no Chile, por mais uma vez no ano. O Imperador optou, após longa conversa com os médicos do clube, por não jogar e se preparar melhor para a final da Taça Rio, no domingo, contra o Botafogo. Ele só não jogará simplesmente por não estar, ainda, segundo sua visão, na melhor forma para jogar os 90 minutos e não dar o seu máximo.

Depois da confirmação do "corte" de Adriano, já tem até torcedor rubro-negro - sim, aquele que comemorou muito os tantos e decisivos gols de Adriano em 2009 e 2010 - duvidando da boa vontade do Imperador, o classificando como "amarelão", "pipoqueiro", coisas do tipo. Injustiça. Muita injustiça. Coisa que Adriano nunca foi, não é e, sem dúvidas, jamais será. Adriano é do tipo que apanha, levanta e vai pro jogo, como bem disse Dunga, recentemente.

Que o Imperador tem seus problemas particulares, isso ninguém duvida. E eles são muitos, todos sabem. Mas o fato é que, quando Adriano está em campo - esta sim pode ser uma questão a ser discutida -, dificilmente ele não decide, não marca, não dá assistência. Alguém já viu o Adriano pedir para sair durante um jogo? Nunca. Ele não faz esse tipo. Se for preciso, entra em campo até com uma chuteira rasgada, emendada, como fez no jogo do Hexa, para curar uma bolha gigante no pé-esquerdo.

Adriano vai para a Copa, exceto por um erro gravíssimo, somente fora dos campos. Dentro deles, ele enche os olhos, inclusive de Dunga, que diz ser fã incondicional do camisa 10 do Flamengo. No domingo, ele volta ao time contra o Botafogo e, com certeza, terá seu nome cantado nas arquibancadas do Maracanã, até mesmo por aqueles que o chamam, muito injustamente, de "pipoqueiro". Estes, dificilmente, sairão do Maraca com o mesmo pensamento sobre o Imperador. Afinal, é bem provável que ele jogue com raça, vontade, garra e, claro, decida. Adriano é assim. Sempre foi e sempre será. Por isso, é Imperador.

sábado, 10 de abril de 2010

Na base da prancheta

Foto: Alexandre Durão/ Globoesporte.com


O apelido "Rei do Rio" está cada vez mais apropriado para a figura de Joel Santana. Com a sua tradicional pracheta debaixo dos braços e a inteligência e experiência de um treinador vencedor presas à sua mente, o Natalino deu mais uma prova de como um técnico pode deicidir um jogo, na vitória do seu Botafogo sobre o Fluminense, por 3 a 2, de virada, classificando-se para a final da Taça Rio. Se vencê-la, o Bota e Joel já serão campeões por antecipação, já que venceram o primeiro turno, a Taça Guanabara.


A partida começou extamente como o comandante alvinegro queria, com o Botafogo acuado, porém bem compacto na zaga, explorando o contra-ataque e, claro, a infalível bola aérea. E foi exatamente neste tipo de jogada que saiu o primeiro gol alvinegro, extamente em cabeçada do gigante Loco Abreu. No entanto, talvez num único momento ruim, taticamente, do Bota na partida, acuado, o time acabou sofrendo um certo domínio do Fluminense, que não demorou muito para virar o jogo, com dois gols de Fred.


O Fluminense tinha mais posse de bola, tocava melhor a bola, jogava um futebol mais chamativo, mais atraente. E de que adianta? Joel não se importa com a beleza, é pragmático, eficiente. Vencedor. Depois de sair em desvantagem no intervalo, o Natalino precisou ser audaz. E foi. Foi, antes de mais nada, inteligente e ousado, como um jovem técnico. Aliando experiência e ousadia, colocou Edno e Caio em campo, e sua equipe passou a dominar as ações do jogo. Mais ofensivo, o Bota levava mais perigo.


Após a bela mexida do técnico alvinegro no intervalo, e a melhora do time em campo, o justo seria o empate. E haja justiça. Nada mais justo do que um gol na bola aérea, jogada tão treinada e instigada por Joel Santana. Experiente, o técnico alvinegro sabe que seu time é limitado e que teria de, ao chegar, achar uma maneira de ser perigoso. Achou, como um grande vencedor, que vem provando, de novo, ainda ser.


Tudo bem que faltou justiça no terceiro gol alvinegro, irregular. Contudo, é consenso que, pelas boas substituições, orientações e pela excelente postagem dentro de campo, com organização e (muita) vontade, o Botafogo e, sobretudo, Joel Santana merecia a vitória, a classificação. Ser cmapeão antecipado, porém, é outra história. Para tal, Joel terá de mostrar mais uma vez sua capacidade de deicidir jogos decisivos. Nisso, ele ja é campeão.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Troco alemão


Onze anos depois de perder um título da Champions League em dois minutos para o Manchester United, o Bayern de Munique precisou de muita coragem e garra para conseguir se reaproximar dele, ao se classificar de forma heróica, mesmo perdendo a partida para o próprio time inglês por 3 a 2. A equipe comandada por Louis Van Gaal começou o jogo muito mal e acabou levando, ainda no primeiro tempo, 3 gols. Com muita vontade e um pouco de técnica buscou o resultado e conseguiu dois gols, se vingando, na mesma moeda, daquele jogasso de 1999.


Enquanto Alex Ferguson optou pela cautela, escalando três volantes no meio, mas, ao mesmo tempo, arriscou ao escalar Rooney, ainda sentindo o tornozelo direito, no time titular, Van Gaal apostou todas as suas fichas no ataque. Com 5 jogadores de ataque, e somente um de marcação no meio-campo e no ataque, a proposta do Bayern era clara.


O time alemão pagou caro pela aposta do técnico holandês. Logo aos 2 minutos, o jovem volante Gibson foi entrando sozinho pelo meio e, num chute de fora da área rasteiro, abriu o placar. Logo em seguida, o sempre perigoso Valencia cruzou pela direita e Nani, de letra, ampliou com um golaço. O início arrasador inglês foi premiado com um terceiro gol, em jogada parecidíssima com a do segundo: Valencia cruzou novamente pela direita e, de novo ele, Nani, chutou forte, mas colocado, fazendo o terceiro.


A eliminação do Bayern já estaria bastante encaminhada se não fosse o gol espírita, na base da garra, de Olic, minutos depois do terceiro gol inglês. E era na base da garra e da vontade que o time alemão se norteava. Até que, logo no início do segundo tempo, o lateral brasileiro Rafael foi expulso. A partir de então, o Bayern ganhou espaço e passou a dominar o jogo, exatamente da mesma forma que o Manchester fizera na primeira etapa.


Não demorou muito para a vontade dar lugar à técnica, e os talentosos Robben e Ribéry começarem a fazer a diferença. O ápice da derrocada inglesa foi a substituição extremamente defensiva feita por Ferguson. O escocês sacou Rooney e colocou O'Shea, para que este ocupasse a lateral-direita. Minutos depois, num lance de pura genialidade, Robben pegou de primeira, numa espécie de voleio, uma escanteio cobrado da esquerda e fez o segundo do Bayern, o da classificação.


Na hora certa, e dando um aula de coragem e confiança para Alex Ferguson, Van Gaal recuou o time, fechando o meio e compactando a zaga: o suficiente para segurar a pressão desordenada do time da cidade de Manchester. Foi na base da coragem, porém aliada à técnica, que o Bayern conseguiu, enfim, dar o troco no Manchester. O Bayern esperou. E alcançou o que queria. Agora, pega o Lyon na semifinal.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O Melhor do melhor se consagra


Lionel Messi estava a três gols da artilharia da Champions e também a do ano na Europa, que pertencia até hoje a Wayne Rooney. Passado. Em um simples jogo, o Melhor do Mundo fez nada mais que 4 gols sobre um dos candidatos ao título inglês deste ano, o Arsenal, e decidiu o jogo: 4 a 1 para o Barcelona. O baixinho mirrado deu um verdadeiro show e acabou aplaudido por todo o mundo. A redundância, agora, é verdadeira: Messi tem o Mundo a seus pés.


Jogando no esquema da moda, o 4-2-3-1, com Messi na função de armador-central, mais perto do gol, como gosta Guardiola e todo bom amante de futebol, o Barcelona foi superior a todo instante. Levou um susto no início, com o gol do dinamarquês Bendtner, mas bastou Leo começar a jogar um pouquinho - só um pouquinho - do que sabe para acabar com o jogo.


O mais incrível é que Messi não gosta de fazer gol feio. Dos 4, todos foram bonitos, seja pela jogada como no quarto, ou pela finalização, como no primeiro. Aplaudido e tendo seu nome cantado durante todo o jogo pela torcida que tanto o ama, o camisa 10 do melhor time do mundo terminou o jogo sorrindo, ou melhor, gargalhando. E pode. Por vir de quem vem, não pode ser considerado desrespeito. Seria crime contra o bom futebol, contra a alegria do jogo.


Quando Messi dá show, pouco se percebe nos seus companheiros, contudo, são eles que o ajudam, que o permitem mostrar sua identidade de outro planeta. No entanto, não foi isso que aconteceu nesta quarta. Nesta noite em que o principal coadjuvante, o volante Xavi, não estava bem, o argentino sabe o que fazer: jogar por ele. E como faz bem. A consagração já chegou, Messi é o melhor jogador do melhor time do mundo, em outras palavras, é o Melhor do Mundo. Não há Copa do Mundo que estrague isso. Ademais, numa copa que reúne times e jogadores humanos, não deveria ser permitido que um 'ser de outro mundo', como bem definiu o jornal espanhol 'AS', participasse.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Previsível, inchado e sem graça

Dezesseis times, sendo apenas quatro da primeira divisão - exatamente os considerados 'grandes' -, dois turnos, diversos estádios vetados, ingressos caríssimos. Estas são apenas algumas das características que prejudicaram o Campeonato Carioca 2010, transformando o Estadual mais 'charmoso' do Brasil no mais chato. Aliadas à fraqueza dos times 'pequenos' e à discrepância entre os jogadores dos menores com os dos gigantes, elas conseguiram tornar o Cariocão previsível, e, ao final de dois turnos sem graça alguma, muito menos surpresas, o que era esperado não deixou de acontecer: os grandes nas semis dos dois turnos.

O inchaço do torneio, que anos atrás possuia apenas 12 times, é obra da Federação, a fim de pôr os pequenos em campo por mais tempo, já que, com apenas doze times, e sem se classificarem para qualquer outro torneio - situação da maioria dos clubes menores -, tais equipes se viam atoladas em dívidas, e acabando quase falindo, já que, diante desse panorama, mal conseguiam pagar o salário de seus jogadores, pois, afinal, não tinham receita, nem sonhavam com lucros.

Mas tal reformulação da tabela, conferindo ao campeonato mais clubes, não favoreceu muito aos pequenos, principalmente pelo fato de não poderem atuar em casa diante dos grandes, devido ao veto do Corpo de Bombeiros e, consequentemente, da Federação Carioca. Talvez existam duas exceções, atendendo pelos nomes de América-RJ e Bangu, dois tradicionais clubes do Rio de Janeiro que retornaram há pouco tempo à primeirona carioca e que, neste ano, conseguiram a proeza de se classificar para a Série D do Brasileiro e para a Copa do Brasil, gerando, futuramente, receita.

Mesmo assim, o fato é que tal reformulação, aumento dos times, deixou o campeonato cada vez mais evidente, previsível. Graças ao fato de 11 dos participantes serem times pequenos, que sequer estão na Série B do Brasileiro. Sendo assim, boa parte das rodadas, com exceção, é claro, dos clássicos e de raríssimos jogos entre os dois escalões, foram sem graça, desimportantes, e pior: óbvias no que diz respeito ao resultado. Não demorou para os 'gigantes' mostrarem seu poderio e, em alguns casos, até com time completamente reserva, venceram os pequenos.

O exemplo de tudo isso é o Flamengo que, sem contar com a semifinal da Taça Guanabara, não perdeu um, sequer um jogo. Em certos casos, começou até perdendo o jogo, mas com o passar do tempo, a fraqueza e a falta de preparo do adversário falavam mais alto e a vitória( goleada, na maioria das vezes) era logo construída. Isso desinteressa muito o torcedor. Ademais, um aumento no preço dos ingressos ainda foi capaz de piorar as coisas. Porém como diminuí-lo? Não há receita, não há lucro, não há público. Nem mesmo nos clássicos, com exceção do primeiro Fla-Flu do ano.

Para virar o jogo e fazer o Carioca voltar a ser o mais 'charmoso' dos estaduais é preciso mudar. Mudar a fórmula de disputa. Alguns falam em mata-mata, contudo, isso não é possível, já que, desta forma, os pequenos ficariam bela parte do ano sem atividades e, dificilmente, conseguiriam se sustentar. A grande bola da vez seria "desinchar" o Cariocão, quem sabe fazer voltar o módulo com 12 times, ou até mesmo 10. Outra hipótese bastante aceitável seria uma criação de uma preliminar, onde só os pequenos jogariam, e os melhores se classificariam para jogar o resto do campeonato(parte decisiva) com os grandes, exatamente como ocorre na Copa da Liga Inglesa.

Pensar e reformular. São estas as palavras a serem usadas pelos dirigentes cariocas, para que, em 2011, possamos voltar a ter um Estadual digno de cariocas. O de 2010 ainda não acabou, pelo contrário, nem existiu até o momento, só começa agora, nas semifinais da Taça Rio, onde os grandes disputam pela última vez uma vaga na final geral. Os grandes. Somente os grandes. É hora de mudar. As zebras estão em extinção no Rio e a causa, ou melhor, as causas são claras, mas varridas para debaixo do tapete, que não é vermelho. Pena.

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