" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O fim de uma era marca o início de outra na carreira de Luxemburgo




Vanderlei Luxemburgo é um técnico de vitórias. De títulos. Do tipo que deve e quer ser marcado por onde passa. Por onde, normalmente, vence. Como foi em quase toda sua carreira, desde a ascensão meteórica no Bragantino no início da década de 1990, o maior time da história da equipe de Bragança Paulista. É raro, difícil, não o ver vencer. No Atlético Mineiro, recebeu apoio de todos os tipos da quase sempre competente diretoria alvinegro. Tentou, apostou, mexeu, inovou. E perdeu. Acabou demitido num humilhante 5 a 1 para o Fluminense, no Rio.


A passagem pelo Galo, "coroada" com um título mineiro desimportante e desinteressante para o super-técnico que é, foi a pior da carreira. Criticado por boa parte da torcida e grande parte da imprensa, Luxa era mantido pelo nome no cargo. Se arrastava, literalmente. E perdia como nunca. Não conseguia dar padrão de jogo ao bom time que tinha em mãos. Não conseguia acertar substituições. Não conseguia fazer seu trabalho. Não conseguia vencer. Nem sair da zona de rebaixamento.


Por quê?


São muitos os motivos. A começar pelo gol. Fábio Costa está desgastado, envelhecido e, acima de tudo, não tão seguro como em 2002, ou 2005, quando foi campeão brasileiro. Falhou diversas vezes. Mas quem dera para Vanderlei que a culpa fosse só do camisa 12. A defesa alvinegra é bem fraca. Luxemburgo não conseguiu a transformar numa zaga eficiente e segura. Os erros eram constantes e intermináveis. A insistência do comandante em escalar jogadores fora de forma também foi uma das causas. Não ter a competência de recuperar Diego Souza, como fez diversas vezes com diversos jogadores(Pedrinho, no Santos em 2006, um exemplo), outra delas. Mas a principal, talvez, tenha sido a falta de padrão no comando do time. Técnico, tático, físico, mental. O Atlético não possuía uma ideologia, uma "cara", uma forma de jogar.


Cada vez mais insustentável, Luxemburgo não sabia mais para o que recorrer. Não tinha mais para onde fugir. Apelou. Tentou na base do nome, da carreira, da história inegável e imutável que ostenta. Chegou a proferir ser um vencedor e ter nascido somente para vencer. Afirmou que jamais iria pedir demissão, pois não desiste nunca. Não pediu. Ela foi pedida. A diretoria só precisou simbolizá-la e oficializá-la, pois ela já estava evidente, nítida nos olhos de qualquer atleticano ou profissinal de imprensa após a última e insustentável derrota.


É hora de Vanderlei recomeçar. Do zero. Ele precisa esquecer-se de todas as conqusitas, da sua história. Necessita fingir estar em início de carreira, como no Campo Grande nos anos 80. As vitorias, assim, não demorarão a voltar. Abalado por não ter ido à Copa de 2002 pela seleção e pelos recentes trabalhos considerados "regulares ou ruins", chegou a desmotivar-se por alguns anos. Já passou da hora de voltar a ser quem sempre foi, o vencedor Vanderlei Luxemburgo. Com "W" ou "V", não importa. Com ou sem gravata lilás. Com ou sem terno. O futebol anseia pelo retorno de um dos maiores técnicos da história.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Em Brasileiros, Fla não vence Grêmio no Olímpico há 16 anos

*direto do Fanáticos por Futebol - Por Lucas Imbroinise

Depois de jogar no limite e conseguir segurar o empate heróico diante do Fluminense no último domingo, o Flamengo tem uma importante e difícil missão fora de casa. Na próxima quarta-feira, às 22h(de Brasília), a equipe enfrenta o Grêmio, em Porto Alegre, no Olímpico, local onde não vence o Tricolor Gaúcho há 16 anos, na contagem válida para Campeonatos Brasileiros.

A única vitória rubro-negra durante todos esses anos ocorreu em 2004, em jogo válido pela Copa do Brasil, quando Zinho, ídolo da torcida gremista, marcou o único gol do apertado triunfo rubro-negro em terras gaúchas.

Ex-técnico da equipe gaúcha, o atual comandante rubro-negro, Silas, sabe bem como é jogar no estádio Olímpico. Ciente do atual momento de recuperação do time - o qual fez questão de comparar com o da sua equipe -, o técnico espera pôr fim a esse incômodo jejum.

"O Grêmio vem em uma situação parecida com a nossa. Um time muito forte em sua casa e o Olímpico é um lugar complicado de se jogar. É um clássico do futebol brasileiro. Vamos jogar a nossa vida e com a esperança de trazer uma vitória lá de Porto Alegre", declarou Silas, ao site oficial do clube.

Para tentar pôr fim ao tabu de 16 anos sem vencer o Grêmio, em Brasileiros, no Olímpico, o Flamengo terá de superar algumas ausências. Juan, ainda sentindo contusão no tornozelo, dificilmente joga. E Willians, suspenso, já é ausência garantida.

Em 1994, quando venceu o Grêmio em pleno Olímpico, com um gol de Nélio, o time titular rubro-negro escalado por Carlinhos, o Violino, era: Adriano, Isael, Gelson, Marçal, Marcos Adriano, Fabinho, Fabiano, Hugo, Nélio, Paulo Nunes e Magno.

Há algo de errado no Palmeiras...

Paulo Vinícius Coelho é um dos melhores jornalistas esportivos brasileiros de todos os tempos. Preciso, detalhista, apurador, raramente erra. No programa Bate-Bola 2ª edição, nesta segunda-feira, na 'Espn Brasil', levantou uma importante e curiosa tese sobre o passado recente do Palmeiras. Ela merece ser refletida: 'Nos últimos dois anos, os três técnicos mais renomados do país passaram pelo Palmeiras e "fracassaram", ainda que Felipão tenha chances de recuperar o então "fracasso" - PVC não considera, ainda, o trabalho de Felipão no Palmeiras um fracasso -, se for mantido pela nova diretoria (ou velha, dependendo das eleições de fim de ano no clube) para o ano que vem".

De fato, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho não fizeram um bom trabalho no clube. Apesar de ser camepão paulista e se classificar para a Libertadores, Luxa não fez um trabalho a seu nível, que pede títulos de expressão. Bem como Muricy, que sequer conseguiu classificar o time para a competição mais importante do continente. Felipão chegou já há dois meses e não consegue fazer o time vencer e convencer.

Trata-se de uma tese, no mínimo, curiosa e que merece mais atenção. Ela nos permite, sem estudos maiores e investigações mais apuradas, afirmar que há alguma coisa errada dentro do clube, provavelmente nos bastidores, na diretoria...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Goiás 4 x 1 Botafogo

Jorginho teve peito para assumir o comando do desfigurado e desacreditado Goiás. Aos poucos vai montando seu time e dando seu padrão de jogo, sob forte organização. Contra o desfalcado Botafogo, foi dominado durante boa parte do jogo, mas, com extrema eficiência e simplicidade, conseguiu fazer seu time aproveitar as falhas rivais e golear um dos “candidatos ao título”. Se é que o Botafogo pode ser classificado como tal.

Afinal, equipes rotuladas como tal devem vencer dentro e fora de casa, sobretudo se o adversário for o lanterna do campeonato. Além do mais, não podem, jamais, terem dificuldades para furar a retranca de uma equipe considerada inferior. O Botafogo não teve cacife de postulante ao título nacional e acabou tomando uma goleada no Serra Dourada.

Tudo bem que os cinco desfalques alvinegros(M.Mattos, Marcelo Cordeiro, Somália, Jóbson e Herrera não jogaram) atrapalharam bastante os planos de Joel Santana, obrigado a improvisar Edno na ala-esquerda e Maicosuel na frente ao lado de Loco Abreu. O camisa 11 até fez boa partida, sendo a principal arma ofensiva alvinegra durante quase todo o jogo. Isso porque Renato Cajá pouco se movimentava e Lúcio Flávio, posto como segundo volante, mal tocava na bola, totalmente inoperante.

O Bota dominava a partida, tocando bem a bola e atacando o cauteloso Goiás, que montava uma retranca quase intransponível. Esperava-se, a qualquer momento, um gol dos visitantes. Mas não seria surpresa se Fahel, o volante mais contestado do Rio de Janeiro - quiçá do Brasil -, falhasse e o Goiás marcasse. Para a surpresa geral, Fahel fez boa partida, tirando o ‘costumeiro’ amarelo que levou. E quem falhou foi Leandro Guerreiro. Wellington Monteiro aproveitou e abriu o placar.

Desatento na marcação, o Botafogo cedia espaços demais para o alviverde, que começava a crescer no jogo. Com Marcão absoluto na marcação a Maicosuel, a defesa esmeraldina neutralizava facilmente o meio-campo alvinegro. Até que, em outra falhá do sistema defensivo visitante, desta vez coletiva, Wellington Monteiro chutou forte na trave. No rebote, Rafael Moura ampliou.

Não demorou, todavia, para que Edno, deitando e rolando nas costas de Wendell, fizesse “chover“. O meia improvisado como ala fez bela jogada pelo lado esquerdo e cruzou rasteiro, como pedia Joel. Loco Abreu fez questão de provar que a fase pessoal é realmente boa, empatando o jogo. O Botafogo voltava ao jogo. E dominava, se movimentava, tocava, criava. Mas não finalizava. O Goiás não deixava.

Joel precisava mudar. Mexer. Como vem sendo, jogou o time pra frente, cedendo espaços para contra-golpes. Num deles, muito mal puxado por Rafael Moura, Felipe consertou tudo, pôs o He-Man na frente do gol. O camisa 9 sofreu pênalti de Alessandro, muito mal na partida. Batido e convertido por ele mesmo. Desespero geral dos alvinegros, que partiram para o tudo ou nada. Nada. Em outro contra-ataque, Rafael Moura fechou o caixão botafoguense.

Num Serra Dourada com um bom público, Jorginho soube organizar seu time num 3-5-2 muito bem desenhado. Ademais, teve a competência de neutralizar a criação do Alvinegro. Parece que o novo técnico começa a dar jeito num time que parecia, antes,

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Por que duvidar do Botafogo

Joel Santana é um excelente técnico para campeonatos de pontos corridos. Motivador, se reinventou com o tempo, sem deixar de lado, é claro, o estilo "paizão" de ser com os jogadores. Sabe, como poucos no Brasil e no mundo, ter um grupo em mãos. E se o Botafogo está em terceiro lugar, rotulado por muitos como candidato ao título nacional, grande parte disso devido a seu treinador.

Pois foi Joel que pôs Leandro Guerreiro no seu paraíso particular, a sobra. Atrás da dupla de zaga, o volante alvinegro faz sua estrela brilhar como um terceiro zagueiro, quem às vezes é mais líbero que zagueiro. Encaixar Marcelo Mattos no time, recuperar Edno e Jóbson, fazer Caio jogar em mais de uma posição, entre outros, também são méritos exclusivos de Joel Santana.

Contra o São Paulo, o comandante alvinegro foi corajoso e audacioso o suficiente para tirar - ainda que obrigado - um volante e um lateral e colocar um meia e um atacante. Com apenas quarenta minutos de jogo. Uns dizem se tratar de sorte, outros de experiência, mas a palavra que melhor resume isso é competência. Joel é competente demais no que faz. Trabalha duro. E colhe os frutos.

Mas, então, por que duvidar deste Botafogo?

Por mais difícil que seja de acreditar, os motivos são muitos. A começar pelo fator casa. Tido como o estádio mais moderno do Brasil, o Engenhão se encontra, atualmente, com um gramado em estado sofrível, coberto de areia e buracos. Isso prejudica qualquer time que necessite vencer e jogar bem. Como Botafogo o de Joel. Além do mais, a torcida não tem feito seu papel já há algum tempo.

No último domingo, numa perfeita oportunidade(muito bem aproveitada pela equipe) de se aproximar dos líderes, era mais que plausível um estádio lotado, abarrotado de alvinegros. Apenas 25 mil pagaram ingresso, frustrando boa parte dos jogadores, que, mesmo assim, venceram merecidamente o São Paulo.

A escassez de um destaque diferenciado merece também ser destacada. Tê-lo é quase uma pré-condição para conquistar o título brasileiro, sobretudo na era dos pontos corridos. Foi assim desde 2003, com Alex destroçando o campeonato com a camisa do Cruzeiro. Duas exceções fogem à regra, porém: o Santos de 2002, que jogava um futebol bastantemente coletivo, e o Flamengo de 2009, que possuía dois grandes destaques(Pet e Adriano).

O Botafogo não tem um destaque assim dentro de campo. Joel faz esse tipo, mas no banco de reservas. Maicosuel está longe de ser o tal. Assim como Jóbson. Talvez quem esteja mais perto de sê-lo seja Jefferson, o paredão alvinegro, selecionável por Mano Menezes. E ainda assim, precisa de mais ótimas atuações para se consolidar como destaque absoluto da equipe, a ponto de fazer a diferença num campeonato equilibrado como o Brasileirão.

E, para terminar, problema de ordem técnica que põe em dúvida a "candidatura" do Glorioso de forma concreta e preocupante. Os laterais alvinegros são muito fracos. Tanto na marcação como no apoio. Muitas vezes, Joel chega a improvisar Somália ou Caio. Se tivesse, ao menos, um bom lateral ou ala, o Botafogo poderia gozar melhor da briga pelo caneco.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sem interferências externas, Muricy passa por qualquer crise

Como é difícil liderar o Brasileirão! Como é complicado manter uma boa fase! O Fluminense que os digam. Mesmo absoluto no topo da tabela, com um elenco invejável, contratações exemplares e uma balança econômica favorável para as pretensões do clube, há sempre uma crise. No Brasil é assim. Todos os times vivem momentos de oscilações no Nacional, mas o líder tem sempre mais intensidades. Há sempre uma grande crise.

Foi assim, por exemplo, no Palmeiras de Muricy, em 2009, quando o time liderava sozinho o campeonato e se perdeu na reta final, graças a uma crise interna, envolvendo jogadores e dirigentes. E deu no que deu. Acabou que o Verdão ficou sem o título, Libertadores e tudo mais, tendo que se contentar com uma mísera Copa Sul-Americana.

O Fluminense sabe disso. Lembra. Sobretudo seu técnico. Muricy não admite passar pelos mesmos erros do passado. Não aceita crises extra-campo. Faz questão de acabar com qualquer tipo delas. Só não consegue fazê-lo quando há alguém superior metido. Como tinha Belluzo, presidente alviverde, no ano passado. No São Paulo, nos últimos três títulos conquistados, reinou absoluto, e ganhou como nunca. Tri-campeão consecutivamente. Impressionantemente vencedor. Sem crises. Era o segredo.

Rotulado como grande favorito ao título deste ano com seu Fluminense, esperava a primeira oscilação. Ela veio. Empates e derrota fora de casa para o Guarani, a primeira depois da Copa. Soube superá-la, destroçando o modesto Ceará no Engenhão. Todavia, pelo grande problema ele não esperava. Fred fez declarações contra o chefe do departamento médico tricolor, Michel Simoni, que renunciou ao cargo. Crise que ainda seria acentuada pela "discussão" entre Fernando Henrique e Rafael no vestiário do Engenhão, que vazou para a imprensa. Crise generalizada. Preocupante. Sensacionalizada, como de costume, por parte da imprensa esportiva.

Por mais que os tricolores reclamem e não a julguem como tal, trata-se, sim, de uma crise.

E precisa ser resolvida. O time precisa responder dentro de campo. O melhor que se tem a fazer é falar menos e jogar mais. Muricy é especialista nessa estratégia. Sabe, como poucos, administrar uma situação-problema desse naipe. E contorná-la, sempre trabalhando e vencendo dentro de campo.

O Fluminense, mais do que nunca, vai precisar de seu técnico e de seus dirigentes, superiores ao comandante tricolor. A patrocinadora, que possui voz ativíssima no clube, há de se manter neutra, sem atrapalhar, pois lucrará bem mais com um título nacional. A diretoria precisa ser coesa e dar autoridade para Muricy agir. Ele sabe o que faz. E dá resultado. Não precisa mais provar nada a ninguém. Já provou ser absurdamente campeão. Precisa, sim, pôr em prática sua ideologia de trabalho, sem ser interferido. Com certeza, o Fluminense estará em ótimas mãos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Cruzeiro de Cuca e da eficiência já é 3º lugar


O Cruzeiro de Cuca, Montillo, Roger e Thiago Ribeiro já é terceiro colocado do Brasileirão. Ainda que a colocação se mostre provisória, pois Botafogo e Santos, que têm 31 pontos - 3 a menos que o time mineiro, que venceu o Inter nesta quarta-feira por 1 a 0, em Uberlândia(MG) -, se enfrentam somente nesta quinta-feira, na Vila Belmiro, o belo trabalho do treinador que fez milagre com o Fluminense em 2009 precisa ser elogiado.


Tudo bem que Cuca, ou Alex Stival, seu nome de batismo, pegou uma base já (muito bem) estruturada por Adilson Batista. A manutenção da filosofia de jogo, sobretudo com a trinca de volantes no meio-campo, quase sempre formada por Marquinhos Paraná, Henrique e Fabrício, é um dos segredos do sucesso do novo comandante, que dificilmente perde em casa. Cuca soube aproveitar o que Batista teve de melhor na sua passagem pelo Cruzeiro.


Remontou, com novas peças, o time vice-campeão da Libertadores em 2009. E achou em Montillo um cérebro para a equipe. Muito mais eficaz do que era Wagner. Bem mais parecido com Alex, em 2003. Teve o mérito de saber fazer o novo camisa 10 azul funcionar, com os atacantes e meias ou volantes se desdobrando e se matando para marcar e dar ao argentino a liberdade precisa para ele funcionar. Fica mais fácil ainda quando se tem um Roger no banco de reservas, super-útil quando necessário.


Contra o Inter, o Cruzeiro foi eficiente como vem sendo nos últimos jogos. Aproveitou sua chance clara de gol e reforçou a marcação, bloqueando qualquer tipo de criatividade do adversário e saindo em contra-ataques rápidos, raros nesta quarta. Sem Montillo e Wellington Paulista, Cuca pôs Roger e abriu Éverton como volante pela esquerda, deixando Thiago Ribeiro aberto pela direita na frente ao lado do novo artilheiro Farías, ainda fora de sua forma ideal.


Não se pode deixar pra lá os acertos de Cuca. Com Éverton flutuando às costas de Giuliano e confundindo a marcação dos volantes colorados, a posse de bola dava volume de jogo à Raposa, que tinha na dobradinha Jonathan-Thiago Ribeiro, sempre em cima de Kléber, pela direita do ataque mineiro, a sua grande força. Roger organizava e ditava o ritmo pra cima de Guiñazu, que apelava para as faltas. E quanto o Inter começava a dar sinais de que iria reagir, veio o ato final cruzeirense. Jonathan cruzou e Éverton, num lindo sem-pulo, fez o gol da vitória. O Cruzeiro de Cuca é assim: frio, calmo, calculista e decisivo. É eficiente. E não deixa de ser brilhante.


O golaço de Éverton marca a quarta vitória cruzeirense em quatro jogos. Mais do que números, prova a consistência e ilustra a ascendência da Raposa no campeonato, sobretudo após a chegada de Cuca. E põe o time, quase que de forma imutável, na lista dos grandes favoritos ao título deste ano. Com elenco e regularidade, o Cruzeiro tem o básico e o diferencial para repetir a dose de 2003. Nesta quarta, deu mais uma prova disso, com extrema eficiência.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A reformulação da seleção francesa



Na estreia das Eliminatórias para a Euro-2012, a França, mesmo jogando em casa, na capital Paris, perdeu de novo. Desta vez para a Bielorrúsia. O jogo marcou a estréia de Laurent Blanc, campeão em 1998 em cima do Brasil, no comando francês em partidas oficiais.


Esta derrota, no entanto, não pode ser compreendida como apenas “mais uma” da extensa lista recente de fiascos franceses. Afinal, trata-se do início de um trabalho de renovação no futebol francês. Prova disso foi a escalação da última derrota, quando apenas 5 jogadores que estiveram no último Mundial, na África do Sul, jogaram.


Trabalho esse parecido com o de Dunga, lá atrás, em 2006, após a saída de Parreira, que culminou numa reformulação quase que total da Seleção Brasileira. O resultado final, diga-se de passagem, não foi bom. Talvez o trabalho não tenha sido executado com tanta competência e coerência assim.


Mas Blanc pode se basear um pouco em Dunga. Precisa ser humilde e resistir às críticas, mesmo quando elas forem intensas. É aí que o profissional precisa crescer. Como Dunga cresceu em julho de 2007, conquistando a Copa América. Ou no final de 2008, quando praticamente demitido, deu a volta por cima, goleou Portugal por 6 a 2, e garantiu o emprego. Blanc precisa seguir esses exemplos.


A reformulação da seleção francesa enfrentará, todavia, obstáculos bem mais difíceis do que a brasileira. Afinal, uma Euro é bem mais complicada de se jogar do que uma Copa América. Assim como as eliminatórias europeis são bem mais árduas do que as sul-americanas. Títulos, portanto, serão quase impossíveis de serem conquistados rapidamente. O trabalho precisa ser longo e planejado. Como o de Dunga foi. Porém ciente das dificuldades que irá enfrentar.

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