" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 30 de maio de 2010

O novo Fluminense


Muricy Ramalho tem a receita infalível de como conquistar um Brasileiro. Ele é o cara dos Nacionais.Não foi à toa que o venceu por três anos consecutivos. Agora, no Fluminense, começa a dar sua cara ao time, formando um time campão, como definiu Fred após a excelente vitória tricolor fora de casa, neste domingo, no Mineirão, por 3 a 1 sobre o Atlético Mineiro, de Vanderlei Luxemburgo. Foi a segunda vitória consecutiva do Flu, que já havia vencido o Fla-flu no meio de semana, a terceira no Brasileiro.


Jogando com autoridade, e com vontade de vencer fora de casa, o Tricolor mostrou-se um time valente e organizado, como manda a cartilha de um campeão brasileiro. Além do mais, a constância de certos jogadores, que só acumulam boas atuações, sem sequer uma oscilada, como por exemplo Carlinhos e Conca, contribuiu mais ainda para a formação de um novo Fluminense, quase pronto: um time que reúne todas as caracterísitcas de um conjunto vencedor. Contra o Galo, o Fluminense provou isso.


Apesar do susto inicial, numa das raras desatenções da defesa tricolor, o time soube reagir e equilibrar o domínio do primeiro tempo. Com Conca em um dia inspirado e Marquinhos eficiente na polivalência do lado esquerdo, alternando descidas ao ataque com Carlinhos, que fez mais uma grande apresentação com a camisa tricolor, o Fluminense tinha total controle da posse de bola. Equilibrado taticamente, dominava o meio-campo e sufocava o Galo no seu campo de defesa. Este assustava, sim, mas só nos contra-ataques.


Na volta do inteervalo, Muricy decidiu ganhar o jogo. Sim, técnico do calibre de Muricy Ramalho decide. E como. Muito mal na partioda, escondido e sem se movimentar, Rodriguinho foi sacado para a entrada do ágil Alan, que deu mais mobilidade e velocidade ao time tricolor. O Atlético, relaxado, mal assustava o Fluminense, que não demorou para chegar ao empate, em cabeçada de Gum após escanteio cobrado por Conca. É, na bola parada, arma secreta que poucos técnicos sabem explorar. Muricy é um deles. Joel é outro. Mas isto não vem ao caso.


O que merece ser dado importância é a atuação de Conca. Maestro do meio-campo, como sempre, o argentino ditou o ritmo da equipe. Contando com a ajuda de dois "monstros" nas laterais, o meia que completava 150 jogos pelo Tricolor tinha liberdade para jogar, já que Zé Luís mal o marcava. Desesperado com o empate, o Galo de Luxemburgo partiu para cima do Flu. Acabou penando. Isso porque num contra-ataque fatal, virtude do Atlético Mineiro, Conca deu ótimo passe para o jovem Alan, que, mesmo sem ângulo, resolveu arriscar. Deu certo. Um time campeão não pode ter medo de ser feliz.


O desespero do time da casa, a partir daí, generalizou-se à torcida. Tentando de qualquer forma o empate, o Alvinegro Mineiro ia todo para o ataque, lançava bolas na área, tentava pelo meio, pelas laterais. E nada. Gum e Leandro Euzébio, ao lado de Diogo, estavam brilhantes, quase perfeitos. Só não foram perfeitos pois no início tomaram um baile da dupla de ataque atleticana, graças à velocidade de Muriqui e Diego Tardelli. Mas no segundo tempo não tinha para ninguém. Só davam eles. Sérios e corajosos, não tiravam o pé de nenhuma dividida, muito menos davam alguma bola como perdida. Atuaram como dois leões no fim do jogo.


E quando tudo parecia caminhar ao empate mineiro, eis que surge uma das grandes virtudes de um time campeão: a sorte. Sorte na finalização de Tardelli, nos últimos minutos da partida, quando o atacante atleticano, debaixo do gol, mandou para fora. O empate do Atlético não tinha mais como acontecer. Acabavam as possibilidades. Bom para Fred que ainda arranjou tempo para tabelar com Alan e fechar com chave de ouro a ótima vitória fora de casa do Fluminense, um novo time, candidato, sim, ao título brasileiro.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Finalmente, Florentino acerta

Um excelente time, formado por jogadores sensacionais, precisa, antes de mais nada, de organização e padrão de jogo, ou seja, de um técnico conceituado. Disto, no entanto, Florentino Pérez, presidente merengue, acostumado com gastos milionários com seus elencos galáticos, não parecia ter sequer algum conhecimento. Contratando técnicos inexperientes, inadequados, ou até mesmo mal acostumados com o futebol europeu, caso de Vanderlei Luxemburgo, em 2005, apesar da contratação de grandes jogadores, de porte de nomes como Ronaldo, Zidane e Beckham, não conquistou o que queria: o Mundo. Agora, parece ter acordado, após alguns anos de tentativas frustadas. O novo técnico do Real Madrid é José Mourinho.

Marrento, mas competente, Mourinho consegue aliar disciplina à união, talento à eficiência, e os títulos surgem com a maior naturalidade possível. Amigo da maioria dos jogadores com que trabalha, o português é um dos grandes nomes da Europa no momento. Dono de um padrão tático inexplicável, de inúmeras surpresas e variações, dificilmente perde um jogo na tática, dentro de campo. Sabe, como poucos, decidir um jogo. Sim, decidir. É um técnico diferenciado, com a cara do Real.

Com a chegada do português, devem haver algumas mudanças no elenco madrilenho. Jogadores pouco aproveitados dificilmente continuarão. Novos nomes devem surgir, como o de Maicon, lateral brasileiro. Fato é que José Mourinho terá tempo e dinheiro - sonho de todo técnico de futebol - para montar seu time. E, desta forma, ele sabe trabalhar muito bem. Foi assim no Porto, no Chelsea e na Internazionale. Nas três passagens citadas, nas quais Mourinho teve as pré-condições mais do que necessárias para trabalhar em suas mãos, ele não decepcionou. Ganhou tudo, ou quase tudo.

Trabalhos sérios e vencedores. É disto que se resume a filosofia do treinador. Encaixa perfeitamente - e completa - a estrutura merengue. Tem tudo para dar certo. Criticado pela imprensa italiano por seu comportamento fora de campo e pelo seu defensivismo exacerbado, restou a Mourinho calá-los com títulos. E o fez. Na Espanha, não deverá ser diferente por parte da mídia espanhola, uma das mais críticas da Europa. Resta ao português repetir os sucessos de sua carreira vitoriosa. Está nas mãos dele. E por isso os madrilenhos podem ficar muito esperançosos.

domingo, 23 de maio de 2010

Surpresas à vista

Quem diria que o Guarani estaria, ao lado do Ceará, entre os dez primeiros colocados do Brasileirão, mesmo que ainda na terceira rodada? Ou então que Roger e outros dois zagueiros, sendo um do Avaí, seriam os artilheiros da competição? É, este Brasileiro parece ser mais um daqueles nos quais o equilíbrio e os fatos surpreendentes ofuscam os bons times e elenos planejados antecipadamente. Apesar de ainda estarmos no início do torneio.

Fato é que tais surpresas não ocorrem por acaso, ao contrário do que muitos pensam. Vágner Mancini, por exemplo, não pode ser considerado um técnico competente? Mas é claro, ele é um excelente técnico, e conseguiu ajeitar o modesto time do Guarani, comandado pelos gols do experiente e eficiente Roger. Assim como o Ceará montou um bom time e manteve a base, sobretudo no banco de reservas, com um técnico que conhece como ninguém sua equipe e o seu potencial. E sabe, como dificilmente outro saberia, usar isso a seu favor.

Um ponto que chama a atenção nesses dois exemplos citados como possíveis 'zebras' do campeonato é o fator casa. Ambas as equipes já se mostram, desde o início, muito forte dentro de casa, com o apoio irrestrito da torcida, que costuma comparecer, seja qual foi a situação do clube. Exatamente como fez a galera bugrina, quando o time estava na Série C, com um dos melhores públicos do país. A cearense sabe também fazer festa. E decidir jogos, como o da estreia, contra o Fluminense de Muricy Ramalho.

Melhor ainda para o futebol é poder afirmar que não existem somente duas surpresas agradáveis no Campeonato Brasileiro, pelo contrário. O próprio Avaí, que perdeu jogadores importantes e o seu técnico, deu a volta por cima, foi campeão estadual e já começa a fazer bons jogos no Brasileiro, como o do Mineirão, no empate contra o Cruzeiro. No entanto, não é só de surpresas agradáveis que vive o futebol brasileiro. Péssimas também existem. Vasco e Goiás que o digam. Com times nem tão limitados assim no papel, ambos não fazem por onde honrar suas tradições e amarguram as duas últimas posições, respectivamente.

A exemplo do que aconteceu no último ano, num Campeonato repleto de surpresas e equilíbrio, o Brasileirão deste ano promete. Para aumentar a oscilação das equipes e colaborar com o equilíbrio ao máximo do campeonato, a parada para a Copa poderá, sim, fazer a diferença. Contra ou a favor. E aí, as zebras e os cavalos paraguaios darão as cartas. Favoritismo por aqui não tem moral alguma para aparecer. Haja emoção.

Goiás problemático




Três partidas, três derrotas. Este é o retrospecto do Goiás no Campeonato Brasileiro. Comandado por Emerson Leão, o time começa dar a entender que brigará contra o rebaixamento neste ano. Jogando mal, tanto fora como dentro de casa, o Alviverde Goiano precisa, já, de uma reformulação, reforços e de uma arrumação geral na casa. Isto, no entanto, nãi significa dizer que seja necessário uma mudança de comando. Até porque não foi só Leão que teve problemas para ajeitar esse time. Jorginho, ex-Palmeiras, atualmente na Ponte Preta, sequer conseguiu chegar à final do Goiano, e acabou demitido.


E por mais que o torcedor esverdidado reclame, não se pode generalizar o problema a todos os jogadores do elenco. Há quem se salve. Como por exemplo os recéns-contratados Bernardo, ex-Cruzeiro, e Hugo. Ambos vem fazendo boas partida e dão um pingo de esperança para a torcida. Para aumentar o suspense e a preocupação, ao analisar o elenco goiano, não dá pra dizer que o time é fraco, pelo contrário, estaria, pelo menos no papel, ente os classificados para a Sulamericana, sem muito esforço. O que acontece, então, com o Goiás?


Esta é uma pergunta que todos tentam responder mas poucos conseguem. Estrutura não falta, o CT do Goiás e o alojamento das categorias de base são de ótima qualidade. O clube não vive problemas financeiros, nem políticos. O grande problema do Verdão é a sua inconstância. Todo ano é assim. Em um ano, o time vai e chega na Libertadores. No ano seguinte, já cai de produção, e no outro já está brigando contra o rebaixamento. É incrível como isso acontece com tanta regularidade em Goiás. A torcida, ciente disso, passou a acreditar menos no time, acarretando em mais um problema para Emerson Leão.


Além de determinados jogadores, com atuações abaixo da média, os torcedores alviverdes reclamam muito de Leão. Alegam, entre outros motivos, que o ex-goleiro não tem o grupo em mãos, e que seu esquema de jogo está ultrapassado e ineficaz. Muitos querem a volta de Hélio dos Anjos, técnico do time por quase 2 anos, e que fez ótimo trabalho com um time bastante modesto, mais até do que o atual. Porém, a diretoria dificilmente irá trazê-lo de volta, por desavenças dele com alguns membros desta. A demissão de Leão nos bastidores ainda nem ganhou força, apesar das derrotas e da péssima fase do clube.


Talvez não seja hora de mudar. Vide o exemplo do Avaí, que começou muito mal o campeonato com Silas no comando e, apesar da última colocação e do acúmulo de derrotas, a diretoria resolveu mantê-lo no comando até o fim. Resultado: um ótimo campeonato do Avaí, culminando com a sexta colocação. Leão é um técnico experiente e vencedor. Se conseguir desempenhar seu trabalho, as chances da equipe ir bem é grande. Entre problemas incertos e dúvidas, a certeza do técnico é única: trata-se de um time problemático, mas que pode, sim, ser ajeitado. Basta acreditar. E fazer acreditarem.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Santos de 45 minutos


Bastaram 45 minutos para o Santos se classificar para a final da Copa do Brasil, ao vencer o Grêmio, na Vila Belmiro, por 3 a 1, com gols de Ganso, Robinho e Wesley. Gols não, golaços. Com um primeiro tempo desligado, a Molecada da Vila precisou acordar no segundo tempo, quando mostrou o porquê de ser o melhor time do Brasil no momento. Na final, enfrentará o Vitória, que eliminou o Atlético Goianinense, vencendo, em casa, por 3 a 0.


O árbitro Marcelo de Lima Henrique apitou ao melhor estilo europeu, deixando o jogo correr. Foi muito bem na partida, serve de exemplo para outros futuros profissionais. Soube lidar com o nervosismo no fim do jogo e distribuiu vermelhos na hora correta. Exceção à regra brasileira, Marcelo merece elogios pela atuação desta quarta-feira, quando nem protagonista foi, novidade no futebol brasileiro.


Dorival , sem Arouca, optou por Rodriguinho, volante que fez - e bem - um papel extremamente defensivo, liberando Léo para o ataque. Deu certo durante boa parte do jogo.Na primeira etapa, porém, foi o Grêmio quem assustou, criando chances bem mais perigosas que o time de Dorival, que penava na marcação. Sem conseguir reter mais a bola no ataque, o Peixe disperdiçava muitas oportunidades pelo nervosismo e pela ansiedade. Ganso, apagado, nem de longe lembrava o meia fantástico que encantava o Brasil. Apesar disso, Robinho fazia grande partida.


Na segunda etapa, o time da casa voltou completamente atento. Dominando a posse de bola e pressionando o Grêmio, o gol santista parecia uma questão de segundos. E era mesmo. Logo aos 5, Ganso, que jogou mal, acertou um chutasso do meio da rua. Primeiro golaço do jogo. O panorama da partida ficou perfeito para o time comandado por Júnior. Agora, restava ao Santos se defender com eficiência e explorar a rapidez de seus garotos nos contra-ataques.~


Ficou melhor ainda para o Peixe, quando André, sem olhar, num contra-ataque fulminante, deixou Robinho, o craque do jogo, cara-a-cara com Victor, que, adiantado, nada pôde fazer, a não ser olhar do lugar mais privilegiado do campo o lindo toque de cobertura que Robinho deu. Segundo golaço, dois a zero Santos. Esse gol mostra nitidamente uma das maiores virtudes deste time santista: o entrosamento. Os santistas então pensaram: "jogo resolvido". Que nada, contra o Grêmio, nada está resolvido. Não até o juiz apitar o fim do jogo.


E o Grêmio quase complicou. Após cobrança de falta magistral de Douglas, Jonas, muito bem na aprtida, atés ser expulso no fim, raspou de cabeça, e Rafael marques, em condição ilegal, empatou, após rebote de Felipe. Silas logo pôs Leandro em campo, jogando o time para frente, em busca do empate e da classificação. Arriscado, pois os temíveis contra-ataques da Molecada cresceriam em número, gênero e grau. Não deu outra. Logo depois, Wesley recebeu ótimo passe pela esquerda, deu um lindo drible da vaca em Edilson, tirou também Victor, antes de bater de perna esquerda para o gol vazio. Terceiro golaço, três a zero Santos. Jogo resolvido, agora sim. Bastou um tempo. A magia desses garotos é impressionante. Nem o tempo determina quando e onde parar ou começar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O jogo do ano no Brasil

A partida válida pelo segundo jogo das semifinais da Copa do Brasil, na Vila Belmiro, na próxima quarta-feira, ganhou ares de jogo do ano no Brasil, com toda razão por sinal. Tudo porque simplismente envolve os dois melhores times do país no momento: Grêmio e Santos. Se não bastasse isso, a primeira partida deu um tom ainda mais animador. O 4 a 3 gremista no Sul msotrou por que são os dois melhores times, com os melhores técnicos e jogadores do país até agora.

Silas e Dorival fazem parte de uma nova geração de técnicos. Em pouco menos de 5 meses, ambos conseguiram montar dois elencos fortíssimos em pouco tempo. Além disso, fizeram com que peças que chegaram com o decorrer do ano encaixassem a seus respectivos esquemas de jogo. Eles são a grande chave para o sucesso de Grêmio e Santos. Sendo assim, podem ser, inclusive, protagonistas na partidassa deste meio de semana.

Assim como o técnico santista foi quarta passada, ao colocar Mancha em campo e, após dois erros fatais do volante, o tirar de campo, num momento de total apagão do time. Silas também teve seus méritos. Soube, como um perfeito estrategista, aproveitar as falhas rivais e quase decidir o jogo, que só não acabou numa ótima vantagem gremista pois Ganso e Robinho são fora de série. Exatamente, fora de série, do tipo que não se encontra na pelada da esquina, muito menos em qualquer campeonato mundial.

Outro fator que deixa o jogo desta quarta com ares de decisão e jogasso é o fato das duas equipes buscarem muito o ataque. E o principal: buscam o ataque com vontade de vencer, de marcar gols. Enquanto o Santos se movimenta muito, aproveitando-se da velocidade e talento de seus homens de frente, o Grêmio opta pela valorização da posse de bola, trabalhando mais as jogadas, que quando saem, seja pelos pés de Hugo ou Douglas, ficam perfeitas. Sem erros. No entanto, indepente da cor da camisa do time que estiver atacando, a certeza é única e absoluta: ele estará atacando, com todo seu poderio ofensivo.

Recheado de talentos individuais e com uma Vila Belmiro lotada, o Santos partirá para cima em busca do resultado que precisa, já que perdeu o primeiro jogo. Contudo, vale lembrar que o contra-ataque do Grêmio é muito perigoso, e veloz. Ingredientes para a partida não faltam. Equilíbrio muito menos. Será, portanto, o melhor jogo do ano no Brasil, até que outro o substitue. Quem sabe outro Santos e Grêmio. Quem sabe outra final.

sábado, 15 de maio de 2010

Copa 2010 - Favoritos, onde estão?

A eficiência de Dunga não enche os olhos como o futebol bem jogado da equipe de Vicente del Bosque, mas também não ganha tantos elogios como a solidez e a competitividade de Fabio Capello. A organização e a vontade de vencer de Sven Goran-Eriksson não chegam perto dos talentos individuais que Maradona tem à sua disposição, mas podem causar bem mais impacto que o futebol pouquíssimo vistoso e nada qualitativo de Marcelo Lippi. E olha que ainda tem um promissor time comandado por Bert Van Marjwick e um elenco completamente imprevisível sob direção de Domenech.

Fato é que a Copa da África não tem um, ou até mesmo mais de um, time favorito, com "f" maiúsculo. Essa seleção. até então, não existe. Pode ser que se crie algo do tipo durante um Mundial, baseado nos princípios e nas qualidades demonstradas já neste texto. Pode ser que a Espanha consiga se livrar da fama de "amarelona", conquistada após a derrota para os EUA, no ano passado na semifinal da Copa das Confederaçõe. Ou então que o pragmatismo da seleção brasileira se una com o talento individual de alguns craques coomo Kaká e Robinho. ou quem sabe que Messi, ou Cristiano Ronaldo façam a diferença a favor de suas nações. Tudo pode acontecer.

Pode, aliás, no dia 9 de julho, haver uma zebra daquelas. Holanda, Costa do Marfim e Portugal sonham com isso, sobretudo as duas primeiras, com mais intensidade no time comandado pelos "Van's". Talvez esta Copa seja a mais surpreendente de todas. Vencerá o time mais competente, sólido e, antes de mais nada, decisivo. Fatores que nenhuma dessas seleções citadas acima posusem, pelo menos atualmente. Para ganharem o Mundial, terão de se superar e aos adversários, inclusive às zebras, que devem pintar com mais intensidade. No entanto, ainda falta muito para podermos afirmar a certeza de um favorito absoluto.

À Espanha falta um líder, um craque que faça a diferença sozinho. Ao Brasil, falta ofensividade, individualidade, talento num meio-campo viril e de pura força física. Um time não pode viver somente com contra-ataques. À Itália falta criatividade. Os italianos se preocupam muito com o setor defensivo, ofuscando o próprio ataque. À França falta definição, poder de decisão. Eles sequer tem um time formado, assim como a Argentina. A bagunça e a desorganização reina nas duas seleções. Falta pulso a Maradona e a Domenech.

E a Inglaterra?Os ingleses, há tempos, deixaram de ser um time só de força física, de bolas aéreas...Hoje em dia, a Inglaterra pode gozar de ter dois volantes modernos que conseguem comandar o meio-campo com maestria e talento. Mas fala ao time de Capello um padrão de jogo, uma dinâmica. O time tem qualidade, mas falta padrão de jogo.

Em junho, no início da Copa, as casas de apostas e os estudiosos e comentaristas de futebol estarão se perguntando: quem é o favorito? A resposta não existirá ainda, certamente. Ela deverá surgir durante a Copa, o mais tarde possível. Pode ser qualquer um deles, ou até mesmo uma surpresa absurda. Não há como prever. Nesta Copa do Mundo não há aquele time, sensacional. Procura-se favoritos...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A Copa de Kaká

Pelé, Garrincha, Mario Kempes, Maradona, Romário, Zidane e Ronaldo têm muito mais coisas em comum além do talento e da fama internacional. Uma delas, seleta no grupo de jogadores de futebol em toda a história, é o fato de terem ganho, como protagonistas, uma Copa do Mundo, ápice da carreira de um jogador de futebol. Para não se juntar a outro grupo, o de Puskas, Cruyff, Zico, Roberto Baggio e etc., que tinham talento de sobra, mas nenhuma Copa do Mundo no currículo, Kaká tem de provar ao mundo o seu poderio, a sua gana, a sua vontade de vencer. Dois mil e dez há de ser o seu ano, a sua Copa.

Verdade, Kaká já foi campeão do Mundo, tanto pela Seleção quanto pelo Milan. No segundo caso não vale discussão, não é Copa do Mundo. No primeiro, era garoto, inexperiente, entrou poucos minutos, mas botou a medalha no peito, com orgulho e, por que nao, merecimento. Agora, depois de ganhar duas vezes o prêmio FIFA de Melhor Jogador do Mundo, chegou a hora de mostrar que faz, sim, parte do primeiro grupo citado, e botar, de vez, seu nome na galeria de monstros vencedores do futebol.

Na Seleção de Dunga, Kaká é tido como uma exceção, pelo talento e pela capacidade de decidir um jogo. Nem Robinho é capaz de ofuscá-lo.Muito menos Luís Fabiano. O cara é o 10, o craque, o cérebro, o poder. Ele, se quiser, podem crer, decide. Decide mesmo. Como fez na primeira fase da Copa de 2006, na Uefa Champions League e no Mundial de 2007, na Copa das Confederações de 2009 e, claro, em diversas partidass pelas eliminatórias. Kaká, seus chutes de média e longsa distância, seu vigor físico, seus dribles e arrancadas são temidos no mundo inteiro. E conhecidos.

Sua fama é parecida com a dos gênios citados no início deste texto, mas o comprometimento é uma exceção, que foge, absurdamente, à regra. Kaká nunca foi de noitadas, confusões e "migués". Ele é exemplo para as crianças. O 10 da Seleção não comemora com gestos obscenos como muitos, ou com "armas" como outro tantos. Ele prefere agradecer a Deus. Um gênio tranquilo e exemplar. Esta é a melhor definição para ele.

Porém, vale lembrar que Kaká é humano. Tem carne e osso. Por isso, ao receber críticas e mais críticas da imprensa mundial por suas inúmeras lesões e poucas más atuações, não fica calado. Pelo contrário, mostra personalidade e encara de frente, como um homem. Costuma superá-las. Já provou isso ao mundo. Espera, novamente, poder fazer isso de novo, desta vez ganhando uma Copa do Mundo. A da África já está aí, batendo a porta. É a Copa dele. Messi que se cuide. Se o talento superar as lesões, pos erros, o improvável e o irracional, Kaká tem grandes chances de decidir o Mundial. Quem sabe, ao final de julho, não estaremos nos perguntando: Quem é mesmo o Melhor do Mundo?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Méritos do Universidad de Chile

Muito se falou que o Flamengo perdeu para si próprio o primeiro jogo das quartas de finais da Libertadores, na última quarta, no Maracanã. Porém, do outro lado do campo estava um time de muita qualidade e organização tática. Rápidos nos contra-ataques e impecáveis na marcação, os chilenos do Universidad de Chile fizeram uma partida histórica e bateram os donos da casa, e favoritos, por 3 a 2, garantindo uma ampla vantagem para o jogo de volta, em Santiago, na próxima quinta-feira.

Inteligente e disposto a vencer, 'La U' apertou o time da casa nos minutos iniciais. Deu sorte por se deparar com um Rômulo disperso, desligado e nervoso. Não demorou para sair o primeiro gol chileno, em falha conjuntural da defesa rubro-negra, que se mostra cada vez mais tendenciosa a erros. O jogo estava perfeito para o time chileno. Só ficou melhor quando o segundo saiu, em contra-ataque brilhante do time comandado pelo craque Montillo. Bruno até tentou evitar, mas não deu: 2 a 0.

Único a destoar do excelente grupo de jogadores em campo, o volante-ala Seymour acabou expulso nos minutos finais do primeiro tempo, momentos depois do Flamengo diminuir. Foi o período do jogo em que o Rubro-Negro esteve melhor, em poucos minutos de pressão caseira. Os chilenos se seguraram, com garra e disposição, marcando como verdadeiros leões.

Na volta do intervalo, mostrando a vontade e a atenção que lhe carcteriza, o Universidad mostrou que estava disposto a matar o jogo, mesmo com um a menos, mas, é claro, de forma inteligente e cauta, sem correr riscos. E o fez, logo aos três da segunda etapa, jogando um balde de água fria nos flamenguistas, que se viram desesperados. Increditável. Com um a menos, 'La U' jogava melhor que o Flamengo, que tinha um homem a mais. O segredo era a disposição física e tática dos andinos.

Rogério Lourenço, muito mal nas substituições, colocou Pet em campo, a fim de mudar o jogo, com um autêntico armador. Mas não deu certo. A zaga chilena estava num de seus melhores dias, intransponível. Os laterais abriram mão da qualidade técnica e do ataque para ajudar na defesa. Os volantes marcavam. E marcavam sem parar. Não paravam nem para respirar. O resultado foi um esgotamento físico absurdo ao final do jogo, que ainda teve um gol de Juan nos minutos finais. Na partida que serviria para Adriano desafogar as máguas e a torcia rubro-negra fazer a festa, um bem organizado e ambicioso time chileno deu as cartas. Como um verdadeiro mágico do futebol.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Os 23 de Dunga - Análise

Na seleção de Dunga, apelo popular não tem lugar nem no banco de reservas. Muito menos indisciplina ou falta de comprometimento. São palavras que se opõem à filosofida do técnico brasileiro. Comprometimento é a alma do negócio para o ex-volante campeão do mundo pela própria Seleção em 1994, como capitão.

Sem Neymar, Ganso e Adriano, Dunga fez a convocação dos seus 23 guerreiros nesta terça-feira. A seguir a lista com uma breve análise:

Goleiros: Júlio César - O melhor do mundo. Não requer a mínima justificativa. Só elogios.

Gomes - Excelente goleiro. Experiente, seguro e constante. Campeão brasileiro, vive ótimo momento em seu clube. Merecido.

Dôni - Apesar da reserva no clube e na seleção, faz parte do grupo há anos. É respeitado e querido por todos.

Laterais:

Maicon - O lateral mais completo do planeta. Mereceu muito a titularidade e o reconhecimento da torcida. Craque.

Daniel Alves - Excelente lateral, principalmente ofensivamente. Além de tudo, ainda é versátil. Merece bastante a convocação.

Gilberto - Aos 35 anos, há bastante tempo não joga como lateral. Sabe-se lá se o preparo físico dele está em dia como lateral. Marca mal e não está em boa fase no Cruzeiro.Não merecia. Era melhor ter optado por André Santos ou Marcelo. Ou até mesmo RC6.

Michel Bastos - Aposta de Dunga. Outra incógnita como lateral, já que no Lyon só joga como meia.

Volantes:

- Gilberto Silva - Experiente, marca bem e tem a confiança de Dunga. É um leão em campo. Tem o grupo em suas mãos. Sabe como poucos levantar a moral e ajudar um companheiro. Peça fundamental no esquema tático e no psciológico da Seleção. Tira as críticas com humildade e trabalho. Costumam ser injustos com esse bom volante.

- Josué - É praticamente ídolo no seu clube, na Alemanha. Não fez boas partidas com a camisa da seleção, mas é um dos poucos nomes presentes nas convocações de Dunga para a cabeça de área.


- Felipe Melo - Vive mal momento no seu clube, na Itália, porém, na Seleção, fez ótimas partidas e merece muito a convocação e a titulariedade.

- Elano - Tem a confiança e o respeito de Dungal. Exímio cobrador de faltas, se entrega em campo, compondo bem o meio e ajudando na cobertura de Maicon. É importantíssimo taticamente.

- Kleberson - Ajuda o grupo, sobretudo fora dos campos, com sua expderiência e conhecimento de Copas. Em campo, é outra opção para o meio, tanto como armador, asism como volante.

- Ramires - O polivalente jogador do Benfica é um reserva perfeito para Elano. Com seu fôlego de corredor, dá outro ritmo ao time quando entra. Merece a vaga.

- Kaká - É a Copa dele. Tem tudo para arrebentar. Nem mesmo a lesão no púbis será suficiente para para-lo. Será o grande nome do Mundial.

- Júlio Baptista - Outro homem de confiança de Dunga. Sempre entra bem nos jogos com a camisa amarelinha. Forte, é importante também em jogos contra times de força, como a Inglaterra por exemplo. Merece a vaga, mais até do que Ronaldinho, por incrível que pareça.


Atacantes:

- Luis Fabiano - Fabuloso. Um dos melhores centroavantes do mundo. O matador do time não podia ficar fora, de jeito algum.

- Robinho - Importantíssimo taticamente, é um dos homens de mais confiança de Dunga. Habilidoso, rápido, pode resolver jogos com jogadas individuais. Vale lembrar que Robinho esteve em todas as competições disputadas pela Seleção principal, ao contrário de outros...

- Nilmar - Rápido, normalmente entra bem nas partidas. Importante para jogar no contra-ataque e pelos lados. É muito veloz. Merece a convocação.

- Grafite - Lento, apesar de técnico, não merecia. Não que Adriano merecesse, pelo contrário, mas Grafite tanto como. Só fez dois jogos pela seleção brasileiro. Não é o reserva ideal para Luis Fabiano e não está preparado para uma Copa. Faltou coerência, Dunga....

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os meus 23 convocados

Se eu fosse o Dunga...

Goleiros: Júlio César, Dôni e Victor
Laterais direitos: Maicon e Daniel Alves
Laterais-esquerdos: Roberto Carlos e Marcelo
Zagueiros: Lúcio, Juan, Thiago Silva e Luisão
Volantes: Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires e Kleberson
Meias: Elano, Kaká, Júlio Baptista e Paulo Henrique Ganso
Atacantes: Robinho, Luis Fabiano, Nilmar e Adriano

Resta esperar até amanhãm e torcer...

sábado, 8 de maio de 2010

A despedida de Guti


José Maria Gutiérrez Hernàndez faz parte de um seleto grupo de jogadores de futebol que só atuaram por um clube. O amor que ese espanhol tem pelo Real Madrid parece, cada vez mais, ser eterno. Após catorze anos de clube, Guti se despediu do Santiago Bernabéu neste sábado, após ter dito que seu 'ciclo' no clube teria acabado. Dificilmente o polivalente meia canhoto irá para outro clube. Afinal, seu coração não permite.


Guti nunca foi um galático, como boa parte de seus companheiros nesses anos de Real. Preciso, esforçado e valente, tinha a vontade aliada à técnica, o que lhe garantiu, durante anos, uma vaga cativa na equipe titular, independente do momento, da competição e do treinador. A torcida nunca pegou no seu pé. Nem mesmo aos trinta e três anos, assombrado por lesões e falta de produtividade, o espanhol nunca deixou o campo sob vaias. Jamais. O amor é recíproco, assim como o respeito.


A despedida desse meia valente, que teve de superar a implicância e a teimosia de técnicos e dirigentes, precisa ser analisada como um fim de um ciclo vencedor. Três Champions, uma Supercopa Europeia, dois Mundiais Interclubes, seis campeonatos espanhois e quatro Copas da Espanha são só algumas das conquistas de Guti com a camisa merengue. Um currículo invejável, que nem Zidane, muito menos Figo e Ronaldo podem se gabar. Não pelo Real Madrid. Talvez o único que o supere nesse quesito seja Raúl Gonzales, o Mister Madrid. Mas Guti não liga, não tem ciúmes. Nunca teve.


Exemplo de profissional, poucos foram os casos extra-campo que Guuti se envolveu. No máximo, uma saída à noite, ou uma contusão mais séria. Ele nunca foi destaque na imprensa. Pelo contrário, sempre foi considerado um verdadeiro exemplo. Os aplausos de um Santiago Bernabéu repleto neste sábado são mais do que merecidos. Necessários. Guti marcou época com a camisa do Real Madrid. Seu nome já está, definitivamente, na história do clube.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dragão promissor

Na campanha vitoriosa na Série B do ano passado, que levou o time à elite do futebol brasileiro, já era possível perceber um grande e promisso time. Com algumas mudanças, a base quase toda mantida deve fazer a diferença para o Atlético Goianiense. E já vem fazendo. Nas quartas da Copa do Brasil, a equipe comandada por Geninho eliminou o gigante e favorito Palmeiras. Para o Brasileirão, a esperança da segunda maior torcida do Centro-Oeste brasileiro é surpreender.

O Rubro-Negro tem um elenco recheado de bons jogadores e um time titular de muita qualidade e eficiência. A começar pleo goleiro Márcio, que apesar da pouca altura é muito bom no jogo aéreo e tem um reflexo apuradíssimo. No mais, ainda bate pênaltis e faltas com precisão digna de goleiros-artilheiros do tipo Rogério Ceni e Chilavert.

Os dois laterais são duas espécies de válvulas de escapes do time. Tanto Airton, recém-contratado, que bate muito bem faltas, como Thiago Feltri( sim, aquele mesmo, ex-Galo) jogam muito ofensivos e bem. Velozes e técnicos, costumam fazer boas jogadas ao chegarem nas linhas de fundo. Na zaga, a experiência de Jairo é compensada pela vitalidade e precisão do jovem Welton Felipe, emprestado pelo Atlético Mineiro.

O meio-campo é o ponto de equilíbrio do time. Agenor, Pituca, Ramalho e Robston - 4 volantes - formam um meio de muita força. Na marcação, não tem bola perdida. No ataque, é pura disposição. Isso quando Elias, o jogador mais talentoso do elenco, não joga. Na frente, a velocidade de Rodrigo Tiuí e Juninho costuma dar muito trabalho ás zagas adversárias. Marcão, centrovante típico, normalmente entra no segundo tempo - e bem.

Forte fora de casa, e com o apoio de uma torcida que comumente comparece aos jogos em casa, o Dragão tem uma equipe de ponta. É o grande candidato à zebra do campeonato. Mas nada de se iludir com os elogios da imprensa brasileira, que não param de chegar a Goiânia. Aliás, nem há como isso acontecer. Afinal, o técnico é Geninho, um verdadeiro disciplinador. Aperte o vôo, que a viagem Brasileirão vai começar, Dragão!

domingo, 2 de maio de 2010

Ganso dá show, Santos sofre, mas é campeão


Torcedor do Santos, comemore uma conquista mais do que merecida. Não se esqueça, porém, de exaltar os seus moleques, que foram brilhantes, sobretudo Ganso. E também Edu Dracena, um monstro na zaga. Ah, também tem o Arouca, que foi um leão no meio-campo. Aplaudam Giovanni, um ídolo do passado que se despediu do futebol hoje. Aplaudam Robinho, que mesmo não sendo determinante na conquista, serviu para não deixar Robinho e Ganso se intimidarem com as provocações adversárias.


Torcedor do Santo André, tenha orgulho do seu clube. Mesmo sendo vice-campeão paulista, num campeonato em que esteve a um gol de conquistar o título inédito para o clube. Afinal, o Ramalhão foi o único time até agora a encarar de igual para igual o Santos em mais de um jogo. Além de mostrar vontade, a organização e a técnica do time do ABC paulista também encantaram o estado de São Paulo. Mas diante da meninada ousada da Vila isso não foi suficiente.


O 3 a 2 no placar a favor do Santo André deixaram a certeza de um verdadeiro espetáculo. Pura verdade. A começar pelo gol de Nunes, logo aos 30 segundos de jogo. Neymar empatou num gol a seu estilo: abusado, tabelou com Robinho, deixou o goleiro e o zagueiro no chão antes de marcar. Nem mesmo a confusão generalizada causada após uma falta em Neymar foi capaz de estragar a festa da finalíssima.


Diante de empurrões e provocações exacerbadas, Sálvio Espínola optou por expulsar Nunes e Léo. Quem perdeu mais foi o Santo André, que viu sua referência na frente, o homem que prendia dois marcadores, abrindo espaços para os meias e laterais chegarem dentro da área com mais facilidade, ir mais cedo para o vestiário. Porém, numa infantilidade sem tamanho, minutos depois, Marquinhos deu uma tesoura em Branquinho e acabou no mesmo destino.


Diferentemente da maioria dos times no Brasil, o Ramlhão soube aproveitar as poucas chances que teve ans falhas santistas. Na segunda da zaga alvinegra no jogo, Alê marcou de cabeça o segundo gol do desacreditado Santo André. A alegria momentânea de Sergio Soares e seus jogadores durou pouco. Na verdade, até Robinho roubar bola no meio-campo, achar Ganso na entrada da área e o 17 santista, que mais merece a camisa 10 no Brasil do que qualquer outro meia, tocou de letra, de forma inexplicável e inacreditavelmente sensacional, para Neymar marcar o gol de novo empate.


Na segunda etapa, com dois a menos e pouco fôlego, o Santos pouco atacava. Havia um grande espaço entre a defesa e o ataque. Ganso prendia a bola como poucos fariam em seu lugar, conseguia esfriar o time do Santo André, que no momento em que era necessário pressionar o Santos não o fez . Faltou inteligência a Bruno César e Cia. Faltou , também, sorte a Rodriguinho nos minutos finais, quando este desviou uma bola na trave, deixando Felipe só na torcida.


O sofrimento dos santistas só dava uma pausa quando Ganso pegava a bola. Inteligência pura, talento absoluto, técnica de gênio. Ganso prendia a bola na hora certa, driblava no momento oportuno e sofria faltas. Faltas que serviam para parar o jogo e o time de Sérgio Soares. Restou esperar o apito final. E torcer. Muito, para que o excelente time do Santo André não estragasse a festa. Final feliz para a molecada da Vila. É bom que todos os meias da seleção torçam - e muito - para que Dunga não tenha assistido à final, e ao show à parte de Paulo Henrique Ganso,o mais novo camisa 10 do futebol brasileiro.


Giro pelo mundo

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