" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 29 de julho de 2010

Decisivo, Inter começa a encantar

Celso Roth voltou para seu lugar perfeito, o Beira-Rio. Desde que ele chegou, após a saída de Fossati, após a Copa, foram cinco jogos. Cinco vitórias. O Internacional, que já era decisivo desde o início do ano, começou a encher os olhos da torcida e do Brasil.

Um time técnico, rápido, que faz a bola girar pelo campo, com muita objetividade. Um time que corre, movimenta-se. Um time que sabe driblar, individualizar. Um time que sabe vencer. Como fez contra o São Paulo, pelo primeiro jogo das semifinais da Libertadores.

Mesmo diante de um adversário totalmente fechado, defensivo, sem criatividade, soube aproveitar as chances, criá-las, mas não concluí-las durante boa parte do jogo. Até Giuliano entrar. E decidir. Num enredo exatamente igual ao das quartas de finais, quando o mesmo camisa 11 marcou o gol da classificação, contra o Estudiantes, em La Plata, Argentina.

Aí, ficou ainda mais fácil, já que nem as boas mexidas de Ricardo Gomes surtiam efeito. O Inter continuava superior, e jogando um futebol vistoso. Kléber subia ao ataque com fluência, e fazia cruzamentos perfeitos para Alecsandro. Taison, como uma flecha, transformava a noite são-paulina num filme de terror. D'Alessandro, com sua movimentação incrível pelo campo, e seus dribles desconcertantes, confundia ainda mais a já perdida zaga tricolor.

Era a figura de um time que começa a encantar o Brasil. A equipe que deu um grande passo para a final da Libertadores. A equipe que ainda espera por Tinga. E que ambicia fazer história. Como em 2006. Time, o Inter tem. Técnico, também. Celso Roth deu o toque a mais para um time que já era de qualidade e decisivo. Um time que, agora, encanta. Sport Club Internacional.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Exagerada demais


Renan, Rafael, Henrique, Rever e André Santos; Jucilei, Hernanes e Ganso;Neymar, André e Tardelli. Esta poderia ser, muito bem, uma escalação de um time brasileiro, candidato, é claro, ao título nacional. Sem problemas algum. Mas não. Esta pode ser, por incrível que pareça, a seleção brasileira titular do próximo amistoso, contra os EUA, em agosto, na estréia de Mano Menezes à frente da equipe.


Renovação foi a palavra-chave para a contratação e no discurso do novo técnico indicado por Ricardo Teixeira. Ambos só esqueceram-se, contudo, de não exagerarem na medida. E aconteceu o pior. Mano Menezes acabou por levar muito a sério a palavra citada acima, passando dos limites.


Afinal, chamar Jucilei, por mais versátil e técnico que seja o volante corintiano, e por mais confiança que o técnico tenha no seu ex-comandado, é inadmissível levá-lo para deixar de fora Arouca, por exemplo. Ou então levar Jefferson, do Botafogo, que nem jovem é, para deixar o ótimo Fábio, do Cruzeiro, ou o promissor Diego Alves, de fora da lista. Renan, do Avaí, então, nem se fala. Nem titular absoluto do próprio time ele é.


Por mais que essa convocação seja provisória e a tendência seja que muitos jogadores presentes na atual lista saiam da mesma nas próximas, a convocação de certos jogadores é exagero demais. É abusar do bom senso de uma torcida inteira. É passar dos limites. Enquanto eles estão prestes a vestir a camisa mais importante do futebol mundial, outros tantos mais merecedores de tal glória são esquecidos.


Pois é. Mano Menezes mal chegou e já está inventando. Não que a culpa seja sua. Ela é conjunta. A tal onda que se formou em volta da palavra reformulação está recebendo proporções anormais e totalmente desnecessárias. Mudar, transformar, renovar, não rimam, em todos os sentidos, com exagero.


Mano errou, exagerou, e, apesar de parecer cedo demais para críticas, elas têm de vir, para que isso não volte a acontecer. Ou o Brasil ficará feliz de ir para uma Copa do Mundo com o time acima citado. Renovar é preciso, mas com coerência, ou melhor, inteligência, para não fazermos alusões a personagens passados, que o mundo prefere esquecer. Com razão.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quando o destino vai contra, nada dá certo

Estava escrito no 'script': Mano deveria ser o técnico da Seleção. A CBF teimou, apostou no trabalho de um super-campeão, e foi contra o normal, o fácil. Contra Mano Menezes. Contra o destino, que apontava no técnico coritiano o sucessor ideal para Dunga. Apostou em Muricy. E não deu certo, o técnico tricolor, não liberado pelo clube, recusou o convite, e Ricardo Teixeira voltou atrás. Recorreu a Mano, que aceitou.

Pode parecer coisa de pai-de-santo, de maluco ou de vidente, mas destino, de qaulquer forma, é coisa séria, por mais que muitos não acreditem. Creio que não influencie muito no futebol. Mas que era para Mano ser o técnico da seleção, disto não há a menor dúvida. Era o caminho mais fácil. Era destino. Como num romance.Para os dois lados, tanto para a Confederação Brasileira, como para o Corinthians.

Apostar em Mano, significa reativar os laõs de amizade com a imprensa brasileira. É muito raro ver o técnico gaúcho dando fora em jornalista. Muricy é mais ranzina, dificulta mais a relação. Além do mais, Mano Menezes sabe contornar melhor pressão dentro do grupo. Ou fora dele. Como fez após perder o título da Libertadores, pelo Grêmio, e da Copa do brasil, pelo Corinthians, em dias de fúrias de suas respectivas torcidas. Mano contornou o problema como se ele não existisse. De forma fantástica.

Não se sabe se Muricy teria tal capacidade. Quando dirigia o Santa Cruz, após ser rebaixado, o paulista perdeu a cabeça, e o emprego. Não soube contornar crise. No Palmeiras, ano passado, a mesma coisa: não teve competência para segurar a ira da torcida e perdeu o controle do grupo. Por fim, acabou sem um bom trabalho e desempregado. Com Mano, nunca houve isso.

Isso tudo sem falar que para o próprio Corinthians, apesar da qualidade indiscutível do trabalho de Menezes, não há tanto prejuízo como haveria para o Fluminense. Graças à eficácia da diretoria corintiana, que previniu-se sobre uma possível perda de treinador. Cirúrgica. Tem o contrato de Adilson Baptisa nas mãos. Troca um excelente treinador, por outro de nível. E que nível. Se não é melhor ou igual a Mano, Adilson chega bem perto disso.

Enfim, depois de causar um transtorno desnecessário, e pagar mais um mico, tendo um convite recusado, como acontecera antes da Copa de 70, quando Otto Glória rejeitou o convite para ser o comandante da amarelinha, a CBF voltou atrás e fez o fácil, o normal, o caminho mais plausível. Venceu o destino. E quando é que isso não acontece? Não foi a bola que puniu Muricy e seus apostadores, mas sim o destino.

Reformulação total

Dunga começou seu trabalho na seleção apostando na palavra renovação. A Era de Roberto Carlos, Cafu, Ronaldo e Cia tinha chegado ao seu fim. E não deu certo. Por ironia do destino, após tantas mudanças de jogadores e funcionários, diferenças na postura do time e novos mecanismos de concentração e viagens, a seleção terminou eliminada justamente no mesmo ponto em que foi com Carlos Alberto Parreira, quatro anos atrás. É preciso, para fazermos uma excelente Copa em 2014, uma reformulação no trabalho.

Muricy Ramalho está aí para isso. O novo técnico da seleção brasileira é ranzinza como Dunga, pragmático como seu antecessor, mas tem no trabalho, na seriedade, sua grande virtude. Muricy Ramalho não chegou ao segundo maior posto do país à toa. Trabalhou(muito) para isso. Agora, a principal função da CBF será deixá-lo trabalhar e impor sua filosofia, para, enfim, termos uma reformulação no m0delo seleção brasileira.

O novo comandante da esquadra amarelinha terá, até mesmo por obrigação, que investir nos jogadores que atuam dentro do país. Jovens deverão ser mais aproveitados, novas promessas não demorarão para surgir com a amarelinha e etc. É uma nova era, a Era Muricy Ramalho, a era do trabalho, da seriedade, do respeito e dos resultados. Sim, Muricy é, também, pragmático. Não se importa em jogar bem, ou bonito. Se importa, sim, em vencer. E conquistar títulos.

Nisso ele é igual a Dunga, seu antecessor, mas com algumas diferenãs básicas(e claras). A começar pelo esquema de jogo. Muricy joga com três zagueiros, e dificilmente abre mão disso; Muricy é sério e mantém uma base; Muricy respeita a imprensa, que faz o mesmo com ele; Muricy tem clamor popular; Muricy convoca quem está bem, e nada mais. Muricy é diferente de Dunga em todos esses aspectos.

A Era Muricy só está começando, mas tem tudo para dar certo e durar bastante. Quem sabe, daqui a quatro anos, não estejamos comemorando um título nos braços do "senhor trabalho". Tudo é questão de tempo. E é de tempo que Muricy precisa para trabalhar. E confiança. Foi assim que conquistou todos os títulos de sua carreira. Era assim que vinha sendo no Fluminense, líder do Brasileirão. Resta saber se Ricardo Teixeira colaborará.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A melhora do Avaí tem nome e sobrenome


Antônio Lopes poderia muito bem estar aposentado. No auge dos 69 seus anos, o ex-delegado garante, porém, que não consegue largar o futebol. Uns o chamam de “ultrapassado”, mas, na verdade, os fatos estão provando que essa alcunha ainda não cabe à figura de Lopes. Disciplinador, e ao mesmo tempo motivador, retranqueiro, mas com muita velocidade nos contra-ataques. Lopes é dinâmico. E vencedor.


Na frente do Avaí, vem mostrando isso.Desde que assumiu a equipe, após a saída de Péricles Chamusca, o time não para de jogar bem e conquistar pontos, subindo, cada vez mais, na tabela da Série A. A torcida já o considera um salvador da pátria, como foi Silas, ano passado. Nesta quarta, o “Jesus” avaiano deu mais uma prova de pura sabedoria tática e fez seu time segurar a força do renovado Flamengo, em pleno Maracanã.


O Avaí é outro time com Antônio Lopes. Roberto é outro atacante. Caio corre como nunca. Eltinho há muito tempo não jogava o que vem jogando. E a torcida nunca acreditou no time como agora acredita. É o poder de Lopes de reverter uma situação problemática, de recuperar jogadores, de vencer. Como fez no Atlético Paranaense, ano passado, ao recuperar o hoje santista Wesley, ao livrar o Furacão da Degola.


E quem disse que Lopes só sabe recuperar times? Sabe monta-los, também, e de forma organizada e trabalhadora. Exatamente da forma que foi no Vasco, em 1998, quando o clube conquistou o título mais importante de sua história, a Libertadores das Américas. O treinador? Antônio Lopes. Era um timaço, mas para reunir craques como Edmundo, Donizete, Pedrinho, Felipe e etc num mesmo time, era preciso maestria e disciplina. Era preciso alguém como Antônio Lopes.


Antônio Lopes não conhece a palavra aposentadoria. Em sua cartilha de vida, os vocábulos trabalho, futebol e vitória andam juntos, inseparáveis, e só lhe causam alegrias. No Avaí, Lopes espera que não seja diferente. Até agora não vem sendo. Vieram São Paulo, Palmeiras, Felipão, Flamengo....Só da Antônio Lopes. E a galera da Ressacada agradece. De futebol, o “delegado” entende. E não desaprende.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O que só a FIFA não percebe...

O uso de tecnologia avançada no futebol é uma decisão urgente a ser tomada. Não para a FIFA, que adiou tal decisão para outubro deste ano. Para Joseph Blatter e Cia, utensílios tecnológicos ainda não são de extrema importância para os jogos de futebol.Mas são, sim.

Um chip na Jabulani teria dado gol legal à Inglaterra, nas oitavas de finais da Copa Do Mundo contra a Alemanha, que vencia por 2 a 1, empatado o jogo, tornando-o ainda mais emocionante. Infelizmente sem dispor de um recurso como esse, o árbitro acabou por anular, absurdamente, o gol legítimo do meia Franck Lampard, num dos lances mais polêmicos de todos os tempos.

Essa última Copa do Mundo, aliás, serviu para provar a tamanha importância que a tecnologia tem no futebol, e o quanto influenciaria as decisões do esporte, caso fosse adotada pela FIFA. Chips, câmera, monitores, comunicação entre árbitros dentro e fora do estádio, replays...Os artifícios são incontáveis e a conseqüência seria uma só: justiça.

Há ainda os que defendem o adiamento do uso de tecnologia no futebol, argumentando que tal evolução mecanizaria ainda mais o esporte, tirando a emoção do jogo. Uma tese que não deveria ser levada a sério. Afinal, justiçar o esporte não significa tirar dele a emoção. Pelo contrário. Isso só reforça o quão emocionante é o futebol, em qualquer competição ou lugar do mundo.

Uma prova disso é o futebol americano atualmente. Disponibilizando um monitor para rever jogadas e voltar atrás de decisões tomada, os árbitros da NFL, principal liga do esporte no mundo, são os exemplos vivos de que tecnologia e esporte combinnam muito. E nem por isso o esporte perde em emoção, muito menos o público é afastado. E por que no futebol seria diferente?

sábado, 17 de julho de 2010

O novo Vasco de PC Gusmão

O Vasco não chegou perto de ser brilhante na vitória sobre o Atlético-PR, neste sábado, em São Januário, por 3 a 1. No entanto, soube aproveitar as limitações e as injustiças causadas pela arbitragem com maestria.

Com dois jogadores expulsos por rigor excessivo do árbitro, o Atlético se perdeu de vez na partida ainda no primeiro tempo, já no fim deste. Tentou se reorganizar após seu gol, mas não conseguiu.

Enquanto isso, a garotada escalada por PC Gusmão crescia cada vez mais no jogo. Mas faltava um camisa 10. Um jogador para organizar o time e ditar o ritmo do jogo. Faltava um Carlos Alberto, um Felipe, alguém do tipo. Essa figura pode surgir em agosto. Só em agosto...
Por ora é só Fumagalli, Allan, que entrou muito bem, com belos lançamentos, e Cia. Fazer o quê?

Contudo há também os novos achados de Gusmão. Os garotos Rômulo e Jonathan encheram os olhos dos vascaínos neste sábado. O primeiro pela disposição com que marca e chega ao ataque, sempre com qualidade e sem truculência de um volante qualquer.

O segundo pela rapidez e pela ótima agilidade no posicionamento/movimentação. Um segundo atacante clássico, e jovem, renovado, assim como o time que entrou e campo e venceu o Furacão. Um time bem ao estilo Paulo César Gusmão.

Isto sem falar no resto. Na dupla de zaga que não falha mais e também é jovem. No novo lateral-esquerdo que apóia com a mesma frequencia que Ramón apoiava na Série B do ano passado. Na recuperação de Rafael Carioca. É, sem dúvidas, um novo Vasco. O Vasco renovado de PC Gusmão.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Copa atípica

Uma Copa do Mundo sem um verdadeiro craque, com uma bola anormal, com os dois finalistas anteriores eliminados na primeira fase, três jogadores empatados na artilharia e muitas, mas muitas surpresas mesmo, não poderia receber outra alcunha senão a de "Copa atípica".

A Copa da África foi emocionante, em todos os sentidos, e muito boa de se ver, sobretudo a partir das oitavas de finais. O campeão, ou melhor, a seleção campeã mereceu muito a conquista, demonstrando um futebol ofensivo e servindo como um legado ao futebol mundial.

No entanto, a atipicidade do Mundial começa pelo fato de não haver um grande craque, capaz de decidir um título mundial, como foi Pelé em 58, Garrincha em 62, Kempes em 78, Rossi em 82, Maradona em 86, Romário em 94, Zidane em 98 e Ronaldo em 2002. Houve, sim, um craque-conjunto, se é que pode ser chamado assim. "Ele" atende pelo nome de Espanha. Sim, trata-se do elenco espanhol, o melhor do mundo. Ele, sim, foi o craque da Copa.

As surpresas no Mundial só serviram para reforçar a tese de que a Copa do Mundo de 2010 foi, mesmo, anormal. Prova disso, foi a única invencibilidade do torneio, conquistada pela Nova Zelândia, e com três empates. Itália e França sequer passaram de fase. A poderosa Inglaterra parou nas oitavas, numa surpreendente Alemanha.

Alemanha essa que conseguiu, através de um futebol bem fluido, organizado, jovem e ofensivo, desfazer-se da fama de retranqueira, fria e dependente das bolas aéreas. Uma Alemanha que, de forma surpreendente, encantou o Mundo com sua garotada, mas que acabou parando no melhor futebol coletivo da Copa, a Espanha de Vicente del Bosque.

E ainda teve a mão de Suárez, que salvou o Uruguai de uma iminente eliminação nas quartas, uma cena totalmente atípica em Mundiais, contrária ao gol de Maradona, contra a Inglaterra, em 1986.

Pois é. Acabou a Copa do Mundo de 2010, a mais atípica de todos os tempos. E agora começa a contagem regressiva para o Mundial do Brasil, que tem tudo para ser o mais histórico e eletrizante da História. Restam quatro anos. Que passe rápido.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma tese que não pode ser levada a sério


A torcida do Flamengo está em choque. As mãos do homem, do goleiro, do capitão, do ídolo que levantaram a taça mais importante do clube nos últimos anos estão, agora, algemadas. A tragédia que culminou na prisão de Bruno pelo assassinato de Eliza Samudio afetou, além do clube, os profissionais da área no Brasil, cujas imagens já possuem inúmeros arranhões.


Os preconceitos e generalizações aos jogadores de futebol no Brasil são incontáveis e inimagináveis em outros países. Para o brasileiro que trabalha honestamente, jogador de futebol é um cidadão ingorante, sem cultura, "vagabundo" em boa parte dos casos, que vê no futebol sua única saída para crescer na vida. Falar mal da postura de jogadores no Brasil já é praxe. O cidadão só esquece que é o mesmo jogador xingado, criticado, apelidado e injustiçado por ele que lhe dá alegrias, emoções e títulos. O jogador de futebol faz o país feliz. Mexe com todos. Algumas vezes, de forma negativa.


O caso de Bruno serve para reforçar a tese que muitos defendem, de forma injusta, que jogador de futebol só não migrou para o crime organizado graças ao futebol. Mentira. Tese falsa. Contrariada por exemplos que venceram na vida, no futebol e jamais ingressariam na vida do crime. Kaká é um deles. Não por ser de classe média. Não por ter nascido em cidade grande. Não por ter estudado. Mas por ter caráter, o que Bruno não teve. Aliás, nunca teve. Bruno sempre foi um goleiro mau-caráter, que responde às críticas da forma mais violenta possível. E matou uma mulher. Por dinheiro. Simplismente por dinheiro, o que não lhe falta. Não mesmo.


Mas nem todo jogador é como Bruno. Nem todo jogador é mau-caráter. Brasileiro tem que parar com essa mania de que jogador de futebol é mau-caráter. Não que não haja jogadores desse tipo. Pelo contrário. Contudo, os que fogem à essa "regra" são muitos. Independente da origem, da cor, etnia, classe social e econômica. Isso depende da formação familiar do jogador. Ou não. Depende, na verdade, do caráter dele. Como um político. Se é corrupto, é mau-caráter, mas nem todo político é mau-caráter. Há exceções.


O caso Bruno não pode servir para reforçar a tese de muitos brasileiros. O futebol não pode deixar. Claro que os amantes do esporte, temos que combater todo esse tipo de mau-caratismo. Mas não podemos, de forma alguma, por lenha numa fogueira injusta, que queima pessoas de injustamente. Afinal, há ainda muitos jovens talentos por surgirem. E com caráter.


Isso tudo arranha muito a imagem do jogador de futebol.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A aula da Espanha

Juntando todas as partidas do Mundial, a Alemanha jogava, nitidamente, um futebol superior e muito mais envolvente do que a Espanha. Até a semifinal. Até o jogo mais decisivo até agora. Até se deparar com o show de Xavi, Alonso, Iniesta, Pedro, Villa e Cia. Até receber uma verdadeira aula de jogar futebol.

Sim, a Alemanha não jogou. Só olhou. Assistiu ao show da equipe de Del Bosque, que envolveu completamente o sistema defensivo alemão.

Schweinsteiger, o craque da seleção alemã, dado como grande candidato a craque do torneio, foi sufocado pelos meias espanhois, tendo que se preocupar muito mais em marcar do que jogar. Incrível. Surpreendente. A Espanha, antes de mais nada, foi inteligente. E muito competente.

A aula reunia diferentes lições. Como tocar a bola com maestria;como se recompor após perder uma bola no campo de ataque com extrema rapidez e eficácia;como explorar os erros do adversários, por mais obscuros que eles pareçam;como esquecer o passado e só pensar no presente/futuro;como mandar para casa um grupo de jovens que vinha encantando o mundo;como se comportar como uma seleção campeã mundial, mesmo não tendo tal título.

A professora Espanha foi exímia, fantástica, praticamente perfeita. Dominou os alunos alemães, que foram aplicados e comportados. Afinal, não teria outro modo. Foram obrigados a assisitirem à aula. E sem reclamarem ou tentarem pará-la. Assistiram-na. Só resta saber se assimilaram as lições. O futuro irá dizer. Quem sabe em 2014...

O coadjuvante que pode decidir


Piotr Trochowski não tem bom porte físico como Müller. Não joga no Bayern de Munique. Não é pretendido por grandes clubes europeus. Muito menos é destaque da Copa. É simples. Eficiente. Rápido. E pode ser decisivo.


Será dele a vaga do suspenso Thomas Müller. É, sem dúvidas, o substituto ideal para o atacante do Bayern. Além de jogar na ponta-direita no seu clube, o Hamburgo, tem na velocidade e nos chutes de média distância suas grandes virtudes.


Além do poder de decisão.


Trochowski é coadjuvante do tipo que gosta de, em momentos decisivos, virar protagonista. Foi assim contra o País de Gales, em outubro de 2008, quando, num jogo muito complicado para a Alemanha, entrou e resolveu. Vitória simples, eficiente, por um a zero, gol dele. Bem ao seu estilo.


É claro que a Espanha não é País de Gales. Xavi não é Giggs. E Villa não é Bellamy. Os dois primeiros das comparações são superiores aos outros dois. Isto sem comparar o resto do time. Aí, sim, goleada certa da Espanha.


Mas o polonês naturalizado alemão aos 15 anos é o mesmo do de dois anos atrás. Com as mesmas virtudes. E a mesma determinação em decidir. Contra a Espanha, ele pode fazer a diferença, para a surpresa de muitos. Contudo, não a daqueles que o acompanham desde cedo e sabem do potencial deste garoto, que jamais vai ser craque.


Mas bom jogador ele já é. A chance de se consagrar chegou. Será que ele irá aproveitá-la?

domingo, 4 de julho de 2010

Novo blog de Táticas

Caros leitores,

Venho convidá-los a acessarem o meu noov blog, sobre esquemas táticos e variaçõe do tipo. O nome é Boleiragem Tática.

O link>http://boleiragemtatica.wordpress.com/

Mesmo assim, o Golaço continuará ativo, do jeito que sempre foi, mas agora com um novo parceiro.

Grande Abraço.

sábado, 3 de julho de 2010

A Alemanha que une a beleza ao eficiente

Na Copa dos contra-ataques, ninguém sabe usar melhor suas armas do que a Alemanha. O técnico Joachim Löw achou no seu grupo de jovens a fórmula perfeita, aliando futebol bem jogado ao pragmatismo de um time que começa a ganhar cara de campeão.

Segura atrás, dinâmica no meio, a Alemanha gosta, mesmo, é de jogar nos contra-golpes explorando a velocidade de seus quatro excelentes homens de frente(Müller, Ozil, Podolski e Klose).

Para isso, é fundamental que o time abra o placar, mesmo que o gol tem uma boa dose de sorte. Não interessa. Pragmática ou não, o toque de bola envolvente no meio-campo e o talento de seus meias encanta o mundo.

Mesmo jogando nos contra-ataques, o time jamais se mostra covarde/retranqueiro. Jamais. Prova disto é a escalação dos volantes. Khedira e Shcweinsteiger são meias de origem e, nenhum dos dois, tem a pegada, a marcação como ponto forte. Pelo contrário. É no passe que eles se baseiam e organizam o time. Dá muito certo. O retrospecto pode provar.

O temor dos alemães era pegar, por exemplo, um time paciente, que saiba tocar a bola, sem se lançar muito à frente. Leia-se Espanha, adversária alemã da decisiva semifinal.

Com Villa inspirado e Iniesta voltando a fazer boas partidas, o problema alemão ainda aumenta quando é informado que Müller, um dos grandes destaques da seleção e da Copa, está fora do jogo, por suspensão.

Quem entra no seu lugaR? Provavelmente Trochowski.

E por mais que o ponta do Hamburgo seja bastante criticado na Alemanha, dificilmente ele n~çao encaixará no atual esquema de jogo alemão. O 4-2-3-1 é dinãmico, rápido, inteligente e pragmático. Lembra bastante o Barcelona. Sonho de qualquer jogador. Não vai ser um reserva que irá estragar o time. Quem sabe não pinta, até mesmo, um novo coadjuvante.

É a cara de um time campeão. Falta a coroação. O dia 11 de julho espera a Alemanha de braços abertos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Culpa de Dunga?

A escalação da seleção brasileira na eliminação da Copa do Mundo para a Holanda foi praticamente a mesma da vitória sobre a Argentina, em Rosário, em setembro do ano passado, quando a seleção de Dunga foi muito elogiada por todos. A única exceção foi Elano, que, machucado, deu lugar a Daniel Alves. Seis por meia dúzia. O então pragmatismo brasileiro do técnico era exaltado em manchetes ufanistas e animadoras.

Será que tanta coisa mudou de lá pra cá?

Dunga é realmente o culpado pela eliminação? Fato é que, mesmop após intensas reformulações, mudanças, o destino da atual seleção foi o mesmo daquela tão criticada de 2006: eliminação nas quartas de finais.

Mas, insisto: por que Dunga seria o culpado? Nada mudou desde o dia 5 de setembro de 2009. A coerência é a mesma. O grupo é quase idêntico. A maneira de jogar, então, nem se fala. Mas sempre foi assim. Desde julho de 2006, quando Dunga foi anunciado como novo técnico da seleção brasileira.

Portanto, torcedor brasileiro, não culpe Dunga pela derrota. Ele fez o que se esperava dele. Culpe, sim, Felipe Melo, pela irresponsabilidade tremenda. Um camisa 5 da Seleção Brasileira jamais pode ter atitude assim.Não culpe tambem Júlio César pelas falhas. Todo goleiro falha. Errar é humano. Até o melhor do mundo falha.

Culpe Luís Fabiano e Kaká. Mas só se você, crítico, tiver a real certeza de que com qualquer outro seria diferente. Qualquer um. Se ele exisitir, aí, sim, culpe-os. Se não, opte pelo silêncio. E lamente. Lamente não poder torcer por uma seleção de craques, que só se importe em jogar bola. Como brasileiro. Lamente não existir uma seleçõa como em 1982.

Um conselho? Exclua as palavras coerência e pragmatismo de seu dicionário.

Mas não culpe Dunga. Ele não tem a mínima culpa. Fez o que era previsto que ele pudesse fazer.

A culpa é da CBF. Sim, dela mesmo. A entidade máxima do futebol brasileiro errou feio em apostar no trabalho de Dunga. Poderia dar certo em qualquer outro país do mundo, porém não na terra do futebol bonito, bem jogado, ofensivo, abusado. Aqui, pragmatismo raramente tem vez. Teve, é verdade, em 1994. E só. Um raio nunca cai duas vezes num mesmo lugar.

É, acabou. Mas a culpa não é de Dunga. Que fique claro isto. A coerência que ele tanto exalta ofi sua fiel escudeira desde o início. Até o fim. E não me venham dizer que Ronaldinho resolveria o problema...Em 2006, ele já provou o contrário.

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