" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quarta-feira, 30 de maio de 2012

Oscar continua sendo a boa nova da Seleção


O Brasil jogou bem de novo. Depois de vencer a Dinamarca, no sábado passado, por 3 a 1, a Seleção goleou os Estados Unidos nesta quarta, por 4 a 1, também de forma convincente. E novamente Oscar foi a grande notícia  do dia para Mano Menezes. Participativo e decisivo, o camisa 10 do Internacional vai se firmando com o mesmo número na Seleção.

Pelo menos enquanto Ganso não volta da cirurgia que fez no joelho.

Oscar só não foi mais decisivo que Neymar, que participou dos três primeiros gols de forma decisiva. Mas Oscar jogou mais. Roubou a bola do primeiro gol no campo de ataque, como pede Mano Menezes, começou e participou das maioria das jogadas do time na primeira etapa e correu o campo todo. Se movimentou, chamou o jogo, criou.

Se entendeu bem com Marcelo, o monstro da lateral-esquerda, com Hulk - mais discreto que contra a Dinamarca -, pela direita e organizou o jogo por dentro sem se prender a nenhuma faixa do campo. Esta é uma das diferenças de Oscar para Ganso. Enquanto Ganso cadencia mais, pensa mais, Oscar é mais intenso.

Há quem acredite que os dois podem jogar juntos. Porém, de fato, o mais coerente é deixar um dos dois no banco. Hoje, quem sentaria para ver o outro jogar seria Paulo Henrique Ganso. Porque o momento é do Oscar, o homem que vem dinamizando e evoluindo o meio-campo da seleção brasileira.

terça-feira, 29 de maio de 2012

A esperança do tamanho da Polônia: o que esperar dos donos da casa na Eurocopa?




O povo polonês se acostumou com o tempo a sofrer. Entre mortos e feridos das tantas invasões e dos históricos conflitos na região, a Polônia reagiu com força. E se consolidou, enfim, como um povo europeu. Hoje, em pleno século XXI e a pouco mais de uma semana de sediar o evento mais importante do futebol europeu - juntamente com a vizinha Ucrânia -, os poloneses estão felizes. E melhor ainda, têm o que a história do seu próprio país os ensinou a esquecer: esperança.

Já estava na hora da sorte jogar do lado da Polônia, nem que fosse no futebol. No sorteio dos grupos da Eurocopa, a seleção nacional caiu no considerado mais simples, ao lado de Grécia, Rússia e República Tcheca. Ademais, jogará as três partidas da primeira fase em casa, certamente com o estádio completamente lotado. O povo polonês nunca se sentiu tão bem com o mundo. A alegria que o futebol é capaz de proporcionar já criar expectativas imensuráveis na Polônia.

Falta o time responder em campo. No último final de semana, no último teste antes da estreia oficial, no próximo dia 8, contra a Grécia, os comandados de Franciszek Smuda fizeram bonito: vitória sobre a Eslováquia. Mas ainda há muito a se provar. Do time titular, poucos são conhecidos pelo continente: o goleiro Sczesny, do Arsenal, o volante Polanski, do Mainz 05, e o trio do Borussia Dormtund: Piszczek, Kuba e Lewandoski.

Dentro de campo, é um time cauteloso, de muita força física e marcação. Costuma jogar no contra-ataque e aproveitar as rara chances que tem. Mas espera-se um pouco mais de ousadia na Eurocopa, não só por jogar em casa, mas pela vontade dos próprios jogadores em escrever um capítulo positivo na história de um país tão sofrido. Como a seleção de 74 escreveu. Como a de 82 escreveu. Ambas dando alegria a quem sempre viu tristeza.

A disposição e a vontade de vencer devem, até, falar mais alto do que o talento quando os poloneses entrarem em campo e virem nas arquibancadas os seus compatriotas com um sorriso no rosto e a esperança no coração. Eles devem estar loucos para provarem que Deus não criou a lama para a Polônia, como disse, certa vez, Napoleão Bonaparte. Há algo bem melhor guardado no destino polonês. Quem vivê, verá.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O monstro Paulinho coloca o Corinthians nas quartas




Só quem não vê uma partida do Corinthians há mais de um ano não sabe o tamanho da importância de Paulinho para o time de Tite. Certa vez, o próprio Paulinho revelou um pedido do treinador sobre o seu posicionamento e sua função em campo: "É pra ser o , elemento-surpresa". E Paulinho foi. Foi no Brasileirão 2011, quando acabou na seleção do campeonato, foi quando arrebentou no Paulista deste ano, foi na Libertadores.

Hoje não foi tanto. Empurrado para o campo de defesa por Rômulo, não rendeu o que  pode na maior parte do jogo. Ainda assim, foi a principal válvula de escape de um time pouco criativo do meio pra frente. Com eventuais arrancadas e aparições surpreendentes na frente, é o quinto jogador do ataque corintiano.

Paulinho é o cara que decide os jogos truncados. Como este contra o Vasco. Normalmente com um passe diferenciado, um chute de fora da área, um lançamento. Semprevindo de trás, como elemento-surpresa. Hoje Paulinho foi vigiado. Raramente apareceu como surpresa. Foi bem marcado. Mas novamente decidiu. Desta vez, com uma cabeçada. Livre de marcação, consciente. Decisivo.

Até quando não tem muita liberade para chegar ao ataque, até quando é bem marcado, até quando aparece pouco com a bola nos pés, Paulinho é capaz de ganhar um jogo para o Corinthians. Para muitos a alma deste time, o segundo volante dos sonhos de qualquer treinador brasileiro coloca Tite e o Corinthians nas quartas de finais. O medo dos torcedores é que o Corinthians esteja ficando pequeno demais para Paulinho.

O time da emoção sentiu falta da calma




O Fluminense controlou o primeiro tempo à base da ótima marcação de seu sistema defensivo. Edinho anulou Riquelme, Jean engoliu Erviti e a dupla de zaga fazia uma partida exemplar, sem erros. Mas o meio-campo e o ataque criavam pouco desde o início. Veio o segundo tempo e a defesa continuou bem. Mas do meio pra frente...

Nem a postura ajudava. Passavam os minutos e o ritmo do time caía. O trio de meias do 4-2-3-1 já não se movimentava, sequer buscava jogo. E os volantes trabalhavam dobrado. Jogaram muito, por sinal, ambos.
E enquanto isso, o Boca Juniors crescia. Ganhava o meio de campo com Erviti e Riquelme mais participativos e com mais posse de bola. Com Mouche no lugar de Cvitanich, ganhava a velocidade e a movimentação que faltaram no primeiro tempo.

Nos minutos finais, os argentinos estavam mais perto do empate do que os tricolores do segundo gol. Nervoso, o time brasileiro apelava pros chutões e esquecia a boa saída de bola que consolidava o meio de campo em toda a partida. No banco, um treinador ainda mais nervoso só complicava mais as coisas.

O Fluminense começou a errar passes. A abdicar do ataque e dar campo ao traiçoeiro time do Boca Juniors, que precisou de cerca de 15 minutos para crescer, dominar o jogo e fazer o gol da classificação. O jogo que poderia ter sido resolvido ainda na primeira metade dos 90 minutos, quando o time de Abel Braga tinha o domínio da partida, acabou como um pesadelo no último minuto. Num contra-ataque.

Faltou ao Fluminense tranquilidade. O time que ficou marcado por viradas e conquistas à base da emoção sentiu falta da calma, da experiência, da cadência, do controle. O Fluminense foi muito Fluminense contra o time mais traiçoeiro das Américas. E o Boca, que entrou em campo para jogar os 15 minutos finais, chega forte na fase crucial da competição. É o Boca...

domingo, 13 de maio de 2012

No dia do título, Deco levantou a taça. Mas Wellington Nem foi o melhor do Flu no Carioca


O melhor Fluminense do ano venceu o Vasco por 3 a 1, na final da Taça Guanabara, jogando o seu melhor. E, antes da maestria de Deco, teve em Wellington Nem a figura de melhor em campo. Como havia sido contra o Bangu, e na maioria das partidas do time até então. Até se machucar, no último jogo da fase de grupos da Libertadores, contra o Arsenal de Sarandí, na Argentina, Wellington Nem era o melhor jogador do Fluminense no ano.

Com a contusão do jovem atacante, Deco assumiu por absoluto o posto que já almejava. Protagonista nos jogos importantes, o camisa 20 tricolor passou a ser a alma da equipe. O cérebro do time. O cara que pensa e arma o jogo. O meia que deixa Fred e Rafael Sóbis na cara do gol e decide um campeonato já no primeiro jogo da final.

Mas Deco não é o melhor jogador do Fluminense no Campeonato Carioca. A euforia do título e, principalmente, pelo que jogou nas últimas semanas, fazem com que torcedores o apontem como tal.Capitão, principal organizador do meio de campo, Deco dá uma cara de time ao Fluminense. É o 10 vestindo a 20. Hoje, foi bem marcado e apareceu pouco. Saiu sentindo a coxa. E ainda assim, teve o nome gritado pela galera. Como prêmio, levantou a taça. Vai sair na capa dos principais jornais amanhã. Mas não fez um campeonato tão bom quanto Wellington Nem. O que jogou o garoto foi brincadeira. Uma pena que tenha se machucado a poucos jogos do fim do torneio. Ele, sim, foi o melhor jogador do time no torneio. E do ano.

Sem ele, a equipe de Abel não tem a mesma intensidade com a bola nos pés. Válvula de escape pelas pontas, é a capacidade de improviso do time. O diferencial. E como faz falta à equipe Wellington Nem. Até mesmo pela fase de Thiago Neves, ainda muito longe do melhor que pode render.

City campeão com virada história. Como o United...


44 anos em três minutos. O Manchester City está longe de ser um Manchester United. Não teve a mesma grandeza de seu maior rival para atropelar o QPR e conquistar o seu terceiro título inglês de forma tranquila. Mas foi ainda mais gigante nos acréscimos. Em três minutos, virou um jogo dramático e sagrou campeão após 44 anos.

Difícil lembrar de outro título tão emocionante. Em 1999, os Red Devils foram campeões da Champions League com dois gols nos acréscimos, em cima do Bayern de Munique. Com a mesma carga emocional.

E assim como em 99, uma das metades da cidade de Manchester vive um dia histórico. Como o de Solkjaer, aos 47, o gol de Agüero também irá ficar para sempre na memória dos torcedores. Vai virar quadro, poema, proteção de parede, de celular, vai virar história para se contar aos netos. Parabéns ao City, por um título épico, ímpar.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A diferença de Thiago Neves e os erros da zaga colorada


Thiago Neves jogou mal a maior parte do primeiro tempo. Sumido, errava passes, dribles e se mexia pouco em campo. Mas Thiago Neves é diferenciado. Além de um baita meia com a bola rolando, tem uma capacidade de bater na bola diferente. E, contra o Inter, acabou fazendo a diferença neste sentido. Com duas cobranças magistrais, foi o autor das duas assistências para os dois gols do Fluminense.

Decisivo como o Fluminense, que não jogou bem o tempo inteiro. Todavia, com eficiência e uma solidez defensiva incomum, tudo deu certo. O time carioca chegou, inclusive, a ser dominado pelo Inter durante boa parte do jogo. Mas soube se defender e ser eficiente na frente. Mesmo com Deco apagado por Sandro Silva - um dos melhores em campo -, Guiñazu e Tinga, o Fluminense foi pra cima. Com bolas longas e jogadas laterais, equilibrou um dos melhores jogos do ano no Brasil.

E aguentou a pressão no fim. Talvez a missão mais difícil para o time de Abel Braga. Nos últimos 15 minutos, só deu Inter. Dorival tirou Guiñazu e Tinga para as entradas de Jajá e Jô. E pôs Dagoberto no lugar de Dátolo. Abel respondeu com Valência no lugar de Deco. Virou ataque contra defesa. Pressão do Inter de um lado, contra-ataque tricolor de outro.  Emoção até o último apito. Menção honrosa a Gum e Leandro Euzébio, que foram muito bem depois de muito tempo em má fase.

E venceu o Fluminense. Novamente sem jogar bem, sendo eficiente. Aproveitando os inacreditáveis erros da zaga colorada, que falhou nos dois gols tricolores, ambos em jogadas pelo alto. Com um tempo de bola sofrível, Rodrigo Moledo e Índio acabaram por entregar o ouro. Nem a ótia partida de Oscar foi capaz de contornar a situação.

Melhor para o Fluminense, que alcança as quartas de finais cheio de moral. Para pegar um Boca melhor do que o da primeira fase, o tricolor tem o embalo de uma classificação dramática.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

As dificuldades desnecessárias no caminho do Vasco




Foi difícil, sofrido e nervoso. E podia ter sido fácil, simples e tranquilo. Mas o Vasco conseguiu complicar um jogo que tinha nas mãos com falhas defensivas e uma mudança de postura inexplicável após o intervalo. Depois de descer para o vestiário com a vantagem no placar e com uma atuação eficiente, sem muitos sustos, o time de Cristóvão Borges retornou ao campo totalmente diferente: acomodado, sonolento.

E o Lanús cresceu. Com Regueiro deitando e rolando às costas do lateral Thiago Feltri e, por vezes, de Fágner, e Pavone ganhando todas as bolas da dupla de zaga cruzmaltina, principalmente dentro da grande área, o time argentino empatou o jogo. E virou. E, por pouco, não fez o terceiro e mandou o Vasco para casa mais cedo.

A verdade é que, no segundo tempo, o Vasco mal jogou. Preferiu assistir ao time da casa tocar a bola, ganhar terreno e arriscar. Cruzamentos, chutes, passes, lançamentos.  Ainda com o empate no placar, Cristóvão resolver mexer. E só piorou as coisas com a troca de Diego Souza por Allan. Pois recuou o time e perdeu um ponto de desequilíbrio na frente. Sem o camisa 10, a criação do time chegou à estaca zero. Com exceção de raros chutões e cobranças de falta - sem perigo - de Juninho, só dava Lanús.

No fim de jogo, a pressão se intesificou. Mas o Vasco se segurou. Ao menos nos pênaltis, o time  teve uma postura melhor. À beira do campo, se reuniu e a união prevaleceu. Confiantes, pelo menos, os jogadores estavam. Ainda com a bola rolando, Cristóvão mandou a campo Carlos Alberto e Felipe.A explicação? Para bater pênaltis. Deu certo, ambos converteram suas cobranças.

Classificado num sufoco desnecessário, o Vasco terá, pela frente, o Corinthians, que não jogou bem, mas ganhou bem: 3 a 0 pra cima do Emelec. Por incrível que pareça, faz diferença. E o Timão é favorito no duelo brasileiro, queiram ou não os vascaínos.

domingo, 6 de maio de 2012

Expulsão de Lucas não pode tirar méritos do Fluminense


Foto:Lancenet

A opiniçao pública, quase unânime, coloca Lucas não só como o grande, mas como o único culpado pela goleada tricolor, por 4 a 1, no primeiro jogo da final do Carioca. Um erro. Porque o  Fluminense também jogou bola quando o jogo era 11 contra 11. Deco também desfilou seu talento de igual pra igual. E com a vantagem numérica, o melhor ataque do Rio foi ainda mais brilhante, decisivo, dono de mais um clássico.

Prova disso é que, aos 11 da segunda etapa, momento em que Lucas foi expulso - merecidamete, após entada violena no tornozelo de Thiago Neves- o Fluminense era melhor. Tinha mais a bola, ocupava mais o campo de ataque. E buscava a virada. Com o 1 a 1 no placar e um Botafogo acuado, buscando sair nos contra-golpes, parecia questão de tempo o segundo tricolor. E ele veio no minuto seguinte, já com um homem a mais em campo.

Deco, que criava sozinho no meio-campo do Flu até então, deu um passe espetacular para Rafael Sóbis fazer, de esquerda, o segundo gol. Belo gol. Só não mais do que o primeiro do Flu, em linda bicicleta de Fred.

Foi a senha para o Botafogo desmoronar. O time que havia começado bem o jogo, ganhando as bolas no meio de campo, e apoiando bem pelo lado esquerdo, com Marcio Azevedo e Maicosuel, se perdeu. E o Fluminense cresceu ainda mais.

Logo depois, Thiago Neves apareceu bem como há muito tempo não se via. Deixou Rafael Sóbis novamente cara a cara com Jefferson. O camisa 23 foi rápido e eficiente: driblou o goleiro alvinegro e mandou para o fundo da rede: 3 a 1 Fluminense.

O que já era ruim, podia se tornar horrível. Ciente disso, Oswaldo de Oliveira mexeu de forma minimamente inteligente. Tirou Loco Abreu para a entrada de Herrera, e Elkeson para de Caio. A ideia era apostar tudo nos contra-golpes. Com o time fechado, a chance de tomar mais um gol era menor, e, quem sabe num contra-golpes, Oswaldo conseguiria diminuir o prejuízo.

Porém de tudo errado. Num dos ataques alvinegros, o Flu recuperou rapidamente a bola, e partiu para o contra-golpe. A bola caiu nos pés de Fred, que deixou o garoto Marcos Júnior na cara do gol. Ele batue cruzado e decidiu o jogo. E talvez o campeonato.  Na cabeça dos alvinegros, a culpa é de Lucas. Na dos tricolores, de Deco, Fred, Thiago Neves...Uma mistura das duas coisas é a melhor receita para uma conclusão coerente.

O campeonato brilhante da dupla de Manchester e o favoritismo óbvio do City na rodada final


Scholes fez um a zero, de letra, e mal comemorou. Esperou Ashley Young correr par apegar a bola no fundo da rede e a levar de volta para o meio-campo. O Manchester United, mesmo já vencendo o modesto Swansea, em casa, corria contra o tempo. Pois precisava de uma goleada, já que o líder e arqui-rival Manchester City, ainda que com o mesmo número de pontos, tinha 10 gols a mais no saldo. No fim das contas, uma vitória simples por 2 a 0, que afastou ainda mais o maior campeão inglês do título desta temporada.

Contra o Queens Park Rangers, em Manchester, o quase imbatível em casa City precisa de uma simples vitória e que o United não ultrapasse o seu saldo de gols. Contra o Sunderland, fora de casa, os Red Devils precisam de uma goleada histórica para fazer, definitivamente, história. Um tropeço do City seria perfeito, mas também improvável. Apesar de um jogo tenso, a tendência é que o City passe fácil pelo QPR, que ainda briga contra o rebaixamento.

O provável título dos Citizens consagraria o melhor futebol do país. Independente dos tropeços e dos maus momentos, o time de Roberto Mancini foi o melhor da temporada. Regular, equilibrado, vencedor. O futebol ofensivo, vistoso, ofuscava os grandes problemas extra-campo.O elenco recheado de boas opções causa inveja aos rivais.

O City pode não ter tido um artilheiro brilhante como Van Persie foi para o Arsenal. Nem uma zaga tão sólida como o United tem há anos. Mas teve um time absurdamente competitivo e forte dentro de seus domínios, principalmente. E com o técnico certo. Roberto Mancini faz trabalho sensacional à frente do time milhonário. Montou sua base, escalou e mexeu bem no seu time. E colheu os frutos.

Não que o United não tenha merecido o caneco. O time de Alex Ferguson, pelo contrário, teve ótimos momentos na temporada e gozou de sua solidez histórica. Foi regular, como de costume, e se manteve no topo do início ao fim. Mas não teve o algo a mais suficiente para vencer o City. Em casa, na hora de crecer, tomou um 6 a 1 histórico do rival. Nem os tropeços da equipe de Mancini fizeram o United assumir e se consolidar na liderança da Premier League.

Ainda assim, resta uma ponta de esperança no lado vermelho de Manchester. O QPR luta contra o rebaixamento, e por que não pode aprontar diante do City? Os números intensificam ainda mais o favoritismo azul.  De uma forma ou de outra, é impossível não chamar a atenção e elogiar a dupla de Manchester. Os dois melhores times da Inglaterra, hoje, fizeram um campeonato espetacular, com direito a 19 pontos de diferença par ao terceiro colocado, o Arsenal. Algo para ficar na história. E ser esquecido pelo vice-campeão, tamanha será a tristeza.

sábado, 5 de maio de 2012

O fenômeno de Dortmund




O Borussia Dortmund é um dos grandes títulos da Alemanha. Tem tradição, títulos e torcida suficientes para se colocar no topo de qualquer enquete do gênero no país. Mas as últimas duas temporadas foram capazes de transformar o clube num fenômeno. Um time jovem, ofensivo, agradável aos olhos dos amantes de futebol, com uma torcida fantástica, que lota estádio e dá espetáculos à parte em todos os jogos. Antes de mais nada, acima de tudo um time vencedor. Atual bicampeão alemão.

Boa parte do sucesso do time recai na conta do técnico Jürgen Klopp, grande responsável por rejuvenescer o elenco e reformular o time desde a sua chegada, em 2008. Desde então, pode-se ver uma nova filosofia dentro do clube. O Borussia voltou a revelar bons jogadores, depender menos de contratações, de caixa, de dinheiro. É aí que encaixa o mérito do presidente Hans-Joachim Watzke, que, inclusive, já deixou o cargo, que sanou boa parte das dívidas do clube e passou a investir, influenciado por Klopp, na base do clube.

Os frutos não demoraram a nascer da fértil Dortmund. Na temporada passada, não havia clube grande europeu que não se interessasse pelos jovens talentos do Borussia. Hummels, Sahin, Grosskreutz, Kuba, Mario Götze...É muito garoto bom de bola junto. Isto sem falar nos mais experientes. Kagawa e Barrios, por exemplo, apesar de ótimas contratações, não custaram tanto aos cofres do público.

A política de gastar pouco com reforços de fora e investir na base não podia dar errado. E com o cara certo para comandar o time, tudo ficou ainda mais fácil. Vitória atrás da vitória. Títul alemão com direito a futebol bonito, vitórias históricas e uma festa inexplicável da torcida. Depois de muito tempo, o Borussia voltava a encantar. Voltava a uma Champions League.

Porém, com o desmanche do time tituar, as vendas de algus peças essenciais à equipe, como Sahin, a maré negra chegou a Dortmund. Decepção na Champions, torcida desanimada. Prévia de crise. Houve até quem pedisse a cabeça de Jürgen Klopp, que, no fim das contas, foi capaz de contornar a situação e recolocar o time no caminho das vitórias.

O time voltou jogar bem, bonito. A encantar o país com suas jogadas de inversão de jogo, os dribles de Mário Götze, os passes de Kagawa, as belas finalizações de Lucas Barrios. E tudo voltou ao normal. Sempre na frente, o título era questão de tempo. E as faixas foram entregues hoje. A torcida, recordista em méd de público na história da Bundesliga, sorri sem parar novamente. Um fênomeno, esse Borussia Dortmund.

Giro pelo mundo

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