" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 23 de maio de 2011

Emerson, um péssimo exemplo

No futebol de hoje em dia, muito mais um negócio do que um esporte, poucos jogadores podem gozar do orgulho de defender um só time, marcando seu nome na História do clube e criando uma relação de respeito mútuo e idolatria com a torcida. No Brasil, esses personagens são ainda mais raros e, ao que tudo indica, não sobreviverão ao tempo. Gente imensa como Marcos e Rogério Ceni começa a dar seus lugares a profissionais que sequer sabem o que significa o valor da palavra ética.

É claro que, como tudo na vida, há alguns que fogem à regra, para o bem do futebol. Ainda há jogadores que valorizam o código de moral e ética idealizado na sociedade. Esses, sim, fazem muito bem ao esporte em geral. Servem de exemplos para todos, de crianças a idosos, de torcedores a jogadores. Mantêm viva a essência do futebol, que sempre foi o amor ao jogo, e não ao dinheiro.

Mas, infelizmente, esses são poucos. Os maus exemplos brotam por todo lado, enchem o bolso de grana e esbanjam falta de profissionalismo. São autênticos amadores, que acham que sabem muito mais do que realmente sabem. Fazem do dinheiro a sua motivação, o seu clube, a sua torcida, o seu amor. E perdem tudo. Perdem respeito, moral, poder, e, em alguns casos, o que lhes restava: as imundas notas das quais tanto se orgulham, ao invés de se envergonharem pelo o que representam para a sociedade e o esporte.

Emerson é um mau exemplo dos mais notórios do futebol atualmente. Somado a todo esse pacote de problemas e defeitos comuns a essa patife de salafrários, o seu mau-caratismo fala por si só. Nos campos e na vida afora. Deviam os dirigentes mais sensatos saber que, de um homem que falsifica a certidão de nascimento e o passaporte, nada se pode esperar no que diz respeito à conduta profissional.

Mas o pessoal do Flamengo resolveu apostar em Emerson. Trouxe o Sheik do Japão para as disputas do Carioca e do Brasileiro. Entre juras de amor e lágrimas após uma boa passagem pelo clube, o atacante se despediu antes da metade do campeonato nacional, acenando com uma ótima proposta das Arábias. Todos acreditaram naquele choro emocionante, coisa de cinema. Só faltou perceber que, naquele filme, Emerson nunca foi mocinho.

Um ano depois, lá estava ele de volta ao Brasil. O rubro-negro de coração, que jurou amor ao Flamengo e prometeu voltar, acabou nas Laranjeiras. Por dinheiro. Afinal, é disso que ele gosta. É isso que ele ama. E é isso que o faz desse jeito. Emerson tinha em mãos uma proposta boa do Flamengo. Preferiu a grana tricolor. Não pensou duas vezes.

No Fluminense, enfim conseguiu cumprir o papel de herói. Foi de seu pé esquerdo que saiu o gol do título brasileiro, em dezembro passado. Depois de ficar lesionado boa parte do campeonato, voltou ao time para marcar o gol mais importante do ano. Dentro de campo, merecia nota 9. Essencial ao time, apesar das constantes contusões. Mas fora dele continuou merecendo um 0 bem redondo.

Emerson virou o ano em alta com a torcida tricolor. Entre seus problemas fora e dentro de campo, passou a cultivar inimizades desnecessárias. Ganhou o apelido, nos bastidores, de "estraga-vestiário", em alusão ao modo como se relacionava com boa parte de seus companheiros. Viu seu ciclo no clube acabar após cantar o hit criado em homenagem ao rival Flamengo, prestes a entrar em campo numa das partidas mais importantes do ano para o Fluminense, pela Libertadores. Foi dispensado.

Revoltado, deu entrevista muito polêmica ao Globoesporte.com, onde explicitou problemas internos do clube, alfinetando a todos os membros da diretoria. Rolam boatos de que o atacante teria, inclusive, xingado o presidente Peter Siemsen, na sua sala particular. Muito difícil de não acreditar.

O final da história ainda nem foi escrito. Emerson acertou com o Corinthians e disse que, caso marque contra o Fluminense, seu ex-clube, irá comemorar até com cambalhota. Mais uma vez, pisou na bola. Ou melhor, na jaca. Com o pé esquerdo. Porque o direito, já está lá dentro há muito tempo.

E é assim que Emerson segue sua carreira, escaldado em meio a sua postura amadora e desrespeitosa. O cara que disse ser rubro-negro desde pequeno, já é confirmado por muitos como vascaíno, e deu um título brasileiro ao Fluminense. Na hora H, abandonou o clube, tentando voltar para o rival. Rejeitado, foi para São Paulo. Melhor para o Botafogo, que não gastará suas energias com um anti-profissional de marca maior. Um péssimo exemplo para todos que vivem futebol.


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