" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Hora H, Mancini


O bom e ofensivo lateral-direito que surgiu com a mesma força que demonstrava fisicamente nas quatro linhas no início de carreira, Mancini, acertou a sua ida, por empréstimo da rival Inter, ao Milan, por seis meses, os quais podem até ser prolongados, em caso de acordo futuro entre as duas partes. O mineiro de 29 anos espera, enfim, retomar o sucesso do início da carreira e fazer o que ainda não consegiu: provar que o dinheiro investido no seu talento foi, sim, justo.


Criado e "mimado" pela avó na infância que passou em Ipatinga(MG), Alessandro - sim, seu nome é Alessandro - era chamado por ela de "mansinho", pelo jeito carinhoso e tímido que tinha. No entanto, ao ser chamado pelo técnico Evaldo Cruz, das categorias de base do Atlético Mineiro, para treinar na Cidade do Galo, o apelido logo mudou. Evaldo afirmava que "mansinho" não era nome de jogador e, com a ajuda da comissão técnica, adaptou a alcunha para o italiano e logo o garoto passou a ser chamado de "Mancini".


Logo na sua primeira temporada no clube, enfrentou a desagrádavel " concorrência" de Belletti na lateral-direita, e teve poucas oportunidades. No ano seguinte, jogou bem mais, mas acabou negociado com a Portuguesa, onde não foi bem e acabou no São Caetano no fim de 2001, onde fez um bom Brasileiro e fez o Galo chamá-lo de volta. Em sua segunda passagem pelo Mineirão, as coisas foram diferentes. Mancini virou um dos destaques do time e, marcando muitos gols também, acabou negociado com a Roma.


O curioso é que, mesmo tendo sido contratado pela equipe italiana como lateral-direito, Mancini aos poucos foi "avançando" e ganhando posições mais ofensivas. Passou pela ala, pelo meio-de-campo, até virar atacante. Isso mesmo, atacante! Tudo bem que era uma espécie de ponta, mas o pior é que ele jogava pela esquerda, numa posição totalmente contrária àquela que começou em 2000. Porém, Mancini se disse adaptado às novas funções e que gostou da nova posição. A prova disso veio dentro de campo, com ótimas atuações e convocações à seleção brasileira. Não demorou muito para um clube maior ainda da Europa o comprar. E a Inter o fez, em 2008.


Para a tristeza de Moratti e companhia, o polivalente brasileiro não se deu bem com as cores azul e preta. Tirando algumas raras atuações boas, Mancini viveu de lampejos no Giuseppe Meazza e terminou por amargar o banco de reservas na Era Mourinho - algumas vezes, sequer era relacionado para o jogo. E como nenhum jogador gosta de se sentir sem valor, impotente, Mancini pediu para ser negociado. O destino, curiosamente, foi o Milan, maior rival da Inter. Só falta agora o cara resolver jogar pra valer e ser campeão com o grande rival. Os dirigentes da Inter temem muito isso, contudo sabem que têm de arriscar. Há também o outro lado da moeda, onde Mancini recupera a boa fase e volta no seu auge para a Inter. Coisas do futebol. A única certeza que todos temos até o momento é que está na hora, Alessandro, ou melhor, Mancini. Na hora H .




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Giro pelo mundo

Contato

lucas.imbroinise@terra.com.br

Twitter: @limbroinise

Co-blog: http://boleiragemtatica.wordpress.com