" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 7 de abril de 2011

Grêmio: nas oitavas, e com um trunfo raro




Renato Gaúcho chegou ao Grêmio num momento conturbado do clube. Logo no seu primeiro jogo, eliminação na Copa Sul-Americana para o desacreditado Goiás. A péssima fase só foi acabar com o tempo. Aos poucos, o maior ídolo do Tricolor foi arrumando a casa, moldando o time do seu jeito e vencendo. Numa campanha heroica, não só escapou do rebaixamento, como classificou a equipe para a Libertadores, montando uma base muito boa, mantida neste ano. Com poucos reforços e raras perdas, o time praticamente se manteve o mesmo.

Competitivo como em 2010, a equipe de 2011 dificilmente sai derrotada de jogos importantes. Nesta quinta, venceu o Junior Barranquilla, que perdeu a sua invencibilidade no ano, em casa, assumiu a liderança do grupo e, de quebra, carimbou seu passaporte para as oitavas de finais da Libertadores. Com facilidade, diga-se de passagem.

Entre tantas virtudes, um trunfo que merece destaque especial é o Estádio Olímpico. São poucos os times que jogam tão bem e com tanta vontade de vencer na sua casa. Poucos têm um caldeirão de verdade a seu favor. Nenhum tem uma torcida que faça a diferença que a gremista faz no Olímpico. Podem haver mil desfalques e problemas para Renato Gaúcho escalar a equipe, que a dificuldade para os rivais irá ser a mesma se o time estivesse completo. Jogar em casa, para o Grêmio, é meia-vitória.

Neste ano, somando as duas competições que disputa no momento, o Tricolor só perdeu uma partida em casa. E com o time misto de titulares e reservas. Foi no dia 12 de março, para o Cruzeiro de Porto Alegre, por 2 a 0, numa partida isolada. Renato ficou louco. Não admite perder em casa. Não admite outro resultado no Olímpico senão a vitória. Afinal, Renato conhece bem o Olímpico e a torcida tricolor. Sabe do que são capazes. E o quanto podem decidir e ajudar.

São poucos os times no mundo que têm alguma relação parecida entre torcida, estádio e time quando entram em campo. Talvez o Boca Juniors seja o único na América Latina capaz de fazer frente ao Grêmio neste quesito. Há quem diga que a Arena da Baixada tem uma mística diferenciada, mas há tempos não é sinônimo de vitória para o Atlético Paranaense. O Parque Central se aproxima um pouco desse padrão, no entanto, o time do Nacional não ajuda muito. Assim como o Libertad e o Nicolas Leóz.

Na verdade, o Grêmio é o grande representante dessa relação. É o exemplo. Um time que joga junto com a torcida e em sintonia com seu estádio lotado. O resultado só pode ser o respeito dos rivais. E que respeito. Não há quem não tema jogar contra o Grêmio no Olímpico. É sempre uma guerra. Poucos podem se orgulhar de vencer uma batalha tão árdua.

Que se preparem os argentinos, uruguaios, paraguaios, colombianos, e todos os que não conhecem de perto o Olímpico. Os brasileiros não precisam ser alertados. Sabem bem o tamanho do perigo. Por experiência própria.

3 comentários:

  1. Como gremista, dá orgulho ler esse teu texto, Lucas.

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  2. Valeu, Vicente. Muito obrigado. Palavras não deveriam descrever teu time e tua torcida. São algo de outro planeta.

    Abraços

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  3. Lucas,
    o Gremio confirmou o seu favoritismo, agora é só esperar o adversário das oitavas.
    Muito bom o texto.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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