" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fiel há 100 anos



Nunca um centenário foi tão comemorado como este. É o Centenário. Do time que mais mexe com seus torcedores no Brasil. Do clube que mais é amado, fielmente, pelos seus apaixonados. Da instituição que mais controla seus “servidores’. Do amor que encanta milhões de brasileiros. Do Corinthians. O centenário da segunda maior torcida do Brasil. Da mais fiel, fanática, desesperada, emocionante. Da mais corintiana. A torcida que merece ser exaltada no centenário de um dos clubes mais vencedores do país. Afinal, a sintonia entre ela e o clube é inabalável e inimaginável. Se, hoje, comemora-se 100 anos de Corinthians, é graças aos torcedores.
Os cem anos comemorados neste quarta-feira foram comemorados em tantos outros dias por essa legião de apaixonados que se intitulam “corintianos”. Que nada, são bem mais do que simplesmente isso. Suas alcunhas extrapolam o mundo das palavras e da coerência. Não há coerência alguma em ser corintiano. Onde já se viu sofrer, chorar, perder, lamentar e gostar disso? O corintiano gosta. Porque é, simplesmente, Corinthians. Eles vivem pelo Corinthians. E morrem também. Eles dependem do Corinthians e vice-versa. Eles são, acima de tudo, corintianos.
Foram eles que roeram todas as unhas e tiveram diversos ataques cardíacos, e depois suspiraram aliviados na decisão de 1977, que pôs fim ao “eterno” jejum. Eles também vibraram com o Bi da Democracia em 1983. Imitaram um porco juntos com Viola certa vez, contra o maior rival. E choraram com Neto, no título inédito nacional de 1990. Foram eles que invadiram o Maracanã em 1977, num dos feitos mais impressionantes de torcedores na história do futebol mundial. Eles, sempre eles. Parecem até onipresentes. E são. São corintianos.
Eles não desistem nunca quando o assunto é Corinthians. Foram os únicos que não haviam decretado o rebaixamento em 2007, antes do jogo contra o Grêmio, na última rodada. Eram eles que acreditavam. Eles foram ao Olímpico como apaixonados. E voltaram mais ainda. Fizeram estourar, com o clube na Série B, a campanha do “Eu nunca vou te abandonar”. Tudo por prazer. Por amor. Pelo Corinthians. Parece simples assim. E é. Trata-se de um sentimento cuja chama jamais se apagará. O Corinthians, para eles, é eterno.
Em cem anos, viram muita coisa. Viram Dino Sani, Basílio, Zenon, Sócrates, Neto, Casagrande, Viola, Edílson, Luizão, Dinei, Ronaldo. Viram Alberto Dualib, Vicente Matheus e a corrupção de 2005. Viram o humilhante rebaixamento de 2007. Participaram de uma das cenas mais tristes do clube, na eliminação da Libertadores para o River Plate, em 2006, numa pancadaria contra a Polícia Militar. Como sofreram! Como amaram! Depois disso tudo, só ganharam mais forças para bater no peito com orgulho e proferirem: “Sou Corinthians”. Silêncio. O resto, para eles, não importa. Não tem o mínimo significado. Deve ser por ser coerente. Não. É óbvio que não. E, sim, porque o resto vem depois de Corinthians. Nada pode vir depois. É Corinthians e ponto final. Religião é religião. Há cem anos é assim, provavelmente, nunca mudará.
Parabéns Fiel, pelos 100 anos de Corinthians!

Um comentário:

  1. E ai lucas blz.
    parabéns ao timão
    sua história se confunde com a própria história do Brasil, 100 anos não é pra qualquer um.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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