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terça-feira, 20 de março de 2012
O peso histórico de Messi e o futuro do Barcelona
segunda-feira, 19 de março de 2012
O jogo da vida de Muamba
Nada mais importa quando a luta pela vida ofusca qualquer outra disputa. O congolês Fabrice Muamba não era titular absoluto do Bolton, mas lutava a cada jogo para estar entre os onze escolhidos pelo técnico Owen Coyle. Na partida válida pela Copa da Inglaterra, na última sexta-feira, contra o Tottenham, ele foi um dos escolhidos. Mas não terminou o jogo entre os onze. Acabou, sim, como o mais aplaudido pelo estádio, mesmo sem ter tido uma atuação brilhante. Foi também o mais citado nas redes sociais, nas manchetes de jornais. E nas orações dos ingleses, congoleses e amantes do futebol. A partida não foi só ofuscada, mas também cancelada. No jogo da vida de Muamba, o futebol não vale nada. Uma lição que a vida nos dá.
A repercussão ganhou o planeta em instantes. Em volta do Reebok Stadium, a casa do Bolton, flores não param de chegar e se juntar às mensagens de apoio em camisas, cachecóis com as cores da equipe. Fotos do meio-campista também colorem o ambiente pesado. O semblante dos torcedores que por ali passam não deixa dúvidas de que o momento é de reflexão. E de esperança. Na ânsia por dias melhores, jogadores, dirigentes e torcedores dos mais diversos clubes se unem e trabalham em cima de uma mesma causa.
É nessas horas que o futebol perde espaço para as emoções da vida humana. O infarto sofrido pelo jovem volante de 23 anos sensibilizou a todos que estavam dentro do White Hart Lane na sexta. E tocou o mundo em instantes. Na era das mídias convergentes e do mundo integrado, não é preciso muito para unir diversos segmentos da sociedade no apoio a um jogador de futebol. Na luta pela vida, os aplausos independem de religião, torcida, grupo social.
Mas há sempre um engraçadinho para fazer uma piada. Ainda mais com o advento do twitter. O bobo da vez foi rapidamente pego pela polícia galesa. E preso. A exceção que foge à regra não tem o que acrescentar na torcida pró-Muamba.
Interessante, mesmo, é a forma como o futebol, ou melhor, o esporte em geral sensibiliza as pessoas. O espetáculo produzido pela mídia eleva as cenas do filme da vida real a um patamar astronômico. O inédito ganha uma força sobrenatural, e se sobrepõe aos fatos do cotidiano, aos fatos comuns, aos lances normais de uma partida de futebol. O mais impressionante é a repercussão causada por um problema de saúde de um jogador. É como se ele, por estar ali, tão evidenciado pela televisão, pela imprensa, fosse imune a qualquer tipo de problema de saúde de uma pessoa “normal”.
As pessoas não acreditam. Os torcedores ficam abismados. O ídolo deles está no hospital como aquele parente doente. E logo a vida nos dá mais uma lição: somos todos seres humanos. O profissional, com todo aparato técnico e médico que recebe diariamente, com todos os recursos que o sucesso profissional lhe rendeu, também sofre com fatalidades. Como Muamba. E talvez por isso, chegue com tanto impacto às pessoas, ao público em geral.
Porém, assim como tantos desconhecidos ganharam seus minutos de fama com superações e milagres da vida e da ciência, o ídolo, o jogador famoso também pode ter essa sorte. A nós, torcedores, dirigentes, jogadores, jornalistas, médicos, cidadãos, seres humanos, cabe torcer e rezar. E perceber que a vida nos dá aulas diariamente.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Flamengo dos extremos precisa aprender a jogar a Libertadores
E não é que a goleada rubro-negra se desenhou no segundo tempo? Já com o 1 a 0 no placar - em belo gol de Bottinelli -, a torcida foi à loucura com o início de segundo tempo do time. Muralha era um monstro, Luiz Antônioi entrara no jogo para dele não sair mais. E ainda havia um Ronaldinho inspirado e querendo jogo.
Love driblou o goleiro e foi derrubado. As vaias que Ronaldinho se acostumou a ouvir deram lugar a aplausos e gritos de seu nome. Pênalti indefensável. Flamengo 2 a 0.
Nem deu tempo do Olimpia respirar. Bola de R10 para Luiz Antônio. De Luiz Antônio para o gol. Poucos toques. Toques corretos. Belo gol. Explosão de alegri rubro-negra no Engenhão.
Mas ainda havia um jogo. Cerca de 20 minutos de futebol.
O Fla relaxou. Tomou um gol de falta. Dentro da normalidade.
Só não estava previsto um apagão geral no fim. Em 15 minutos, o Olimpia fez outros dois gols, empatou o jogo e calou o Engenhão.
Entre as péssimas mexidas de Joel, as falhas individuais de González e Galhardo e o desespero de David Braz, havia o despreparo de um time basicamente jovem. Desacostumado a competições do porte de uma Libertadores.
A verdade é essa. O Fla de ontem não soube jogar Libertadores. No segundo susto, com o 3 a 2 no placar, era hora de administrar o resultado, tocar a bola, gastar o tempo, fazer cera. Mas David Braz resolveu lançar Ronaldinho. Errou o passe. O erro deu origem ao terceiro gol paraguaio.
Nos acréscimos da partida, uma aula dos paraguaios de como segurar um resultado, de como jogar uma Libertadores. Com os erros, o Fla tem muito a aprender.
terça-feira, 13 de março de 2012
Com ataque arrasador, Bayern impressiona a Europa e pode sonhar com final em casa
Houve quem apostasse numa zebra suíça nesta terça-feira, pelas oitavas de finais da Champions League, na Allianz Arena. Mas o fato é que, inspirado e sem desfalques, o Bayern de Munique é um time muito difícil de ser batido. Sobretudo diante de sua torcida e seu campo. Assim, então, é uma missão quase impossível. O Basel não só viu o sonho de fazer história numa competição continental sucumbir em minutos, como uma humilhação ser construída rapidamente: 7 a 0 para os alemães, com direito a show de bola.
O ótimo desempenho do time da casa começa pelo ataque. Tanto com como sem a bola, Ribéry,Müller, Robben e Mario Gomez se destacam. A marcação começa com eles, com o sufoco à saída de bola adversária. A roubada de bola normalmente acontece com rapidez. E a jogada flui com uma facilidade incrível. Pelos lados, por dentro, com os laterais Lahm e Badstuber apoiando, com os volantes Kroos e Luiz Gustavo chegando por dentro...O Bayern, nos seus melhores dias, parece uma máquina de fazer gols. E vai impressionando a Europa aos poucos.
Foi assim nos últimos dois compromissos – incluindo a goleada de hoje. No final de semana passado, pelo campeonato alemão, com outros impiedosos sete gols sobre o Hoffenheim, que ao contrário do time suíço, conseguiu marcar, ao menos, um gol de honra. Duas atuações memoráveis de um time que busca o gol, que ataca, sufoca o adversário durante toda a partida.
Mas os elogios já chegam a Munique há algum tempo. Desde o início da temporada, o Bayern tem um dos melhores ataques do continente. No campeonato nacional, persegue o líder Borussia Dortmund. Na Champions, vai sonhando cada vez mais alto com uma final histórica em casa. E com razão. Trata-se de um time muito forte.
Isso tudo sem o maestro Schweinsteiger, lesionado já há alguns meses. No entanto, o elenco recheado de opções não deixa uma lacuna sem preenchimento na equipe. O jovem Tony Kroos assumiu o lugar do experiente camisa 7 com eficácia. Hoje em dia, é um dos pilares da equipe. Prova disso são suas recentes e cada vez mais frequentes convocações para a seleção alemã. Aliás, selecionáveis não faltam ao time titular e ao elenco do Bayern. Entre os onze titulares, somente Luiz Gustavo, do Brasil, não é convocado com frequência para defender sua seleção. O nível é altíssimo.
Para quem restringe o favoritismo da Liga dos Campeões à dupla Real Madrid e Barcelona, o Bayern manda um simples alerta. E é sempre bom lembrar que a final deste ano será disputada em...Munique. Quem acompanha futebol alemão, certamente não ficará surpreso se a festa for feita em casa pelos donos dela.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Messi, Neymar e a história sendo escrita
Cruel. O tempo é cruel. E também genial. O tempo é, antes de tudo, ambíguo. Da mesma forma como não nos permite ter noção da realidade com a velocidade com a qual passa, nos faz perceber quão importante foi o passado quando passa ainda mais veloz. A história sendo escrita aos nossos olhos, e sequer conseguimos perceber.O futebol, assim como o tempo, é cruel. Não nos deixa ter a noção correta do tamanho de alguns atletas. Do grau de importância de alguns gênios que estão marcando o nome na história.
O que Messi fez hoje, contra o Bayer Leverkusen, muitos outros já fizeram – talvez não no mesmo contexto, mas com os mesmos números. O que Messi faz há anos poucos fizeram. Monstros fizeram. E a previsão do que Messi ainda fará é assustadora. Ele só tem 23 anos. E o mundo aos seus pés.
O que Neymar fez hoje, contra o Internacional, muitos já fizeram. Houve até quem já fez mais. Mas o que Neymar vem fazendo desde 2010 é algo de outro mundo. Do mundo de Messi, Pelé, Zico, Maradona. Do mundo da história do futebol. Craques consagrados em qualquer almanaque esportivo.
A história sendo escrita na nossa frente. E tem gente que ignora as manchetes, desliga a TV, ignora a internet. E ainda põe a culpa na mídia. Tem gente que é difícil de ser entendida. Gente que briga com a verdade, com os fatos, com um dos maiores prazeres dessa vida.
No show de Messi, na magia de Neymar, quem ganha é o futebol.
Hoje não se merece discutir quem foi, é ou será maior. Hoje é um dia para se brindar o bom futebol. A história. E viva Neymar. Viva Messi.
Daqui a alguns anos, vou poder chegar para meu neto, abrir um sorriso e dizer: eu vi Messi e Neymar jogarem. Até lá, haverá recursos suficientes para o fazer voltar no tempo e viver um sonho. Sonho que nós não percebemos que estamos vivendo.
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