" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quarta-feira, 7 de abril de 2010

Troco alemão


Onze anos depois de perder um título da Champions League em dois minutos para o Manchester United, o Bayern de Munique precisou de muita coragem e garra para conseguir se reaproximar dele, ao se classificar de forma heróica, mesmo perdendo a partida para o próprio time inglês por 3 a 2. A equipe comandada por Louis Van Gaal começou o jogo muito mal e acabou levando, ainda no primeiro tempo, 3 gols. Com muita vontade e um pouco de técnica buscou o resultado e conseguiu dois gols, se vingando, na mesma moeda, daquele jogasso de 1999.


Enquanto Alex Ferguson optou pela cautela, escalando três volantes no meio, mas, ao mesmo tempo, arriscou ao escalar Rooney, ainda sentindo o tornozelo direito, no time titular, Van Gaal apostou todas as suas fichas no ataque. Com 5 jogadores de ataque, e somente um de marcação no meio-campo e no ataque, a proposta do Bayern era clara.


O time alemão pagou caro pela aposta do técnico holandês. Logo aos 2 minutos, o jovem volante Gibson foi entrando sozinho pelo meio e, num chute de fora da área rasteiro, abriu o placar. Logo em seguida, o sempre perigoso Valencia cruzou pela direita e Nani, de letra, ampliou com um golaço. O início arrasador inglês foi premiado com um terceiro gol, em jogada parecidíssima com a do segundo: Valencia cruzou novamente pela direita e, de novo ele, Nani, chutou forte, mas colocado, fazendo o terceiro.


A eliminação do Bayern já estaria bastante encaminhada se não fosse o gol espírita, na base da garra, de Olic, minutos depois do terceiro gol inglês. E era na base da garra e da vontade que o time alemão se norteava. Até que, logo no início do segundo tempo, o lateral brasileiro Rafael foi expulso. A partir de então, o Bayern ganhou espaço e passou a dominar o jogo, exatamente da mesma forma que o Manchester fizera na primeira etapa.


Não demorou muito para a vontade dar lugar à técnica, e os talentosos Robben e Ribéry começarem a fazer a diferença. O ápice da derrocada inglesa foi a substituição extremamente defensiva feita por Ferguson. O escocês sacou Rooney e colocou O'Shea, para que este ocupasse a lateral-direita. Minutos depois, num lance de pura genialidade, Robben pegou de primeira, numa espécie de voleio, uma escanteio cobrado da esquerda e fez o segundo do Bayern, o da classificação.


Na hora certa, e dando um aula de coragem e confiança para Alex Ferguson, Van Gaal recuou o time, fechando o meio e compactando a zaga: o suficiente para segurar a pressão desordenada do time da cidade de Manchester. Foi na base da coragem, porém aliada à técnica, que o Bayern conseguiu, enfim, dar o troco no Manchester. O Bayern esperou. E alcançou o que queria. Agora, pega o Lyon na semifinal.

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