" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Messi de Xerém



Foto: Nelson Perez/FFC

Para alguns, é o craque do campeonato. Muitos o pedem na Seleção. E há até quem não goste dele. Ao contrário de histórias folclóricas, o Messi brasileiro veio de Xerém. Ele não tem a mesma técnica, mas lembra muito o argentino em suas principais características. A diferença é que Wellington Nem é abusado, marrento, mais driblador ainda do que o melhor jogador do mundo. É, antes de mais nada, um jogador tipicamente brasileiro.

É quase um craque.

Hoje, na vitória por 2 a 1 sobre o Coritiba, botou a bola debaixo do braço e acabou com o jogo. Driblou, passou, se movimentou, brincou, zombou. E decidiu. Com um gol e uma assistência, ambos com a perna direita. Amadurecendo com o tempo, Nem também é inteligente. Provoca e não entra na pilha. Ouviu muito dos jogadores do Coritiba após tentar uma lambreta no fim do jogo. Fingiu que não era com ele. Já tinha acabado com o jogo mesmo....

Soa um pouco injusto essa individualidade na vitória tricolor. Injusto porque Jean também comeu a bola de volta ao time. Acertou a saída de bola, melhorou os passes e protegeu mais Edinho, dando mais liberdade, também, para Deco. Liberdade e confiança. Para o maestro luso-brasileiro, é diferente jogar com Jean. É melhor. É possível sentir isso somente vendo o jogo, os dois se entendem muito bem.

Carlinhos também foi bem. Cavalieri manteve a regularidade do melhor goleiro do Brasil na atualidade. E Bruno, o contestado camisa 2, fez partida digna de jogador campeão brasileiro. Com muita raça, se desdobrou entre a defesa e o ataque, participando das ações ofensivas e salvando o time duas vezes no segundo tempo. Thiago Neves oscilou, mas, no geral, não foi mal. E ainda marcou o gol da vitória. Fred poderia ter ido melhor.

Mas não tem como a crônica do jogo não ser de Wellington Nem, o Messi de Xerém. O moleque abusado, arisco, canhoto, realmente comeu a bola. Como vem fazendo desde o início do Brasileiro. Sua velocidade, aliada à objetividade nas jogadas, lembra muito o jogador argentino, guardadas algumas proporções. Se não tivesse se contundido, talvez fosse, sem sombra de dúvidas, o nome do campeonato. Ainda não é. Mas pode vir a ser nas últimas rodadas. Hoje, foi o dono da noite.

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