" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 19 de abril de 2010

Trabalho para o sucessor


Ao assumir o Fluminense virtualmente rebaixado em setembro passado, Cuca aceitou um grande desafio, que poderia inclusive, em caso de fracasso, manchar de forma contundente sua carreira. Foi homem, batalhador, corajoso. E venceu, como um verdadeiro brasileiro, sem desistir jamais, mesmo quando até a própria torcida desacreditava. Não foi fácil, mas deu. Graças, sobretudo a Cuca, que soube explorar bem seu elenco, tornando um time fraco, limitado, numa verdadeira equipe de guerreiros, como bem definiu sua torcida.


De forma heroica, Cuca salvou o time do rebaixamento, e logo em seguida renovou seu contrato. Não perdeu, de forma alguma, a simplicidade e a superstição que carrega desde os tempos de jogador. Soube, de fato, unir o grupo - coisa que nao havia conseguido no Flamengo. Achou em Fred um líder, um amigo e um coselheiro. Soube, também, explorar isso. Muito bem. Mas veio 2010, com um campeonato mal organizado, sem charme algum, em que o Fluminense acabou esbarrando nas suas próprias limitações.


Culpado por boa parte da diretoria como o responsável pelo fracasso tricolor, Cuca acabou pagando pela lígua solta que teve antes das semifinais da Taça Rio, quando disse, sob pressão, que o Tricolor seria campeão de qualquer maneira. Não foi. A diretoria, então, já babando pelo nome de Muricy há algum tempo, não resistiu à vontade de demití-lo e o fez. Errou, de forma amadora. Terá, agora, que transformar tudo. E haja trabalho para Muricy, que deve ser anunciado nas próximas horas como o novo técnico do Fluminense.


Além de ser fechado e pouco unido aos jogadores, Muricy trata a imprensa de forma, em boa parte das vezes, desrespeitosa, criando um clima nada amigável com os jornalistas e com parte dos jogadores. Além de conquistar o grupo, como Cuca fez, Muricy terá que achar uma maneira de jogar, já que o time se mostra muito dependente do atacante Fred. Não que seja como era no São paulo, à base da força das bolas aéreas e da marcação forte e precisa. Basta ser eficiente, como nao consegiu no Palmeiras.


Motivo de sua demissão no clube alviverde, Muricy terá também que agir fora dos campos. É bom que ele já comece a fazer uma boa amizade com Celso Barros, presidente da patrocinadora do clube carioca e um dos grandes poderosos do Fluminense. A palavra de Celso, juntamente com a de Branco, tem gigantesca importância nas decisões tomadas por Horcades, o presidente. Em alguns casos, inclusive, Barros chega a decidir fatos só, sem consultar sequer a Horcades. Ele pode. Ele banca. Ele manda também. Abra o olho Muricy, senão a bola pune, meu.

Um comentário:

  1. Já sei a velha história do Tricolor do Rio...
    Um bom técnico... quem sabe um título na Copa do Brasil? Ou um Brasileirão?
    Mas esquece-se do principal: os jogadores...
    DEvia ter deixado Cuca terminar o trabalho e tentar a Copa do Brasil... Quem sabe?
    Não sou tricolor e nem quero ser... Mas contratar Muricy? Sei não!

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