" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quarta-feira, 8 de maio de 2013

Galo joga o melhor futebol do continente. No Brasil, só o Corinthians é tão moderno




Mal começa o jogo e lá está o Atlético Mineiro pressionando. Já na saída de bola, jogada ensaiada que em toda partida leva perigo: lançamento de Réver para escorada de Jô. Hoje, quase resultou em gol. O lance, nos primeiros segundos de jogo, serve como exemplo para a principal virtude do time no ano: a intensidade.
Durante os 90 minutos, são raros e rápidos os momentos em que o time do Atlético Mineiro não joga no limite. É o tempo inteiro correndo, marcando, acelerando. Se matando. Tudo aliado a uma tremenda organização tática. Padrão Cuca de qualidade.
Contra o São Paulo, hoje, no Independência, a impressão era que o Galo jogava a mil por hora e o São Paulo a dez por hora. Um verdadeiro atropelamento. Pela direita, pelo meio, pela esquerda, com lançamento vindo de trás, com tabelas rápidas. O Galo voava em campo. E não deixava o jogo esfriar.
Mas tudo de forma pensada, planejada e bem executada. Com a bola, o quarteto ofensivo se movimentava sem parar. Uma desatenção e lá estava Bernardo pelo meio e Ronaldinho livre na ponta-esquerda. Outra e lá estava Jô recuando para Tardelli fazer a infiltração em diagonal. Tudo isso com uma velocidade incrível. Isso sem contar com as chegadas dos volantes, dos laterais e os lançamentos de Réver.
O Atlético ataca em bloco, voando aos 2 do primeiro tempo da mesma forma que pressiona com o jogo resolvido aos 43 do segundo. É a característica do time. É a vontade de Cuca.
Sem a bola, nada de esperar o adversário no campo de defesa. Mesmo com a marcação de encaixe individual, característica dos times de Cuca, a pressão é quase obrigatória. O 4-2-3-1 se transforma em um 4-1-4-1, que deixa Pierre entre as linhas de 4 para marcar o armador adversário. Todos marcam. Bernard chega até a linha de fundo do seu próprio campo de defesa acompanhando o lateral-direito rival. Tardelli idem pelo lado oposto. Futebol moderno.
E tome-lhe roubada de bola no campo de ataque. E contra-ataque. E velocidade. E gol. Prazer, Atlético Mineiro!
A vantagem no placar não faz Ronaldinho tirar o pé do acelerador. Ele quer mais. E marca, desarma e arma. Bernard segue o ritmo. Tardelli também. Jô, em fase inspirada, participa das tabelas como se fosse um meia-atacante e ainda aparece para finalizá-las como o grande centroavante que é. Mais um gol. Agora dá pra ficar tranquilo?
Nada. Leandro Donizete só para de morder e roubar bolas quando Cuca o tira de campo. Sem os holofotes, é um carregador de piano do time. Taticamente importante, marca e joga. Deu outra dinâmica ao meio-campo, que agora ataca da forma mais vertical possível e se fecha de maneira compacta, sem deixar nenhum jogador adversário sobrando.
Atacando, nenhum time no continente é tão intenso, tão bom como o Atlético. No Brasil, só o Corinthians é tão moderno taticamente. Pode ser que dê tudo errado, mas pelo futebol que vem jogando, o Galo de Cuca merece muito.

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