" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




sábado, 19 de dezembro de 2009

El campeón de todo

Foto: Reuters

Sem jogar a bola que costuma, o Barcelona precisou usar o seu excelente preparo físico e se apoiar na genialidade do melhor jogador do mundo da atualidade para se sagrar campeão do mundo em 2009, encerrando um ciclo de conquistas impressionante nesta temporada, onde venceu todos os campeonatos que disputou. A forte marcação imposta pelo Estudiantes de La Plata foi suficiente para segurar a técnica e jogo de passes perfeitos pelo meio do time catalão até os 44 da segunda etapa, quando Pedro marcou o gol derradeiro de empate, levando a partida à prorrogação.

Sem poder contar com Iniesta, Guardiola escalou um meio composto por Sergio Busquests, Keita e Xavi. Pep sabia que teria de entrar com três atacantes para furar a retranca iminente do time argentino, e que marcar um gol logo no início da partida seria excelente para o time catalão. Contudo, contrariando o óbvio, Díaz levantou uma bola digna de um lateral esquerdo para o artilheiro Boselli, meio desajeitado, abrir o placar de cabeça para o time sulamericano. O plano de Guardiola havia ido por água abaixo, exatamente ao contrário do de Alejandro Sabella. Acontecia exatamente o que queria Sabella, restava-lhem, agora, segurar o incrível Barcelona durante o resto do primeiro e o todo o segundo tempo.

Fechado como era de se esperar e lutando como um verdadeiro time argentino, na raça, na garra, o Estudiantes se defendeu como pôde e, aos poucos, tentava ameaçar o time espanhol. O Barça não percebia que o futebol total jogado durante toda a temporada e que havia encantado o mundo não iria funcionar a partir de então. A retranca era de time argentino. Pelo meio era impossível entrar na área argentina humanamente, salvo, portanto, as jogadas fora de séries e "extraterrestres" de Leo Messi, que, no entanto, nem sempre funcionavam. Era preciso arriscar mais, chutar de fora da área, cruzar bolas...

A entrada de Joffren no fim da segunda etapa mudou um pouco o panorama de jogo, que era de pressão desgovernada e desorientada do Barcelona. O jovem espanhol caindo pela esquerda enfernizou o time argentino, consolidando ainda mais o domínio do time catalão. Até que, aos 44 da segunda etapa, após uma disputa de bola na área, vencida por Piqué, Pedro aproveitou falha do goleiro Albil e tocou por cima, de cabeça, empatando o jogo. Entrava em campo o desespero de uma prorrogação.


Privilegiado por um preparo físico de time gigante, a superiodade física do Barcelona era nítida. Com exceção de jogadas de puro "coração", o time argentino se via refém do preparo físico de primeiríssima linha do adversário. Mas mesmo assim, sem dar pontapés, jogando com lealdade, o time argentino era guerreiro demais. E, quando tudo parecia que iríamos ter uma disputa por pênaltis, a genialidade do Melhor do Mundo atualmente se sobrepôs a tudo e a todos, e com um toque digno de craque, Messi escorou de peito para o fundo das redes um cruzamento perfeito de Daniel Alves, ofuscando o brilho da luta do time argentino e, até mesmo, o da própria camisa fluorescente. Ali, quem brilhava mais não é a evoluçaõ tecnológica ou o brilho de uma camisa melancia fluorescente, mas sim um gênio do futebol mundial. O Barcelona pode se orgulhar, finalmente, de ter levantado todos os troféus possíveis.

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