" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Hexas semelhantes?


Voltemos dois meses no tempo. Maldonado era titular absoluto do Flamengo, que jogava num 4-2-3-1 parecidíssimo com que vem atuando, desde junho, a seleção brasileira de Dunga. Basta olharmos as duas equipes. A semelhança é muito nítida, principalmente do meio para a frente. Vejamos, o cabeça de área da seleção, Gilberto Silva, tem a companhia de outro volante à sua esquerda, este sai mais para o jogo, arriscando inclusive alguns chutes de longe. O nome dele é Felipe Melo. No Flamengo com Maldonado, Airton desenvolve a mesma função de Gilberto Silva, marcando, quase sempre, o criador do outro time, o quarto homem do meio-de-campo do adversário, enquanto Maldonado, marcando mais do que Felipe Melo - um pouco mais -, sai mais para o jogo, como foi no jogo contra o Atlético-MG, no Mineirão, quando o chileno, incluisve, marcou um gol, digno de volante que sai para o jogo.


Na criação da seleção brasileira, Kaká joga centralizado, caindo pelos dois lados, mas sempre buscando o drible e o passe em profundidade, função praticamente idêntica à de Petkovic no Flamengo. Robinho, um segundo atacante, que joga pelo lado esquerdo, atua mais como ponta, prendendo marcação e sendo uma arma importantíssima nos contra-ataques, papel exercido da mesma forma por Zé Roberto no Flamengo. Na meia-direita talvez a maior diferença. Quando a seleção joga com Elano, o time perde em marcação, pois Elano marca pouco mas ganha na criação. Quando a seleção joga com Ramires na meia-direita, a função que o jogador do Benfica exerce é exatamente a mesma que Willians exerce no Flamengo: de combate, velocidade, e rapidez pela direita.


No ataque, Luis Fabiano talvez não tem a mesma força e potência no chute que Adriano tem, mas possui um posicionamento imperial e tem o que o Imperador não tem: boa finalização com as duas pernas. O ótimo nível de cabeceamento de ambos prova que o país está muito bem servido de atacantes. No gol, a mesma coisa. Mesmo sendo Júlio César mais experiente, regular e, por isso, melhor que Bruno, o camisa 1 dso Flamengo é um excelente goleiro, que pode vir a ser, inclusive, o titular da amarelinha daqui a uns anos.


A diferença entre o esquema de Andrade e Dunga se dá na linha de quatro da defesa, a começar pelo miolo de zaga. No time carioca, atuam Angelim e Álvaro, com o segundo na sobra. Na seleção, Juan e Lúcio se revezam e ambos são destros, diferentemente da zaga rubro-negra, onde ambos são canhotos. Contudo, a grande diferença e marcante se dá na forma de jogar dos laterais. Enquanto Maicon e André Santos, até mesmo a pedido de Dunga, privilegiem e equilibrem as forças na marcação e no apoio, Léo Moura e Juan, apesar de terem sido tranformados por Andrade novamente em laterais de ofício, apóiam mais do que marcam, sobrecarregando o setor defensivo.


De todas as formas, as semelhanças entre os esquemas são nítiddas quando os times atuam dessa forma citada acima. A contusão de Maldonado no Flamengo e a lesão de Robinho na seleção mudaram bastante isso. Na seleção entrou Nilmar, que joga mais dentro da área e tem mais explosão. No clube carioca, Toró ganhou a vaga, e o time ganhoum muito em marcação e combate, mas perdeu um pouco o passe preciso e o posicionamento magistral de Maldonado.


A curiosidade é que o Flamengo foi hexacampeçao este ano com basicamente este time na reta final, onde mais venceu e onde melhor jogou, e o Brasil pode conquistar o mesmo feito (hexacampeonato) em 2010, na África com o mesmo esquema, praticamente.



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