" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 29 de abril de 2012

Campeão invicto, Botafogo com a cara de Oswaldo não sentiu falta de Renato

Pergunte a dez botafoguenses sobre a importância de Renato para o time. Nove responderão que, sem o camisa 8, a equipe não rende nem metade do que pode. De fato, Renato faz o tipo de volante moderno capaz de ditar o ritmo de todo um time em campo. No Botafogo, como segundo volante, além de proteger Marcelo Mattos e combater os meias rivais, é o grande armador do Botafogo. Por mais que Maicosuel, Elkeson e Fellype Gabriel abusem da capacidade de criar possibilidades de gol, são dos pés Renato que saem as principais jogadas.


E, com uma lesão no tornozelo, Renato não jogou a final da Taça Rio.

Mas é, no mínimo, injusto classificar o Botafogo como dependente de Renato. O time que tem o comando e o jeito de Oswaldo de Oliveira tem um dos melhores conjuntos do país. Não que possua um elenco renomado, recheado de estrelas e investimentos, mas porque jogou bola para estar na final. E na decisão não sentiu falta daquele que muitos consideram o seu principal jogador. Com Fellype Gabriel brilhante o substituindo, teve a cara um time campeão. E merece, mais do que o Vasco, o título da Taça Rio.

A atuação soberba na decisão é fechar com chave de ouro um trabalho que começa a dar frutos à tão sofrida torcida alvinegra. Depois de um ano turbulento sob o comando de Caio Júnior, em que a inacreditável perda da vaga na Libertadores ofuscou qualquer bom momento do time, uma aposta de um profissional esquecido no mercado japonês seria de alto risco. Ponto para a ótima gestão de Maurício Assumpção. Oswaldo de Oliveira não era o nome certo, mas uma aposta com boas chances de trazer sucesso ao Alvinegro. E trouxe.

Com Oswaldo o time voltou a jogar um futebol que não apresentava há tempos. Tudo melhorou ainda mais com a chegada de Fellype Gabriel, homem de confiança do novo treinador alvinegro no Kashima Antlers, ex-clube de Oswaldo no Japão. Na ponta, no meio, como segundo volante. Em todas as posições, Fellype rendeu bem. Ele deu ao time uma nova dinâmica. Como curinga, foi bem em todos os jogos. Como hoje, na final. Fellype, ao lado de Maicosuel e Marcelo Mattos, foi um dos melhores em campo. Marcou, jogou, se posicionou de forma inteligente. E seguiu à risca as orientações de Oswaldo.

Contra um Vasco agressivo, que sabia trabalhar a bola, ganhar campo e pressionar o Botafogo, Oswaldo conseguiu dar ao seu time a compactação na marcação que vem buscando e falando desde o início do Campeonato Carioca. Nos contra-ataques, foi o mais fatal possível. E ainda tinha as tão treinadas e importantes jogadas ensaiadas. Na principal e mais frequente delas, Loco Abreu fez o segundo gol da vitória por 3 a 1 hoje, após cruzamento na segunda trave e escorada de Fábio Ferreira para o meio da área.

Depois, com o belo gol de Maicosuel em lindo passe de Antônio Carlos, a tranquilidade reinou no reino de Oswaldo de Oliveira e seus imponentes guerreiros.  Foi só esperar a confirmação do título invicto do time que soube jogar bola. Do time que teve organização e soube ser eficiente. Do time que teve Renato, Oswaldo de Oliveira e um monte de protegonistas. O coletivo, por vezes, se sobrepõe ao individual. No futebol, costuma dar certo. Os botafoguenses que o digam.


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