" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quarta-feira, 28 de abril de 2010

Feia, defensiva, pragmática, mas finalista

Foto: Reuters/Chivu dá carrinho na bola e acaba derrubando Messi: prova da garra da Inter


Tamanha era a vontade de José Mourinho e da sua Internazionale em chegar à final da Champions que eles abriram mão, até mesmo, de jogar futebol para chegar a tal. Durante os 90 minutos da derrota desta quarta-feira, para o Barcelona, por 1 a 0, que os classificou para a final do torneio mais importante da Europa, os neroazzuri ficaram totalmente presos à defesa, saindo, raras vezes para o ataque, nos nem sempre temíveis contra-ataques, quase sempre puxados por Maicon ou Eto'o. Mas valeu a pena. Diante de um Barcelona que preferia tocar a bola a arriscar chutes de media distância, a vaga na grande final do dia 22 de maio foi garantida.


Esse comportamento dos visitantes italianos no Camp Nou já era esperado e especulado pela imprensa espanhola. Guardiola pôs Ibrahimovic de cetroavante, e colocou Daniel Alves e Pedro abertos pelas pontas a fim destes cruzarem bolas aéreas para o sueco. Mas não adiantou. No alto, Lúcio ganhava todas. Sem exceções. O plano B era Messi, o astro do momento. Porém, vigiado como um prisioneiro pelos 'guardas' e compatriotas Zanetti e Cambiasso, o baixinho pouco fez durante todo o jogo, principalmente na primeira etapa.


O chute de longe era, claramente, a melhor opção. Contudo a equipe de Guardiola segui insistindo no toque de bola, nas jogadas pelos flancos...Num dos poucos lances em que o Barça arriscou de fora da área, com Messi a bola quase entrou. Quase mesmo. Afinal, no chute de fora da área, não tem Cambiasso, Zanetti ou Lúcio que segure. Tudo bem. Só não pode se esquecer do melhor goleiro do mundo atualmente, Júlio César. Por ele, a bola não passou, e Messi só lamentou. Não tinha mais o que fazer.


As equipes mudaram de lado, o tempo passava e o jogo não mudava. A expulsão de Thiago Motta, ainda na primeira etapa, teve imensa contribuição nisso.Eram 10 do time catalão no ataque e 10 dos nerazzuri na defesa. Parecia treino tático. Só parecia, porque a vontade era de final de campeonato. As provocações também. Eto'o e Milito viraram volantes pelos lados, e marcaram o tempo todo como verdadeiros volantes. Brilhantes. Saíram, ambos, aplaudidos. Com justiça. Mourinho, de tempo em tempo, gritava com o time, botava novos defensores em campo, ganhava o jogo. Assim como na partida de ida.


Guardiola resolveu, já no fim, tirar Ibrahimovic, inoperante em campo. Botou Bojan. Em seguida, o jovem Jeffren entrou no lugar de Pedro, e pouco fez no lado esquerdo a não ser tocar a bola para o lado. Bojan deu mais rapidez à equipe. Mas Xavi e Messi mal conseguiam chegar à meia lua diante da solidez da defesa visitante. Era preciso inovar ou esperar a falha dos rivais. Numa delas, num pequeno espaço concedido a Messi, o craque botou a bola na cabeça de Bojan, que cabeceou rente à trave , com muito perigo. Que susto. Minutos depois veio o gol de Piqué, em posição legal. Um golaço, na verdade.


Todavia, já era tarde. Os acréscimos chegavam. E o tempo passava, a Inter marcava e o Barça tocava a bola, agora com mais preocupação e desespero, mas sem perder a qualidade. E esperava. Pensava que, em algum momento, Lúcio, Cambiasso, Zanetti, Muntari ou qualquer outro italiano pudesse abir uma brecha para Messi, ou Bojan, ou quem sabe Xavi. Era pensar muito grande para quatro míseros minutos dados pela arbitragem como acréscimo.


O fim chegou para o Barcelona. Não há motivos para crise. É só uma eliminação. À Inter, há, sim, muitos motivos para festejar. A começar pela superação do time, que soube ser valente e corajoso, abrindo mão, inclusive, de jogar futebol. A classificação é mais importante. A final é mais importante. José Mourinho sabe disso - sempre soube.

2 comentários:

  1. Alguém parou o Messi! Bom demais isso!
    A Inter na final!

    SRN

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  2. Sim, Mourinho parou o Messi! Mas Guardiola teve colaboração nisso, insistindo com o argentino pelo meio compacto e congestionado da Inter. Era melhor botar o argentino pelos lados...

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