" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 28 de agosto de 2011

Contraste de filosofias no Old Trafford

O Manchester é o primeiro time a ser incluído na lista dos favoritos da Premier League há, pelo menos, 15 anos. Sempre montando times absurdamente competitivos, que nem sempre jogam um futebol agradável aos olhos da torcida e da crítica, o maior campeão nacional da Inglaterra pode não ter nenhuma estrela dentro de campo diversas vezes. Porque vai ser sempre bancado pelo astro que se senta no banco de reservas há 21 anos. Alex Ferguson é o responsável por muita coisa em Manchester. Muitas glórias. Muita história. Muito título.

Quase o mesmo tempo tem Arsène Wenger de Arsenal. São 15 anos à frente do time gunner. São 3 títulos ingleses, 4 Copas da Inglaterra, inúmeras vezes escolhido o treinador do ano. Definitivamente, um vencedor. Mas com uma filosofia de trabalho esgotada. Há seis anos sem títulos, Wenger começa a provar o gosto do insucesso, das críticas, da pressão.

Tudo piorou muito para Arsène neste domingo. Contra o imbatível Manchester United, no Old Trafford, foi massacrado por Alex Ferguson. Um 8 a 2 no placar que deixa a situação do técnico francês praticamente insustentável. E prova, de uma vez por todas, que a fórmula de Wenger já está ultrapassada e, acima de tudo, ineficaz. Contraste absoluto com a de Alex Ferguson, a cada dia mais vencedor, mais elogiado, mais mito.

Investir em jovens prevendo o futuro pode ser bem mais inteligente do que gastar mais tentando montar um time compacto, forte, maduro. O problema é quando esse futuro nunca chega. E as promessas não rendem. Ou, quando rendem, são vendidas. Wenger vive dilema do tipo. Sem conseguir montar um time, lança garotos talentosos há anos, faz o time jogar pra frente, de forma envolvente, mas, na hora da decisão, falta experiência. E os títulos vão por água abaixo. Ou para o Old Trafford.

Não é que Alex Ferguson não lance jovens talentosos. Pelo contrário. No time atual, o goleiro De Gea é uma das maiores promessas do Atlético de Madrid nos últimos tempos. O meio de campo, por exemplo, pode ter Fletcher, Jones ou Cleverly, todos jovens oriundos das categorias de base do United. Na frente, Welbeck é garoto e joia formada e lapidada em Manchester.

A diferença é simples: Ferguson lança os garotos em meio a um time formado por adultos. Um verdadeiro time, no conceito abrangente da palavra. Um time que tem união, entrosamento, formação. E experiência. Um time que tem Ryan Giggs, Rio Ferdinand, Wayne Rooney, Evra, e até há pouco tempo Scholes. Um time que pode acolher e ajudar as jovens promessas. E não depender exclusivamente delas, como faz do Arsenal Arsène Wenger.

Isso certamente explica o passado recente vitorioso do United. E põe em cheque a fórmula da juventude de Arsène. Neste domingo, o atropelamento histórico no Old Trafford pode servir, no futuro, como um marco de mudanças para as duas filosofias.

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