Quase o mesmo tempo tem Arsène Wenger de Arsenal. São 15 anos à frente do time gunner. São 3 títulos ingleses, 4 Copas da Inglaterra, inúmeras vezes escolhido o treinador do ano. Definitivamente, um vencedor. Mas com uma filosofia de trabalho esgotada. Há seis anos sem títulos, Wenger começa a provar o gosto do insucesso, das críticas, da pressão.
Tudo piorou muito para Arsène neste domingo. Contra o imbatível Manchester United, no Old Trafford, foi massacrado por Alex Ferguson. Um 8 a 2 no placar que deixa a situação do técnico francês praticamente insustentável. E prova, de uma vez por todas, que a fórmula de Wenger já está ultrapassada e, acima de tudo, ineficaz. Contraste absoluto com a de Alex Ferguson, a cada dia mais vencedor, mais elogiado, mais mito.
Investir em jovens prevendo o futuro pode ser bem mais inteligente do que gastar mais tentando montar um time compacto, forte, maduro. O problema é quando esse futuro nunca chega. E as promessas não rendem. Ou, quando rendem, são vendidas. Wenger vive dilema do tipo. Sem conseguir montar um time, lança garotos talentosos há anos, faz o time jogar pra frente, de forma envolvente, mas, na hora da decisão, falta experiência. E os títulos vão por água abaixo. Ou para o Old Trafford.
Não é que Alex Ferguson não lance jovens talentosos. Pelo contrário. No time atual, o goleiro De Gea é uma das maiores promessas do Atlético de Madrid nos últimos tempos. O meio de campo, por exemplo, pode ter Fletcher, Jones ou Cleverly, todos jovens oriundos das categorias de base do United. Na frente, Welbeck é garoto e joia formada e lapidada em Manchester.
A diferença é simples: Ferguson lança os garotos em meio a um time formado por adultos. Um verdadeiro time, no conceito abrangente da palavra. Um time que tem união, entrosamento, formação. E experiência. Um time que tem Ryan Giggs, Rio Ferdinand, Wayne Rooney, Evra, e até há pouco tempo Scholes. Um time que pode acolher e ajudar as jovens promessas. E não depender exclusivamente delas, como faz do Arsenal Arsène Wenger.
Isso certamente explica o passado recente vitorioso do United. E põe em cheque a fórmula da juventude de Arsène. Neste domingo, o atropelamento histórico no Old Trafford pode servir, no futuro, como um marco de mudanças para as duas filosofias.
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