" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Copa atípica

Uma Copa do Mundo sem um verdadeiro craque, com uma bola anormal, com os dois finalistas anteriores eliminados na primeira fase, três jogadores empatados na artilharia e muitas, mas muitas surpresas mesmo, não poderia receber outra alcunha senão a de "Copa atípica".

A Copa da África foi emocionante, em todos os sentidos, e muito boa de se ver, sobretudo a partir das oitavas de finais. O campeão, ou melhor, a seleção campeã mereceu muito a conquista, demonstrando um futebol ofensivo e servindo como um legado ao futebol mundial.

No entanto, a atipicidade do Mundial começa pelo fato de não haver um grande craque, capaz de decidir um título mundial, como foi Pelé em 58, Garrincha em 62, Kempes em 78, Rossi em 82, Maradona em 86, Romário em 94, Zidane em 98 e Ronaldo em 2002. Houve, sim, um craque-conjunto, se é que pode ser chamado assim. "Ele" atende pelo nome de Espanha. Sim, trata-se do elenco espanhol, o melhor do mundo. Ele, sim, foi o craque da Copa.

As surpresas no Mundial só serviram para reforçar a tese de que a Copa do Mundo de 2010 foi, mesmo, anormal. Prova disso, foi a única invencibilidade do torneio, conquistada pela Nova Zelândia, e com três empates. Itália e França sequer passaram de fase. A poderosa Inglaterra parou nas oitavas, numa surpreendente Alemanha.

Alemanha essa que conseguiu, através de um futebol bem fluido, organizado, jovem e ofensivo, desfazer-se da fama de retranqueira, fria e dependente das bolas aéreas. Uma Alemanha que, de forma surpreendente, encantou o Mundo com sua garotada, mas que acabou parando no melhor futebol coletivo da Copa, a Espanha de Vicente del Bosque.

E ainda teve a mão de Suárez, que salvou o Uruguai de uma iminente eliminação nas quartas, uma cena totalmente atípica em Mundiais, contrária ao gol de Maradona, contra a Inglaterra, em 1986.

Pois é. Acabou a Copa do Mundo de 2010, a mais atípica de todos os tempos. E agora começa a contagem regressiva para o Mundial do Brasil, que tem tudo para ser o mais histórico e eletrizante da História. Restam quatro anos. Que passe rápido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Giro pelo mundo

Contato

lucas.imbroinise@terra.com.br

Twitter: @limbroinise

Co-blog: http://boleiragemtatica.wordpress.com