" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Investimentos em vão



A patrocinadora do Fluminense nuca deixou a desejar nos auxílios à montagem dos times tricolores dos últimos anos. Com contratações, teoricamente, boas, sempre agiu rápido no mercado, buscando os melhores nomes para as carências do elenco. No entanto, nem sempre as contratações vingam. E, nos últimos anos, os reforços do Fluminense têm nome, currículo, mas, na prática, muito pouco futebol. Por diversos motivos, nos quais a empresa que patrocina o clube raramente tem culpa.


Em 2007, por exemplo, o mesmo Rafael Moura que na última quarta-feira fez a alegria da torcida tricolor com dois gols salvadores e caiu na graça da galera, não deu certo e acabou rapidamente dispensado, após atuações lastimáveis. Os anos passaram e, ao que tudo indica, o He-man dará certo em 2011. Será que seu futebol mudou em quatro anos? Talvez. Fato é que, tanto há quatro anos como agora, Rafael Moura era uma boa aposta no mercado do futebol brasileiro, e mesmo assim, não deu certo naquela época e pode dar agora.


Às vezes o tempo é cruel. Porque existem muitos jogadores que vivem de fase, em sua maioria centroavantes de ofício. E, após uma fase boa, de destaque, o jogador se valoriza, chama a atençaõ de diversos clubes, que vêem nele uma ótima aposta, quase que uma salvação. Porém, quando a fase vira e o rendimento cai, a paciência acaba. Parece até que o jogador mudou, como se tivesse piorado. Mas não. Fase é fase.


É dever de um clube interessado em algum jogador estudá-lo, pesquisá-lo, saber tudo sobre a vida do atleta, para que o investimento não seja em vão. No Fluminense, nem sempre isso acontece. E o resultado são contratações de bons jogadores na teoria que, na prática, não dão certo. Pelo contrário. O patrocinador que ajuda na contratação não tem que avaliar, somente viabilizar fundos. É isso o que a do Fluminense faz, muito bem por sinal.


A lista tricolor de fracassos nos últimos anos é extensa. Nomes de bons jogadores como Fábio Santos, Carlos Alberto, Deco, Belletti, Urrutia, Júlio César, entre outros. Nem todos vivem de fase, alguns são naturalmente talentosos, mas, por algum motivo, não deram certo no Fluminense. Talvez por não terem se adaptado ao Brasil ou ao próprio, talvez por estarem fora de forma, talvez por não conseguirem ter uma sequência de jogos, ou por até mesmo falta de oportunidades.


Os casos mais emblemáticos são os de Belletti e Deco. Com uma carreira extremamente vencedora, carregam no currículo títulos de expressão, parceria com grandes astros do futebol, e, mesmo assim, não vingaram no Fluminense. Uns alegam falta de ambientação, de oportunidades. Até mesmo contusões. No entanto, o fato é que os dois estiveram longe de corresponder às expectativas da torcida e ao valor gasto em suas contratações. Juntos, somam mais de R$ 700 mil de prejuízo mensal ao clube, e continuam sem jogar.


Deco costuma pôr a culpa na falta de ambientação, por ter passado os últimos anos na Europa, por não ter se acostumado ao futebol brasileiro. Mas após um semestre, não rendeu nada ao Fluminense senão prejuízo. Cansou de se machucar, desfalcou diversas vezes o time por lesões e, quando jogava, o fazia muito mal. Chegou a ser vaiado pela torcida. O caso de Belletti é pior ainda. Experiente, chegou para compor elenco, e nem isso conseguiu fazer com sucesso. Pode, inclusive, ser dispensado pelo clube nos próximos dias.


Os dois campeões europeus não esqueceram o futebol na Europa, mas mostram diversas dificuldades para se adaptarem ao país onde nasceram. Se tivesse avaliado com mais calma suas contratações, estudado-as com mais percisão, talvez o Fluminense não obtivesse um prejuízo tão forte. No calor da emoção de contar com jogadores com um currículo como a da dupla, a diretoria tricolor apressou as coisas e fechou o negócio o mais rápido possível. E deu no que deu.


Não que nos últimos tempos a diretoria só tenha errado. Acertou como na contratação de Darío Conca, na de Muricy Ramalho e, até mesmo, se precisamente analisada, na de Fred, que fez gols importantes pelo clube além de resgatar a imagem de um ídolo nas Laranjeiras, apesar das lesões e polêmicas.


Dinheiro, não falta. Talvez falte um pouco de estrutura. Mas isso quase nunca é problema para jogador. Mais para técnico, que o Fluminense já tem um gigante. Com análises mais frias e uma precisão e afinco maior na pesquisa, os reforços podem render melhor. Sempre contratando muito, o Fluminense não pode gastar dinheiro muito menos tempo à toa. Porque assim, os investimentos acabam em vão.

Um comentário:

  1. Lucas,
    infelizmente ainda fazemos contratações de jogadores meia boca, se falando em questões de condicionamento físico, os caras já chegam direto no departamento técnico, mas isso é culpa nossa, não da pra acreditar que nos exames antes de firmar o contrato esses problemas não são detectados...fala sério...
    e a tbm o problema de jogadores contratados que acabam não rendendo o esperado, ai são coisas do futebol, mas a torcida não quer nem saber e acabam queimando o cara antes da hora, isso é coisa do nosso futebol, infelimente. Mas dinheiro ultimamente não vem faltando, mesmo a passos lentos estamos apredendendo a trabalhar o potêncial de marketing que o futebol possiblilita....

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