" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




sábado, 4 de junho de 2011

O defeito de Neymar e a pressão desnecessária da torcida brasileira




Em oito jogos, Mano Menezes ainda não conseguiu dar sua cara à Seleção. Desde a animadora e promissora estreia em agosto do ano passado, contra os Estados Unidos, passando pelo clássico contra a Argentina, em setembro, pela derrota para a França, em fevereiro, até o dia de hoje, quando montou o time vislumbrando, enfim, a primeira grande apresentação diante de uma seleção de respeito. Contra a Holanda, porém, não se viu um time envolvente nos 90 minutos, mas sim uma equipe que ainda carece de um padrão de jogo definido e que depende muito dos lampejos de Neymar.

Além da péssima atuação de Ramires, expulso por Carlos Amarilla mesmo se tratando de um jogo amistoso, Daniel Alves e Lucas Leiva também não foram bem. Fred acabou bastante vaiado, mas não teve muitas oportunidades para mostrar do que é capaz. Recebeu poucas bolas. Devido, principalmente, à falta de criatividade de um meio-campo que careceu de um armador de verdade, alguém capaz de chamar a responsabilidade e se juntar a Neymar e Robinho na criação das tramas ofensivas.

Elano foi quem vestiu a 10. Mas quem mais esteve perto de decidir a partida foi o destaque do futebol nacional na atualidade. Vestindo a 11, Neymar foi um tormento para Van der Wiel. Com dribles ariscos, ágeis e muito rápidos, conseguia abrir espaços onde não havia como. Ao lado de Robinho, foi quem mais assustou o goleiro Krul, muito bem no jogo, assim como Júlio César.

O que Neymar precisa aprender, todavia, é que essa mania de jogador brasileiro de se jogar ao receber um mero contato físico ou antes mesmo dele não leva a nada. Pelo contrário, só prejudica o futebol de quem sabe e pode jogar. Neste sábado, por exemplo, Neymar abusou de simular faltas. Desistiu de inúmera jogadas, ao invés de tentar criar uma chance de gol.

Entre tanta virtudes da Jóia, o defeito comum a quase todos os jogadores brasileiros não é bem visto pela arbitragem mundial. Lucas, do São Paulo, que teve o nome gritado pela torcida goiana, entrou e nada fez além de simular uma pancada na entrada da área. Assim como Neymar, foi punido com o cartão amarelo. Justo. Ambos precisam se despir desse vício.

De vicíos, aliás, o brasileiro entende. A torcida se diz cansada de atuações medianas e ruins da atual seleção, sentindo-se no direito de vaiar o time ao final do oitavo amistoso da Era Mano Menezes à frente da Seleção. Direito, de fato, tem. Mas é outro vício antigo. O torcedor brasileiro precisa aprender a ter paciência com um time que está sendo montado aos poucos, e o principal: ser fiel, sempre, à Seleção, apoiando-a incondicionalmente.

Porém, não é isso que se vê. Os goianos reclamam de que a Seleção não joga nunca em Goiânia. Eis que, quando joga, e contra a Holanda, ao invés de apoiar, torcer, basta o gol não sair, o empate permanecer, para as vaias começarem. Esse tipo de pressão não melhora nada no time. Só piora. E empurra para baixo um planejamento sério de um treinador extremamente competente.

Além de tudo que vem sendo dito, incluindo as fiscalizações das obras e dos gastos públicos, os problemas sócio-econômicos e afins, para a Copa 2014, o brasileiro precisará aprender a torcer.

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