PEDRO SPIACCI - Olá, Lucas, como está?
LUCAS IMBROINISE - Fala Pedro, tudo bem.
PS - Vamos falar um pouco da Copa América 2011?
LI - Vamos!
PS - Eu penso que esta será a minha grande CA, pois olhando para as equipes, vemos diversos jogadores qualificados e podemos observar qualidades em seleções que há tempos não chegam bem às grandes competições. Colômbia e o próprio Uruguai são os maiores exemplos.
LI - De fato. Ambos produzindo ótimas safras de jogadores. Isto sem falar no diferencial que é termos uma competição continental disputada na Argentina, justamente num momento em que o país atravessa um de seus mais longos hiatos de títulos de grande expressão. E ainda tem o México, campeão da Copa Ouro, e um dos favoritos a surpreender a dupla Brasil e Argentina, a meu ver, mesmo após o lamentável episódio com Jonathan dos Santos e seus companheiros de farra.
PS - O Paraguai, por exemplo, não tem sido muito falado, mas deu muito trabalho à Espanha na Copa do Mundo. Se Casillas não pegasse o penal batido por Óscar Cardozo, provavelmente Holanda ou Alemanha venceriam a Copa da África. O destaque da albirroja fica por conta do ataque, que mesmo sem o benfiquista, terá Haedo Valdez e Lucas Barrios.
LI - O time paraguaio é muito consistente, organizado. Tem uma defesa muito bem montada e um meio-campo de força. Pode até ser um time pragmático, que goste de jogar se defendendo, saindo em contra-golpes rápidos, mas é um time, no mínimo, competitivo. E que pode, sim, surpreender.
PS - E a pressão da Argentina de jogar em casa, hein? Tô achando que os hermanos virão com muita vontade de conquistar o título que não vem desde 1993. E a albiceleste tem Messi e agora ele joga em um time mais organizado: um 4-3-3, com o meio-campo bem forte na marcação, para dar liberdade ao trio ofensivo.
LI - Enfim Sergio Batista achou a melhor forma para escalá-lo no seu time ideal. Assim como é no Barcelona, Messi também é uma espécie de “falso nove” na Seleção. Pelo menos, foi assim que atuou nos últimos jogos. Saindo da área para armar jogadas, tabelas e arrancadas com a bola colada no pé, sua grande especialidade. Acho, aliás, que a Argentina é A favorita. Não só pelo fato de jogar em casa e ter Messi, mas pela gana que os argentinos tão em ganhar a Copa América. Eles estão muito mordidos...
PS - Acho que as semifinais serão entre as quatro equipes mais tradicionais. Mas, hoje, seria um absurdo não citar Chile e Colômbia como candidatos a incomodar os maiores. A roja tem Alexis Sánchez e Matías Fernández dois jogadores de qualidade indiscutível e devem liderar a boa geração chilena. Na Copa, eles já mostraram muita força ofensiva, porém a retaguard ficou desprotegida, pois tinham Bielsa no banco. Talvez sem “El Loco”, os chilenos consigam algo mais próximo de uma solidez defensiva.
LI - O Chile merece ser bem observado, tanto por Mano, como por Batista. Com um esquema menos suicida do que aquele utilizado na Copa da África – um 3-3-1-3 bastante ousado e de recomposição tardia e lenta-, tem tudo para chegar longe na Copa América. Se não bastasse jogadores de lado de campo de bastante velocidade, técnica e habilidade, ainda podem contar com ninguém menos que Valdívia para organizar as ações ofensivas do time.
PS - E a Colômbia de Hernán Gómez promete ter mobilidade e posse de bola. E, para mim, eles têm o jogador que representa muito isso: Fredy Guarín, um dos motores do Porto, acho que ele dará o ritmo da equipe. E no ataque, os cafeteros têm Falcão García, que parece estar bastante motivado para a disputa e vem de temporada impressionante.
LI - Reforço os elogios para o ótimo time colombiano, que ainda tem Rentería, um dos grandes responsáveis pela eliminação cruzeirense na Libertadores 2011. Acho, também, que nunca é bom deixar de lado o Equador. Ainda que não esteja num bom momento, surgindo grandes promessas, o time equatoriano é sempre muito forte fisicamente e rápido. Costuma jogar com dois homens pelo lado do campo. Sempre dois pontas ágeis e muito incisivos. Contra o Brasil, costuma dar muito trabalho. Pode ser uma pedra no sapato dos grandes.
Venezuela, Bolívia e Peru, na minha opinião, serão sacos de pancadas. Principalmente os dois últimos. A Venezuela tem a melhor safra de sua história surgindo, mas, mesmo assim, não é grande coisa. Ainda assim, o time de Maldonado e Arango está bem à frente das fraquíssimas seleções boliviana e peruana. Agora vamos falar um pouco da nossa Seleção....
PS - Acredito demais na geração verde e amarela que está na Argentina. Teremos uma defesa experimenta, com uma ressalva na lateral-esquerda, mas gostando ou não, André Santos vem bem com Mano. A nossa dupla de volantes é muito boa. Ambos se completam. Os três meias têm habilidade e disposição para marcar. Ganso é dúvida, pois mais uma vez vem de lesão, mas no jogo que fez pré-Copa América, mostrou que está bem. Neymar está em estado de graça, o entendimento dele com Ganso é a minha grande aposta para a esta disputa, enquanto jogaram juntos foi sempre genial. Robinho vem de boa temporada pelo Milan, mas não jogou bem as duas últimas partidas da seleção. Se não se cuidar, o “pedalada” poderá perder a titularidade para Lucas, que chega à CA voando. No ataque confio muito em Pato, que já mostrou que se conseguir ficar sem se machucar é um dos principais centroavantes do mundo. Foi um dos artilheiros do Milan na Serie, com 14 gols, mesmo tem sofrido várias lesões.
LI - Apesar da Seleção não ter feito ainda, este ano, uma grande apresentação, aposto muito no time. Se Ganso conseguir jogar no seu melhor nível, então, aí, sim, que dificilmente algum país será páreo para o Brasil. Com exceção, é claro, da Argentina, sempre forte, ainda mais com Messi e uma torcida apaixonada a seu favor. Quanto a Robinho, penso que o “Pedalada” cresce nesses momentos decisivos. Além de ser fundamental para o esquema do Mano. No 4-2-3-1 de Mano, cuja linha de “armadores” não é torta como era a do de Dunga, Robinho tem papel fundamental na aproximação a Alexandre Pato. Lucas, para mim, é reserva de Ganso.
PS - O jeito agora é torcer para a competição começar logo, pois ela promete muito.
LI - Até o próximo debate, Pedro!
PS - Grande abraço, Lucas, sempre um prazer debater em alto nível contigo.
LI - Digo o mesmo, abração!
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