" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 19 de junho de 2011

No Engenhão, Flamengo e Botafogo sem gols e futebol

Ronaldinho, que mais uma vez foi mal no jogo, disputa bola com Fábio Ferreira(Foto:FlaImagem).


Vanderlei Luxemburgo escreveu mais um capítulo na sua interminável aventura em busca da escalação ideal para o Flamengo. Tentando se parecer com o Barcelona na forma de jogar, já testou inúmera formações diferentes. Neste domingo, diante do Botafogo, pela quarta rodada do Brasileirão, começou a partida com o mesmo esquema tático do empate contra o Atlético Paranaense, pela última rodada, em Curitiba. Mas com uma alteração: Diego Maurício no lugar de Wanderley.

Teoricamente, o jovem atacante revelado pelas categorias de base da Gávea jogaria como um típico centroavante, sua posição de origem, obrigando Ronaldinho a jogar mais recuado, de frente pro gol, como sempre rendeu melhor em toda sua carreira. Nada disso. O que se viu na prática foi o contrário. Ronaldinho se infiltrava entre os zagueiros e Diego saía da área. Resultado: total inoperância ofensiva. Nem Thiago Neves, o mais rápido e ativo jogador do Flamengo, ajeitava as coisas no início do clássico.

Para piorar o panorama rubro-negro, o Botafogo jogava bem e assustava. Elkeson ganha o duelo particular com Willians, Éverton tramava boas jogadas com Cortês e Maicosuel levava a melhor sobre Junior César. Só faltava, na realidade, alguém para concluir as jogadas. Herrera, o atacante do 4-2-3-1 montado por Caio Júnior, estava apagado, bem acompanhado pela dupla de zaga rubro-negra, um dos poucos pontos a não serem criticados neste domingo.

No entanto, aos 21 da primeira etapa, um lance mudou o futuro da partida. Já com cartão amarelo, Bottinelli, omisso até então, recebeu bola na ponta-direita, invadiu a área e, ao chegar perto da marcação alvinegra, se jogou. O árbitro lhe aplicou o segundo amarelo, resultando em sua expulsão.

Curiosamente, ao contrário do que se podia imaginar, o Flamengo melhorou no jogo e o Botafogo se retraiu inexplicavelmente. Willians começou a melhorar a saída de bola rubro-negra, com boas arrancadas e, mesmo sozinho na articulação das jogadas, Thiago Neves ía bem. A queda de produção dos três meias alvinegros era a explicação para o recuo da equipe. E o jogo ainda era de baixa qualidade.


No intervalo, os técnicos resolveram agir. Mas de forma negativa. Tanto Caio Júnior, que tirou Elkeson e Lucas Zen para as entradas de Alex e Bruno Thiago, como Luxemburgo, que sacou seu único homem de frente, Diego Maurício, para colocar mais um volante, o jovem Luiz Antônio, mexeram muito mal. E o jogo que já era ruim, ficou horrível com o Flamengo sequer tentando atacar e o Botafogo errando fundamentos básicos.

Sem Elkeson, a equipe de Caio Júnior carecia bastante de um armador de ofício. Apagados, Éverton e Maicosuel permaneciam à espera de alguma sobra, ou algum erro de passe rival. Mais cauteloso ainda, o Flamengo fazia o que podia para segurar o zero no placar, incluindo chutões. Muitos chutões.

Com muito a melhorarem, Flamengo e Botafogo protagonizaram o pior jogo do Campeonato Brasileiro 2011. Não só o pior, como o primeiro jogo sem gols da competição.

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