" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Isso é Brasil

Faltam pouco mais de dois anos para a abertura da Copa do Mundo de 2014. E o sonho de realizá-la com maestria e, ainda, conquistá-la segue cada vez mais distante da realidade. Enquanto as obras são atrapalhadas e, até mesmo, ofuscadas por greves e valores que não correspondem com o orçamento, dentro de campo, a Seleção segue o seu calvário. Com apenas uma boa atuação em toda a sua trajetória como treinador do Brasil, Mano Menezes se aproxima a cada dia do fundo do poço. E haja sobrevida para a CBF.

Para o amistoso da próxima terça-feira, na Suíça(!) - para quê tão jogar tão longe? para quê se preparar tão longe, se a Copa será aqui, na nossa casa, com a nossa torcida? para fugir da pressão? -, contra a poderosa Bósnia Herzegovina, as explicações abrem alas para o inexplicável. Ao invés de pegar carona na boa fase de Paulo Henrique Ganso, um dos mais promissores meias do futebol brasileiro nos últimos tempos, Mano prefere apostar no peso de Ronaldinho Gaúcho, uma das maiores decepções de 2012.

Chega a ser triste. É vergonhoso quando os problemas extra-campos ultrapassam e adentram as quatro linhas. Com Ronaldinho, Mano alega ter um time mais maduro, experiente, "cascudo". O que Ronaldinho acrescenta à Seleção, de fato? Um passe magistral no meio de 100 passes para o lado? Um drible desconcertante a cada 50 perdas de bola? Craque que foi, bom jogador que é, Ronaldinho não pode ser titular absoluto da Seleção. Até porque é praticamente impossível ele chegar em forma e disposto no ano de 2014.

Por que não dar uma outra chance a Ganso? Fato que aquele meia cerebral que surgiu no Paulistão de 2010 não é mais o mesmo. As lesões, o empresário, o sucesso, o pensamento no futuro, diversos fatores o impediram de chegar em 2012 ainda mais genial. Mas Ganso voltou a jogar bem. Muito bem. Voltou a dar passe para o gol de Neymar, a fazer gol, a sorrir. Ganso voltou a querer jogo. E precisa ser titular da Seleção. É um meia único, um 10 clássico, um complemento para Neymar e suas jogadas individuais.

Sabe qual é a pior parte de toda essa história? Mano entende, acompanha e sabe muito de futebol. Sempre montou times que aliavam técnica, tática e preparo físico. Mas Mano anda se perdendo em outras vertentes. Em outros departamentos. Fora das quatro linhas.

Aos que justificam a escalação de Ronaldinho para manter o 4-3-3 dos últimos jogos, já que Ganso não pode jogar aberto pela esquerda, pois não é a dele, uma resposta simples: Mano Menezes, ao assumir, prometeu que jogaria no 4-2-3-1. Em vão. Não que seja obrigatório um time manter um esquema durante anos. Em alguns casos, isso chega a ser até prejudicial à equipe. Mas palavra é palavra.

E Ganso, atualmente, é muito mais jogador que Ronaldinho. Simplesmente por querer muito mais um jogo do que o Gaúcho.

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