" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 5 de fevereiro de 2012

Loco Abreu já foi mais importante para o Botafogo




18 de Abril de 2010. 25 minutos do segundo tempo, jogo empatado em 1 a 1. Pênalti para o Botafogo. A vitória era suficiente para dar o título estadual ao clube alvinegro. E, de quebra, acabaria com a então supremacia do então rival sobre o time, que havia perdido as últimas três finais do Campeonato Carioca para o Flamengo. Aquele pênalti poderia mudar tudo. Era como se , àquela altura, o título devolvesse ao Botafogo boa parte de sua grandeza.

Com personalidade, Loco Abreu pediu a bola. Herrera havia batido outro pênalti, ainda na primeira etapa, e convertido. Herrera era quem devia bater. Mas Abreu queria começar a escrever a sua história de ídolo no seu novo clube. E lá foi o uruguaio para a bola, sem medo do goleiro Bruno. Cavadinha histórica. Comemoração intensa. Título para o Botafogo.

Ali começou a idolatria dos torcedores por Loco Abreu. Um herói capaz de vencer Bruno em cobrança de pênalti decisivo. Um ídolo capaz de causar raiva e tristeza na torcida do Flamengo.

Loco Abreu continuou a fazer gols importante no restante do ano. Em junho, foi para a Copa do Mundo e fez o mundo se ligar na sua cavadinha. O torcedor alvinegro voltou a ter orgulho de um jogador que se destaca internacionalmente. O torcedor alvinegro via surgir um novo ídolo.

Muitos tentam explicar a idolatria da torcida devido ao estilo de Abreu. Um cara que sempre foi muito supersticioso, superou muitos insucessos, e nunca teve medo de ser feliz. Características em comum com o Botafogo. Loco tem a cara do Botafogo.

Mas, como todo jogador, Loco Abreu tem seus dias ruins, suas fases ruins. Como todo herói, Loco Abreu tem, também, seus momentos de vilão. Como todo ídolo, Loco Abreu tem seus momentos conturbados na relação com a torcida. É o que acontece neste ano. Não com tanta intensidade. Porém, já de uma forma nítida aos olhos de quem acompanha de longe.

Hoje, a idolatria da torcida já não é a mesma. Loco Abreu não é mais o mesmo. Não é mais unânimidade entre a maior dos torcedores. Ele não faz mais tantos gols, já não decide mais tantos jogos, nem sempre consegue fazer uma boa partida. Hoje, novamente contra o Flamengo, não foi bem. Sumido do jogo, não consegue interagir com o esquema tático do time, pouco se movimenta, prende pouco a bola na frente e etc. Para piorar, ainda perdeu um gol debaixo das traves defendidas por Felipe, que já estava no chão.

As críticas já aparecem com maior frequência. Muitos já imaginam Jóbson tomando sua vaga no time titular. E, ao menos teoricamente, apresentam ótimos argumentos. Jóbson se encaixa muito melhor no esquema de Oswaldo, quase idêntico ao de Caio Júnior, do que Loco Abreu. Pois ele se mexe mais no campo, abre mais espaços para os meias, interage melhor com os pontas e, hoje, parece estar com um nível de motivação absurdo.

É lógico que Loco Abreu ainda é importante para o Botafogo. Todavia, não tanto. Não como já foi recentemente. Hoje, o Botafogo pode, tranquilamente, jogar bem sem Loco Abreu. De repente, com Herrera. Ou com Jóbson, a partir de março. Fora de campo, ainda há resquícios de sua liderança, numa entrevista, numa intervenção de bastidores, numa reclamação. Dentro, já não se vê tanto. Pode ser que o tempo cure. Ou que seja só uma fase ruim. A paciência da torcida já está começando a se esgotar. Com justiça.

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