" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 28 de junho de 2012

Por que sempre ele?

                                                           Foto: Reuters

Podia ser Pirlo, com sua classe imensa e seus passes incríveis. Podia ser Buffon, com suas defesas magistrais e sua liderança nata. Podia até ser Cassano, com seus dribles e assistências decisivos. Mas é Mario Balotelli quem faz o mundo transcender os elogios comuns e exaltar a classificação italiana para a final da Eurocopa. Ele tem esse poder de causar impacto nas pessoas. 

Balotelli, definitivamente, não é um cara comum. É ímpar em todos os aspectos. Adora uma noitada, uma manchete sensacionalista, uma confusão. Dentro dos campos, sabe aliar técnica e raça. Não foge da divida, nem dos problemas. Luta até ganhar do zagueiro e vencer o jogo. Quando não consegue, soca o gramado e, eventualmente, perde a cabeça. Fazer o quê? Balotelli é assim. Tem personalidade.

Hoje ele não perdeu a cabeça, não deu pontapé em zagueiro, não xingou juiz, não brigou com torcedores, nem com o técnico. Supermario parecia estar focado. Tão ligado, que antecipou Badstuber antes mesmo de Cassano cruzar, para marcar o primeiro gol da Itália, de cabeça. No segundo, foi mais Balotelli do que nunca. Ganhou na velocidade, com a bola nos pés, e mandou um canudo, no ângulo de Neuer. Na comemoração, falou meia dúzia de palavrões ao imitar o Incrível Hulk, forçando os músculos de frente para os companheiros.

Foi o suficiente para parar as redes sociais. Elogios e idolatria por todas as partes. Balotelli é muito querido. E polêmico. Ao sair de campo, reclamou com o técnico. Ele quer jogar os 90 minutos, decidir todos os jogos, ser o melhor de todos. E, ao menos para si mesmo, ele é um gênio. Muito acima de Messi, Cristiano Ronaldo e etc. A humildade passa longe. A marra fala mais alto. E Balotelli segue atraindo fãs...

Não sei se é o brasileiro que gosta do alternativo, do diferente, do que foge à regra a preferir o politicamente correto, o normal. Pode ser algo dos jovens, tão revolucionários quanto ele. Mas o que Balotelli atrai de fã não é brincadeira. No Brasil e no mundo.A personalidade, o estilo irresponsável dentro e fora de campo e a insanidade mental parecem ser motivos de risadas e divertimento do público. E juntamente com os gols e o bom futebol, se tem um conjunto de fatores que transforma Balotelli num ídolo mundial.

Ele finge não estar nem aí, finge achar uma perseguição o que os jornais fazem com ele, mas no fundo gosta. Não importa se é uma foto com uma modelo, uma notícia de uma festa que ele deu ou de uma besteira que fez. O importante é estar lá, na capa da Gazzetta dello Sport. Falem bem ou mal, mas falem dele. 
Aliás, depois de decidir um jogo do porte de uma semifinal de Eurocopa e ter o nome exaltado pelo mundo inteiro, são grandes as chances de Balotelli perder o juízo e a noção na comemoração. Ou não. Vai que ele está querendo botar a cabeça no lugar para se consagrar no continente. É por isso que os italianos pedem. Ou não. Afinal, são ou maluco, Balotelli é um prato cheio para quem gosta de futebol. E de boas histórias.


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