" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




sábado, 23 de junho de 2012

River Plate de volta à elite: uma história de amor


O retorno do River Plate à elite do futebol argentino nada mais é do que uma história de amor. Sentimento que úne time e torcida em qualquer divisão ou região. Sentimento que fez Cavenaghi e Domínguez ignorarem boas propostas para tirarem uma mancha na história do clube que amam. Amor que Trézeguet, mesmo de longe, nunca deixou fugir de seu coração. E que, agora, no final da carreira, precisava ser levado a sério.

E lá foi Trézeguet se arriscar na cidade onde passou a juventude. As condições físicas não criavam boas perspectivas. A idade, muito menos. A trajetória gloriosa era a única explicação para a crítica argentina. Mas Daniel Passarella sabe que, para jogar no River, não basta atender ao que a maioria quer. É preciso mais. É preciso atender ao que a torcida quer. Ao que o clube precisa. É preciso jogar por amor.

E disso, Passarella não tinha por que ter dúvidas. Trézeguet jogaria por amor. Independente de quanto lhe pagassem, das condições que lhe impusessem. Era disso que o River Plate precisava a essa altura. De amantes. De amores. De Trézeguet, Domínguez, Cavenaghi. De um técnico que entendesse o sofrimento pelo qual o clube passou na temporada passada. De um técnico que amasse o River. De Matias Almeyda.

Com essa legião de heróis famosos e tantos outros menos conhecidos, mas tão importantes quantos, como Funes Mori, Aguirre, Ocampos, entre outros, meio caminho estava andado. A caminhada, ainda assim, seria longa. Campos ruins, cidades, distantes e de difícil acesso. Obstáculos incomuns à grandeza do clube. E que não foram capazes de afastar a fanática e impressionante torcida do River. Em todos os jogos, muita gente do lado millonário das arquibancadas.

Fidelidade é uma palavra forte. Mas que pode ser usada para definir o River deste ano. A torcida é fiel ao clube, a diretoria é fiel, os jogadores jogam por amor à camisa. É difícil dar errado quando se joga por amor. Pode faltar qualidade, mas sobra raça. Pode faltar técnica que sobra vontade. E os jogos, aos poucos, foram sendo ganhos. E o River foi voltando. Jogo a jogo.

Hoje, o dia de festa. Com dois gols de Trézeguet, que ainda perdeu um pênalti. E daí? Com o título e o retorno à primeira divisão, Trézeguet poderia perder até 5 pênaltis que seria herói. A torcida do River é assim. Identifica facilmente seus ídolos e os defende de qualquer acusação. Ai de quem botar a culpa em Domínguez pela derrota na última rodada. Ele perdeu um pênalti nos últimos minutos. Hoje, entrou e saiu de campo ovacionado.Fidelidade, se vê pelo Monumental.

Tão emocionante como o choro de Cavenaghi, já no banco de reservas, no fim do jogo de hoje, vitória por 2 a 0 sobre o Almirante Brown. Choro de quem abandonaria tudo para salvar o River. Choro de quem lutou para acabar com o sofrimento da torcida. Choro de quem ama. Isso é River Plate.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Giro pelo mundo

Contato

lucas.imbroinise@terra.com.br

Twitter: @limbroinise

Co-blog: http://boleiragemtatica.wordpress.com