" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 13 de junho de 2010

A renovada e ofensiva Alemanha


Não foi na base da garra, nem da retranca, muito menos da força. Bolas aéreas não foram abusivas. Sobrou técnica e ofensividade. Na estreia de uma renovada seleção alemã, sem Ballack e com um meio-campo repleto de jovens promessas, a vítima foi a Austrália, na partida que marcou a melhor atuação de um país no Mundial deste ano. Os quatro gols marcados - e nenhum levado -foram o puro resumo do que foi o jogo, de total domínio alemão. Muito se fala da Espanha, Brasil, Inglaterra e Argentina, mas fato é que a Alemanha pode ganhar força durante o Mundial e, por que não, ser campeã do mundo novamente, como em 1990, 74 e 54.


Uma das grandes virtudes do atual grupo de jogadores alemães é a união. Todos os 23 convocados jogam na Alemanha, e tem grande identificação com os torcedores alemães, o que não acontece com nenhuma outra seleção na Copa da África. Restaurada e jovem, a atual seleção alemã é exemplo para o Mundo.
Esquema da moda no futebol mundial, o 4-2-3-1 se adaptou perfeitamente ao time alemão. Com dois volantes moderníssimos, três meias-atacantes rápidos e ágeis, e um centroavante matador, a Alemanha é muito forte. Muito mesmo. Só falta, na realidade, provar isso contra grandes equipes. A Copa do Mundo é um perfeito campo para tais incertezas tornarem-se verdades absolutas. Resta esperar para ver. Os alemães anseiam esperançosos.


Com uma zaga consistente, o sistema defensivo do técnico Joaquim Low depende muito dos laterais. Se Lahm, o esquerdo, sobe muito ao ataque, com extrema facilidade e eficácia, Badstubber, o direito, é mais cauteloso, retendo-se mais à defesa, ajudando na marcação. Os dois volantes, Schweinzisteiger e Khedira, jovens como a maioria da seleção, pouco se preocupam com a marcação, fazendo o jogo fluir muito bem no meio-campo, com rapidez e extrema dinâmica. Nos passes, são impecáveis. Volta e meia surgem como elementos surpresas no ataque, marcando, inclusive, gols. É uma dupla e tanto.


O talento, a dinâmica e a juventude não ficam restritos aos dois volantes. No meio, os três criadores do time, juntos, não somam 70 anos. E jogam como gente grande. Como craques. Ozil, Müller e Podolski são os grande responsáveis pelas jogadas da equipe. Rápidos e criativos, servem muito bem ao experiente artilheiro Miroslav Klose. No jogo contra a Austrália, Ozil foi o grande destaque,mas isto pode mudar com outros jogos. Ora Muller decide, ora Podolski, ora Klose...Até o banco pode decidir. Afinal, quem tem nomes do calibre de Cacau, Mario Gomez e cia pode se gabar também de ter tal poder de decisão nos suplentes.


Independente do adversário e das condições, Löw joga seu time para frente. Ele tem as peças necessárias para isso dar certo. E dá. Como contra a Austrália. Não que a defesa não seja eficiente, pelo contrário. Porém a grande virtude da Alemanha desta Copa é a busca incessante pelo ataque. Talvez pela alma renovada e jovem da equipe. Talvez pelo talento dos meias. Talvez...Em Copas do Mundo, as dúvidas são mais frequentes que as certezas. Mas que a Alemanha é uma das grandes seleções candidatas ao título, disto não dá para duvidar.

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