" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 21 de junho de 2010

Profissionalmente vencedor, pessoalmente perdedor

Depois de suar a camisa para bater a fraca Coreia do Norte na estreia, numa atuação apagada da Seleção, o Brasil, enfim, começou a dar o ar de sua graça. Tocando muito bem a bola e envolvendo completamente a Costa do Marfim, não teve dificuldades para fazer 3 a 1 naquela que era considerada a melhor seleção africana desta Copa. Mais do que se classificar antecipadamente, nosso técnico deveria ter motivos de sobra para sorrir apesar da expulsão de Kaká. Afinal, diferentemente do que vinha acontecendo e do que vinham reclamando os torcedores, o time se mostrou capaz de ganhar um jogo com autoridade sem apelar para os contra-ataques. Jogou como Brasil. Mas, nem assim, Dunga conseguiu sorrir. Nervoso e irritado, xingou copiosamente Drogba, após a partida, o juiz, e, na coletiva de imprensa, o sempre bem-humorado e coerente Alex Escobar, para o mundo todo ver e ouvir. Uma vergonha.

Isso tudo porque o jornalista da Rede Globo estava no telefone celular e teria balançado negativamente a cabeça, ao ser indagado sobre algo por quem estava do outro lado da linha - supostamente o seu companheiro de Televisão Tadeu Schmidt. O gesto não era para Dunga, que parou a coletiva para ironizar o jornalista. Se não bastasse, ainda continuou a proferir palvrões, captados pelo sistema de som e ouvido por todos que estavam na sala. Com rancor, o técnico brasileiro mostrou mais uma vez ao mundo que não sabe ganhar, assim como o fez em 1994, ao levantar a taça, xingando, novamente, os jornalistas brasileiros presentes. Dunga é assim, sempre foi. E nunca vai mudar. Por mais que vença no campo, sempre perde fora dele, na vida pessoal. É por isso que não mantém, com quase nenhum profissional da imprensa brasileira, uma boa relação. Poucos são as exceções. Raridades, que se sujeitam a uma pessoa rancorosa, nervosa, descontrolada, que não aceita críticas.

São incompreensíveis atitudes como essa, tomada pelo técnico da seleção brasileira de futebol, uma das entidades esportivas mais importante do planeta, e mais influenciadas também pelo povo. Dunga têm de entender, de uma vez por todas, que ninguém torce contra ele. Somente o criticam, como faziam com Parreira, Felipão, Falcão, Telê Santana, Zagallo, e assim por diante. Por que somente ele não as aceitam? Talvez pela teimosia ou pelo rancor de uma geração de jogadores que teve de conviver com críticas e desconfiança. Rancor, no entanto, que só ele possui.

Verdade é que até sua própria mãe deve estar com vergonha. Vergonha por ter criado um filho mal-educado, rancoroso e que não sabe perder. Nem ganhar. Só sabe odiar. Com Dunga é assim. Ele consegue a "proeza" de precisar, para evoluir, de inimigos. Sem eles, Dunga não consegue vencer, nem sobreviver. E por incrível que pareça, a figura de herói não lhe cai bem. Dunga gosta de ser vilão. Um vilão diferente, que vence à sua maneira. Dunga consegue fazer, de uma forma inacreditável, que a excelente vitória sobre a Costa do Marfim e a nítida evolução do futebol de sua seleção sejam ofuscados por suas atitudes extra-campo. Ridículo. Nós, brasileiros, só esperamos que nossa atual seleção não fique marcada na História por ser comandada por um profissional extremamente competente(e vencedor), mas pessoalmente derrotado. Se for assim, por mais difícil que seja adimitir, é melhor perder.

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