" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




terça-feira, 8 de junho de 2010

Favorita acima de tudo


Na Copa América, há três anos atrás, perdeu para o maior rival, o Brasil, por 3 a 0. Nas Eliminatórias, foi um fiasco. Chegou a ser goleada até mesmo pela fraca Bolívia por 6 a 1, em 2009. Mas é favorita ao título mundial. Trata-se da Argentina, dos argentinos, da garra, da tradição, da história de uma das maiores e eternas equipes de futebol de todos os tempos. Basta ser argentino para dar medo no futebol. E os 23 convocados do contestado e audaz Maradona sabem muito bem como fazê-lo. Criticado pela imprensa pelo jeito como montou a equipe - se é que a montou -, convocando mais de 80 jogadores em menos de 2 anos, Maradona anseia por uma resposta à altura. Ou a mais. Um título mundial, depois de 24 anos, seria algo épico.


Desde 1990 a Argentina não chega a uma final de Copa do Mundo. Em 1994 e 1998 ainda foi bem, chegou às quartas. Em 2002 acabou, de forma vexatória, humilhantemente eliminada na primeira fase, pela Suécia e Inglaterra. Em 2006, na Copa da Alemanha, acabou dando adeus nos pênaltis, justamente contra os donos da casa. Dois mil e dez é o ano da virada, do retorno às origens. Justamente com Maradona no comando. Não que seja o mesmo homem, magro, rápido, humilde mas polêmico. Mais gordo e estranho aos olhos de qualquer brasileiro. Mas é ele, El Dios de uma Nação. O homem mais importante para os argentinos, independente do que se trata.


Diego Armando Maradona ganhou a Copa de 1986 praticamente só, levando a equipe nas costas. Sem cometer injustiças com Burruchaga, José A. Brown e etc, o que ' Dieguito ' fez na segunda Copa do México foi algo impressionante. Os gols históricos contra a Inglaterra, nas quartas, são a prova disso. Nesta Copa, Maradona sabe que isso não se repitirá, dada a evolução, sobretudo nas questões físicas, do futebol mundial. Apesar dele ter Messi no seu time, o maior jogador do planeta, que assim como ele era, nos tempos de jogador, também é "de outro planeta". Literalmente só, no entanto, Messi não conseguirá passar pela fúria espanhola, pelo pragmatismo técnico brasileiro, pela força física dos africanos...Serão necessários alguns auxiliares. Eles respondem por diferentes nomes: Verón, Tevez, Higuaín, Milito, Di Maria, Rodriguez...


No ataque, Messi pode até resolver, mas auxiliares não faltarão. Maradona convocou nada mais nada menos que sete, isto mesmo, sete atacantes para a disputa do Mundial. Entre o talento de Tevez e Messi, encontra-se a capacidade de fazer gols de Higuaín e Milito, a experiência de Martín Palermo, a velocidade e juventude de Angel di María e o poder de fogo do 'genro de ouro', Sergio Aguero, casado com uma filha de Dios. No pouco que se pode ver durante os treinamentos e menos ainda nas Eliminatórias, período em que o técnico argentino usou para fazer diversos testes, o ataque titular, com quatro jogadores deverá ser formado por Messi, Di Maria, Tevez e Higuaín. No meio, Verón e Mascherano são os responsáveis pela saída de bola. No lado esquerdo, Di Maria, na direita, Tevez, no meio, exatamente da mesma forma como dá show no Barça, Messi, e na frente, como o faz no Real Madrid, Gonzalo Higuaín é o responsável pelos gols.


Verón e Mascherano serão os carregadores de piano, já que os quatro da frente muito dificilmente voltarão para marcar. Apesar disso, o meia do Estudiantes deve ter bem mais liberade para sair para armar o jogo do que o volante do Liverpool. Os laterais, que jogam no padrão europeu, alinhados com a defesa, ajudarão muito os dois no sistema defensivo, a grande preocupação dos argentinos, que vêem a zaga nacional como insegura e lenta. Terror de alguns países, o jogo aéreo, no entanto, não é problema para os hermanos, que costumam se sair bem neste tipo de jogada, principalmente na defesa.


Com toque de bola rápido e muita velocidade no ataque, os argentino não perdoaram defesas lentas e pesadas. Jogando, na maioria do tempo, com a bola no chão e com muita técnica, Messi e cia serão um grande problema para o mundo da Copa. Além disso, o emocional deles fora do campo está intocável e praticamente perfeito. Maradona disse que ficaria nu no Obelisco pelo tri mundial. Carlos Billardo, assistente técnico, chegou a declarar que daria 'la colita'( isso mesmo que você entendeu...) ao "felizardo" que fizesse o gol do título mundial. Independentemente de como estará Messi no Mundial, chegar até à final com garrra, na base da superação e da técnica que qualquer jogador argentino já adapta ao estilo de vida no nascimento, será algo simples. E fácil para eles. Difícil, mesmo, será segurá-los caso a hipótese acima se confirme...

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