" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




sábado, 2 de abril de 2011

100 anos de Guarani

23 de novembro de 2008. A torcida invade o gramado do Brinco de Ouro e comemora com os jogadores o acesso à segundona do Brasileiro. Depois de chegar ao fundo do poço, o Guarani começava a se reestruturar. 23 de novembro de 2009. Exato um ano depois, o Bugre volta a comemorar, dessa vez o retorno à elite do futebol brasileiro. 23 de novembro de 2010. Jogando mal e sob desconfiança inclusive da torcida, o Guarani parece estar com os dias contados na Série A. E estava. Uma semana depois, o time se via novamente rebaixado.

Em três anos, o Bugre provou que pode ser grande. Mas às vezes parece faltar vontade por parte dos dirigentes, que preferem ver o clube nessa gangorra de divisões, ao invés de devolver aos bugrinos o real valor do gigantesco Guarani de Campinas.

O único campeão brasileiro oriundo do interior poderia ter sido bem maior do que foi. O Guarani era um celeiro de craques nos anos 90. Djalminha, Amoroso, Luizão, Renato são só exemplos da eficácia da base bugrina. Se não fossem diretorias corruptas e incompetentes, certamente o destino teria aberto um sorriso para Guarani.

Mas o que se viu no Brinco de Ouro foi o outro lado da moeda. Em 2004, a decadência que quase levou o clube à extinção teve início com a primeira queda para a segunda divisão nacional. Dois anos depois, o buraco parecia ser interminável para os bugrinos. Não só no Brasileiro, mas no Paulista, caindo para a A-2 estadual. O tabu sem ganhar da aqui-rival Ponte Preta piorava a situação, que só foi melhorar em 2008, com a volta para a segundona brasileira. E, em seguida, com o retorno à Série A.

Depois de dois acessos consecutivos, era hora de montar um time competitivo. Veio o Paulistão, e nada. Ou melhor, e tudo de ruim. Novamente queda para a A-2.O mês de maio já chegava e o Brasileirão estava prestes a iniciar. Era hora de agir. A diretoria bugrina adiou o investimento e a preocupação. Depois de oito meses, o time voltava para a segundona, frustrando, novamente, a fanática torcida alviverde.

De novo, torcedores que se acostumaram a ver e torcer por grandes times, como o de 78 comandado por Zenon e abrilhantado por Careca, o vice-campeão nacional de 86 e o de 96, da garotada encabeçada por Djalminha e Amoroso, terão que sofrer com mais um time limitado em uma divisão que não lhes cabe pela grandeza e tradição do clube pelo qual rezam todos os dias. O campeão brasileiro de 1978 marcou o nome do clube para sempre na História. Nome que não deveria ser manchado por dirigentes amadores e jogadores pequenos demais paragum clube gigante.

O fato é que o ano de 2011 era pra ser diferente. Tinha de ser diferente. Tinha de ser grande. Tinha de ser guarani. Como foi em 78. Ou em 86. Só não podia ser como vem sendo. E como está sendo. 2011 era pra ser o ano. Afinal, é neste 2 de abril que o Guarani completa cem anos de vida. Cem anos que o verde invadiu Campinas para colorir o coração de metade da cidade. Cem anos de muitas alegrias e mais ainda sofrimentos.

Se o bugrino não pode mais desejar numa data tão especial o título da Copa do Brasil, devido à eliminação precoce do Guarani para o Horizonte, do Ceará, resta pedir que o Bugre volte ao lugar de onde jamais deveria ter saído. A missão é complicada para os 20 clubes que concorrerão a quatro vagas. Quem lhes dera que camisa e tradição decidissem campeonatos. A coisa seria bem mais fácil...

Parabéns, Guarani, que os próximos 100 anos sejam de superação e vitórias! A maior torcida do interior merece.


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