" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




sexta-feira, 29 de abril de 2011

Flamengo e Vasco, muito mais que um clássico

Têm certas coisas na vida em que o futebol nos proporciona momentos únicos, inesquecíveis e eternos. Vivenciá-los torna nossa vida mais prazerosa. E, no fim, só nos resta agradecê-lo por tamanha alegria. Como é bom ver o Barcelona jogar. Como foi prazeroso ver a Seleção Brasileira de 82 desfilar. Como foi incrível ver Zico, Adílio, Júnior e Cia ilimitada dar shows pelo mundo com aquele Flamengo mágico dos anos 80. E ainda tem Pelé. O futebol é absurdamente espetacular.

Assumindo uma individualidade incomum aos textos deste blog, tenho de admitir que nada me trouxe tanto prazer no futebol como um bom Flamengo e Vasco. Nada. Nem mesmo as arrancadas de Messi. Ou os dribles perambulantes de Ronaldinho Gaúcho. Não vi os grandes craques jogarem, talvez aí esteja o problema de eu endeusar tanto um Clássico dos Milhões.

Não sei. Deve ser a saudade. Faz 5 anos que ambos não decidem um título. O último era naquela noite quente do final de julho do ano de 2006, quando Juan chutou forte no canto direito de Cássio, garantindo o bicampeonato da Copa do Brasil ao Flamengo. Esses Flamengo e Botafogo têm cansado ao público e, em particular, a mim. Vasco e Fluminense fazem ótimos jogos, assim como adoro um Clássico Vovô. Mas Flamengo e Vasco é especial. É inigualável.

Que me perdoe o Fla-Flu e toda a sua beleza e história. Que me perdoe o Gre-Nal e a sua rivalidade sensacional. Também o Atle-tiba, o Re-Pa, o Ba-Vi, o Majestoso, o Choque-Rei, o San-São, e tantos outros pelo Brasil afora. Me perdoem, também, os clássicos nacionais.

Flamengo e Vasco é Flamengo e Vasco. E vice-versa. Nada se compara.

E nem precisa ser no Maracanã. Logicamente que o Maior do Mundo dá um brilho mais do que especial para toda a festa. No entanto, independente do estádio, a rivalidade transcende limites locais e rotinas costumeiras. O contraste das cores colore as arquibancadas de forma perfeita. É o paraíso do futebol carioca.

A semana é diferente. As reuniões, os pagamentos, os encontros, os negócios, as viagens. Tudo fica em segundo plano. O torcedor rubro-negro e o vascaíno acordam na segunda pensando no clássico de domingo. E, se pudessem, adiantavam a semana para o dia D chegar mais rápido.

Nem mesmo as tantas brigas são capazes de estragar o espetáculo. Os xingamentos fazem parte dele. As provocações são de lei. Quanta musiquinha. Quantos cantos. Quantas bocas. Quantas bandeiras. Milhões de pessoas. É Flamengo. É Vasco. É o maior clássico do país. E talvez do mundo.

É o clássico de Zico, de Roberto Dinamite, de Romário, de Bebeto, de Cocada, do ladrilheiro, de Jean, de Petkovic. Já foi também de Obina, Valdiram, Valdir Papel. E nem assim perdeu a majestade que sempre teve. E que majestade. O apelido “Clássicos dos Milhões” tem motivo denotado. O Rio para. O Brasil para. É Flamengo e Vasco. E nada mais importa.

No domingo, os tricolores e botafoguenses tentarão disfarçar. Pegarão aquela praia de manhã, darão uma volta pela cidade, uma ida ao shopping talvez. Um encontro rápido. Um passeio no parque. Mas é impossível, se cariocas de verdade, e amantes do futebol, que eles não se preocupem com o mesmo assunto a partir das 16h da tarde. É final de Estadual. É Flamengo e Vasco. É domingo que o Rio para por mais uma vez em sua história. Outro domingo. Quantos domingos.

Domingo é o dia sagrado do clássico. O dia das decisões. O dia de fazer história. É o dia de Flamengo e Vasco.

Melhor se fosse no Maracanã. Mas é no Engenhão. Bola pra frente. A grandeza supera qualquer obstáculo. E que o juiz apite logo. A ansiedade beira o insuportável. A saudade de uma decisão de verdade não agüenta mais. O coração vai explodir. Não pode. A vida tem que continuar. Domingo é dia. Dia de Flamengo e Vasco. Que domingo chegue logo. Eu não agüento mais esperar. Obrigado, Flamengo. Obrigado, Vasco. E muito obrigado, futebol.

Um comentário:

  1. Lucas,
    o FLA-FLU é até mais charmoso, mas uma FLA-VAS é muito mais paixão, rivalidade, sempre um campeonato a parte.
    Pra mim o campeonato acaba domingo, basta Luxa não querer inventar na hora da escalação, com ou sem R10.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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