" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 11 de abril de 2011

Logo na apresentação, Falcão renova as esperanças coloradas



Como toda a apresentação de ídolo no futebol moderno da atualidade, o retorno de Paulo Roberto Falcão ao Beira-Rio, como técnico, parou o clube. O novo técnico colorado levou com ele para a coletiva cinco jogadores, considerados os grandes medalhões e líderes do elenco: Kléber, Bolívar, D’Alessandro, Rafael Sóbis e Tinga ficaram em pé, logo atrás do Rei de Roma. E ouviram, da boca do novo comandante, que eles, sim, serão os protagonistas.

Ainda que prematuro, o retorno de Falcão ao Internacional, clube no qual fez história na década de 70 e comandou, sem o mesmo sucesso, no ano de 1993, enche os colorados de esperança. Nada melhor que o maior ídolo da história do clube para os dias de glórias voltarem. O exemplo recente se vê no rival, onde Renato Gaúcho pôs o Grêmio na linha e na Libertadores, num ótimo trabalho.

Mas Falcão evita comparações. E polêmicas. Informado sobre a frase de Renato Gaúcho, que disse ter jogado mais que o ídolo maior colorado, o Rei de Roma preferiu mudar de assunto. Sobre os times fantásticos que fez parte na década de 70, elogiou, mas lembrou: “O maior título da história do Internacional foram esses garotos que conquistaram”, fazendo alusão ao Mundial de Clubes, conquistado em 2006.

Um dos pontos altos da entrevista foi a vontade do treinador em fazer seu time jogar para frente. Como o Inter de 75-76, o Roma de 81-82, a Seleção de 82 e a Holanda mágica de 74, comandada por Rinus Michels, a grande inspiração de Falcão, citado na entrevista pelo novo técnico colorado. Falcão garantiu querer fazer o time jogar de forma leve e solta. “Quero sentar no banco de reservas e me divertir com meus atletas”.

A diversão que o ex-comentarista da Rede Globo pretende ter ao ver e comandar seu time contrasta de forma intensa com a sisudez de Celso Roth, o antigo comandante. Sempre duro e ranzinza, o ex-treinador colorado costumava se desentender com a imprensa e primar pelo pragmatismo, por vezes dando prioridade à defesa. Falcão o criticou como comentarista diversas vezes. O motivo? “ Não existe jogo ofensivo ou defensivo. Existe equilíbrio. É a palavra-chave no futebol”, explica.

Falcão demonstrou nitidamente a vontade de reviver seus dias de Internacional. Parece estar sentindo falta do calor da torcida. Sem ter medo de abalar sua relação de idolatria com os colorados, topou o desafio e garantiu: " Tenho dois objetivos: ser campeão e ficar muito tempo aqui, bater recordes como treinador". Falcão promete e enche os colorados de esperança.

Com idéias inovadoras e uma coerência marcante no discurso, Falcão não fugiu das polêmicas. Tentou até ser engraçado, com piadas prontas e improvisos surpreendentes. Fez questão de chamar todos os jogadores para a coletiva. Foram cinco. Os mais notáveis. Os que saíram na frente por uma vaga no time titular. Como é legal ver Falcão de volta ao Beira-Rio. Com um brilho no olhar e um sorriso de orelha à orelha, o Rei de Roma quer voltar a ser rei no Beira-Rio. Desta vez, como técnico.

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