Em toda Era Felipão, o Palmeiras jamais conseguiu emplacar uma sequência razoável de boas atuações. Oscilou muito. Chegou a animar a torcida com a volta de Valdívia e o bom momento da parceria entre o chileno e o atacante Kléber, reeditando o título paulista de 2008, quando ambos tomaram conta do campeonato, abrilhantando o futebol de todo o time. Mas foram raros os momentos em que o time comandado pelo pentacampeão do mundo em 2002 encantou dentro de campo.
Em grande parte do trabalho de Luiz Felipe Scolari, viu-se um time em construção, mas que nunca fica pronto. Um time repleto de apostas, planos e possibilidades que não conseguem transformar teoria em prática. E que segue sem encaixar, arrancando os cabelos de Felipão. Foi exatamente assim neste domingo, na estreia do Brasileirão contra o Botafogo, em São José do Rio Preto.
Mesmo sem jogar bem, ainda muito travado, o Palmeiras venceu por 1 a 0. Vitória construída e selada pelo melhor jogador em campo. O homem que resolve e salva o Palmeiras, cada vez mais dependente dele. Dessa vez, Kléber não aproveitou o cruzamento de Gabriel Silva, nem mesmo um bom passe de Marcos Assunção. Foi buscar a bola fora da área, cortou o zagueiro para a sua perna esquerda e soltou a bomba na gaveta: golaço, sem chances para Jefferson.
E não é só o gol que coroa Kléber como o melhor em campo. Brigador como sempre, o Gladiador foi quem mais se preocupou em tirar o jogo de um marasmo que parecia inevitável. Isolado na frente pelos omissos Luan e Patrik, voltava para buscar jogo, arriscada chutes de fora da área, tentava de tudo. Quase sempre, a válvula de escape de um time bastante limitado.
Limitado como o Botafogo, adversário deste domingo. A diferença da equipe carioca para a paulista é que o time comandado por Caio Júnior não depende de um jogador que vem tendo boas atuações desde a temporada passada, jogando regularmente, raramente se machucando, mas sim de Maicosuel, que não jogava uma partida oficial desde setembro de 2010. Assim, até o Palmeiras se sente forte, superior. Mas, mesmo assim, sem jogar bem. Penando com um futebol feio, lento, de pouco improviso.
Ainda sem Valdívia, o Palmeiras depende muito do bom futebol de Kléber. Sorte dos alviverdes e de Felipão que o Gladiador raramente vai mal. Mantendo a sequência de boas atuações, o camisa 30 salva o Palmeiras de resultados ruins com lampejos de craque. No entanto, é bom abrir os olhos. Kléber resolveu hoje, pode não resolver amanhã. São 38 rodadas. E Kléber é só um contra 19 times. Soluções precisam ser buscadas.
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