Em 16 jogos, 44 gols marcados, com 13 vitórias. Uma campanha perfeita. E recordista. Nunca antes na história da Liga Europa uma equipe conseguira fazer tantos gols. O Porto de André Villas-Boas é assim, histórico. Um time que joga pra frente, atropela e impressiona todo um país com as conquistas do campeonato nacional e o segundo torneio mais importante do continente. Um time que não mede seu sucesso e só tende a crescer ainda mais.
Até quando joga mal, o Porto sai campeão em jogos decisivos. A camisa pesa, o suór vira sangue e o time se supera. Como nesta quarta-feira, diante do limitado Sporting Braga. Talvez na pior exibição do time que entrou para a história do futebol português nesta temporada, com um ataque arrasador e um treinador surpreendentemente jovem - André tem apenas 33 anos.
E o sucesso ainda pode ser maior. Neste domingo, os portistas podem levantar mais um troféu e carimbar a 'Tríplice Coroa' portuguesa na temporada, se vencerem o Vitória Guimarães, em Lisboa, e conquistarem a Taça de Portugal.
O time que tem o melhor goleiro do país, uma defesa extremamente segura, três ótimos volantes-meias na condução do meio de campo, um atacante fora de série, além de um matador nato poderia não obter tanto sucesso se não contasse com um treinador competente. Alguém capaz de fazer voltar os tempos de glórias de um gigante do futebol europeu. Alguém ousado, que fizesse o time jogar pra frente, mas com equilíbrio, eficiência, como há muito tempo não se via.
André Villas-Boas foi muito mais que tudo isso. Foi o melhor técnico do país. E a grande revelação mundial no banco de reservas. Uma verdadeira sensação. Sem inventar muito, manteve o padrão tático da equipe, no entanto, reformulou a maneira do time jogar. Com a bola, ataque total. Sem ela, desdobramento no combate e rápido reagrupamento.
No 4-3-3, André uniu o útil ao agradável. Conseguiu montar um esquema equilibrado, de muita intensidade no ataque e bastante combate no meio de campo. Ademais, viu na ponta-direita um paraíso para o craque do time, Hulk, monstruoso por mais uma temporada consecutiva. Fez o time jogar não só em função do brasileiro. E acabou achando novas alternativas, como os ótimos volantes Moutinho e Guarín, e o veloz Varela.
Mas sem um autêntico centroavante, alguém capaz de realmente fazer a diferença na frente, nada seria possível. Falcão García não chegou ao Porto a pedido de Villas-Boas. Mas ganhou muita motivação com a chegada do novo treinador. E voltou a marcar gols. Muitos gols. Alguns decisivos até demais, como o de cabeça contra o Braga, que deu o título da Liga Europa para o clube, após cruzamento perfeito de Guarín, outro que fez temporada brilhante.
Não só pelas conquistas, mas pela forma como as conquistou, o Porto marca seu nome na História. Em Portugal, é absoluto. Há um imenso abismo técnico entre os Dragões e as outras equipes portuguesas, com exceção dos gigantes Sporting Lisboa e Benfica, que, mesmo assim, sequer conseguiram fazer frente ao clube nesta temporada. Na Europa, começa a se firmar como favorito nas principais competições. A Champions League é a nova meta. E a manutenção do treinador e dos principais jogadores é o principal objetivo de uma diretoria extremamente vencedora.
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