" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




domingo, 29 de maio de 2011

O grande problema rubro-negro e as virtudes de um Bahia promissor




O Flamengo não jogou mal neste domingo, pela segunda rodada do Brasileirão, contra o Bahia, em Pituaçú. Soube aproveitar os vacilos rival, chegou a dominar amplamente o jogo em boa parte dos 90 minutos, mas acabou penando pela inexperiência e displicência de sua defesa. Já nos acréscimos, o polêmico Jóbson fez o gol de empate, o seu segundo na partida, provando que sabe e gosta de jogar e marcar contra o time rubro-negro, seu grande rival nos tempos de Botafogo. Já no segundo jogo, o time de Luxemburgo joga fora pontos preciosos, que poderiam lhe conferir o status de líder do campeonato.

Se a defesa falha e compromete o time, o ataque costuma salvar. Novamente no 4-2-2-2, com Ronaldinho fazendo dupla de ataque com Wanderley, o time carioca não conteve o ímpeto. Buscou o gol logo de cara, ainda sem ser muito incisivo. No entanto, a defesa voltou a falhar no ano e, mesmo com três marcadores o cercando de perto, Souza conseguiu dominar dentro da área e arrumar a bola para Lulinha abrir o placar, de perna esquerda.

O camisa 77, garoto prodígio do Corinthians, e que não vingou também em Portugal, parece ter achado seu lugar ao sol em Salvador. Apesar de não vestir a camisa 10, é o responsável pela criação ofensiva do time, no 4-3-1-2 montado por René Simões. Bom driblador e passador, se movimentou com inteligência e levou muito perigo ao gol de Felipe. Precisou ser cuidado de perto por Willians, e, mesmo assim, conseguiu marcar e ajudar o time em casa.

No entanto, não é só de Lulinha que vive o Bahia. Souza, peça essencial do Flamengo em 2007 e 2008, voltou a jogar bem, ao seu melhor estilo: enfiado dentro da área, prendendo bem a bola e fazendo tabelas inteligentes com os jogadores de lado de campo e os que vêm de trás. E Jóbson parece, de fato, ter recuperado o bom futebol. Se o camisa 11 ainda não está na pelnitude de sua forma física, ao menos chegou à perfeição da técnica. Na base da disposição, correu até onde pôde e deu um baile no irregular Welinton. Fez dois gols e acabou sendo o nome de jogo.

Boa parte das jogadas do time da casa foram resultados de falhas de posicionamento da defesa rubro-negra. Como Jóbson e Lulinha se movimentaram muito, Welinton e David Braz bateram cabeça muitas vezes. Aliás, a agilidade e o senso de movimentação são duas grande armas do Bahia, que ainda conta com uma zaga minimamente segura e dois ótimos laterais no apoio.

Mas há um porém. Tanto Gabriel como Ávine, os dois laterais baianos, que são mais alas que laterais, são muito jovens e marcam mal. Tanto que dois dos três gols rubro-negros nesta tarde surgiram em bolas lançadas às suas costas. Nada que não possa ser corrigido, assim como no lado carioca.

Em meio a um 'time de aluguel', que ainda espera por Carlos Alberto e Ricardinho, René Simões pode aprontar com o Bahia na Série A. Pelo menos é a conclusão que se pode tirar após o jogo deste domingo. Aliás, uma das conclusões. A outra é que o Flamengo precisa remontar sua defesa. Contratar é um dos caminhos. Quando o time perde Willians, o poder de marcação e combate tende a zero. No jogo em que Egídio provou que poder tomar conta da lateral-esquerda, ficou nítido que a zaga ainda precisa de muitos ajustes. De todos os tipos e de todas as ordens.


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