" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




quinta-feira, 30 de junho de 2011

O provável adeus de Conca




A noite seria de Ciro, autor de dois dos três gols na vitória desta quinta-feira sobre o Atlético Paranaense, por 3 a 1, no Engenhão, se Conca não tivesse, muito provavelmente, feito sua despedida com a camisa tricolor. Depois de aceitar a proposta do Guangzhou Evergrande, o argentino dificilmente continua nas Laranjeiras. Ao invés de um estádio lotado e uma festa proporcional a sua importância para a história do clube, pouco mais de 3mil pessoas viram os últimos lances de Conca com a 11 do Tricolor. Resultado da (falta de) ação de uma diretoria que deixa muito a desejar à frente do clube.

Diretoria essa que não fez o menor esforço para impedir a saída do maior ídolo recente do clube. O gigante de 1,69m que deu ao clube um Campeonato Brasileiro inesquecível em 2010. E muitas alegrias para a torcida, ao longo de 3 anos nos quais jamais esteve no banco de reservas. Sempre titular. Sempre ídolo.

A desculpa esfarrapada de usar o dinheiro recebido na venda do baixinho para construção de um CT, prometido há alguns meses pelo presidente Peter Siemsen e que até hoje ainda não saiu do papel, só aumentou o papel ridículo da atual diretoria. Pelo dinheiro, venderão Conca. Há alguém que acredite que esse dinheiro será realmente usado para a construção de um CT? Talvez os mais ingênuos.

Curiosamente, dinheiro esse que poderia muito bem ser conseguido através da patrocinadora, tão influente nos negócios e no dia-a-dia do Fluminense. Mas a incompetência da diretoria é tanta que a relação com Celso Barros está estremecida, e talvez por esse motivo, o dinheiro não pudesse ser adquirido. O Fluminense segue sem a menor estrutura física e política. Entre tanta lamentação e indignação por parte da torcida, a noite tinha tudo para ser esquecida.

Mas Conca conseguiu, diante de um cenário tão obscuro, ser ainda mais ídolo. Correu como se fosse seu primeiro jogo no clube. Parecia querer provar algo para os torcedores que o viam em ação pela última vez no Engenhão. Não havia mais nada para ser provado. A relação inabalável de idolatria se fortaleceu com os agradecimentos ao fim do jogo. Sem falar com a imprensa como de costume, Conca desceu vestiário abaixo com lágrimas nos olhos. Os gritos de 'fica' não parecem ter força suficiente para fazê-lo desistir da sua ida à China. Mas capazes de marcar para sempre o nome do clube em seu coração.

No seu provável último jogo pelo clube, Conca não jogou tão bem como em 2010, ano em que levou o time ao título nacional, como melhor jogador do torneio, jogando todos os jogos sem nenhuma exceção. Nem ficou abaixo da médica como vinha ficando em 2011. Foi um Conca mediano. Suficiente para melhorar muito a produção ofensiva do Fluminense. Não à toa é considerado por 9 entre 10 tricolores o grande destaque da equipe.

Um Conca que fará muita falta ao Fluminense mesmo sem estar no seu auge. Por mais que Souza continue jogando o bom futebol das últimas rodadas, que Abel acerte o time, que cheguem reforços de bom nível, Conca fará muita falta. Tanto dentro de campo como nos gritos provenientes da arquibancada. Além de craque, capitão, era referência, também, fora das quatro linhas. Para seus companheiros e para a torcida. Como todo ídolo tem a obrigação de ser.


Um comentário:

  1. Excelente matéria. Eu como eterno tricolor, já estou a sentir falta desse baixinho , que para mim é único e fara muita fata para o flu.

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