" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




terça-feira, 8 de novembro de 2011

O título que renova a Portuguesa

Foto: Eduardo Viana


“Eu nunca tinha visto o Canindé desse jeito”. A frase é forte e de quem vive Portuguesa há quase 3 anos. Marco Antônio, de fato, nunca tinha sido campeão com a camisa do clube que melhor defendeu. Teve que esperar bastante para levantar o primeiro troféu pela Lusa. Justamente o da Série B, com direito a golaço decisivo na partida derradeira, contra o Sport, num Canindé abarrotado de torcedores, nesta terça-feira. Um título que, além de garantir um lugar na elite, renova o ambiente da Portuguesa.

Marco Antônio tem razão em dizer que nunca tinha visto o Canindé cheio do jeito que estava e com as faixas reviradas e imponentes. Ele e todo mundo. Para uma torcida desacreditada por sofrimentos recentes, como quedas regionais e nacionais, era difícil crer em dias melhores e diferentes. Jorginho sabia que, somente com o tempo, conseguiria o apoio dos torcedores. E, aos poucos, foi conseguindo, da maneira mais fácil: provando que se tratava de um projeto sério, planejado e a longo prazo. Mais do que incentivos, conquistou a admiração e o respeito da maioria, montando um time não só competitivo, mas também encantador, carinhosamente apelidado pela imprensa de “Barcelusa”.

Para a Série B, Jorginho não precisava de um goleiro como Valdés. Mas achou um talento escondido no Acre, valente como Valdés, técnico como poucos na história do clube. Weverton é um dos grandes nomes desse título. Assim como a revelação do campeonato, Henrique, uma espécie de Iniesta paulista: 19 anos, ótimo passe, marcação eficiente, visão de jogo excepcional. Atributos que fizeram Jorginho dar a seguinte declaração a um programa de grande audiência na TV fechada, em rede nacional: "Não me surpreenderei se Henrique estiver entre os 11 da Seleção na Copa do Mundo de 2014". Prognósticos à parte, Henrique é um baita volante. Assim como Marco Antônio, o Xavi da torcida.

O bom-humor do povo permitiu comparações mais profundas. O estilo de jogo agressivo, as variações táticas, como o recuo do centroavante como um falso-nove, função que Messi desem-penha com uma eficácia impressionante, imitada pelo excelente Edno, ídolo no Canindé, e o futebol envolvente são dignos de um Barcelona brasileiro.

O que mais impressiona nesse time é a vontade de vencer jogando bem. O que leva a crer, por vezes, que é melhor perder jogando bem do que vencer jogando mal. Filosofia essa que o técnico Jorginho já se disse adepto. Ele faz questão de fazer o time jogar bem sempre, para não correr o risco de ser preferível perder. Por isso, quis ser campeão já com três rodadas de antecedência, com 12 pontos de vantagem para o vice-líder. Para ele , seus jogadores e a Portuguesa, vencer jogando bem é uma prioridade única. Num dia em que o time se deixou levar pelo oba-oba por 45 minutos e dominar pelo Sport, sem jogar bem, o empate foi mais coerente que uma eventual vitória. E suficiente para garantir o caneco.

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