" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




segunda-feira, 14 de março de 2011

A crise que afunda o Boca



Não é de hoje que o Boca Juniors deixou de aparecer no noticiário esportivo sul-americano de forma positiva. Sem participar da Libertadores desde 2009 e há 3 anos sem conquistar títulos, a equipe mais popular da Argentina se afundou numa crise sem precedentes. Dos bastidores para o campo, afetando, ainda, a torcida, o furacão que passa pela Bombonera ofusca a tradição de um clube imenso, mergulhado em dívidas e dependente de seu passado vitorioso.

A grande crise política começou a afetar o Boca após a morte do ex-presidente Pedro Pompilio. Desde então, o clube vive momentos críticos de instabilidade política, que de forma lamentável, atingem o futebol. Fato é que tal crise acaba atrapalhando - e muito - o rendimento da equipe dentro dos gramados, acarretando campanhas decepcionantes e eliminações precoces.

Um dos pontos mais críticos da crise atende por nome e sobrenome: Juan Román Riquelme. O astro xeneize tem personalidade forte e uma facilidade imensa para rachar elenco, aumentar crises e atuar nos bastidores, ora contra técnicos, ora contra companheiros. Muda treinador, e Riquelme continua sendo o principal desafeto de todos os técnicos que passam pela Bombonera.

Tido como "ídolo eterno" por gigantesca parte da torcida, o camisa 10 do Boca Juniors raramente é criticado pelos torcedores, que, por incrível que pareça, ignoram as críticas e a realidade do meia, implorando pela sua permanência no clube e por sua presença nas partidas, sobretudo as decisivas.

Aos poucos, Riquelme parecia estar melhorando com a chegada do novo treinador, Julio Cesar Falcioni. O time chegou até a receber elogios, por boas atuações, quase todas sem o astro, a maioria ainda na pré-temporada, quando o clube conquistou, inclusive, um triangular amistoso. Parecia. Até ser barrado de um jogo do Clausura 2011. O tempo fechou. E a crise voltou. Com a derrota para o San Lorenzo, por 1 a 0, no último fim de semana, a crise aumentou, ganhando proporções inimagináveis.

Chega-se até a estuda uma possível demissão de Falcioni, que já não agrada mais a todos dentro do clube. Riquelme, mais uma vez, poderia ser decisivo atuando nos bastidores. O Boca vive dias nebulosos, e nem de longe é o papa-títulos que amedrontava o continente nas competições sul-americanas. Para reviver as glórias do passado, os xeneizes precisam, primeiramente, acabar com a crise. O primeiro passo para uma epopeia e tanto não pode demorar para ser dado. A América aguarda ansiosamente.

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