" O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso...", Bill Shankly




terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Mineirão faz muita falta a Atlético e Cruzeiro. Mas há vida sem ele!

O Cruzeiro demitiu um técnico que fazia ótimo trabalho há quase um ano no comando, vendeu jogadores importantes e entrou em declínio. O Atlético apostou fortunas em jogadores contestáveis, trocou de técnico diversas vezes e também desceu a ladeira. Ambos os times não conseguem voltar a jogar bem e vencer. E num ano ruim, não bastou muita coisa para toda a culpa recair na Copa de 2014 e na interdição do Mineirão.

Torcedores, críticos e dirigentes esquecem-se, numa hora dessas, dos problemas causados por eles mesmos ou pelos seus próprios clubes. Contratações mal estudadas, jogadores em má fase, problemas de união no elenco, logística mal planejada, decisões prematuras e incoerentes e outros erros do tipo são ofuscados pela perda do mando de campo no maior estádio de Minas.

Nem parece que, um dia, já houve vida sem Mineirão. Nem parece que o Cruzeiro foi campeão da Libertadores pela primeira vez fora dele. Que o Atlético Mineiro já viveu dias de glória sem precisar adentrar o Mineirão. É como se ambos dependessem única e exclusivamente do estádio para conquistarem títulos.

Obviamente, o Mineirão faz muita falta aos dois. Mas não pode ser parâmetro para uma dependência. O que ocorre, na verdade, é que as alternativas encontradas pelos governantes e organizadores do esporte no Brasil foram muito fracas. Além de serem cidades distantes de Belo Horizonte, Sete Lagoas e Uberlândia não têm um estádio do porte do Mineirão, deixando muito a desejar. No entanto, não houve opção diante da falta delas. E ficou-se com as duas cidades e a Arena do Jacaré e o Parque do Sabiá.

As grandes diferenças dos dois para o Mineirão são o tamanho do gramado, ambos muito inferiores ao do Mineirão, e a capacidade geral dos estádios, também muito inferiores. Assim, os times tiveram que se readaptar a mandar seus jogos em gramados pequenos e lucrar menos com as partidas em casa. Uma perda técnica e outra econômica.

Outra situação que incomoda bastante os atleticanos e cruzeirenses órfãos do Mineirão é a logística para mandar o time ao interior do Estado. Afinal, tanto a Cidade do Galo como a Toca da Raposa ficam bem distantes de Sete Lagoas e Uberlândia, exigindo um nível maior de deslocamento, quase sempre mal planejado, causando desgaste físico e mental aos atletas. Há quem acredite ser esse mais um fator capaz de desequilibrar o time antes e durante as partidas.

Ainda assim, soa como desculpa esfarrapada botar a culpa de campanhas ruins como as de Atlético Mineiro e Cruzeiro no Brasileiro na ausência do Mineirão. Não resta dúvidas de que o estádio faz falta à dupla, no entanto, é absurdo condicionar qualquer vitória dos dois a jogos no Mineirão. Tanto em 71, como em 2003, os títulos brasileiros só vieram graças a inúmeras vitórias fora de casa.

Isto sem falar na culpa que os jogadores têm nisso. Aliás, são eles os maiores responsáveis por essa discussão em torno do maior estádio do estado de Minas Gerais. Em alguns casos, a culpa é mais até dos dirigentes que pediram sua contratação. Não faltam apostas arriscadas que deram errado no Atlético Mineiro e no Cruzeiro. André, Guilherme e Keirrison são só alguns exemplos.

E, mesmo assim, ainda tem gente que acha que a culpa é toda do afastamento dos jogos do Mineirão. Como se, jogando lá, todos os problemas acabassem de um dia pro outro. É hora de acordar e trabalhar. Com ou sem Mineirão.

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